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Propostas finais serão entregues até amanhã e algumas vão prever aumentos de capital.
As ofertas vinculativas para a compra do Novo Banco terão de ser entregues até amanhã, 30 de Junho, prevendo-se um renhido duelo entre os dois rivais chineses Anbang e Fosun, o banco espanhol Santander e os ‘private equities’ americanos Apollo e Cerberus, com algumas propostas a incluírem aumentos de capital no Novo Banco.
Segundo a SIC, alguns interessados vão incluir nas suas propostas a realização de aumentos de capital no Novo Banco, após a aquisição. No mercado, são apontados como possíveis valores de compra situados entre os 3,5 e os quatro mil milhões de euros, o que implica que existirá um diferencial significativo face aos 4,9 mil milhões de euros que o Fundo de Resolução injectou no Novo Banco, após o colapso do BES, a 3 de Agosto do ano passado. Este diferencial será suportado pelos cerca de 80 bancos e instituições financeiras que operam em Portugal, ao longo de um prazo alargado que, tal como o Económico noticiou, poderá ser superior a 20 anos, pelo que não terá impacto significativo nos resultados dos bancos.
Líderes da Fosun e Anbang poderão vir a Portugal entregar ofertas O ‘chairman’ da Fosun, Guo Guangchang (na foto), poderá vir a Lisboa para acompanhar a entrega da proposta final do grupo, tal como já dera a entender que faria num encontro com jornalistas português em Xangai, há duas semanas. Também o presidente da Anbang, Wu Xiaohu, poderá vir a Portugal. Até à hora de fecho da edição, não foi possível confirmar a vinda dos empresários chineses.
A Anbang tem sido vista como favorita à compra do Novo Banco, desde que apresentou a proposta mais alta na fase de ofertas não-vinculativas, de quase quatro mil milhões de euros. Por outro lado, o seu presidente e fundador, Wi Xiaohu, é considerado uma figura influente em Pequim, sendo casado com uma neta do antigo líder Deng Xiaoping.
A Anbang e a Fosun têm um longo historial de rivalidade, sobretudo em negócios fora da China. Mas apesar dessa concorrência, a hipótese de um entendimento entre chineses a respeito do Novo Banco, coordenado com o governo de Pequim, tem sido referida no mercado. Porém, o silêncio impera: no referido encontro com jornalistas portugueses, Guo aceitou falar de tudo, menos da Anbang.
O tema do Novo Banco poderá ser também abordado na visita que o secretário de Estado das Finanças realiza desde ontem a Pequim, embora o processo seja conduzido pelo Banco de Portugal. Manuel Rodrigues foi à China assinar o acordo constitutivo do Banco Asiático de Investimento, numa cerimónia que contará com a presença do presidente da República Popular da China, Xi Jinping.