Arquivo para Junho, 2017

Ex-diretor do BES Madeira em prisão domiciliária

Sexta-feira, Junho 30th, 2017

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TVI

João Alexandre Silva suspeito branqueamento capitais no caso Venezuela

No Universo BES, há um arguido em prisão domiciliária. Trata-se de João Alexandre Silva, antigo diretor do BES Madeira e ex-representante do Banco Espírito Santo, na Venezuela, apurou a TVI.

Segundo informações recolhidas pela TVI, o arguido foi ouvido na quarta-feira pelo juiz Carlos Alexandre e vai ficar em prisão domiciliária. É suspeito pelo menos de branqueamento de capitais.

A prisão do antigo quadro do BES acontece uma semana depois de o Ministério Público ter realizado buscas em residências, bancos e empresas em Lisboa e na Madeira.

Estão em causa as polémicas cartas de conforto de Ricardo Salgado ao investidor ‘Petróleos da Venezuela’, no valor de 260 milhões de euros.

A investigação quer saber se houve intenção de prejudicar o grupo BES. E ainda se o GES montou um esquema financeiro para ajudar a ‘Petróleos da Venezuela’ a branquear capitais.

 

 

Há investidores que vão escapar a perdas no Novo Banco

Sexta-feira, Junho 30th, 2017

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Eco

Há investidores que vão escapar a perdas no Novo Banco

A venda do Novo Banco à Lone Star está dependente de uma operação de troca de obrigações que vai impor perdas aos credores. Mas há uma linha que vence hoje e que vai escapar às perdas.

Foi há três meses, mais precisamente a 31 de março, que António Costa e Mário Centeno anunciaram ao país a venda do Novo Banco aos norte-americanos do Lone Star.

A operação implica uma injeção de 750 milhões de euros no imediato, e de mais 250 milhões no espaço de três anos, por parte dos norte-americanos, que vão ficar com 75% do capital do Novo Banco.

No acordo de venda também ficou previsto que o Fundo de Resolução assuma uma garantia (ou um mecanismo de capital contingente) de 3,89 mil milhões, caso a venda de ativos mais problemáticos tenha um impacto negativo no capital da instituição. Por fim, e para que a operação tenha sucesso, o banco liderado por António Ramalho terá de propor aos credores seniores do banco uma operação de troca de obrigações que vai implicar perdas de cerca de 500 milhões de euros (e reforço de rácios de capital no mesmo montante).

Esta operação, conhecida como Liability Management Exercise (LME) na terminologia anglo-saxónica, levou logo no dia do anúncio da troca a que o banco desse ordem para congelar e suspender a negociação de 38 linhas de obrigações de credores que investiram três mil milhões de euros em dívida da instituição bancária.

Desde então não voltaram a negociar em mercado regulamentado e, esta quarta-feira, chega à maturidade a primeira dessas 38 séries de obrigações congeladas.

Esta série que vence hoje, de uma obrigação com maturidade a 28 de junho e com um cupão de 5,75%, foi emitida com um valor nominal total de 200 milhões de euros, mas a instituição bancária diz que já procedeu à recompra de 175 milhões, o que quer dizer que no mercado continuam apenas 25 milhões de euros.

E o que vai acontecer aos investidores que estão na posse dessas obrigações?

Ao contrário dos restantes que vão sofrer perdas na operação de troca que lhes será proposta — isto se aceitarem as condições do LME — estes credores vão sair ilesos, sem perder um cêntimo, já que o Novo Banco garante que vai pagar estes primeiros 25 milhões de euros em dívida sem impor perdas.

Fonte oficial do Novo Banco confirmou ao ECO que esta primeira linha de obrigações vence esta quarta-feira, mas que será paga na totalidade, sem nenhum tipo de haircut. A próxima obrigação que o banco terá de reembolsar só chega à maturidade em julho do próximo ano (ver tabela em baixo).

Há três meses que os obrigacionistas do Novo Banco esperam por uma proposta que tarda em chegar por parte do Novo Banco e do Fundo de Resolução mas, pelo menos para uma pequena parte de investidores, a espera até foi uma boa notícia já que escaparam às perdas na operação de troca de dívida.

