Arquivo para Fevereiro, 2019

BCP diz que há “incentivo” para Novo Banco ir buscar dinheiro ao Fundo de Resolução

Domingo, Fevereiro 24th, 2019

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Expresso

Miguel Maya, presidente do BCP, arrasa o mecanismo criado entre Novo Banco, Fundo de Resolução e Lone Star, esperando mudar o sistema

O Novo Banco deverá pedir este ano cerca de 1,1 milhões de euros ao Fundo de Resolução para cumprir as suas exigências de capital. O Banco Comercial Português (BCP), que contestou judicialmente o mecanismo que permite esse recuso, considera que há sempre incentivos para o banco liderado por António Ramalho ir buscar dinheiro ao Fundo, que é financiado pela banca.

“Obviamente, vemos com alguma apreensão”, respondeu Miguel Maya, presidente executivo do BCP, quando questionado sobre a injeção de 1,1 mil milhões que terá de ser feita este ano, à luz dos resultados do ano passado.

“O modelo de incentivo criado é propenso a que haja tentação de tirar o máximo possível do Fundo de Resolução”, atacou Miguel Maya, na conferência de imprensa de apresentação de contas do BCP.

Por isso, Miguel Maya diz que já se esperava: “Não posso dizer, de forma alguma, que seja uma surpresa”.

Quando a Lone Star comprou 75% do Novo Banco, foi constituído o mecanismo de capitalização contingente, que existe sobre um conjunto determinado de ativos tóxicos, em que o Fundo de Resolução pode ser chamado a injectar 3,89 mil milhões de euros. No ano passado, foram colocados 792 milhões de euros e, este ano, a chamada será em torno de 1,1 mil milhões – número que ainda não está fechado. O mecanismo criado em 2017 estende-se por oito anos.

A afirmação de Miguel Maya sobre o modelo de incentivos foi feita apesar de haver uma comissão de acompanhamento, que tem de avaliar a exatidão dos cálculos feitos na convocatória ao Fundo de Resolução, que, por ter reduzidos recursos próprios (contribuições dos bancos) face às necessidades, tem de pedir empréstimos ao Estado para cumprir as exigências.

“Continuamos a ter fardo às costas”, afirmou Miguel Maya sobre o mecanismo.

O BCP está a contestar judicialmente a criação do mecanismo e o CEO do banco diz que espera que haja espaço para, “se possível, chegar a acordo para um melhor” sistema, ainda que sem explicar.

BE quer ouvir antigo governador do BdP Vítor Constâncio na comissão de inquérito da CGD

Domingo, Fevereiro 24th, 2019

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Negócios

Vítor Constâncio, segundo a deputada do BE, “tem a particularidade de ter sido o governador não apenas neste período da Caixa, mas também quando operações semelhantes ocorreram no BES ou no Banif”.

O BE quer ouvir o antigo governador do Banco de Portugal Vítor Constâncio na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos, uma “figura central” com responsabilidades de supervisão, que não esteve presencialmente nas anteriores comissões.

A II comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e à gestão do banco tomou hoje posse, na Assembleia da República, em Lisboa, sendo presidida pelo deputado do PSD Luís Leite Ramos.

À agência Lusa, a deputada do BE Mariana Mortágua – que integra esta comissão – adiantou que a lista das pessoas a ouvir “não está ainda fechada”, até porque “há um entendimento entre os grupos parlamentares que subscreveram a comissão para que os nomes sejam discutidos em conjunto de forma a tornar os trabalhos mais eficazes”.

Por isso, aquilo que o BE identificou foram apenas “três grupos de nomes a chamar”, sendo estes os administradores da CGD que tomaram decisões de crédito, os clientes mais importantes e, por último, os supervisores e auditores.

“Para além do atual Governador do Banco de Portugal [Carlos Costa], que também tem que dar explicações, é importante também ouvir o Governador do Banco de Portugal no tempo em que a maior parte das operações ocorreram, que é Vítor Constâncio”, defendeu.

Vítor Constâncio, segundo a deputada do BE, “tem a particularidade de ter sido o governador não apenas neste período da Caixa, mas também quando operações semelhantes ocorreram no BES ou no Banif”.

Na anterior comissão de inquérito, recordou, Vítor Constâncio não foi ouvido porque estava no Banco Central Europeu (BCE).

“Tem usado essa sua posição como forma de responder por escrito e não conseguimos ainda que viesse a uma comissão de inquérito”, explicou.

Como “neste momento já não está no BCE”, Mariana Mortágua disse esperar que agora Vítor Constâncio se desloque à Assembleia da República.

“Penso que seria uma figura central, da parte da supervisão, uma vez que era dele a responsabilidade de supervisão nos anos 2006, 2007, 2008, quando a maior parte destes créditos ocorreram”, justificou.

