Arquivo para Maio, 2017

Trabalhadores do Novo Banco “têm de ser protegidos de ações judiciais”

Terça-feira, Maio 30th, 2017

Citamos

TVI

Sindicatos querem que Governo promova exclusão dos funcionários do ex-Bes das eventuais acções judiciais que venham a ser intentadas por lesados do papel comercial

Os sindicatos afetos à UGT querem que os trabalhadores do Novo Banco (ex-BES) sejam protegidos de ações judiciais por clientes que se sentem lesados, sobretudo os do papel comercial, e fizeram essas exigências em cartas ao Governo e ao Banco de Portugal.

Em causa está o mecanismo encontrado para compensar os clientes lesados pelo papel comercial vendido pelo Banco Espírito Santo (BES), que obriga os clientes que aderirem a essa solução a renunciarem a reclamações ou processos judiciais contra entidades como Banco de Portugal (BdP), Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Fundo de Resolução bancário, Estado, Novo Banco e seu futuro comprador.

Para o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), “a exclusão [dos trabalhadores] no âmbito daquela renúncia a direitos e ações é uma discriminação repudiável e uma ofensa ao bom nome e dignidade dos trabalhadores”.

Além disso, afirmou em comunicado, “é absurdo que seja ilibada a entidade patronal e se incentive a perseguição dos seus trabalhadores”.

O SBN diz que já fez chegar a sua posição à administração do Novo Banco, assim como ao governador do BdP, Carlos Costa, ao grupo de trabalho dos lesados, ao primeiro-ministro, António Costa, e ao ministro do Trabalho, Vieira da Silva, e admite mesmo o “recurso às vias judiciais para impedir maiores danos aos atuais trabalhadores do Novo Banco”.

Também o Sindicato dos Bancários Sul e Ilhas (SBSI) enviou ao Conselho de Administração do Novo Banco uma carta a pedir “que os trabalhadores da instituição sejam salvaguardados na solução encontrada para investidores não qualificados em virtude de aquisição de papel comercial”.

Este sindicato critica, no comunicado disponível na sua página na internet, que, na solução para os lesados do papel comercial, “se preveja que os referidos investidores [que aceitarem a solução] renunciem a direitos, reclamações e processos contra determinadas entidades, incluindo trabalhadores do Estado e organismos públicos, mas não incluindo os trabalhadores desse banco”.

Na semana passada foi conhecido que 97% dos clientes que investiram em papel comercial deram indicação de que vão aderir à solução encontrada pelo grupo de trabalho – constituído pela Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial, a CMVM, o BdP, o ‘banco mau’ BES e o Governo, através do advogado Diogo Lacerda Machado – que lhes permite reaver parte dos investimentos feitos

A solução encontrada para os clientes lesados pelo investimento em papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo (GES), que foi vendido aos balcões do BES, passa pela criação de um fundo de indemnizações que compensará parcialmente as perdas sofridas.

Em causa estão milhares de clientes que investiram 434 milhões de euros em papel comercial das empresas Espírito Santo Financial e Rio Forte, e cujo investimento perderam com o colapso do GES (no verão de 2014).

Os clientes que aderirem à solução irão recuperar 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, isto se tiverem aplicações até 500 mil euros.

Já acima desse valor, irão recuperar 50% do valor investido, motivo pelo qual os clientes com valores mais altos têm sido muito críticos para com a solução encontrada.

Por exemplo, quem fez uma aplicação de 400 mil euros receberá 250 mil euros, o valor máximo possível para esse montante, ainda que seja abaixo dos 75%. Já para uma aplicação de 600 mil, serão pagos 300 mil euros.

O pagamento será feito por parcelas, sendo que está previsto que 30% do total será pago logo após o cliente assinar o contrato de adesão, enquanto o restante valor será pago em mais duas parcelas, em 2018 e 2019, devendo os clientes ficar com uma garantia estatal que garante esse pagamento.

Em meados de maio, o Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários (SNQTB) lançou uma petição a favor da proteção jurídica aos trabalhadores do Novo Banco que estão na mira de processos judiciais por parte dos clientes ‘lesados’.

Esta tomada de posição por parte do SNQTB surgiu depois de ter sido anunciado o acordo para os lesados do papel comercial, mas também depois de ter sido conhecido que a Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP), que representa clientes emigrantes que perderam dinheiro em produtos de investimento do BES (diferentes do papel comercial), colocou na Justiça uma ação coletiva contra os funcionários que venderam os produtos que levaram a perdas financeiras.

Vender depressa não é vender bem

Terça-feira, Maio 30th, 2017

Citamos

Observador Opinião Rui Rio

Vender depressa não é vender bem

 

No caso do Novo Banco só parece haver uma posição ética e moralmente aceitável: anular esta espécie de concurso e abrir um novo, onde a concorrência e a igualdade de oportunidades sejam salvaguardadas

Há dois meses, dei nota pública da minha revolta pela forma como se resolveu o Banif. Uma humilhação que Portugal pagou, curvado, não só perante a arrogância, como principalmente perante uma insuportável hipocrisia de Bruxelas — que, em nome da propalada concorrência, não permitiu que o Banif fosse capitalizado com dinheiro do Estado português, nem integrado na CGD … mas que, em paralelo, obrigou a que este fosse devidamente acolchoado em dinheiro público para, depois, ser entregue a um dos gigantes do mercado bancário europeu.

