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José Luís Arnaut considera que Portugal foi usado como cobaia para testar a resolução de bancos. E defende que contribuintes vão assumir riscos de várias centenas de milhões de euros.
Em entrevista ao Diário Económico, o ‘managing partner’ da CMS Rui Pena & Arnaut, José Luís Arnaut, mostra-se satisfeito com a trajectória da firma nos últimos anos, integrada na sociedade internacional CMS. Numa entrevista onde recusou falar de política, o advogado e ex-ministro deixou escapar elogios ao papel do Executivo na restauração da confiança no país, bem como críticas ao Banco de Portugal (BdP) pela forma como lidou com a crise no BES. Mas, ao mesmo tempo, elogiou a transparência com que, em seu entender, está a decorrer a venda do Novo Banco. Arnaut é também consultor do Goldman Sachs, que está a travar um braço-de-ferro jurídico com o BdP devido a um empréstimo que foi colocado no chamado BES “mau”. Mas assegura que “separa completamente as águas” entre a actividade como advogado e o seu papel no Goldman.
Que balanço faz da actividade da CMS RPA no último ano e que perspectivas tem em 2015?
Temos estado num processo de consolidação e crescimento e no último ano isso continuou a verificar-se e a salientar-se. Temos um crescimento gradual, consistente. O último ano reflectiu um reanimar de um conjunto de áreas, com o aumento da confiança e da melhoria de expectativas em áreas como as restruturações, as fusões e aquisições, o laboral e o imobiliário. Houve também um aumento de litigância, que incluiu também processos relacionados com o universo GES. Por outro lado, o facto de estarmos inseridos na CMS, que é o sexto maior escritório de advogados europeu, permite-nos uma capacidade de trabalho e de angariação de trabalho diferente do que tínhamos há alguns anos. E coloca-nos também num patamar de exigência e qualidade que já tínhamos, mas que temos de preservar. Somos hoje em dia um escritório com uma componente internacional muito forte.