Candidatos ao Novo Banco têm até hoje para entregar ofertas finais

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Dinheiro Vivo

Venda do Novo Banco deverá ser feita com perdas. Se forem inferiores a 4,9 mil milhões de euros será o fundo de resolução a suportar as perdas

O processo de venda do Novo Banco aproxima-se do fim e a instituição financeira liderada por Eduardo Stock da Cunha está mais perto de conhecer o seu novo acionista. Termina hoje o prazo para entrega das propostas vinculativas e fica assim nãos mãos do Banco de Portugal a decisão sobre quem irá mandar no Novo Banco.

Depois de vários meses, e fases do processo de venda, de terem ficado pelo caminho alguns candidatos, os cinco finalistas na corrida ao Novo Banco – Anbang, Apollo, Cerberus, Fosun e Santander – têm até às 17 horas de hoje para entregar a sua oferta final.

O Dinheiro Vivo sabe que ontem ainda houve equipas dos candidatos que estiveram reunidas para afinarem alguns pontos da proposta final que vão entregar.

Dos cinco candidatos, os grupos chineses são vistos, no mercado, como os concorrentes favoritos, por se acreditar que possam ser aqueles que irão apresentar as propostas mais elevadas.

Ainda assim, há também quem defenda que o Santander pode apresentar um preço final atraente, tendo em consideração as sinergias de negócio que poderia conseguir extrair com esta compra.

Os fundos de private equity norte-americanos poderão jogar com o factor preço e também com o reforço de capital.

Venda com perdas para a banca

Do montante total de 4,9 mil milhões injetados no Novo Banco – aquando a sua constituição a 4 de agosto de 2014 – mil milhões de euros resultaram das contribuições dos bancos para o Fundo de Resolução, enquanto 3,9 mil milhões de euros saíram da linha de recapitalização da troika reservada à banca.

Se o Novo Banco for vendido abaixo do valor injetado, será o fundo de resolução, ou seja, os outros bancos, a suportar as perdas. E tudo aponta para que a venda seja feita com perda.

Caso os valores não sofram grandes alterações em relação às propostas não vinculativas, as expectativas apontam para que as ofertas rondem, em média, os 3500 milhões de euros. “Resta saber se esse valor será o total pago ao Fundo de resolução ou se já inclui uma parte de reforço de capitais do Novo Banco. É que se assim for, as perdas serão ainda superiores”, adiantou uma fonte do sector, ao Dinheiro Vivo.

As ofertas finais deverão contemplar um aumento de capital. A preocupação com o reforço dos capitais do Novo Banco deve-se ao facto de a instituição financeira liderada por Stock da Cunha apresentar rácios abaixo dos seus pares. No final de 2014, o rácio de capital do Novo Banco era de 9,5% (segundo as regras de transição para Basileia III). Isto quando os principais concorrentes portugueses apresentam rácios acima de 10%.

O preço é o principal critério na seleção do vencedor. E, no mercado, existe a expectativa de que poderão ser os chineses a fazerem as propostas mais elevadas. No entanto, caso haja propostas de valores semelhantes, o Banco de Portugal poderá optar por abrir um processo negocial em que participam um número mais restrito de entidades.

Segundo o calendário definido pelo Banco de Portugal o vencedor deverá ser escolhido durante o mês de julho.

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