O que se passou com o Banif é, aliás, um excelente indicador para se perceber os caminhos que a UE tem vindo a trilhar e o quanto eles podem fazer perigar a sua própria sustentabilidade futura.

Sempre julguei que este triste exemplo, tivesse despertado em todos nós a necessidade de passarmos a defender o interesse nacional com outra garra e outra firmeza. Compreendi a dificuldade do atual Governo ter, na altura, conseguido fazer de forma diferente, uma vez que o caso lhe desabou em cima, logo no momento em que tinha acabado de tomar posse. Mas, no que concerne ao Novo Banco, a situação já é bem diferente e o Governo não pode fugir a nenhuma responsabilidade.

As regras para a venda do Novo Banco determinavam que o comprador deveria adquirir 100% do capital, não podendo também solicitar quaisquer garantias ao Estado português. Dentro destas condições, o Banco de Portugal (BdP), através do Fundo de Resolução, acordou com os dois candidatos finais, o grupo Apollo e o Lone Star, que o prazo para a obtenção de dados terminava a 24 de fevereiro de 2017. Estranhamente, a 17 de fevereiro, o BdP, com a concordância do Governo, interrompeu este processo e passou a negociar apenas com o Lone Star.

Esta decisão de dificílima compreensão, fragilizou de forma evidente o interesse público, sendo certo, que o que se lhe seguiu ainda se revelou bem pior.

Primeiro, porque em vez de negociar em paralelo com os dois candidatos, maximizando o valor de venda, o BdP passou a dialogar apenas com um candidato, o que o colocou numa posição de inferioridade.

Em segundo, porque o vendedor aceitou, subitamente, oferecer 3,9 mil milhões de euros em garantias ao Lone Star sobre possíveis imparidades adicionais existentes no Novo Banco (ou seja, no BES bom, lembram-se?…), quando o discurso do próprio Governo foi sempre bem claro dizendo que tal não seria concedido e o candidato Apollo também não o havia solicitado.

Em terceiro, porque, ao arrepio do que tinha sido inscrito nas regras de alienação, o Estado por via do Fundo de Resolução vai ficar com 25% do capital, aceitando a humilhação de esses 25% não terem direito a voto, nem sequer direito a representantes na administração.

Em quarto, porque não se estabeleceu o “princípio de preferência múltipla”, que daria aos 25% detidos pelo Estado, o direito de preferência quando o Lone Star vender os seus 75%, se considerar que o futuro accionista não é desejável para o sistema bancário português, ou porque o preço de venda é demasiadamente baixo.

Em quinto, porque não se procura dar a possibilidade de essa participação no capital poder vir a ser adquirida por investidores portugueses, quando o Apollo já tinha anunciado que iria trazer consigo um parceiro nacional.

Em sexto, porque ao alterar completamente as regras de jogo não permitiu que outros potenciais concorrentes o pudessem ser, já que agora teriam direito a receber este novo bónus de 3,9 mil milhões de euros.

Perante tudo isto, só parece haver uma posição ética e moralmente aceitável: anular esta espécie de concurso com regras em constante mutação e abrir um novo, em que a concorrência e a igualdade de oportunidades sejam devidamente salvaguardadas; ou, no mínimo, dar um prazo para que outros potenciais interessados se possam candidatar nas condições presentemente oferecidas.

É mais do que justo e eticamente imperioso, que, por exemplo, os bancos que operam em Portugal, designadamente os que ainda têm algum capital português, possam também apresentar uma proposta. Até porque, são eles que, ao contribuírem obrigatoriamente para o Fundo de Resolução, vão ter de, a longo prazo, pagar esta nova garantia de quase 4 mil milhões de euros que o governo e o BdP estão agora a oferecer ao candidato único que pretendem escolher.

É por demais evidente que seguir este caminho só poderia ter um efeito positivo nas nossas finanças públicas e no nosso sistema bancário. E, se assim é, se qualquer pessoa de bom senso o entende, porque razão o Governo e o Banco de Portugal não o fazem? Que razões haverá para que não se proceda da forma mais equilibrada e mais transparente? Qual a lógica para não se querer dar oportunidade a uma proposta melhor?

Em face da dimensão do que estamos a falar, da brutalidade com que o sistema bancário tem penalizado os portugueses e, fundamentalmente, em nome da transparência democrática, o Governo só pode tomar uma de duas atitudes: ou dá oportunidade a outros potenciais concorrentes, ou explica transparentemente porque não o faz.

Porque, acima de tudo, uma palavra se impõe que seja dita perante tudo o que os portugueses têm sido obrigados a suportar no sistema financeiro: BASTA!