A aceitação desta operação de LME é voluntária e, sem ela, a venda do Novo Banco à Lone Star regressa à estaca zero. Mas estes credores têm alguns incentivos em aceitar a operação de troca, já que sabem que abortar a venda do banco poderia conduzir a um cenário de liquidação e, eventualmente, à perda de parte substancial do capital.

Mas ainda vão ter de esperar mais alguns dias para conhecer a proposta de troca de dívida. Na semana passada, o ECO já tinha noticiado que António Ramalho só deverá apresentar as condições da operação nos primeiros dias de julho.

Há um grupo de investidores estrangeiros — que diz responder por mais de 30% das obrigações do Novo Banco –, que já veio dizer que não aceita as perdas que lhes serão impostas, tendo proposto, ao invés, serem eles próprios a comprar o banco português.

Líder da UGT testemunha “admiração” dos trabalhadores do BES por Ricardo Salgado

Terça-feira, Junho 27th, 2017

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Público

Carlos Silva é testemunha abonatória no processo que corre no Tribunal da Concorrência, em Santarém.

O secretário-geral da UGT e antigo funcionário do Banco Espírito Santo (BES) garantiu nesta segunda-feira os trabalhadores banco tinham uma “grande admiração” e até “reverência” para com o presidente do BES, Ricardo Salgado. Carlos Silva falava no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, em Santarém.

Carlos Silva, que foi funcionário do BES desde 1988 (tendo passado para o Novo Banco, ao qual está requisitado desde 2013), aceitou ser testemunha abonatória de Ricardo Salgado no processo que julga os pedidos de impugnação às contraordenações aplicadas pelo Banco de Portugal ao ex-presidente do BES (quatro milhões de euros) e ao ex-administrador Amílcar Morais Pires (600.000 euros) por, apesar de conhecerem a situação líquida negativa da Espírito Santo Internacional, terem permitido que fossem comercializados títulos de dívida desta instituição junto de clientes do banco.

Carlos Silva sublinhou o facto de Ricardo Salgado ter mantido sempre uma relação próxima com os trabalhadores – “ele sabia o nome das pessoas” -, de saber “apreciar” o seu trabalho, de “reconhecer o mérito”, de não exercer represálias sobre dirigentes sindicais, alguns dos quais membros do PCP e que chegaram a cargos de direcção.

Questionado pelo advogado de Ricardo Salgado sobre a ideia que tem sido passada de que “decidia sozinho”, Carlos Silva afirmou que “essa imagem veio depois de 2014”.

Segundo o dirigente da UGT, pela sua experiência, “naturalmente” Ricardo Salgado era o presidente, mas as decisões “eram colegiais”.

“Conseguia uma gestão inclusiva”, disse, acrescentando que “havia verticalidade nas decisões, mas as propostas também vinham de baixo para cima”.

Carlos Silva referiu a “vaidade” e o “orgulho” que os trabalhadores sentiam no BES, realçando que este deu “passos decisivos” em matéria laboral, nomeadamente na contratação colectiva, que “arrastou outros bancos”.

“Nós tínhamos uma camisola muito prestigiada. Quando desapareceu” houve “estupefacção” e um “sentimento de orfandade”, frisou.

Carlos Silva, que assistiu ao regresso da família Espírito Santo quando se deu a privatização do BES em 1991 – altura de um “crescimento orgânico, com a abertura de mais agências e mais espalhadas pelo país” -, afirmou que, quando se deu o colapso do banco, “houve falta de solidariedade dentro da família”.

“Quando ficou sozinho, caiu sozinho. É triste, mas enfim. Depois de 2014 ficou sozinho. Não tenho dúvidas nenhumas”, rematou.

Ao contrário da generalidade das sessões, Ricardo Salgado não esteve presente na audiência de julgamento no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, em Santarém.

O julgamento dos pedidos de impugnação apresentados por Ricardo Salgado e Amílcar Pires junto do TCRS iniciou-se 6 de Março e tem audiências agendadas de segunda a quinta-feira até 12 de Julho, estando em curso a audição das testemunhas arroladas pelo ex-presidente do BES.

Bruxelas espera aprovar venda do NB ainda em Julho

Terça-feira, Junho 27th, 2017

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Negócios

A compra do Novo Banco pela Lone Star já foi notificada a Bruxelas, que decidiu avaliar a operação através de procedimento simplificado. A Comissão Europeia espera decidir até 17 de Julho. Em paralelo, está a escrutinar o plano de negócios da Lone Star para o banco.