Mariana Mortágua adiantou ainda que “seria importante ouvir quem fez o relatório da auditoria, perceber as dificuldades que encontrou, algumas incongruências e algumas questões que o relatório possa suscitar”.

Para o BE, tendo em conta o tempo limitado da comissão de inquérito, “tem que ser um leque de audições muito bem pensado”, porque “essa parcimónia vai ser importante ao longo do processo”.

“O primeiro grupo é o dos administradores da Caixa que tomaram decisões de crédito, que pertenciam aos conselhos de crédito ou que ratificaram as decisões de crédito mais importantes e nos períodos mais importantes, alguns deles já vieram à Assembleia da República em comissões anteriores e vai ser importante confrontá-los com os novos dados”, detalhou.

O segundo grupo, para Mariana Mortágua, “diz respeito a clientes mais importantes”, ou seja, “perceber o outro lado destes créditos porque houve uma grande concentração num pequeno número de clientes e muitos deles que acabam por estar na órbita, das mesmas instituições e das mesmas empresas”.

 

Ricardo Salgado, João Rendeiro e Tomás Correia: os 3 recordistas das coimas do Banco de Portugal

Domingo, Fevereiro 24th, 2019

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Expresso

Tomás Correia foi alvo de uma coima única de 1,25 milhões pelo Banco de Portugal. Vai recorrer. O valor fica aquém do montante mais alto alguma vez cobrado pelo supervisor, de 4 milhões, a Ricardo Salgado. O ex-banqueiro recorreu e conseguiu uma redução ligeira

om um montante de 1,25 milhões de euros a pagar por infrações cometidas à frente do Banco Montepio, António Tomás Correia sobe ao pódio nas coimas aplicadas pelo Banco de Portugal. Fica atrás de Ricardo Salgado e de João Rendeiro. O processo de contraordenação pode ainda ser alvo de recurso nos tribunais – e sê-lo-á -, o que poderá modificar o montante da sanção pecuniária, como aconteceu precisamente com o antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES) e com o ex-líder do Banco Privado Português (BPP).

O Banco de Portugal concluiu o seu grande processo em torno do grupo mutualista, aplicando a António Tomás Correia, que presidiu à Caixa Económica Montepio Geral entre 2008 e 2015, a maior coima a um antigo gestor daquela instituição: 1,25 milhões de euros. O processo foi aberto em 2014 e percorre a quase totalidade da sua liderança, já que recua a partir daquele ano até 2009.

A coima única aplicada a António Tomás Correia é, neste processo, a mais elevada e a longa distância, já que José Almeida Serra é quem surge em segundo plano, sofrendo uma sanção de 400 mil euros.

Tomás Correia sofre, assim, uma das mais altas coimas aplicadas pelo supervisor da banca a antigos banqueiros. O montante agora decidido pode ainda ser alvo de revisão, caso haja um recurso por parte do jurista que permanece à frente da Montepio Geral – Associação Mutualista, a casa-mãe da Caixa Económica Montepio Geral. E é isso que Tomás Correia vai fazer. O caso seguirá para o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão.

Contudo, há ainda um outro dossiê contraordenacional em que a atuação de Tomás Correia enquanto líder da instituição financeira está sob averiguação administrativa. Pelo que a soma das coimas aplicadas ao também ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos pode ainda ser superior. Há também processos a correr no Ministério Público, que visam detetar eventuais ilícitos criminais.

SALGADO BATEU RECORDE

Foi no primeiro processo contraordenacional concluído pelo supervisor comandado por Carlos Costa que Ricardo Salgado foi condenado a um pagamento de 4 milhões de euros por infrações cometidas à frente do BES. O caso, relacionado com a comercialização de papel comercial de entidades do Grupo Espírito Santo aos balcões do BES, coloca Salgado acima de Tomás Correia no que diz respeito ao montante da sanção num único processo.

Num outro dossiê, neste caso relativo às falhas detetadas na relação do BES com o seu banco em Angola, Salgado foi condenado a pagar também uma coima única de 1,8 milhões de euros, superando novamente a imputação a Tomás Correia.

Nesse mesmo processo, Amílcar Morais Pires, que era o número dois de Salgado no BES, também foi condenado a uma coima única de 1,2 milhões de euros, ficando ligeiramente abaixo da aplicada agora a Tomás Correia. Morais Pires supera a sanção referente a Tomás Correia apenas quando se junta as condenações noutros casos.

Em todos estes processos, houve recurso. E já se verificaram decisões em que houve um corte da coima. Por exemplo, o Tribunal de Supervisão de Santarém baixou a primeira coima de Salgado para 3,7 milhões de euros, mas apesar disso haverá um novo recurso por parte da defesa do antigo banqueiro.

Também João Rendeiro, antigo presidente do falido BPP, foi visado numa coima de quase 2 milhões de euros pelo Banco de Portugal, que depois foi reduzida pelo tribunal.