Economista, partner da Boyden

Obrigacionistas propõem comprar o NB em cima da troca de dívida

Terça-feira, Maio 30th, 2017

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Negócios

Um grupo de investidores que diz ter 30% das obrigações do Novo Banco propõe-se comprar a instituição e critica a troca de dívida indispensável à venda do banco à Lone Star. Proposta surge a poucos dias do início dos contactos que vão lançar a operação da troca, que arrancam na próxima semana.

Uma aliança de investidores institucionais que reclama ter mais de 30% das obrigações do Novo Banco escreveu à administração da instituição e ao Banco de Portugal a criticar a oferta de troca de dívida que está a ser ultimada e propondo-se comprar o banco nas condições acordadas com a Lone Star, de acordo com o informação avançada pelo Eco e que confirmada pelo Negócios.

A iniciativa é protagonizada pela PJT Partners que se assume representante dos obrigacionistas, cuja identidade não é identificada. Foi esta sociedade que escreveu duas cartas à equipa liderada por António Ramalho e que, na quinta-feira, endereçou uma primeira missiva ao Banco de Portugal pedindo acesso à informação detalhada sobre o Novo Banco, o chamado “data room” que foi consultado pelos cinco candidatos que participaram no processo de venda da instituição.

A proposta dos obrigacionistas chegou a poucos dias do início dos contactos informais que o Novo Banco vai começar a promover na próxima semana com o objectivo de auscultar os principais investidores com dívida da instituição, tal como o Negócios avançou a 23 de Maio. Uma iniciativa em que a instituição liderada por António Ramalho já contará com a ajuda dos três bancos de investimento internacionais contratados para liderarem a oferta de troca: Mediobanca, JP Morgan e Deutsche Bank, nomes avançados pelo Eco.

Os contactos com os investidores ajudarão o Novo Banco e o Banco de Portugal a recolher informação sobre as preocupações dos obrigacionistas para que, na medida do possível, lhes possa ser dada resposta quando forem fechadas as condições finais da oferta pública de troca de dívida. O objectivo é lançar formalmente a operação durante o mês de Junho.

Como revelou Sérgio Monteiro, consultor do Banco de Portugal para a venda do Novo Banco, no Parlamento, na terça-feira, “o esforço que está a ser feito é ter uma proposta [de troca de dívida] que valha por si e que não seja vista como algo que seja destruidor de valor” por parte dos detentores das obrigações. “Os obrigacionistas estarão sempre mais protegidos se tiverem um banco viável”, avisou este responsável que considerou “muito elevada a probabilidade de [a operação] se concluir” com êxito.

A oferta de troca de dívida é uma condição imprescindível para que a venda do Novo Banco à Lone Star se possa concretizar. O objectivo é gerar 500 milhões de euros que permitam reforçar a solidez da instituição, o que, na prática, significa que os obrigacionistas terão de abdicar deste valor.

Este montante será gerado através da conjugação de três alterações essenciais às condições de todas as emissões de obrigações do Novo Banco: redução dos juros pagos, alteração do prazo de reembolso e corte no valor nominal.

“Não acredito que deputados vão de férias sem solução para lesados do BES”

Terça-feira, Maio 30th, 2017

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Público

Luís Miguel Henrique, representante de clientes lesados pelo BES, alerta para atraso na aprovação da proposta de lei para o fundo de recuperação destinado aos clientes de papel comercial do BES. “As pessoas contam ter a primeira tranche nas suas contas bancárias” entre Julho e Agosto”, avisa.

O que está a atrasar a solução para os lesados do BES?
Tínhamos a expectativa de que, na passada semana, o diploma [de criação do fundo que vai permitir pagar boa parte do capital investido pelos lesados] tivesse entrado na conferência de líderes, para ser agendada a votação na generalidade. Tivemos a iniciativa de reunir com todos os grupos parlamentares, para sensibilizar para várias mensagens. Primeiro, agradecemos a todos, porque sem o relatório da comissão parlamentar de inquérito de 2015 [ao BES], com a aprovação de todos os partidos, nada disto tinha acontecido. É a origem legal de tudo. No relatório, os partidos elencaram onze condições para que uma solução fosse encontrada. Esta solução respeita as onze condições, que eram cumulativas. Segundo, pedimos que os clientes lesados não fossem arma de arremesso político, que os deputados percebam a dimensão humana e o drama que está por trás. E terceiro, sensibilizámos para a importância de termos isto implementado antes dos deputados irem de férias. Não nos passa pela cabeça que a Assembleia da República (AR) feche para férias e que estas pessoas passem, pelo terceiro Verão consecutivo, um período de extrema ansiedade e dificuldade, sem solução para o problema. E atenção, no final de Julho, princípio de Agosto, as pessoas contam ter a primeira tranche nas suas contas.

