Arquivo para a categoria ‘Auditoria’

Novo Banco abriu auditoria interna para analisar condutas no caso Vieira

Sábado, Julho 17th, 2021

Citamos

Observador

Novo Banco abriu auditoria interna para analisar condutas no caso Vieira

 

O conselho de administração do Novo Banco lançou uma auditoria interna para avaliar as condutas que estão descritas pelo Ministério Público no despacho de indiciação, apurou o Observador. A auditoria, que está a ser feita pelo diretor de auditoria interna, Pedro Reis, foi lançada logo no dia após as buscas que foram realizadas na instituição financeira, relacionadas com o caso da Imosteps, empresa de Luís Filipe Vieira.

Ao Observador, já em reação a esta notícia, Vítor Fernandes complementou que ele próprio pediu ao presidente do Novo Banco (António Ramalho) para fazer uma auditoria com estes contornos. “No sábado enviei um email dirigido ao dr. António Ramalho a solicitar a realização de uma auditoria aos acontecimento que estão na origem da realização das buscas judiciais”, afirmou o banqueiro, ao Observador

O banqueiro que está indigitado para presidente do Banco de Fomento, Vítor Fernandes, enquanto esteve no Novo Banco poderá ter, suspeita o Ministério Público, transmitido informação privilegiada a Luís Filipe Vieira, noticiou o Observador. Também um jurista do Novo Banco (chamado Álvaro Neves) terá tido idêntico papel nos negócios imobiliários entre Vieira e o José António dos Santos, o Rei do Frangos, como a TVI e o Observador avançaram na quarta-feira.

Todas as trocas de informação relacionadas com este caso estão a ser analisadas nesta auditoria interna, que ainda não tem prazo para ser concluída. Vítor Fernandes e Álvaro Neves estão referenciados pelo MP, mas não são arguidos nem lhes é imputado qualquer alegado ilícito criminal.

Contactada pelo Observador, fonte oficial do Novo Banco não quis fazer comentários.

O Observador noticiou, também, ainda na semana passada, que a ida de Vítor Fernandes para presidente do Conselho de Administração do Banco de Fomento pode estar tremida. O nome do bancário, que esteve no Novo Banco, surge no despacho de buscas do Ministério Público sobre a Operação Cartão Vermelho como um elemento com quem Luís Filipe Vieira tinha uma relação privilegiada, tendo – alegadamente – informado o presidente do Benfica acerca de vários negócios vantajosos, depois concretizados através de alegados testas de ferro. No entanto, apesar de Vítor Fernandes ter sido referenciado pelo MP, até ao momento não é arguido nem lhe é imputado qualquer alegado ilícito criminal.

 

https://www.rtp.pt/noticias/economia/tdc-critica-que-auditor-do-banco-lone-star-e-fundo-de-resolucao-seja-o-mesmo_n1317124

Quinta-feira, Maio 6th, 2021

 

Novo Banco recebe 430 milhões sem o dinheiro para prémios

 

O Tribunal de Contas (TdC) criticou hoje, na auditoria às injeções de capital feitas pelo Fundo de Resolução (FdR) ao Novo Banco, que o auditor destas entidades e da empresa da Lone Star em Portugal seja a Ernst & Young (EY).

“A auditoria verificou que o auditor das contas do NB (desde as contas de 2018) é, também, o auditor das contas do FdR e das contas da Nani Holdings [empresa da Lone Star registada em Portugal], quando se impunha segregar essas funções e prevenir riscos de conflito de interesses”, pode ler-se no documento hoje divulgado.Mais à frente, numa secção dedicada precisamente a “riscos de complacência ou de conflitos de interesses e funções por segregar”, o Tribunal de Contas repete a crítica, referindo o nome do auditor (Ernst & Young, EY) e salientando que a mudança de auditor no Novo Banco, um compromisso assumido com Bruxelas, deveria precaver tal situação.

Nessa secção, o tribunal presidido por José Tavares aponta também que “as alegações e prática do FdR revelam existir risco de complacência na função de controlo exercida sobre o NB, quanto ao cumprimento das suas obrigações contratuais e à validação dos seus pedidos de pagamento”.

Além da situação do auditor, o TdC considera que esse risco de complacência tem vindo a materializar-se através, por exemplo, “da situação de conflito de interesses entre o FdR acionista de 25% do capital social do NB (e, nessa medida, interessado em otimizar a valorização do banco, para a qual concorre a otimização do recurso ao mecanismo de capital contingente) e o FdR responsável último pelo controlo público do cumprimento do ACC [Acordo de Capitalização Contingente] (prévio à validação dos pagamentos pedidos pelo NB) e pela salvaguarda do interesse e dinheiro públicos envolvidos”.