 

Salgado e Ricciardi acusados pela CMVM

Terça-feira, Junho 27th, 2017

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Negócios

A CMVM decidiu acusar oito antigos gestores do BES pelo facto de terem dado informação “não verdadeira” aos clientes do banco que investiram em papel comercial da ESI e da Rio Forte, avança a Sábado. Ricardo Salgado e José Maria Ricciardi arriscam coimas de cinco milhões cada.

Ricardo Salgado, José Maria Ricciardi e José Manuel Espírito Santo são três dos antigos administradores do BES acusados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, numa contra-ordenação relacionada com a venda de papel comercial da Espírito Santo International e da Rio Forte aos clientes do banco, noticia a Sábado, esta quarta-feira, 21 de Junho.

A entidade de supervisão concluiu que os clientes do banco e investidores em papel comercial das “holdings” do antigo Grupo Espírito Santo tiveram acesso a informação que “não era verdadeira, não era completa, não era actual e não era lícita”, de acordo com a decisão de 2 de Junho, citada pela revista.

Além de Salgado, Ricciardi e José Manuel Espírito Santo, são também acusados neste processo Ricardo Abecassis, Pedro Mosqueira do Amaral, Manuel Fernando Espírito Santo, Rui Silveira e Amílcar Morais Pires. Todos, à excepção deste último, são acusados de oito infracções, puníveis com coimas individuais de 25 mil a 5 milhões de euros.

Entre os acusados estão ainda o BES, visado por seis acusações, e o Banco Haitong, antigo BES Investimento, acusado de duas infracções.

Após terem sido notificados, os acusados têm 20 dias para apresentarem a sua defesa. Só depois desta fase, que deve implicar a audição de testemunhas, haverá uma decisão final da CMVM.

ABESD e lesados da Venezuela entregam hoje petição no parlamento

Sexta-feira, Junho 23rd, 2017

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Notícias ao Minuto

A Associação de Defesa de Clientes Bancários (ABESD) e representantes da comunidade portuguesa na Venezuela entregam hoje uma petição na Assembleia da República para que o Governo alargue solução dos lesados do BES às sucursais externas financeiras.

documento conta com 5.000 assinaturas e será entregue hoje pelas 15:00 ao vice-presidente da Assembleia da Republica, José Manuel Pureza.

Em comunicado, a ABESD refere que, face à difícil situação que se vive na Venezuela e ao clima económico severo que o mesmo atravessa, esta importante comunidade de emigrantes portugueses irá pedir à Assembleia da Republica que não permita que existam discriminações nas soluções a aplicar aos lesados do BES.

“Também estes emigrantes foram alvo de ‘misselling’ [vendas fraudulentas] de produtos, tendo em conta que foi o mesmo tipo de produtos que foi vendido na rede comercial em Portugal e nas sucursais externas financeiras, como a Venezuela”, refere Janet Silva Pereira, uma das representantes do grupo da Venezuela que integra a ABESD, citada na nota.

Constituída em julho de 2014 após o colapso do grupo BES/GES, a ABESD é uma associação sem fins lucrativos, cujos associados são clientes (incluindo emigrantes) das sucursais externas financeiras do grupo BES em países como a Venezuela, África do Sul e Suíça.

BES: PSD exige informações sobre acordo com lesados

Sexta-feira, Junho 23rd, 2017

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Dinheiro Vivo

O PSD exigiu ao primeiro-ministro que informe o parlamento e o país sobre “as condições, termos, custos e exclusões do acordo” com os lesados

O PSD exigiu ao primeiro-ministro que informe o parlamento e o país “imediata e cabalmente” sobre “as condições, termos, custos e exclusões do acordo no qual interveio” com os representantes dos clientes lesados pelo Grupo Espírito Santo. Numa pergunta entregue na Assembleia da República dirigida a António Costa, hoje divulgada, o PSD refere que “no final de 2016, o Governo anunciou a obtenção de um acordo com os representantes dos clientes lesados pelo Grupo Espírito Santo, através do qual terá sido encontrado um modelo de solução para alguns dos investidores não qualificados, titulares de papel comercial de entidades do Grupo Espírito Santo”.

