Arquivo para Novembro, 2015

CASO NOVO BANCO: A GRANDE FRAUDE DA “RECAPITALIZAÇÃO” À CUSTA DO PATRIMÓNIO ALHEIO

Segunda-feira, Novembro 30th, 2015

 

 

O que vem sendo anunciado, relativamente à “recapitalização” do Novo Banco não passa de uma gigantesca fraude, com a qual se pretende resolver um projeto fracassado, com recursos que foram confiscados e quês e pretendem alienar sem pagar aos respetivos donos.

É hoje claríssimo que a chamada “resolução” do Banco Espírito Santo não resolveu nada e só agravou os problemas do sistema financeiro português.

O Banco de Portugal apropriou-se, através de uma pessoa coletiva de direito público que controla, dos melhores ativos do Banco Espírito Santo, sem pagar nada a ninguém e sem sequer mandar contabilizar os bens e valores que foram confiscados.

Deixou de fora apenas o que considerou serem “ativos tóxicos”, sendo certo que os mesmos não são definidos por lei, dizendo-nos a experiência que, por regra, são os que se esquecem, para beneficiar pessoas concretas e determinadas.

Apesar de as normas comunitárias serem claríssimas no sentido de que os acionistas e os demais investidores não poderem, em nenhuma circunstância, receber menos do que o que receberiam se a instituição financeira, sujeita a uma medida de resolução, fosse liquidada, o Banco de Portugal marcou essa sua iniciativa, desde a primeira hora, como se não tivesse que cumprir essa obrigação e lhe fosse lícito apropriar-se dos bens e valores alheios, sem nada ter que pagar.

É certo que o Fundo de Resolução investiu 4.900 milhões de euros no Novo Banco, realizando capital social desse valor.

Com a realização de capital social, o Fundo de Resolução envolveu-se num negócio próprio, pelo qual não pode pretender que respondam os investidores do Banco Espírito Santo.

Trata-se de dinheiro público, investido numa aventura condenada ao fracasso, desde logo porque não é possível fazer bancos sem banqueiros.

Se não conseguiu fazer um banco, apesar de não ter pago um cêntimo como contrapartida dos bens e valores de que se apropriou, se não conseguiu equilibrar o negócio que montou com os bens e valores confiscados, o Banco de Portugal é o principal responsável pelo fracasso desta aventura que, no mínimo, configura um inaceitável quadro de gestão danosa.

Se o capital é insuficiente, que o Banco de Portugal – o novo DDT – o aumente.

O que os aprendizes de banqueiros não podem é pretender realizar o capital em falta à custa dos acionistas e dos demais investidores do Banco Espírito Santo, vendendo património que não é seu e que adquiriram por efeito equivalente ao de um assalto.

Nesse sentido, o projeto de recapitalização anunciado pelo fracassado Banco de Portugal é uma gigantesca fraude, que não pode ser calada.

Todos temos a consciência de que a resolução aplicada ao Banco Espírito Santo não foi uma medida honesta, tanto mais que, tal como foi configurada, protege os responsáveis pelos eventuais factos ilícitos que marcaram a gestão daquele banco nos últimos cinco anos e impede os acionistas e demais investidores de defenderem os seus direitos.

Tudo o que o Banco de Portugal disse são vaguidades; nada que permitsa responsabilizar quenquer que seja pelos danos causados.

Há mesmo quem sustente que a medida de resolução só foi aplicada ao Banco Espírito Santo e não a outros, porque os outros eram demasiado pequenos e não deixavam margem para as negociatas que se montaram em cima do “caso BES”.

A verdade é que o caso foi branqueado politicamente numa comissão de inquérito e os processos judiciais relativos ao mesmo estão em banho maria, como se houvesse uma velada intenção de os abafar.

Os acionistas, especialmente os grandes, estão calados, esperando o momento ideal para responsabilizar o Estado e as demais entidades públicas.

Parece-nos elementar a conclusão de que não é lícito ao Banco de Portugal, ao Fundo de Resolução e, em última instância, ao Estado vender o que não é seu, para branquear o fracasso de uma medida de resolução cada vez mais escura e cada vez mais injustificada.

Tudo indica que o Novo Banco, propriedade do Fundo de Resolução, tem que ser responsabilizado pelos danos causados aos investidores do Banco Espírito Santo pela má gestão do seu património, de que a atual situação é uma evidência.