Não consigo saber. Mas tenho a garantia que esta semana estará agendada [a votação] para que se inicie todo o processo legislativo, que será rápido, porque CMVM e Banco de Portugal fizeram parte do grupo de trabalho que preparou tudo. O que se segue, a criação do fundo, a emissão da garantia, a contratação do financiamento, tudo isso está parado. E com algum esforço de todos, acredito que consigamos cumprir os prazos.

A garantia do Estado pode ser um problema político?
Não acreditamos. Até porque a garantia já está prometida e assegurada há muito tempo, desde Dezembro do ano, quando foi assinado o memorando de entendimento. É condição sine qua non. A própria CMVM já deixou expresso que sem a garantia de que as três tranches são cumpridas, o fundo não será constituído.

E o que pode mudar entretanto no modelo final da garantia?
Não acredito que nada de nuclear possa sofrer qualquer alteração. Seja nos montantes a receber, seja nos prazos, nos percentuais, nas garantias, no governance. Já fiz parte de vários grupos de trabalho e nunca encontrei uma situação tão complexa de resolver, mas por outro lado uma solução que a todos satisfaça de uma maneira tão plena. Já fizemos quase 40 reuniões de trabalho em ano e meio e conseguiu-se criar um clima de trabalho em que as entidades não estão a olhar para o seu umbigo e conseguem focalizar-se no bem comum. E foi isso que permitiu, numa situação muito difícil, chegar a uma conclusão que mereceu 97% a 99% de adesão. Também as pessoas, apesar de algumas delas receberem só metade do que tinham direito, acabam por perceber que esta é a melhor solução. Não a moralmente mais justa, mas aquela que do ponto de vista prático é alcançável.

A garantia do Estado é global ou activada a cada tranche?
O montante será globalmente garantido, é a única certeza que podemos dar. Até sexta-feira, não sabíamos qual o montante global, porque não sabíamos quantas pessoas iam aderir. Por acaso, são 97% [de forma indicativa] mas podem ser menos. Portanto, não sabendo o montante global, não sabemos a forma como vai ser concretizada. Agora, do ponto de vista temporal, e isso sim podemos antecipar, ela terá de garantir o pagamento da primeira tranche que virá de financiamento bancário.

A primeira tranche cobre 30% do valor investido, pago com um empréstimo garantido. E a segunda e terceira?
Terão de ser asseguradas através da garantia estatal. Mas pode ou não ser necessário fazer outras formas de financiamento. Ninguém sabe hoje se será necessário [novo empréstimo]. Imagine-se que daqui a sete ou nove meses, porque se ganhou uma acção, porque se fez um acordo – há um conjunto de entidades privadas que continuaram a ser processadas – se chega à conclusão que não será preciso contrair nenhuma segunda ou terceira linha de financiamento ou sequer executar a garantia.

O dinheiro da liquidação do BES vai pagar de forma directa o empréstimo garantido?
Sim. Temos quatro tipos de créditos contingentes que passam a ser automaticamente deste fundo: Um, a reclamação no Luxemburgo (crédito sobre emitentes); Dois, a reclamação do BES (crédito sobre liquidação); Três, o valor do crédito pela diferença (NCWO-No Creditor Worse Off) que se apurou – só aqui são 31% sobre os tais 430 milhões de euros; Quarto, crédito sobre outros responsáveis, auditores e bancos de investimento. Quando isto é recuperado, vai directamente para o fundo e para pagar o empréstimo. Porque estas pessoas têm a séria esperança de recuperar o resto do dinheiro de que estão a abdicar, que não é a fundo perdido, seja os que estão a receber só 75% e ainda contam receber os outros 25%, seja os que recebem 50% e que ainda contam receber uma parte. O que só pode ser feito se o fundo receber através dos tais créditos contingentes mais dinheiro do que é a soma das parcelas. Se 100% das pessoas aderirem, estamos a falar de uma conta global dos três anos de 286 milhões. Se o Estado fosse condenado hoje, a acção já custava 490 milhões de euros. Há aqui uma diferença que as pessoas estão a abdicar para já, mas não definitivamente. Para que as pessoas possam recolher mais do que está a ser garantido agora, primeiro tem que estar pago o valor da garantia, o valor do custo de financiamento e o custo do próprio fundo, que será mínimo. Depois, de tudo o que houver, é dividido pro rata em função do capital que lá tenham.

A decisão de garantia no momento de pagar cada tranche vai sempre às Finanças?
O fundo, até pela questão do impacto nas contas públicas, tem de ser uma entidade privada de gestão privada. Este fundo não tem unidades de participação mas sim aquilo que é uma nova figura, que é unidades de recuperação, URs e não UPs. Os titulares das URs são os clientes finais, portanto é uma titularidade privada. A gestão privada também o será porque as entidades oficiais, sejam reguladores ou Finanças, não têm representação directa na gestão do fundo. Mas haverá uma comissão de acompanhamento onde estão os reguladores, as Finanças e os clientes, através da Associação. Seja nessa comissão, seja enquanto emissor da garantia, as Finanças vão decidir a cada momento o que se justifica. Se porventura, em 2018 ou 2019, o fundo já tiver recuperado tanto ou mais do que teria de entregar, essa garantia não terá de ser usada.