José Oliveira Costa, antigo presidente do BPN, viu-lhe ser aplicada duas coimas separadas pelo Banco de Portugal: uma de 950 mil e outra de 300 mil. É na totalidade que chega a 1,25 milhões.

No BCP, António Rodrigues foi condenado na contraordenação da autoridade a uma coima de 875 mil euros. Jorge Jardim Gonçalves, fundador e ex-presidente do banco, tinha visto ser-lhe aplicada uma sanção de 1 milhão, no processo que acabou por prescrever antes de uma decisão judicial.

MONTEPIO TEM COIMA IGUAL À DO BES

A Caixa Económica Montepio Geral, que desde 2015 não tem Tomás Correia na sua liderança, também é alvo de uma coima. O agora chamado Banco Montepio, que tem Carlos Tavares como “chairman” e Dulce Mota como presidente executiva, viu-lhe ser determinada uma sanção estando em atividade, como já aconteceu noutros casos, como o BCP.

A coima de 2,5 milhões de euros que visa o Banco Montepio é idêntica àquela que foi aplicada ao BES na primeira contraordenação do Banco de Portugal (a do papel comercial). Só que, naquele caso, foi suspensa na sua totalidade, tendo em conta a situação de insolvência do banco.

O Montepio ainda vai analisar o que fazer em relação à decisão do supervisor, como já noticiou o Expresso.

CAIXA ECONÓMICA JÁ TINHA UM OUTRO PROCESSO

Este não é o único processo contraordenacional do supervisor liderado por Carlos Costa sobre Montepio, ainda que o mais relevante. Há um outro processo que envolve a presidência de Tomás Correia. E há um que já foi até alvo de uma decisão.

Por atos praticados entre 28 de junho de 2012 e 5 de fevereiro de 2014, apanhando portanto a presidência de Tomás Correia, a Caixa Económica Montepio Geral foi alvo de uma coima única de 11 mil euros.

Neste caso, o Banco de Portugal considerou que foram executadas operações de pagamento sem consentimento pelo utilizador, sem que tenha havido, num caso, um reembolso imediato. Não houve impugnação da instituição financeira.

Carlos Costa: Contribuintes vão perceber que não lhes foi cobrado dinheiro no Fundo de Resolução

Domingo, Fevereiro 24th, 2019

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Negócios

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, disse hoje que “no futuro” os contribuintes “vão perceber” que o seu dinheiro não foi cobrado no Fundo de Resolução.

“Tenho a certeza que no futuro, quando o tempo for o certo, as pessoas vão perceber que o dinheiro dos contribuintes não foi cobrado” no Fundo de Resolução, disse Carlos Costa, durante a conferência “Desafios enfrentados pelo Eurosistema”, em que é orador o governador do Banco de França.

Carlos Costa acrescentou que “a cobrança no setor bancário não foi tão grande como tínhamos antecipado, e portanto o ponto principal é que a confiança no setor bancário por parte dos depositantes foi preservada sem fugas e controlos de capitais”.

Recorrendo a uma metáfora, Carlos Costa comparou o uso de mecanismos de resolução a uma ida ao hospital para realizar uma cirurgia.

“Não é nada que alguém queira fazer, mas só se vai para uma cirurgia quando se tem um acidente. Estava-se a pedir um acidente? Não, mas acontece”, comparou.

O Fundo de Resolução é uma entidade da esfera pública gerida pelo Banco de Portugal, comparticipada pelos outros bancos, e que detém 25% do Novo Banco.

O desgoverno do governador

Domingo, Fevereiro 24th, 2019

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Esquerda Net opinião Pedro Filipe Soares

Carlos Costa é juiz em causa própria e, além disso, recusa ser avaliado. Se não pode ser avaliado, como pode ser considerado idóneo? Esta é a questão de fundo.

O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, veio a público defender-se das acusações de envolvimento nos créditos ruinosos da Caixa Geral de Depósitos (CGD). “Não, não e não”, naquela noite Carlos Costa negou por três vezes a participação nas reuniões de onde saíram as decisões que nos estão a ser muito caras. Tudo esclarecido? Longe disso.

Percebeu-se o desprendimento com que Carlos Costa cumpria as suas obrigações. Ele só “ocasionalmente” participava nas reuniões do conselho alargado de crédito (CAC), porque “não tinha competências de crédito, nem competências de acompanhamento de clientes”, e apenas para “assegurar o número de administradores necessários para que a decisão pudesse ter lugar”. Palavras do próprio para explicar que só lá ia fazer número.

De Armando Vara não foi amigo e não terá recordações aprazíveis. Já não bastava ser enganado uma vez por não perceber a gestão danosa do administrador Vara, foi intrujado uma segunda vez pelo proprietário Armando que lhe terá vendido um monte alentejano acima do preço. Segundo Carlos Costa, com a intermediação da própria CGD, que lhe terá sugerido o negócio que saiu “5 a 10 mil euros” mais caro do que teria sido através de uma imobiliária. É aqui que ficamos a conhecer o Carlos Costa, lesado de Armando Vara.