Melhor fora que o atual governo, antes de dar qualquer novo passo em falso, promovesse a convocação de uma assembleia de acionistas do Banco Espírito Santo e sondasse a hipótese de devolver aos donos o que lhes foi confiscado, em vez de insistir na aventura de querer manter um banco sem banqueiros, como se fosse possível governar um banco com bancários.

O desastre em que redundou a fracassada resolução do Banco Espírito Santo já custou aos contribuintes cerca de 5.000 milhões de euros.

Mas pode custar muito mais: tanto quanto se vier a apurar que são os danos causados pelas entidades públicas, a começar pelo Banco de Portugal que, inequivocamente, não cumpriu as suas obrigações de supervisão bancária.

Continua a valer o princípio de que os investidores não podem receber menos do que receberiam se o banco fosse liquidado.

O que não faz nenhum sentido é que se liquide o património do BES para, com o produto da liquidação, se pagar a aventura dos administradores do Banco de Portugal e dos bancários que os mesmos contrataram para se envolverem num negocio para o qual não têm vocação nem competência.

 

Miguel Reis

miguel-reis@lawrei.com

“Venda do Novo Banco não vai ser brilhante e alguém vai pagar a fatura”

Segunda-feira, Novembro 30th, 2015

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Notícias ao Minuto

Luís Marques Mendes comentou este domingo, no Jornal da Noite da SIC, os cinco desafios que o Governo de António Costa vai enfrentar nos próximos tempos.

Para o ex-presidente do PSD, há cinco desafios que poderão dificultar a vida do atual primeiro-ministro, António Costa. No comentario no Jornal da Noite na SIC, Marques Mendes começou por enumerá-los.

“O Orçamento do Estado para 2016 vai ser basicamente o conjunto de promessas que estão nos acordos feitos entre os três partidos. Não temos orçamento antes de março. Uma coisa é aprovar dentro do Governo, mas não vai ter dificuldades em passá-lo”, elucidou.

De seguida, considerou a questão dostransportes urbanos, “que o governo anterior entregou a privados, e agora vai tentar anular essas concessões”. “Acho que isto vai ser feito sem lei. Isto porque os contratos ainda não estão aprovados pelo Tribunal Constitucional, portanto estou mesmo a ver os ministros a dar ordens para anular os contratos. Acho que isto vai ser feito já para a semana”, considerou.

“A venda do Novo Banco é o primeiro grande caso de colisão entre Mário Centeno e o Banco de Portugal (BdP). O negócio nunca vai ser brilhante e alguém vai pagar a fatura política”.

Por fim, o social-democrata acredita que o Programa de Estabilidade e Crescimento a apresentar a Bruxelas vá ser uma dificuldade. “Para agradar a Bruxelas terá problemas com o PCP e Bloco de Esquerda. E o Orçamento para 2017… Aí pago para ver como ele vai ser feito e como vai ser aprovado. Acho que este vai ser o ponto crítico destas alianças”, explicou.

Plano de reestruturação do Novo Banco pronto até 15 de Dezembro

Segunda-feira, Novembro 30th, 2015

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Económico

Plano de capital será entregue hoje, mas medidas de reestruturação ainda não estão fechadas.

A administração do Novo Banco vai entregar hoje ao BCE o plano de capital onde estarão incluídas as medidas previstas para cobrir as necessidades identificadas nos testes de ‘stress’ europeus. A equipa liderada por Stock da Cunha está também a trabalhar no plano de reestruturação, que vai elencar as medidas de redução de pessoal e cortes de custos, prevendo-se que esteja concluído até 15 de Dezembro, apurou o Diário Económico.

A primeira etapa deste processo será composta pela elaboração do plano de capital, que é um “capítulo” do plano, mais vasto, de reestruturação da instituição, que vai incluir medidas como redução de pessoal e fecho de balcões. O plano de capital será entregue hoje ao Banco de Portugal (BdP) e ao BCE, após receber o aval do novo ministro das Finanças, Mário Centeno. Já o plano de reestruturação, que será entregue à Direcção Geral da Concorrência da União Europeia, só estará concluído durante a primeira quinzena de Dezembro. A equipa de Stock da Cunha está a trabalhar a todo o vapor, para que o plano fique fechado antes da entrada em vigor, em Janeiro, das novas regras europeias para o sector bancário.