De que forma esta solução afecta as contas públicas?
Por força dos resultados financeiros que o país tem conseguido, a importância desta questão hoje não é igual à de 2016 ou 2015. Mesmo que alguma coisa ocorra, e poderá ter alguma décima ou centésima que possa tocar [as contas públicas], houve o cuidado em função das regras do Eurostat de tentar que este fundo e a garantia tenham o menor impacto possível nas contas públicas, porque a titularidade e gestão são privadas e porque a garantia será partida ao longo dos três anos.

Como explica o enquadramento fiscal amigável do fundo?
Este novo diploma é uma solução que fica no regime jurídico. Assim, aquilo que as pessoas vão recuperar é dinheiro sobre o qual as pessoas já tinham pago imposto. A única coisa que teve de se garantir foi para evitar uma dupla tributação. Vamos imaginar que o fundo funciona tão bem que ganha as acções em tribunal, que são 100% do capital mais os juros. Estamos perante um cenário em que a pessoa recupera mais dinheiro do que perdeu. Naquilo que for a sua mais-valia, esse montante é taxado. A única coisa que não é taxada é aquilo que era dinheiro dos clientes e eles perderam. Não há nenhuma isenção ou benefício fiscal.

Dos 97% de lesados que aderiram ao fundo, já todos têm queixas em tribunal?
Não. Esse é um problema grave. Os titulares de papel comercial tiveram a liberdade de escolher se queriam associar-se. Mesmo dentro da associação, há vários colegas que fazem o contencioso. E depois existem mais 58 ou 59 advogados que representam outros clientes que têm acções. Nem todos fizeram a mesma coisa, há quem já tenha reclamado no Luxemburgo, outros não, quem tenha reclamado créditos do BES, outros não. Há quem tenha processado entidades privadas, outros não fizeram nada. Outros puseram acções que já começaram a ter sentenças negativas porque estavam fundamentadas de forma errada. As coisas não estão em uníssono

Se a lei passar para depois do Verão, clientes podem desistir?
Desistir, não. Nós assumimos dois compromissos: um, perceber que não era possível continuar a exigir 100% [da recuperação]; dois, a partir do momento em que houvesse uma via de diálogo séria e formalizada, as acções de protesto público paravam. E isso aconteceu. Posso dizer-lhe que o que mais desgaste cria no seio da associação, ao ponto de ter levado mesmo a algumas demissões, é algum receio de quem deu a cara por estas pessoas, criando a expectativa de pagar alguma coisa em Julho e Agosto, e isso está a criar muito mal-estar.

A venda do Novo Banco ao Lone Star tem impacto nesta solução?
Não tem qualquer impacto nesta solução. Mas a solução tem impacto na venda do Novo Banco, porque de outra forma não teria sido exigido que o Novo Banco e o seu comprador ficassem excluídos de responsabilidade futuras nos casos de litigância que o fundo irá assumir.

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Emigrantes lesados do BES protestam em Paris

Domingo, Maio 28th, 2017

Citamos

RTP com som

Cerca de uma centena de emigrantes lesados do BES juntaram-se este sábado em Paris num novo protesto. Os emigrantes ergueram bandeiras de Portugal e cartazes em que se lia que os “bancos portugueses” são um “perigo”.

 

Emigrantes lesados entregam petição no Parlamento Europeu

Sábado, Maio 27th, 2017

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Diário de Notícias

A Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP) entregou uma petição no Parlamento Europeu em que considera que a resolução do Banco Espírito Santo (BES) é ilegal ao pôr em causa o direito de propriedade sem dar qualquer compensação.

No texto enviado para o Parlamento Europeu, a que a Lusa teve hoje acesso, os peticionários consideram que quando as autoridades de um país decidem pela resolução de um banco, como aconteceu no BES, querem proteger o sistema bancário como um todo, mas esquecem-se que nesse processo “prejudicam, de forma catastrófica, a vida de milhares de cidadãos”.

“O mecanismo de resolução dos bancos é uma ferramenta que serve os mercados, mas deixa os seres humanos para trás”, consideram cerca de 500 emigrantes que investiram em produtos do BES e que, no resgate deste, sofreram perdas.

Após a resolução do BES, em 04 de agosto de 2014, mais de 10.000 clientes emigrantes (sobretudo de França e Suíça) vieram reclamar mais de 720 milhões de euros, acusando o banco de lhes ter vendido produtos arriscados (ações de sociedades veículo) quando lhes tinha dito que se tratavam de depósitos a prazo para não residentes.

A responsabilidade sobre estes produtos ficou, na resolução do BES, no Novo Banco – o banco de transição então criado -, que em 2015 propôs uma solução comercial que teve a aceitação de cerca de 6.000 (80% do total) emigrantes.