Em dezembro, o grupo parlamentar do PSD dirigiu um requerimento ao primeiro-ministro pedindo informação detalhada sobre este acordo, que até agora não teve resposta. “As notícias que sucessivamente têm vindo a público não são tranquilizadoras quanto à existência, ou não, de garantias públicas, aos montantes envolvidos e aos potenciais custos atuais e/ou futuros para os contribuintes”, consideram os sociais-democratas. No requerimento, o PSD volta a desafiar o Governo a “cumprir os mínimos da transparência democrática e enviar à Assembleia da República o alegado acordo celebrado com os representantes dos clientes que compraram papel comercial do Grupo Espírito Santo nos canais de venda do BES, em cuja negociação o Governo interveio”.

“Esse acordo envolve alguma garantia pública ou qualquer forma de responsabilidade ou compromisso do Estado ou de recursos públicos, qualquer que seja a sua natureza? Em caso afirmativo, qual o montante e condições envolvidos nessa garantia ou instrumento”, questionam os sociais-democratas. O PSD quer ainda saber se o Governo confirma – e, se sim, como justifica – a exclusão e não proteção por este acordo de diversos clientes lesados que subscreveram produtos do Grupo Espírito Santo em condições semelhantes aos que ficaram abrangidos pelo acordo, como emigrantes portugueses em países como Venezuela, África do Sul, França ou Suíça e mesmo residentes em Portugal que subscreveram papel comercial por canais de venda do BES, mas que o banco formalizou através de sociedades localizadas em outras jurisdições. “Pondera o Governo rever o acordo ou, por algum modo, corrigir as exclusões referidas na questão anterior?”, desafiam, num requerimento que tem como primeiros signatários o vice-presidente da bancada António Leitão Amaro e as vice-presidentes do partido e deputadas Maria Luís Albuquerque e Teresa Leal Coelho.

Por último, o PSD desafia o primeiro-ministro a confirmar e explicar por que razão os trabalhadores do Novo Banco estão “expressamente excluídos da renúncia e proteção que está conferida aos trabalhadores das outras entidades abrangidas pelo acordo, designadamente dos supervisores e fundo de resolução”. A solução para os lesados do papel comercial, nomeadamente o enquadramento legal da criação do fundo, vai ser discutida no parlamento na sexta-feira, através da proposta de lei do Governo que regula os fundos de recuperação de créditos.

Lesados do BES: PSD fala em “remendos”, Governo “perplexo”

Sexta-feira, Junho 23rd, 2017

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TVI

Debate sobre o mecanismo de compensação encontrado para os ex-clientes do BES aqueceu o debate parlamentar

A solução para os lesados do BES marcou o debate parlamentar desta sexta-feira, que aqueceu depois de e PSD ter considerado tratar-se de “mais um remendo da gerigonça à custa dos portugueses”,. O secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Mourinho Félix, mostrou-se “perplexo”.

O tema era a legislação que permite enquadrar o mecanismo de compensação para os lesados do papel comercial do BES, através da criação do fundo que pagará as indemnizações aos clientes.

Durante o debate, o deputado do PSD Carlos Silva considerou haver uma “gritante falta de transparência” e que estava “patente que mais uma vez o Governo engedra uma solução ardilosa que acaba de colocar portugueses contra portugueses”.

Esta solução, à boa maneira socialista, é de que alguém há de pagar, não se sabe quando, bem quanto, é mais um remendo da gerigonça à custa dos portugueses. Assim, a gerigonça, através do amigo do primeiro-ministro, arranjou uma solução que se resume a ilibar vigaristas, que venderam a banha da cobra aos clientes bancários”.

Logo as bancadas da esquerda protestaram, mas o deputado ainda teve tempo de fazer uma questão: “Pergunto ao Partido Socialista se o dr. Ricardo Salgado não foi um vigarista”. Disse ainda que havido “cobertura da esquerda do parlamento a vigarices”, o que aumentou ainda mais os protestos.

“Fiquei bastante perplexo pela intervenção do deputado Carlos Silva”, afirmou, por sua vez, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix.

Os lesados que estamos a falar não são um grupo de gananciosos, estamos a falar de um conjunto de pessoas que compraram um conjunto de ativos. Num Estado de Direito os criminosos não são definidos pelo parlamento, mas sim pelos tribunais”.