Os testes de ‘stress’ identificaram necessidades de capital na ordem dos 1,4 mil milhões de euros. E tal como o Diário Económico noticiou, uma parte significativa destas necessidades será assegurada com a venda de activos não-estratégicos.

Os primeiros activos a serem vendidos serão a seguradora GNB Vida e o Banque Espírito Santo et de la Vénétie, com os quais o Novo Banco poderá obter um valor na ordem dos 500 milhões de euros (dos quais 400 milhões relativos à GNB Vida). Segundo noticiou recentemente o “Negócios”, a GNB Vida poderá ser vendida ao próprio Fundo de Resolução, veículo público financiado com as contribuições da banca, que controla o Novo Banco desde a resolução do BES, em Agosto de 2014. A venda ao Fundo permitiria antecipar o encaixe da venda da seguradora.

Em todo o caso, o Banco de Portugal e o Novo Banco consideram que a GNB Vida é um activo que deverá atrair o interesse de vários investidores, à semelhança do que sucedeu em operações idênticas realizadas pela CGD e pelo BCP.

Na lista de activos para venda está também a participação do Novo Banco na concessionária rodoviária Ascendi (40%), que atraiu, até à data, vários fundos internacionais e que deverá estar fechado em breve.

No que toca às medidas de reforço da eficiência e de redução de custos, o plano de capital e o plano de reestruturação deverão conter medidas como a redução de pessoal e o encerramento de balcões. O banco poderá reduzir cerca de mil postos de trabalho, mas este número não está ainda fechado. Na sexta-feira, a gestão do banco não tinha ainda marcado a reunião com os sindicatos para discutir os cortes de pessoal.

Após a apresentação dos dois planos, o BdP dará início ao processo de venda do próprio Novo Banco, em moldes que serão diferentes dos adoptados na primeira tentativa de venda, mas que não estão ainda definidos. Tal como o Económico noticiou, o objectivo é vender uma participação no Novo Banco, se possível maioritária. O processo será conduzido por Sérgio Monteiro.

Guia para um primeiro “julgamento” do caso BES no Banco de Portugal

Segunda-feira, Novembro 30th, 2015

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Observador

O Banco de Portugal está a ouvir as testemunhas de defesa dos arguidos do caso BES. São 92 e este é só o primeiro mega-processo. A comparação com um julgamento é tentadora, mas há diferenças.

58.368 folhas, dividas por 12 volumes principais e 230 anexos, 92 testemunhas chamadas, 18 arguidos (15 singulares e três coletivos). Estes são alguns dos números que marcam o primeiro processo de contraordenação do Banco de Portugal contra os antigos presidente e administradores do Banco e Grupo Espírito Santo.

A inquirição às testemunhas chamadas pelos arguidos, cerca de 100 incluindo nomes repetidos, arrancou na semana passada e prolonga-se por janeiro de 2016, pelo menos. É um “megaprocesso”, na expressão da defesa de Ricardo Salgado. Mas é apenas o primeiro.

Há já uma segunda acusação proferida contra 18 arguidos — relativa ao financiamento do BES ao BESA (Banco Espírito Santo Angola) — e espera-se que existam, pelo menos, mais três grandes processos de contraordenação relacionados com o colapso do BES, tantos quantas as auditorias forenses realizadas pela Deloitte para o Banco de Portugal.

Estamos a apenas falar do supervisor bancário. Falta a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), para já não falar dos inquéritos-crime cuja investigação corre paralela no Ministério Público (MP), embora muito apoiada na denúncia, processos e colaboração dos reguladores.

Os processos contraordenacionais do Banco de Portugal têm algumas semelhanças com os processos penais instruídos pelo MP e decididos pelos tribunais:

  • Ambos têm uma fase de inquérito, que coincide com a investigação das suspeitas que dão origem ao respetivo processo e que termina, reunidas e analisadas todas as provas recolhidas, com aacusação ou arquivamento;
  • No caso de uma acusação, é possível aos arguidos contestarem durante a fase de instrução, requerendo a recolha de nova documentação e apresentando testemunhas que sustentem a sua argumentação.
  • A condenação é passível de recurso para os tribunais superiores.