Contudo, houve centenas de clientes que não aceitarem, por considerarem que a proposta era injusta e arriscada (até por incorporar obrigações do Novo Banco que têm o seu vencimento apenas daqui a 30 anos e sem cupão anual) e a outros milhares de clientes o Novo Banco não fez qualquer proposta, argumentando que não era possível devido ao tipo de instrumentos financeiros abrangidos.

Desde então, a AMELP tem intensificado as suas ações de luta, com vista a conseguir uma solução que minimize as perdas sofridas, à semelhança do que aconteceu com o mecanismo de compensação criado para os clientes lesados do papel comercial.

Já este mês, a AMELP anunciou mesmo que colocou na Justiça ações contra os funcionários do BES (que agora estão no Novo Banco) que venderam os produtos que levaram a perdas financeiras.

Ainda na petição entregue no Parlamento Europeu, os emigrantes citam a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, em específico o artigo 17 sobre o direito de propriedade, que diz que “todas as pessoas têm o direito de fruir da propriedade dos seus bens legalmente adquiridos, de os utilizar, de dispor deles e de os transmitir em vida ou por morte” e que “ninguém pode ser privado da sua propriedade, exceto por razões de utilidade pública, nos casos e condições previstos por lei e mediante justa indemnização pela respetiva perda, em tempo útil”.

Segundo os emigrantes, o BES foi resolvido em 2014 e até agora nenhum dos associados recebeu qualquer compensação pelos dados sofridos.

Esta petição é ainda muito crítica para com o sistema judicial português, referindo que os tribunais civis têm recusado julgar ações sobre a legalidade da resolução do BES dizendo que isso cabe aos tribunais administrativos.

Contudo, já estes justificam-se com a “falta de agenda ou excessivo volume de trabalho”.

Assim, dizem os emigrantes, ainda não há qualquer decisão sobre a legalidade da resolução do BES, nem sobre se emigrantes são credores do BES ou do Novo Banco, pelo que pedem que os eurodeputados averiguem a demora da justiça em Portugal.

Neste documento entregue no Parlamento Europeu, é recordado que o que os emigrantes fizeram foi investir as poupanças de uma vida num banco do seu país de origem, Portugal, convencidos de que se tratavam de depósitos para não residentes e que muitos são pessoas com pouca formação, em muitos casos apenas com o quarto ano do ensino básico.

Fundos criam grupo para comprar Novo Banco

Sábado, Maio 27th, 2017

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Eco

 

Fundos criam grupo para comprar Novo Banco

 

Os credores do Novo Banco escreveram uma carta ao Banco de Portugal opondo-se à operação de troca de dívida – rejeição que pode abortar venda à Lone Star – propondo-se eles próprios a comprar o banco.

Pode ser uma grande reviravolta no processo de venda do Novo Banco. Um conjunto de grandes credores do Novo Banco — que juntos detêm mais de 30% das obrigações da instituição — criou um Comité para comprar o Novo Banco.

Este grupo não compreende o processo de troca de obrigações do Novo Banco (Liability Management Exercise -LME, na terminologia financeira anglo-saxónica) que vai implicar que os obrigacionistas possam ter perdas de 500 milhões de euros. Isto porque defendem que o LME não respeita a hierarquia da estrutura de capital (que obriga a impor perdas primeiro a quem tem capital e só depois a quem tem dívida).

Sem eles, que detêm quase um terço da dívida do Novo Banco, a venda aos norte-americanos da Lone Star pode cair por terra, já que uma das condições da operação é que os credores do banco aceitem de forma voluntária a troca das suas obrigações por outras menos rentáveis.

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Como alternativa, propõem-se eles próprios comprar o Novo Banco, “nas mesmas condições” que o Lone Star está a comprar.

Este grupo de grandes investidores escreveu duas cartas a manifestar a posição, uma ao Novo Banco e outra ao Banco de Portugal que foi enviada esta quinta-feira. O ECO teve acesso às duas cartas.

No dia 16 de maio, seguiu a primeira carta com destino ao Novo Banco, endereçada a António Ramalho e a Rui Cartaxo, e à restante administração do banco. Nela, este grupo de investidores anuncia que criou um Comité de Credores do Novo Banco, tendo contratado a firma britânica PJT Partners como assessora financeira.

A carta, a que o ECO teve acesso, tem três pontos:

No ponto 1 o Comité “não percebe porque é que é exigido a operação de LME (troca de obrigações)” e escreve que o Novo Banco “não deu nenhuma justificação legal ou comercial para a necessidade de ter de haver este LME, a não ser o facto de ter sido incluída como condição para venda à Lone Star”.

No ponto 2, chega a grande novidade. Este grupo de credores considera que “se o Lone Star não conseguir completar a compra do Novo Banco sem o LME, então o Comité está disposto a discutir uma transacção em termos semelhantes à que foi acordada com o Lone Star”.

Ou seja, se a venda falhar por causa da impossibilidade em realizar a troca de obrigações, que está nas mãos destes investidores, então este grupo está disposto a “stepping into Lone Star’s shoes on similar terms” [calçar os sapatos da Lone Star nos mesmos termos], como explicou ao ECO um elemento próximo desse grupo de investidores. Esta posição é relevante já que sem o acordo destes credores a venda pode cair por terra.

