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O BCP está a avaliar alternativas que lhe permitam entrar na corrida à compra do Novo Banco. A equipa de Nuno Amado está consciente de que é muito difícil obter luz verde de Bruxelas. Mas admite pedir autorização, o que ainda não aconteceu.
Governo quer estabilizar banca. Marcelo apoia
Para já, segundo sabe o Negócios, ainda não foi apresentado qualquer pedido formal ao Governo para que, como interlocutor de Bruxelas, desencadeie as diligências necessárias para que a DGComp se pronuncie sobre o projecto do BCP. Mas a ambição da equipa de Nuno Amado não será desconhecida do Executivo de António Costa.
Calendário do NB é outra dificuldade
O calendário definido pelo Banco de Portugal para a segunda tentativa de venda do Novo Banco é outra dificuldade à participação do BCP neste processo. Neste momento, Sérgio Monteiro, o responsável operacional da operação e os assessores financeiros da transacção, o Deutsche Bank, do lado do Banco de Portugal, e o JP Morgan da parte da instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha, estão a iniciar um “road-show” em várias capitais financeiras mundiais para promover o Novo Banco e avaliar o interesse de diferentes tipos de investidores.
O Banco de Portugal está a trabalhar em dois modelos de venda em paralelo. Um com a dispersão em bolsa de parte do capital do Novo Banco e outro com a venda directa a investidores institucionais. O caderno de encargos da operação deverá ser aprovado em Junho, havendo a intenção de ter uma decisão até ao final de Julho.
TOME NOTA
BCP superaria CGD com Novo Banco
Se comprasse o Novo Banco, tal como a instituição estava no final de 2015, o BCP passaria a ser o maior banco português em negócio bancário. A Caixa Geral de Depósitos passaria ao segundo lugar.
BCP/NB TERIA MAIS 30% DO CRÉDITO
Seria no crédito que a união de esforços entre o BCP e o Novo Banco permitiria ter a liderança absoluta do mercado. A carteira de crédito dos dois bancos junta ascenderia a quase 93 mil milhões de euros, ficando 30% acima da CGD. A maior vantagem seria no financiamento a empresas, onde o BCP/NB teria um “stock” de 52 mil milhões de euros, mais de duas vezes superior ao da Caixa. Nos particulares, a vantagem seria inferior mas, ainda assim, com uma carteira de 40 mil milhões, o BCP/NB seria líder no segmento.
VANTAGEM MAIS CURTA NOS DEPÓSITOS
Também nos depósitos, juntar o BCP ao Novo Banco permitiria criar um banco líder. No entanto, nos recursos de clientes a vantagem face à CGD seria mais curta. Com depósitos de quase 79 mil milhões de euros, o BCP/NB teria um volume de poupanças 8% superior ao da CGD.
REDE PASSARIA PARA MAIS DE 1.200 BALCÕES
A integração do BCP e do Novo Banco criaria uma rede de distribuição superior a 1.200 balcões. Tendo em conta os dados das duas instituições no final do ano passado (dados que já estarão desactualizados), a nova entidade ficaria com 1.267 sucursais. Uma dimensão que daria margem para optimização.
QUADRO FICARIA COM 13.000 PESSOAS
Pelos dados de 2015, a fusão do BCP e do Novo Banco elevaria a 14 mil trabalhadores o quadro de pessoal da nova instituição em Portugal. No entanto, após o processo de redução de 1.000 trabalhadores que o Novo Banco tem em curso, o número cairia para 13 mil. Dando folga para novos cortes.