Apesar de a comparação ser tentadora, os advogados penalistas ouvidos pelo Observador sublinham que há diferenças fundamentais em relação ao processo penal e ao julgamento em tribunal. A primeira diferença prende-se com o resultado da fase de instrução. Enquanto, no processo penal, a conclusão passa pela pronúncia para julgamento ou peloarquivamento dos autos, já nas contraordenações do Banco de Portugal a fase instrutória termina com a condenação.

Outra diferença é a publicidade. O processo de contraordenação está protegido pelo segredo de justiça, mesmo na fase de defesa,enquanto o processo criminal é público em termos gerais, sendo o segredo de justiça a exceção, mas apenas aplicável à fase de inquérito. As audiências são à porta fechada e, por vezes, nem as condenações são tornadas públicas, porque ainda há o recurso para os tribunais.

Mas as duas maiores distinções passam pela sanção:

  • No processo penal pode verificar-se a perda de liberdade durante a fase de inquérito ou após uma eventual condenação em sede de julgamento. No processo contraordenacional, como o próprio nome indica, a sanção passa pela aplicação de multas mas, também, na inibição do exercício de funções no setor financeiro. Esta última sanção, que se designa de acessória, também existe no processo penal;
  • No processo penal, a condenação resulta de um julgamento em que o juiz é uma entidade distinta e independente de quem acusa.

Novo Banco: Plano de cortes quase fechado em corrida contra o tempo

Domingo, Novembro 29th, 2015

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Notícias ao Minuto

Testes levados a cabo estipularam que banco precisa de reforço de capital.

É já no próximo dia 4 de dezembro que o plano de reestruturação do Novo Banco será entregue na Direção-Geral de Concorrência da União Europeia.

Conta o semanário Expresso que Eduardo Stock da Cunha já tem o plano praticamente fechado e objetivo passa não apenas por apresentá-lo o quanto antes, mas também começar o mais cedo possível a aplicá-lo, numa autêntica corrida contra o tempo.

Numa altura em que se sabe que o Novo Banco precisa de 1,4 mil milhões de euros extra de apoio, o banco que nasceu das ‘cinzas’ do antigo BES enfrenta dificuldades que quer ver diminuídas o quanto antes.

O objetivo passa por implementar a redução de custos, que dará mais fôlego no imediato às contas do banco, algo que favorecerá também o objetivo de vender o Novo Banco.

Saliente-se que Stock da Cunha, cujo lugar à frente do Novo Banco chegou a ser assunto, já fez saber que está disponível para aplicar o plano de reestruturação que está a ser finalizado, mesmo após a venda do banco.

Mário Centeno, que acaba de ser empossado ministro das Finanças, irá também ter acesso ao plano de reestruturação, mas também a um outro plano, de capitalização, que será entregue ao Banco Central Europeu.

Ricciardi defende estabilidade nacional para atrair investimento e vender Novo Banco

Domingo, Novembro 29th, 2015

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Negócios

José Maria Ricciardi, actual presidente da Haitong (ex-BESI), defende que a transmissão de confiança e estabilidade política e económica é fundamental para atrair investimento estrangeiro para o país e pode ajudar a uma venda vantajosa do Novo Banco.

José Maria Ricciardi disse não ter ficado surpreendido com os valores apresentados para a recapitalização do Novo Banco, na ordem de 1,4 mil milhões de euros, e acrescentou que o valor seria superior sem a venda do BESI.

“Penso que o banco ainda tem a possibilidade de vender participações que não são estratégicas para conseguir descer essa necessidade para o futuro comprador”, observou.

Quanto à contratação de Sérgio Monteiro, ex-secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações pelo Fundo de Resolução por 12 meses para a venda do Novo Banco, Ricciardi considera que a situação foi colocada de forma transparente, pelo que desvaloriza questões éticas.

Uma boa venda do Novo Banco é o objetivo que o presidente da Haitong (ex-BESI) espera que seja alcançada por Sérgio Monteiro.

Uma imagem que transmita confiança e estabilidade de Portugal é para Ricciardi um elemento fundamental para atrair o investimento externo numa altura em que a capacidade do investimento interno é limitada para dar uma nova dinâmica económica.

“Precisamos de investimento produtivo para haja mais desempregados que voltem a trabalhar”, disse quando questionado sobre a abordagem menos austera e de estímulo ao consumo que o novo Governo pretende implementar.