No ponto 3 da carta, o Comité garante que está de “boa-fé nesta discussão sobre a troca voluntária [o itálico é da carta] de dívida”, e acrescenta que existe um sem número de opções “que poderão ser mutuamente benéficas para o banco e para os detentores de dívida”.

Nova carta seguiu ontem para o Banco de Portugal

No final da carta, o Comité convida o Novo Banco para uma reunião para discutir a proposta, sendo que a carta foi acompanhada por um conjunto de anexos a discriminar as linhas de obrigações de que estes credores são detentores. O problema é que a resposta, pelo menos até esta sexta-feira, não tinha chegado.

Como tal, este grupo enviou esta quinta-feira uma segunda carta, mas desta feita ao Banco de Portugal, endereçada ao governador Carlos Costa, ao vice Pedro Duarte Neves e a Sérgio Monteiro que tem sido consultor externo do Fundo de Resolução no processo de alienação.

Nesta missiva, o Comité começa por dar conta da carta que escreveu ao Novo Banco, e depois reitera o conteúdo da mensagem contida na primeira carta enviada a António Ramalho.

Os credores fazem questão de dizer ao Banco de Portugal que “se o Lone Star não conseguir completar a compra, então o Comité está disposto a discutir uma transacção, em termos semelhantes aos acordados entre o Lone Star, o Novo Banco e o Fundo de Resolução”. Acrescentam que este negócio proposto oferece “a melhor alternativa se a transacção com o Lone Star não puder ser completada”.

A carta termina com um pedido a Carlos Costa para que este grupo tenha acesso aos dados do Novo Banco “de forma a podermos iniciar a nossa due diligence do banco” com vista à compra.

O grupo convida ainda o Banco de Portugal para uma reunião para discutir a compra.

Porque estão estão estes credores contra a troca de dívida?

Recorde-se que o Lone Star e o Fundo de Resolução acordaram a venda de 75% do Novo Banco, numa operação em que os norte-americanos vão injectar 750 milhões no capital no curto prazo e mais 250 milhões a longo prazo.

Além disso, o Lone Star garante um mecanismo de garantia, — asset protection scheme (APS) na terminologia financeira — que permite que o Fundo de Resolução possa compensar perdas de até 3,9 mil milhões de euros no capital do Novo Banco provocadas pela venda abaixo do valor de balanço dos ativos não core.

Mas para que toda esta operação se concretize é necessário que se verifique a tal condição de troca voluntária de obrigações que, a acontecer, permitiria reforçar os rácios do Novo Banco em mais 500 milhões de euros.

Uma fonte próxima deste grupo de credores diz ao ECO que a acontecer o LME nos termos propostos, representaria uma quebra no esquema de hierarquia de estrutura de capital consagrado na lei portuguesa e europeia, já que a imposição de perdas forçadas (este grupo não classifica a oferta em cima da mesa de “voluntária”) teria de afectar em primeiro lugar os detentores de capital, neste caso o Fundo de Resolução que permanece com 25% do Novo Banco, e só depois os obrigacionistas seniores.

BES: quase 2.000 lesados aceitaram acordo para receberem parte do dinheiro perdido

Sábado, Maio 27th, 2017

Citamos

TVI

Segundo os números da Associação dos Enganados e Indignados do Papel Comercial, em dois mil lesados, apenas 20 não aceitaram

Terminou esta tarde o prazo para os lesados do BES comunicarem se queriam aderir ao acordo que permite a recuperação de parte do que perderam.

Segundo os números da Associação dos Enganados e Indignados do Papel Comercial, em dois mil lesados, apenas 20 não aceitaram.

Os lesados do BES vão receber apenas parte do dinheiro que perderam e a prestações. No contrato de adesão  é prometido aos lesados a recuperação imediata de 30% do que investiram.

Quem aceitou a solução terá este ano, em princípio, já uma tranche e no ano a seguir o resto da capital correspondente à percentagem do investimento feito”, disse à TVI Ricardo Ângelo, presidente da Associação de Enganados e Indignados do Papel Comercial do BES

O acordo permite a recuperação de 75% do valor investido, desde que não ultrapasse dos 500 mil euros. Se passar este limite, os lesados recebem até 50% do que investiram e em parcelas.

O dinheiro para pagar o que foi reclamado virá, em teoria do Fundo de Resolução. Um fundo que  é pago pelos bancos. Mas a solução encontrada para pagar aos lesados não vai contar com a participação dos bancos que fazem parte do Fundo de Resolução. O Estado vai intervir através de uma garantia direta, até porque, nesta altura, o Fundo de Resolução está sem recursos.

Uma parte que vem pelo Fundo de Resolução. Existe um empréstimo em que será pago através de um fundo, para ir buscar o capital, e que será pago ao fundo que depois paga o empréstimo”, explica Ricardo Ângelo.