Com estas memórias da passagem pela Caixa, só faltou alegar trauma psicológico para explicar porque não quis saber do maior banco português quando chegou governador. Parece estranho, mas a auditoria que expôs todos os créditos ruinosos da Caixa não foi pedida pelo BdP. Resultou de uma proposta do Bloco de Esquerda que o governo executou. Quando as notícias há muito denunciavam gestão danosa na Caixa, porque razão Carlos Costa não agiu? Se dependesse do BdP ainda tudo estaria por investigar.

Aliás, quando instado a explicar a sua inação, Carlos Costa disse que em causa estava uma “auditoria a atos de gestão e não uma auditoria de natureza prudencial”, coisa que não lhe competiria. A explicação tem perna curta, porque o próprio BdP promoveu auditorias a atos de gestão do Montepio ou do antigo BES. Além disso, um dos exercícios a que toda a banca foi sujeita foi o SAP, que incidiu sobre os procedimentos de concessão de crédito, e deveria ter identificado alguns dos créditos ruinosos, mas não há notícia que isso tenha sido encontrado pelo BdP. Será que a verdadeira justificação para não investigar a fundo seria a vontade de não mostrar algum esqueleto no armário?

Esta e outras questões serão avaliadas pela comissão de inquérito que inicia agora os seus trabalhos. Mas, há uma confusão que não devemos criar e que se tentou instalar nas últimas semanas. A proposta do Bloco de Esquerda para a exoneração de Carlos Costa do cargo de governador do BdP não se mistura com os trabalhos da comissão de inquérito.

Uma comissão de inquérito não decide sobre a idoneidade de um administrador bancário. Pode apurar factos que provem maus atos de gestão, demonstrar gestão danosa, exigir responsabilidades judiciais, mas não pode avaliar a idoneidade de um administrador, competência única do BdP. Carlos Costa é juiz em causa própria e, além disso, recusa ser avaliado. Se não pode ser avaliado, como pode ser considerado idóneo? Esta é a questão de fundo.

A direita tentou misturar as coisas, para com a confusão esconder as suas responsabilidades. Carlos Costa foi reconduzido no cargo de governador por PSD e CDS, mesmo depois do seu primeiro mandato como governador estar bem longe de ser curriculum e mais perto de ser cadastro. É, por exemplo, o legado da inação perante gestão danosa do BES, que agora resulta num buraco que estamos a pagar.

A posição do PS está no domínio da absoluta inconsequência. Carlos César disse que “todos anseiam” pelo fim do mandato de Carlos Costa, para depois afirmar que “não podemos pôr o carro à frente dos bois” e temos de esperar pelo fim da comissão de inquérito. E conclui que há um “problema de ineficácia”, pois o mandato do governador termina em maio de 2020 e o processo de exoneração só terminaria por essa altura. Percebeu? Nem o próprio terá percebido.

Artigo publicado no jornal “Público” a 22 de fevereiro de 2019

Salgado culpa Passos Coelho por declarações que tiveram “consequências negativas para o BES”

Domingo, Fevereiro 24th, 2019

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Observador

Salgado culpa Passos Coelho por declarações que tiveram “consequências negativas para o BES”

O ex-líder do BES e do grupo GES acusa Pedro Passos Coelho de ter ajudado ao colapso do grupo financeiro com declarações em junho de 2014. Banqueiro apresentou petição em tribunal.

O banqueiro e ex-líder do BES e do grupo GES, Ricardo Salgado, acusou o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho de ter ajudado a causar o colapso daquele grupo financeiro, em 2014.

De acordo com o Correio da Manhã, Ricardo Salgado apresentou uma petição no Tribunal do Comércio de Lisboa, onde contesta a falência culposa do do BES e aponta o dedo ao ex-primeiro-ministro. “Em 24 de Junho de 2014, o senhor primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, proferiu declarações públicas no sentido de que a questão da capitalização do GES era um problema, exclusivamente, deste Grupo (porque constituíam ‘problemas da área não financeira’) e, ainda, que não teria informação que o levasse a ‘temer instabilidade no setor financeiro”, lê-se na petição, citada por aquele jornal.

Em causa estão as declarações do primeiro-ministro a 24 de junho de 2014, pouco antes do colapso do BES e da criação do Novo Banco, em agosto do mesmo anos.

“As questões que respeitam a problemas de capitalização de grupos que também têm uma área financeira, como é o Grupo Espírito Santo, mas que têm muitas outras atividades não respeitam especificamente nem ao Governo nem ao supervisor da área financeira, porque são problemas de natureza não financeira”, disse o primeiro-ministro à altura. “O Grupo Espírito Santo terá com certeza, como outros grupos, os seus problemas para resolver, e o Estado não é chamado a resolver esses problemas. É apenas aquilo que eu posso dizer.”