Ricciardi sublinhou que a adopção de formas artificiais de impulsionar o consumo podem ser prejudiciais e aumentar o endividamento e desequilíbrio das contas externas.

O Fórum Empresarial do Algarve arrancou esta sexta-feira com o tema “2020, Portugal e o mundo” e termina este domingo, dia 30 de novembro.

Novo Banco. Venda ”vai decidir-se entre Santander e fundos”

Sábado, Novembro 28th, 2015

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Dinheiro Vivo

Ricardo Madeira, da consultora Roland Berger, admite que Fundo de Resolução compre ativos

A venda separada de negócios do Novo Banco poderá atrair um perfil de interessados mais alargado à operação, que vai arrancar, pela segunda vez, já no início do próximo ano, defende Ricardo Madeira. Santander e fundos internacionais são os principais candidatos. Em declarações ao Dinheiro Vivo, o senior project manager da consultora Roland Berger admite que o Fundo de Resolução poderá comprar alguns ativos do banco presidido por Eduardo Stock da Cunha, mas não acredita que o valor da venda atinja os 4,9 mil milhões de euros que foram injetados pelo Fundo de Resolução no Novo Banco.

“Na minha opinião, o processo de venda do Novo Banco vai atrair um perfil de interessados ainda mais alargado, dada a abertura para uma venda separada dos negócios e do imobiliário, que no processo anterior foi colocado à venda em bloco.” Adicionalmente, Ricardo Madeira antecipa um interesse maior junto de fundos de investimento internacionais, devido ao facto de existir da parte dos agentes de mercado “a ideia de que o Estado vai estar mais aberto ao reconhecimento de menos-valias na operação”.

“Com base na informação que é pública e no conhecimento do mercado, julgo que a venda se vai decidir entre os espanhóis do Santander e fundos internacionais”, perspetiva.

Questionado sobre a possibilidade de o Fundo de Resolução ter de injetar mais capital na instituição financeira ou avançar com a compra de ativos – como a aquisição da seguradora GNB Vida que chegou a ser noticiada esta semana – para acelerar o processo de venda, o responsável da consultora Roland Berger admite que, “com base no conhecimento que temos do Novo Banco, é possível que o banco gere os fundos necessários para a sua capitalização através da alienação de ativos”. Ainda assim, alerta que a execução “bem sucedida” dessas operações no espaço de tempo necessário “afigura-se complicada”.

Para Ricardo Madeira, a solução poderá ser “um misto, com o Fundo de Resolução a comprar alguns dos ativos” do Novo Banco e outros a serem colocados no mercado.

Certo é que dificilmente a venda do Novo Banco atingirá os 4,9 mil milhões de euros que foram injetados pelo Fundo de Resolução. “Não acredito que, nas condições de mercado atuais ou expectáveis no futuro, o valor de venda atinja os 4,9 mil milhões de euros”, estima.

O senior project manager da Roland Berger dá como exemplo o facto de a capitalização bolsista conjunta do BPI e do Millennium bcp ascender a 4,6 mil milhões de euros, ou seja, um valor que poderia servir de comparação e que é inferior ao montante colocado pelo Fundo de Resolução. “Mesmo que se considere um prémio de controlo sobre o valor do Novo Banco, 4,9 mil milhões está bastante acima de qualquer valorização que se possa fazer do Novo Banco, utilizando comparáveis de mercado”, acrescenta.

Haveria mesmo um ‘saco azul’ no BES. E a PT pode estar envolvida

Sábado, Novembro 28th, 2015

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Notícias ao Minuto

O alegado envolvimento da Portugal Telecom na queda do Grupo Espírito Santo continua a ficar cada vez mais clara com o decorrer do processo de investigação do Ministério Público. Na edição impressa de hoje, o jornal SOL volta a levantar o véu sobre os pagamentos e transferências de verbas entre as várias empresas do GES, com o suposto ‘saco azul’ a assumir papel de destaque.

Nos acórdãos do processo, o juiz Carlos Alexandre revela que “foram descobertas contas no Banco Privée Espírito Santo abertas em nomes de entidades com a designação ES Enterprises, entidade sem consolidação no Grupo Espírito Santo”. Esta seria, alegadamente, a empresa utilizada como plataforma de rotação de verbas, tendo mesmo sido utilizada pela Portugal  Telecom para financiar negócios no Brasil.