Há ainda problemas por resolver. No caso dos emigrantes, foi assinado com acordo com 6 mil clientes do banco que poderão receber parte do que investiram. Mas há ainda 500 que não se conformam e enviaram uma carta ao Parlamento Europeu a contestarem a resolução do BES.

As soluções encontradas para os lesados receberam a luz verde do Lone Star que se propôs adquirir 75% do Novo Banco.

Só que o negócio não está ainda concluído. Falta ainda proceder à troca de obrigações por dívida subordinada, que tem sido contestada, e falta também a aprovação do negócio por parte de Bruxelas e do BCE.

Centeno: Acções judiciais não atrasam venda do Novo Banco

Quinta-feira, Maio 25th, 2017

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Negócios

O ministro das Finanças diz que o processo de venda do Novo Banco “está a decorrer dentro dos prazos previstos e sem atrasos”.

O ministro faz Finanças mostra-se confiante com o processo de venda do Novo Banco, referindo que o negócio com a Lone Star “está a decorrer dentro dos prazos previstos e sem atrasos devido a processos judiciais”.

Em entrevista à Reuters, Mário Centeno salienta que deixou de existir o prazo de 4 de Agosto para fechar a operação de venda, o que é “positivo”, pois este é um “processo de venda que tem muitas contingências”.

“O processo não está parado, aliás ele está a continuar exactamente no ritmo esperado. É sempre um trabalho muito grande do ponto de vista técnico, jurídico, financeiro que está em curso”, afirmou o ministro na entrevista à Reuters, onde dá conta que “as acções judiciais interpostas para travar o processo “não têm qualquer impacto prático neste momento na prossecução e conclusão da venda”.

Sobre o processo interposto pela BlackRock e um conjunto de outros investidores, Centeno responde que “só posso responder com a informação que tenho de quem dirige o processo”, que é o Banco de Portugal. “Quando há incidências de litigância nestas matérias, todos devemos fazer o trabalho com enorme rigor para minorar a possibilidade dessa litigância poder intervir e ter impacto na condução do processo”, refere Centeno.

“Diria que seguramente, sem interferência do que forem as decisões judiciais que a seu tempo serão tomadas, não há, que me tenha sido feita chegar, nenhuma incidência directa dessas incidências e dessa litigância no processo”, acrescentou.

O ministro das Finanças adiantou que “há também conversações com os intervenientes nessa operação de 29 de Dezembro”, em que as obrigações do Novo Banco foram transferidas pra o BES,  “para podermos, enfim, encontrar uma solução que satisfaça os interesses de todos”.

Centeno acrescentou que “estamos em contacto” com a BlackRock, garantindo que “os interesses do Estado são seguramente eliminar os impactos negativos que dessa mesma operação” concretizada em Dezembro de 2015, altura em que “havia uma enorme pressão naquele momento em Dezembro de 2015 sobre toda a situação financeira do país”.

Novo Banco fecha venda do Novo Banco Ásia por 145,8 milhões

Quinta-feira, Maio 25th, 2017

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Eco

Novo Banco fecha venda do Novo Banco Ásia por 145,8 milhões

 

O banco liderado por António Ramalho concretizou a venda de 75% do capital social do Novo Banco Ásia. A restante posição vai ser alienada ao longo dos próximos cinco anos.

O Novo Banco concretizou a venda de 75% do capital do Novo Banco Ásia, operação que vai render ao banco liderado por António Ramalho um montante de 145,8 milhões de euros. O remanescente vai ser alienado ao longo dos próximos cinco anos.

“No seguimento do comunicado de 4 de agosto de 2016, o Novo Banco informa que concretizou a venda de 75% do capital social do Novo Banco Ásia, S.A., a um grupo de investidores liderados pela Well Link Group Holdings, sociedade constituída em Hong Kong, por um valor de 145,8 milhões de euros”, refere o comunicado enviado à CMVM.

O banco refere que “o acordo de venda assinado prevê ainda um conjunto de opções de compra e venda, com condições já acordadas, que cobrem os restantes 25% e são exercíveis num prazo até 5 anos perfazendo um preço total para os 100% de 183 milhões de euros”.

Tendo em conta apenas esta “primeira fase da transacção, nos termos e condições agora definidos, terá um impacto positivo significativo, estimado de 25 a 30 pontos base no rácio de capital Common Equity Tier 1 do Novo Banco”.

O banco presidido por António Ramalho, que está em processo de venda ao Lone Star, diz que esta “transação representa mais um importante passo no processo de desinvestimento de ativos não estratégicos do Novo Banco, prosseguindo a sua estratégia de foco no negócio bancário doméstico e ibérico“.

“No entanto, a manutenção de uma presença acionista do NOVO BANCO no capital do NOVO BANCO Ásia nos próximos 5 anos permitirá desenvolver o seu pilar estratégico de apoio à exportação e internacionalização das empresas portuguesas numa zona geográfica tão importante, designadamente em toda a sua componente do trade finance”, conclui.