De acordo com o banqueiro, estas declarações tiveram “consequências negativas sobre o BES”, explicitando que, entre 19 de junho (data em que o Governo recusou viabilizar empréstimos da Caixa Geral de Depósitos ao BES)  e 24 de junho (quando Pedro Passos Coelho fez aquelas declarações), as ações do BES “caíram 16%” e deu-se uma “fuga de depósitos”.

Embora diga que “do ponto de vista jurídico, não se discute o mérito da opção política” de Pedro Passos Coelho, o banqueiro sublinha ainda assim que “o que se discute, por ter um impacto com relevância jurídica, são as consequências de tais declarações públicas do senhor primeiro-ministro então em funções”.

Tristes figuras

Sexta-feira, Fevereiro 22nd, 2019

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Económico opinião João Marcelino 

A entrevista televisiva de Carlos Costa, sobretudo na parte em que tentou explicar a compra do monte alentejano a Armando Vara, foi lamentável.

A entrevista de Carlos Costa (à SIC) fez lembrar aquela vergonhosa atuação de Zeinal Bava no Parlamento, em 2015. Não sabia. Ou não se lembrava. Ou não tinha sido ele quem tratara, porque não tinha essa responsabilidade.

Então estava em causa o desmoronamento da antiga PT, agora falamos da passagem do governador do Banco de Portugal (BdP) pela Caixa Geral dos Depósitos (CGD) em pleno período de empréstimos concedidos sem garantias dignas desse nome.

Bava, um gestor premiado, nada sabia do que se passava na antiga empresa da qual era o todo-poderoso responsável executivo porque só se preocupava com ‘detalhes’. Carlos Costa, financeiro, banqueiro, sabemos agora que nem as casas compra. Deixou que fossem os ‘serviços da CGD’ a descobrirem-lhe uma oportunidade de um bom negócio pessoal: a compra de um monte no Alentejo. E veja-se a pontaria, que neste caso anda a par de desfaçatez: sem saber, acertou na compra de uma casa que era de Armando Vara, colega de administração na CGD, de quem sentiu a necessidade de salientar nunca ter sido amigo.

Em tempos, apertado pela polémica das fulgurantes mais-valias daquelas magníficas ações do BPN disponibilizadas por Oliveira e Costa, até Cavaco Silva chegou a dizer que nada percebia do mercado bolsista e dos seus nomes ‘esquisitos’: era a mulher, Maria, quem tratava lá em casa da compra e venda desses complicadíssimos produtos financeiros que sobem e descem ao livre arbítrio dos mercados.

Cito três casos mas podia relembrar mais, mesmo que não tão flagrantes, de falta de brio pessoal e predisposição para protagonizar tristes figuras em público, de que José Sócrates se tornou um ícone.

Neste caso, eu estava disposto a acreditar que nunca o atual governador do BdP, enquanto administrador da CGD, de 2004 a 2006, tivesse participado no processo de decisão para concessão de algum dos 25 créditos em causa. Era tecnicamente possível, mesmo que alguém com o estatuto político, a experiência de vida e o gabarito profissional de Carlos Costa não possa ousar dizer, pelo menos sem se rir, que alguma vez se tenha esquecido do papel que a CGD desempenha no regime. No entanto, a explicação da compra do monte alentejano a Armando Vara é a gota de água que acaba por fazer transbordar toda a minha capacidade de tentativa de compreensão.

A compra de uma casa é algo de pessoal, a não ser para os especuladores imobiliários – coisa que não é suposto que seja um administrador da CGD em rota para o Banco Central do país. Ainda para mais nem sequer era uma casa para viver a vida profissional. Era uma casa de fim de semana, segunda habitação, local de lazer para a família. A explicação é inverosímil e só demonstra vergonha pela ligação a Vara, mesmo que, neste caso, ao que se saiba, não haja nada de condenável a apontar numa transação legítima entre duas pessoas.

É com episódios destes, desculpas esfarrapadas, argumentos infantis, absoluta tentativa de desresponsabilização pessoal e política, episódios socialmente aberrantes, que cresce em Portugal o descrédito do regime e se envenena a Democracia. Se os políticos e demais decisores, da esquerda à direita, se comportam muitas vezes assim, sendo capazes de tudo dizer para evitarem assumir as consequências das suas atitudes, não podem aspirar ao respeito do país. E o pior é que o país não possa, com esta realidade, aspirar a um futuro melhor.