O governante salientou ainda que na proposta não há “nenhum tipo de pessoas que esteja isenta” da sua culpa no processo, ou seja, é possível “demandar todos aqueles que foram culpados, que dolosamente agiram no sentido de prejudicar estas pessoas”.

O deputado socialista João Galamba, dirigindo-se ao deputado do PSD Carlos Silva, recordou que “todos os partidos votaram por unanimidade”, na comissão criada para o efeito, a necessidade de se encontrar uma solução para os lesados do papel comercial do BES.

Os lesados aqui presentes [nas galerias] merecem uma solução, a última coisa que precisamos é de criar confusões”

Com este mecanismo, defendeu, “não estamos a criar aqui novos passivos para o Estado, temos de ser consequentes com as recomendações que fazemos. A garantia e solução encontrada é equilibrada, todos os lesados prescindem das suas ações contra o Estado”, afirmou, aludindo aos vários processos colocados contra o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Já a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua salientou que “ninguém apoia” Ricardo Salgado (antigo presidente do BES) e que, “não sendo esta solução perfeita”, não seria pelo BE que a proposta do Governo não seria aprovada.

Por sua vez, do CDS-PP, Cecília Meireles questionou o secretário de Estado sobre “quem é que adquire através desta solução o direito de minorar as perdas com beneplácito do Estado”. “O parlamento não é uma casa de cheques em branco: Quanto é que isto vai custar a cada português e que impacto é que isso vai ter nas finanças públicas”, questionou ainda a deputada, embora tenha afirmado que o partido não iria ser um obstáculo.

Por sua vez, o deputado do PSD Duarte Pacheco questionou o secretário de Estado sobre a razão de “esconderem a letra do acordo do país”.

Em resposta sobre o acordo, Ricardo Mourinho Félix afirmou: “Oh senhores deputados, desculpem lá, se forem ao ‘site’ da CMVM está lá o acordo. Portanto, se os senhores deputados não conhecem o acordo é porque também não foram à procura”.

Moody’s: Se troca de obrigações falhar, aumenta o risco de liquidação do Novo Banco

Sexta-feira, Junho 23rd, 2017

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Eco

Moody’s: Se troca de obrigações falhar, aumenta o risco de liquidação do Novo Banco

 

 

Agência prolongou a revisão do rating do banco que está em vias de ser vendido ao Lone Star. E deixa o aviso: se a troca de obrigações voluntária falhar, aumenta o risco de liquidação do Novo Banco.

A agência Moody’s prolongou a revisão para um possível donwgrade do rating “Caa2” do Novo Banco porque ainda não tem informações suficientes acerca da proposta de troca voluntária de obrigações seniores no sentido de reforçar o capital do banco em 500 milhões de euros. E deixa um novo aviso: “Se o liability management exercise (troca de obrigações) não for bem-sucedido, aumenta o risco de uma resolução ou liquidação do banco com consequentes perdas para os credores“.

Foi a 5 de abril que esta agência baixou o rating do Novo Banco para um nível de quase incumprimento, iniciando ao mesmo tempo uma revisão negativa sobre a instituição, depois de o Banco de Portugal ter anunciado uma proposta de troca voluntária destes títulos de dívida por outros títulos como requisito vital para a conclusão do processo de venda do ex-BES ao fundo norte-americano Lone Star.

Neste cenário, a Moody’s diz que esta troca de obrigações seniores continua em cima da mesa sem que tenham surgido novas informações entretanto, razão pela qual estende o prazo de revisão da notação da dívida sénior do Novo Banco.

“A extensão da revisão reflete o facto de o LME do Novo Banco envolvendo os credores seniores continua num processo de definição e de implementação. A Moody’s espera concluir esta revisão assim que a agência de rating tiver maior visibilidade acerca da conclusão do LME, que é um requerimento que precisa de ser preenchido antes de o Lone Star completar a aquisição de uma posição maioritária no Novo Banco”, argumenta a Moody’s numa decisão divulgada esta segunda-feira.

“Se o LME não for bem-sucedido, aumenta o risco de uma resolução ou liquidação do banco com consequentes perdas para os credores.”

Moody’s

Comunicado

Porém, “se o LME não for bem-sucedido, aumenta o risco de uma resolução ou liquidação do banco com consequentes perdas para os credores”, alerta a agência.