Além dos pagamentos suspeitos a vários membros da família e outras subsidiárias, o Ministério Público não ficou convencido com as explicações de Ricardo Salgado da ajuda à PT: “É exemplo a versão pouco compreensível apresentada quanto à constituição de um fundo, por via de operação fiduciária, para o sucesso de uma operação no Brasil, que alegadamente envolveria quadros qualificados da PT”.

“A Espírito Santo Enterprises não é um ‘saco azul’, senhores deputados”, garantiu Ricardo Salgado na Assembleia da República , durante a Comissão de Inquérito ao Caso BES. Uma declaração que para Carlos Alexandre “não é credível” e que parece contrariar o envolvimento da mesma empresa no processo Monte Branco, onde Ricardo Salgado é também acusado de várias ilegalidades.

Comunicado sobre o contrato do Dr. Sérgio Monteiro com o Fundo de Resolução

Sexta-feira, Novembro 27th, 2015

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Banco de Portugal

O Banco de Portugal, enquanto autoridade de resolução, definiu os termos contratuais para a contratação do Dr. Sérgio Monteiro para PMO (Project Management Officer) do projeto de venda do Novo Banco, sendo o respetivo encargo assumido pelo Fundo de Resolução. Tal como referido no comunicado de 29 de outubro de 2015 (disponível no sítio do Banco de Portugal), a contratação do Dr. Sérgio Monteiro pelo Fundo de Resolução é justificada pela complexidade e pelos desafios associados ao processo da venda do Novo Banco. Assim, foi necessário encontrar um responsável de reconhecido mérito e elevada experiência em operações desta natureza que pudesse assegurar a coordenação e gestão de toda a operação, incluindo o acompanhamento do programa de transformação a implementar pelo Novo Banco, que é condição essencial para a sua venda.

Também foi referido que o Dr. Sérgio Monteiro mantém o vínculo à sua entidade laboral, o Caixa – Banco de Investimento, SA, integrante do Grupo Caixa Geral de Depósitos. Desta forma, o contrato de prestação de serviços, que terá a duração de doze meses, prevê que o Dr. Sérgio Monteiro tenha direito a uma remuneração igual à que auferia na Caixa – Banco de Investimento, SA antes de desempenhar as funções de Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações. Os valores podem ser consultados nas declarações de rendimento do Dr. Sérgio Monteiro que foram depositadas no Tribunal Constitucional, desde 2011, respondendo aos requisitos do desempenho de cargos governativos.

Licenciado em Organização e Gestão de Empresas pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, o Dr. Sérgio Monteiro é pós-graduado em Ciências Empresariais pela mesma Faculdade, possui o Curso de Especialização em Finanças do ISCTE e exerceu diversos cargos de direção na área da banca e transportes.

Lisboa, 27 de novembro de 2015

Banco de Portugal paga 250 mil euros a Sérgio Monteiro para vender Novo Banco

Sexta-feira, Novembro 27th, 2015

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Observador

Jornal Público avança que o ex-governante vai receber 250 mil euros pelos 12 meses que terá para vender Novo Banco. Vencimento é o mesmo que receberia no Caixa BI.

O Banco de Portugal vai pagar 250 mil euros ao ex-secretário de Estado dos Transportes Sérgio Monteiro pelos 12 meses que terá para vender o Novo Banco, depois de uma primeira falha na tentativa de venda do banco, avança o jornal Público.

Sérgio Monteiro, que deixou a secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações após as eleições de 4 de outubro, foi contratado pelo Banco de Portugal para gerir o processo de venda do Novo Banco no Fundo de Resolução.

Para isso, Sérgio Monteiro tem 12 meses e receberá 250 mil euros brutos, o equivalente ao que recebia no banco de investimento da Caixa Geral de Depósitos, onde é quadro, o Caixa BI, ficando as contribuições para a Segurança Social a cargo do Fundo de Resolução, que é o empregador direto de Sérgio Monteiro. Estas responsabilidades também eram assumidas pela Caixa BI.

A notícia dos valores mensais avançada pelo Público foi confirmada pelo Observador, e foi possível apurar que o Banco de Portugal fez uma proposta mais elevada inicialmente, mas o ex-governante optou por receber o mesmo rendimento que receberia no Caixa BI.