 

A lição do burocrata Carlos Costa

Sexta-feira, Fevereiro 22nd, 2019

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Negócios Opinião Bruno Faria Lopes

O governador do Banco de Portugal teve sorte no percurso na banca, mas azar na chegada a supervisor – a crise histórica exigiu demasiado do seu perfil burocrata e levou a um reexame das práticas de gestão bancária no passado, incluindo as suas.

O problema do governador do Banco de Portugal, nesta altura, não é o pedido de exoneração feito pelo Bloco de Esquerda. A exoneração é uma via-sacra processual, longa e não testada e nenhum governo, muito menos de um país periférico do euro, correria o risco de comprar essa guerra com o BCE. Se o problema principal de Carlos Costa fosse a exoneração, que se joga no estrito plano formal, as justificações formais que apresentou nos últimos dias para ter aprovado aqueles créditos na Caixa poderiam ser suficientes. Mas como o problema é outro – de credibilidade, a sua e a da instituição que lidera – as explicações pouco resolvem.

Carlos Costa diz que o empréstimo de 47 milhões à Metalgest acabou por não se fazer porque Berardo foi a outro banco – mas a Caixa aprovou-o e Costa estava na reunião. O governador diz que o empréstimo de 144 milhões para Manuel Fino comprar ações foi pago em 2009 – mas é complicado ser tão cirúrgico na interligação de créditos a um cliente que em 2015 devia 138 milhões à Caixa. Costa sustenta que a aprovação que deu aos 220 milhões para o projeto imobiliário de Vale do Lobo não foi a aprovação final que está na auditoria da EY – mas aquela aprovação inicial teria dado um resultado não muito distante do registado.

Quem quiser ir além dos formalismos percebe que neste, como noutros casos, Carlos Costa partilhou responsabilidades em erros gordos de gestão, responsabilidades que sempre negou com verdades formais. Em 2013 foi a tribunal testemunhar que os 600 milhões de euros em créditos que autorizou para clientes offshore do BCP estavam dentro do manual e do perfil de risco do banco, e que ele não tinha formalmente de saber para que serviria o dinheiro (serviu para manipular a cotação do banco). Em 2016, quando a SÁBADO realçou o seu papel na estratégia de expansão ruinosa da Caixa para Espanha, respondeu que quando saiu do banco Espanha dava lucro (começaria a dar prejuízo logo no ano seguinte). Sobre o financiamento recorde de PPP rodoviárias enquanto esteve no BEI, responderá que a análise do banco apontava retornos positivos (foram ruinosas).

É sempre possível nunca olhar à volta e gerir dentro das regras e procedimentos. Isso é típico de um burocrata e Carlos Costa, na verdade, fez a parte mais brilhante do seu percurso como burocrata europeu, função em que acumulou experiência e prestígio. Mas a banca comercial exige outro perfil. Costa – que chegou a diretor no BCP em 2000 sem tarimba na banca e daí foi para a Caixa – teve como outros a sorte de construir uma carreira a partir do topo de bancos relevantes, numa era mais tolerante à inexperiência e ao erro.

Mas, ao contrário de outros, teve o azar de chegar a governador do Banco de Portugal no meio da maior crise financeira em décadas. As crises não são ambientes favoráveis para formalistas suaves, sobretudo se estes forem supervisores – as falhas e hesitações perante a enorme exigência posta pelo caso BES (sublinho “enorme”, para não ser injusto com o governador) refletem, em parte, a falta de experiência bancária e o perfil desajustado a estes tempos conturbados. As crises sísmicas, como esta que ainda pagamos, têm ainda outro efeito: levam ao reexame das práticas do passado, incluindo as do governador.

Carlos Costa não fez tudo mal – parte da história dos últimos anos estará por escrever. Mas, neste momento, os erros passados e recentes que não está disposto a admitir são um fardo pesado para si e para a instituição que lidera. Tendo em conta a chuva de elogios que Costa recebeu à chegada ao Banco de Portugal – todos elogiavam a sua experiência na banca – a sua situação actual é, também, uma lição para aqueles que nomearem e escrutinarem o próximo governador.

O espelho da intensidade da crise 

O BCE fez história com um programa de estímulos que salvou a zona euro, mas que levou à explosão do seu balanço. A margem para acções futuras parece curta.

A comunicação e a interpretação da política monetária faz-se de palavras codificadas, antigas e novas. Uma das novidades é “paciência”, termo usado nos últimos dias pelos presidentes da Reserva Federal e do Banco Central Europeu. Por “paciência”, os tradutores nos mercados estão a entender duas coisas: os bancos centrais vão ajustar a velocidade de retirada dos estímulos históricos e, por outro lado, podem para já congelar as taxas de juro em níveis baixos. Toda esta reponderação dos banqueiros centrais surge entre os sinais evidentes de travagem do crescimento económico e da maior incerteza sobre a economia. Um dos fatores de receio – como ficou patente na cimeira de Davos, por exemplo – são precisamente os próprios bancos centrais. A resposta inédita que deram à crise pode ter limitado muito a capacidade de resposta à próxima crise – os balanços cresceram brutalmente com as compras de activos e as taxas têm pouco ou nenhum espaço para descerem. A “paciência” pode resultar perante um abrandamento – mas numa recessão a sério as asas parecem cortadas.