A taxa das obrigações seniores do Novo Banco agravou-se na última semana, estando a negociar esta segunda-feira perto dos 17,5%, o nível mais elevado desde fevereiro, num sinal de maior desconfiança dos investidores em relação ao processo de troca de obrigações.

O ECO noticiou no início deste mês que o Governo quer chegar a um acordo com os credores que, em dezembro de 2015, perderam grande parte do seu investimento no Novo Banco quando o Banco e Portugal decidiu transferir cinco séries de obrigações para o ‘BES mau’ no valor de 2,2 mil milhões de euros.

Caso esta solução semelhante àquela que a Áustria aplicou a um banco do país seja bem-sucedida, o Governo português poderá ver facilitada a operação de troca de dívida, uma vez que alguns dos credores que perderam dinheiro no banco, em 2015, ainda são credores do Novo Banco e vão ter de dar o seu aval voluntário para a operação de LME.

 

Novo Banco: Proposta aos obrigacionistas passa para julho

Sexta-feira, Junho 23rd, 2017

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Eco

Novo Banco: Proposta aos obrigacionistas passa para julho

 

Os obrigacionistas do Novo Banco ainda vão ter de esperar mais algumas semanas para conhecerem a proposta de troca de obrigações, condição necessária para fazer o negócio com o Lone Star.

António Ramalho só deverá apresentar uma proposta de LME (Liability Management Exercise, em inglês) aos obrigacionistas do Novo Banco na melhor das hipóteses na última semana de junho, embora seja mais provável que derrape para os primeiros dias de julho, apurou o ECO junto de fontes que acompanham o processo. Esta operação ‘vale’ 500 milhões de euros nos rácios de capital do banco e é uma condição indispensável para fechar o negócio com o Lone Star.

A operação de LME foi anunciada no dia 31 de março em simultâneo com o acordo de venda com o fundo americano. Logo nesse dia, António Costa e Mário Centeno anunciaram a necessidade de garantir um reforço de capital do Novo Banco através de uma troca de obrigações seniores que têm de ter um impacto positivo de 500 milhões de euros. Mas, desde então, ainda não foi apresentada qualquer proposta aos fundos e aos particulares que, neste momento, detêm cerca de três mil milhões de euros de obrigações.

Formalmente, é o Novo Banco que tem de apresentar a proposta de LME, mas neste caso há um trabalho conjunto com o Banco de Portugal e Fundo de Resolução e também com o envolvimento do Ministério das Finanças. Está em causa, também, a relação de Portugal com fundos internacionais que são, ao mesmo tempo, investidores de dívida pública. Além disso, a decisão de retransferir cerca de 2,2 mil milhões de euros de obrigações seniores do Novo Banco para o chamado ‘BES mau’ abriu um conflito grave com estes investidores, e alguns deles são os mesmos que, agora, têm de negociar este LME.

Há dias, aliás, a agência Moody’s prolongou a revisão para um possível downgrade do rating “Caa2” do Novo Banco porque ainda não tem informações suficientes acerca da proposta de troca voluntária de obrigações seniores no sentido de reforçar o capital do banco em 500 milhões de euros. E deixa um novo aviso: “Se o Liability Management Exercise (troca de obrigações) não for bem-sucedido, aumenta o risco de uma resolução ou liquidação do banco com consequentes perdas para os credores”.

A negociação entre o Novo Banco e os obrigacionistas vai ser feita num quadro diferente: a venda acelerada do Banco Popular em Espanha ao também espanhol Santander por um euro provocou perdas para os obrigacionistas de dívida subordinada e, neste lote, estão também investidores expostos ao Novo Banco e a esta operação de troca em que vão perder 500 milhões de euros. E, como o ECO revelou em primeira mão, as autoridades portuguesas não admitem a liquidação do Novo Banco, mas admitem uma resolução forçada, um ‘bail in’, se os atuais obrigacionistas não aceitaram o acordo de forma voluntária.

A conclusão do negócio de venda ao Lone Star não depende apenas desta operação — bem-vista em Bruxelas, porque envolve uma lógica de burden sharing no esforço de capitalização do Novo Banco –, mas também da aprovação das autoridades, isto é, do BCE e da Direção Geral da Concorrência europeia (DGComp). E essas autorizações ainda não chegaram e não deverão chegar antes da data que estava no calendário de venda, isto é, o dia 3 de agosto.