Arquivo para Outubro, 2012

Esclarecimento do BdP sobre acompanhamento de carteiras de crédito dos bancos

Terça-feira, Outubro 23rd, 2012

Acompanhamento das carteiras de crédito dos bancos

O risco de crédito constitui para a generalidade dos bancos o principal risco que decorre da sua actividade. O acompanhamento das carteiras de crédito dos bancos é, assim, uma das principais vertentes da actividade de supervisão prudencial do Banco de Portugal.

Esse acompanhamento pretende assegurar que as instituições de crédito têm definidos e aplicam políticas e procedimentos adequados para a gestão do risco de crédito, que as suas demonstrações financeiras reflectem correctamente o valor das suas carteiras de crédito e que dispõem de capital suficiente para fazer face aos riscos que decorrem das suas exposições creditícias.

São variadas as formas e os instrumentos que o Banco de Portugal utiliza para fazer o acompanhamento das carteiras de crédito, nomeadamente:

1. Análise de informação recebida das instituições

Além da análise regular das demonstrações financeiras detalhadas dos bancos, o Banco de Portugal analisa regularmente informação detalhada, recebida das instituições de crédito, sobre a evolução dos vários segmentos das carteiras de crédito e respectivas imparidades e os reportes prudenciais que quantificam os riscos ponderados do crédito e os requisitos de capital que deles decorrem.

As políticas e procedimentos usados na gestão do risco de crédito são também avaliados no âmbito da análise dos relatórios de controlo interno e dos relatórios das provisões económicas que os bancos remetem regularmente ao Banco de Portugal.

2. Inspecções on-site

As inspecções on-site constituem a outra vertente importante através da qual o Banco segue o risco de crédito de cada instituição. Através das inspecções on-site, o Banco de Portugal verifica e analisa em detalhe, nas instalações do banco inspeccionado, os modelos utilizados e os próprios dossiês de crédito, abrangendo os respectivos processos de atribuição, acompanhamento, registo dos dados, contabilização, apuramento de imparidades, reconciliações e outros aspectos relevantes.

Estas inspecções, feitas normalmente por processos de amostragem, podem incidir sobre a generalidade da carteira do crédito ou centrar-se em segmentos específicos (v.g. crédito imobiliário, crédito a PMEs). Deste modo, o Banco de Portugal pode confirmar e complementar, através de processos de verificação directa, a informação constante das demonstrações financeiras e dos reportes que os bancos regularmente lhe enviam.

3. Inspecções periódicas e transversais sobre determinadas classes de activos

O Banco de Portugal decidiu oportunamente incluir, no quadro da supervisão regular do sistema bancário, inspecções periódicas e transversais (ou seja, realizadas em simultâneo nos principais grupos bancários nacionais) sobre a carteira global de crédito ou sobre classes de activos expostas a desenvolvimentos de mercado ou macroeconómicos que mereçam particular atenção.

Neste contexto, o Banco de Portugal decidiu realizar este ano uma verificação e avaliação detalhadas das carteiras de crédito relativas aos sectores da construção e da promoção imobiliária, que abrangem os oito principais grupos bancários nacionais.

Esclarecimento do BdP sobre reunião com a APB

Terça-feira, Outubro 23rd, 2012

Esclarecimento sobre reunião com APB

Tendo em conta notícias na imprensa de ontem e de hoje, o Banco de Portugal informa que se realizou ontem, na sua sede, uma reunião com a participação do Governador e membros do Conselho de Administração do Banco com a Direção da APB, no quadro dos encontros regulares com aquela Associação. Entre outros assuntos, foram abordados os seguintes:

1. Ponto da situação sobre os trabalhos de preparação da União Bancária.
2. Apresentação de uma iniciativa do Banco de Portugal, apresentada à Troika ainda em 2011 e formalizada em 2012, relacionada com a criação de um veículo para titularização de crédito imobiliário, tendo em vista aumentar a capacidade de financiamento da economia, aumentar as perspetivas de rentabilidade a prazo do sector bancário e reduzir os níveis de financiamento do sector bancário junto do BCE.  23 de Outubro de 2012

Porque foi contratada a Perella Weinberg

Segunda-feira, Outubro 22nd, 2012

Citamos:

Expresso

A história da escolha do banco de investimento anglo-saxónico Perella Weinberg para assessorar o Caixa Banco de Investimento (CaixaBI) e o Estado nas privatizações da EDP, REN suscitou dúvidas sobre quem contratou quem.

O banco de investimento da Caixa reclama a paternidade do contrato com a Perella e diz que já está a trabalhar com a empresa, cujo rosto tem sido o português Paulo Pereira. “O CaixaBI acertou as condições com a Perella, com quem desde então está a colaborar de forma muito satisfatória”, afirmou fonte oficial do banco. E esclarece: “A relação contratual é necessariamente entre o CaixaBI e a Perella”.

A polémica sobre a origem da contratação estalou porque a Perella não constava da lista das entidades pré-qualificadas para a realização de operações públicas de venda (privatização da EDP e da REN). Não podendo por isso ser contratada diretamente pelo Ministério das Finanças, como se admitiu (na imprensa) ter acontecido. A questão terá sido levantada por quem ficou de fora do negócio, colocando sobre escrutínio a escolha da Perella.

Como nasce a Perella

Constituída em 2006 por ex-quadros de topo da Morgan Stanley, Goldman Sachs e Merril Lynch, a Perella é uma instituição reputada com base em Londres e Nova Iorque. A empresa conta com a assessoria de mais de €280 mil milhões em transações no sector energético.

Tem 28 partners na área da assessoria estratégica – a que está a assessorar o CaixaBI – entre os quais Paulo Pereira, que trabalhou 20 anos na Morgan Stanley.Fundou a Perella juntamente com duas estrelas da alta finança: Joseph Perella, ex-vice-chairman da Morgan Stanley, e Peter Weinberg, ex-CEO Goldman Sachs International.

Paulo Pereira não é um desconhecido em Portugal, assessorou a Sonaecom na oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Portugal Telecom. E participou na compra da espanhola Hidrocantábrico pela EDP. Tem no seu curriculum profissional transações concluídas com sucesso no valor de €450 mil milhões.Formado em Economia na Católica e com MBA do INSEAD, foi aluno do social-democrata e ex-líder do departamento europeu do FMI António Borges, de quem se tornou amigo.

 

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/saiba-o-que-e-a-perella=f761365#ixzz3NCFwVw9h