Carlos Costa – não, infelizmente não foi só a Caixa!

Sexta-feira, Fevereiro 22nd, 2019

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Ionline Opinião João Gabriel

Carlos Costa tem a credibilidade manchada e a sua autoridade diminuída, e a bem da instituição a que ainda preside devia ser ele a tomar a iniciativa de sair

Causa estranheza que só nove anos depois de ter sido nomeado governador do Banco de Portugal, a ética, a competência e a idoneidade de Carlos Costa comecem a ser questionadas. A auditoria à CGD apenas revelou um pouco mais do que já se sabia, e o que se sabia não era bom. As offshores do BCP e o plano ruinoso de expansão da Caixa em Espanha teriam sido, só por si, razões suficientes para impedir a sua ascensão à liderança do Banco de Portugal. Inexplicavelmente, tal não aconteceu!

Depois, foi o que sabemos: uma boa gestão da imagem e a cumplicidade de muitos jornalistas que simplesmente abdicaram de avaliar de forma séria e objetiva a justeza e os méritos da sua ação enquanto governador. Entre a produção de aparências e a quantidade de desinformação produzida passaram nove anos e, como vivemos tempos em que a perceção se torna realidade mesmo que a realidade nada tenha a ver com a perceção criada, Carlos Costa foi sempre retratado como o governador competente e idóneo que nunca foi.

Além da sua competência técnica e credibilidade, a força de qualquer governador reside na coerência das suas decisões, no valor da sua palavra, no seu carisma e percurso.

Como diria Ortega y Gasset, o homem é o homem e a sua circunstância. A circunstância, neste caso, mostrou as fraquezas do governador e a sua ética ficou comprometida muito antes de chegar ao Banco de Portugal.

O percurso já denotava falhas e, quanto ao carisma, foi muito mais o que recebeu do que aquele que emprestou à instituição a que preside.

Mas, passados nove anos, os prejuízos causados pelo governador ao erário público enquanto ainda era só Carlos Costa, nas suas passagens pela Caixa e pelo BCP, são pequenos quando comparados com os prejuízos que Carlos Costa, já governador, causou ao país com a resolução do BES.

Em pouco mais de um mês (julho de 2014), o Banco de Portugal de Carlos Costa, por ação ou omissão, distorceu o valor dos prejuízos do BES, inflacionou as suas provisões, impôs um presidente de comissão executiva, fez perder a garantia soberana de Angola, ignorou propostas de fundos privados para recapitalizar o banco, nunca tentou usar a linha de recapitalização pública que estava disponível e, apesar de tudo isto, conseguiu passar a ideia, com a ajuda dos mesmos jornalistas, de que aquela tinha sido a melhor solução. Não foi! A resolução foi uma má e injustificada decisão.

Hoje sabemos, por exemplo, através da carta do então vice-governador do Banco de Portugal, Pedro Duarte Neves, para Vítor Bento, datada de 29 de julho de 2014, que o Banco de Portugal sabia desde dia 27 desse mesmo mês quais eram as contas que a KPMG iria apresentar ao conselho de administração três dias depois. A verdade é que o regulador não pode substituir-se à administração de nenhum dos bancos que supervisiona, nem pode orientar as contas que estes vão apresentar, mas aconteceu.

No Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, em Santarém, Rui Silveira, ex-administrador jurídico do BES, afirmou que “Sikander Satar (presidente da KPMG) explicou que as provisões (que distorceram as contas do primeiro semestre de 2014) foram feitas de acordo com o Banco de Portugal”. Esta carta de Pedro Duarte Neves dá-lhe razão.

Desde o dia 27 de julho que o regulador sabia das contas que a KPMG iria apresentar. Mesmo assim, a 29 de julho reitera em comunicado “a solvência do banco”, garante haver propostas privadas para reforço do capital e, “no limite”, adianta haver uma “linha de recapitalização pública criada no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira, que poderá ser utilizada para suportar qualquer necessidade de capital”.

Ou seja, quando este comunicado foi emitido, o Banco de Portugal sabia exatamente quais seriam as contas a aprovar no dia 30 de julho pelo conselho de administração do BES. Como é que, no dia 3 de agosto, Carlos Costa pôde invocar surpresa perante os resultados do BES no primeiro semestre e apresentar esse álibi para resolver o banco? Como é que, ao contrário do que o Banco de Portugal disse em comunicado, não recorreu à linha de recapitalização pública? Como é que, sete meses depois de o BES ser cadáver, mais de 1,3 mil milhões de euros de provisões foram revertidos para balanço do Novo Banco, demonstrando com isso a completa adulteração das contas que serviram de justificação para liquidar o banco? Houve ou não concertação entre Carlos Costa e a KPMG na preparação das contas do BES do primeiro semestre de 2014?

