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“O destinatário dessa solução não será o Novo Banco”. Foi esta a única informação concreta que Carlos Costa deu na comissão parlamentar sobre a solução para os clientes de retalho do Novo Banco com papel comercial do GES. Desta forma, o governador deu a entender que não será o banco de resolução a pagar a estes investidores.
Algumas horas depois de ter adiantado que a cabe à CMVM avançar com uma proposta, Carlos Costa respondeu à deputada Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, adiantando que “ainda ontem [quinta-feira] presidi ao Conselho Nacional de Supervisores Financeiros [que reúne BdP, CMVM e ASF]. Falámos desta questão”.
O governador deu a entender que já discutiu com a CMVM o facto de, no seu entender, caber ao supervisor liderado por Carlos Tavares avançar com uma solução para os clientes do papel comercial.
Já antes, em resposta a Cecília Meireles, do CDS, Carlos Costa tinha reconhecido que, no problema do papel comercial do GES, “há casos de misselling, de abusos no momento da venda. Mas nada pode ser feito pelo BdP”.
O governador mostrou-se mais uma vez empenhando em defender que, “qualquer quer seja a solução, não pode pôr em causa a solidez e a segurança jurídica da resolução ao BES. Não por em causa o ordenamento de credores. Há soluções que permitiriam contemplar” esta segurança, sublinhou, sem adiantar mais informação sobre o que está em cima da mesa.
O governador reconheceu que há casos de clientes do Novo Banco que receberam do BES garantia de reembolso do papel comercial do GES. No entanto, adiantou que “os casos que correspondiam a esta situação eram muito poucos”.
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