A teia de contradições cresce ao mesmo ritmo que os custos da resolução.

Afastar Salgado não tinha de significar destruir um banco que representava um alicerce fundamental da economia nacional e que devia ter continuado a existir apesar de Salgado. O BES não devia ter desaparecido.

A fatura engorda a cada dia que passa e, hoje, já poucos se lembram que o governador prometeu que a resolução do BES se tornaria um case study. Acertou, mas não pelas razões que ele imaginou. O “custo zero” de Carlos Costa vai ultrapassar os 10 mil milhões.

Ricardo Salgado terá de responder pelas práticas que levaram o BES até uma encruzilhada em que era preciso fazer prova de vida, mas Carlos Costa terá também de ser chamado pelo Ministério Público para explicar a autoria material de uma decisão arbitrária e injustificada.

Vamos levar décadas a pagar a fatura da ação negligente ou dolosa, só o tempo nos dirá, de Carlos Costa, antes e durante o seu tempo no Banco de Portugal, mas ele, até hoje, nunca assumiu como sua uma única responsabilidade. As culpas foram sempre de outros, antes e durante o seu tempo como governador. Nisso revela coerência!

Na entrevista à SIC, e em relação ao BES, Carlos Costa mentiu. Fê-lo quando afirmou que o Banco de Portugal nunca exigiu o aumento de capital de junho de 2014. Exigiu e há testemunhas! Mentiu, ainda, quando afirmou que a partir de 15 de julho houve factos novos que justificaram a “bomba atómica”!

As contas adulteradas do primeiro semestre do BES e o desaparecimento da garantia soberana de Angola de 5,7 mil milhões de dólares, de que o próprio Vítor Bento, escolha de Carlos Costa para presidir ao BES, o aponta como responsável, são duas “gavetas” que o governador, a todo o custo, quer manter fechadas.

Carlos Costa tem a credibilidade manchada e a sua autoridade diminuída, e a bem da instituição a que ainda preside devia ser ele a tomar a iniciativa de sair. Não o fará, terá um fim de mandato penoso, como penoso será para o Banco de Portugal continuar a ser liderado por alguém com este lastro.

A boa imprensa de Carlos Costa vai continuar a defender a bondade e a competência do governador. A História, porém, encarregar-se-á de mostrar o desastre que ele representou para o sistema financeiro português.

Não, infelizmente não foi só a Caixa, nem só o BCP. Também foi o BES e, já agora, o Banif!

Mecanismo extrajudicial de negociação dos lesados do Banif e BES aceite pelas comissões liquidatárias

Quarta-feira, Fevereiro 20th, 2019

Citamos

Económico

A Ordem dos Advogados já tem proposta de Regulamento para mecanismo extrajudicial, destinado a identificar um perímetro de lesados não qualificados do Banif e também das sucursais exteriores do BES, diz o comunicado da ALBOA – Associação de Lesados.

A Ordem dos Advogados já tem proposta de Regulamento para mecanismo extrajudicial, destinado a identificar um perímetro de lesados não qualificados do Banif e também das sucursais exteriores do BES, diz o comunicado da  ALBOA – Associação de Lesados.

“Depois de uma aprofundada análise jurídica e atendendo às dissemelhanças face ao caso dos lesados de papel comercial do BES, propôs o Governo que fosse adotado um mecanismo diferente, célere e ágil com o desígnio de identificar um perímetro de lesados não qualificados, apto a instruir o requerimento de constituição de um Fundo de recuperação de créditos junto da CMVM, com vista a reduzir as perdas sofridas pelos lesados não qualificado. O referido mecanismo foi aceite pelas associações representativas dos lesados e pelas comissões liquidatárias do BES e do BANIF”, diz a associação.

Assim, na passada quinta-feira, dia 14 de Fevereiro, na sede da Ordem dos Advogados em Lisboa, decorreu uma reunião para apresentação de uma proposta de regulamento aos lesados, “tendo o Senhor Bastonário convidado o Governo para acompanhamento dos trabalhos”, lê-se no comunicado.

Estiveram presentes representantes do Gabinete do Primeiro Ministro e do Gabinete do Ministro Adjunto e da Economia e representantes dos lesados.

“A Ordem dos Advogados manifestou disponibilidade para a seleção de três peritos de reconhecido mérito e para acolher os trabalhos dessa mediação”, adianta ainda a ALBOA.

Nos próximos dias hacmvmerá novo encontro, “já com os peritos indicados pelo Bastonário da Ordem dos Advogados, no sentido de aprofundamento dos procedimentos da mediação e aprovação final do regulamento”, refere a associação.