O TdC aponta ainda a “falta de independência do FdR face ao BdP [Banco de Portugal], designadamente, entre as decisões tomadas pelo CABP [Conselho de Administração do Banco de Portugal] (do qual o Presidente da CDFR [Comissão Diretiva do Fundo de Resolução] é membro) sobre o processo de venda do NB (incluindo a seleção do comprador) e as decisões de validação dos pedidos de pagamento do NB pela CDFR (com a maioria dos seus membros designada pelo BdP)”.

O tribunal destaca que as decisões das cúpulas diretivas do BdP e FdR estão “suportadas por notas técnicas e pela ação do mesmo serviço do BdP (o atual departamento de Resolução), não obstante a necessidade de segregação dessas funções se ter acentuado com a interdependência decisória”.

Para o tribunal presidido por José Tavares há também uma “desvalorização do incumprimento de cláusulas contratuais que constituem requisitos de validade dos pedidos de pagamento do NB, ao abrigo do ACC, determinando este que o prazo desses pagamentos é de 30 dias, mas só após a notificação de um pedido válido”.

O TdC constatou ainda a “desnecessidade de formalizar o acordo sobre forma e substância do ficheiro de referência que, nos termos contratuais, constitui o suporte da informação determinante de cada pedido de pagamento, também não superada por manuais de procedimentos cuja existência é um mecanismo de prevenção e mitigação de riscos”.

Essa informação também prescinde de “períodos de controlo” anteriores “ao fecho das contas do NB, não recorrendo ao Agente de Verificação [Oliver Wyman] nem a um auditor independente para o efeito”, segundo o Tribunal de Contas.

De resto, o TdC considera que a aceitação da Oliver Wyman como Agente de Verificação também concorre para os riscos, dado que foi contratada pelo Ministério das Finanças “para prestar serviços técnicos especializados de avaliação e comparação das propostas no processo de venda do NB”, incluindo a proposta de “critérios de ordenação e seleção das propostas dos potenciais adquirentes” do banco.

“Em suma, não tem sido devidamente cumprida a obrigação do NB reportar a informação sobre a execução do ACC, por falta de formalização do acordo sobre forma e substância do suporte dessa informação e pelo atraso na preparação desse suporte pelo NB (face ao prazo contratual de trinta dias), alegando depender de contas auditadas”, conclui o TdC.

O processo de financiamento ao Novo Banco deveria conter, segundo o TdC, “suportes de informação trimestrais (iniciais) preparados pelo Novo Banco no prazo contratual determinado e com forma e substância formalmente acordadas com o Fundo de Resolução”, e uma “demonstração do cálculo do valor a financiar” com instruções que permitam uma avaliação independente.

Também deveriam existir, segundo a auditoria, “demonstrações comprovativas da verificação integral do valor a financiar pelas entidades responsáveis por essa verificação, juntamente com os suportes de informação trimestrais (finais) resultantes dessa verificação”, e ainda uma “declaração comprovativa da validação do valor a financiar pelo Fundo de Resolução”.

Banco de Portugal não foi o único a falhar no BES. Relatório secreto atira à CMVM, auditoras e Angola

Terça-feira, Maio 4th, 2021

Citamos

Banco de Portugal não foi o único a falhar no BES. Relatório secreto atira à CMVM, auditoras e Angola

O Relatório Costa Pinto não poupou críticas ao supervisor português. Mas outras entidades esconderam dados, atrasaram respostas ou falharam nos seus deveres. O regulador CMVM é especialmente visado.

O Banco de Portugal é o principal alvo das críticas, mas há alvos secundários na auditoria independente conduzida pela equipa liderada por João Costa Pinto à atuação no caso Banco Espírito Santo. O relatório, concluído em abril de 2015, que tinha sido encomendado pelo então governador Carlos Costa (e que ficou secreto até o Observador o divulgar esta semana), aponta falhas a outro supervisor importante, a CMVM, bem como a empresas de auditoria e, ainda, ao congénere do Banco de Portugal em Angola, o BNA.

Essas são outras entidades que tinham responsabilidades no controlo e fiscalização do Banco e do Grupo Espírito Santo – e que também tiveram falhas, aponta o relatório. O documento considera que estas prejudicaram algumas das medidas adotadas pelo supervisor bancário e há críticas fortes à atuação da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, na altura liderada por Carlos Tavares (hoje chairman do Banco Montepio).

No interação com a CMVM são duas as matérias analisadas: o aumento de capital realizado em maio de 2014 pelo Banco Espírito Santo e a comercialização pelo banco – junto de clientes de retalho – de produtos financeiros que serviram para financiar as empresas não financeiras do Grupo Espírito Santo, e que numa fase final foram concebidos e vendidos de forma a contornar as ordens de travão dadas a estas práticas de financiamento do grupo. É neste ponto que o relatório concluiu que houve uma “supervisão ineficaz”por parte do regulador da bolsa.

“Um dos piores negócios da história”

“Um dos piores negócios da história” dos mercados financeiros. A expressão foi usada pelo Financial Times dias depois da resolução para descrever o último aumento de capital do BES, em junho de 2014, e é reveladora do dano reputacional que Portugal sofreu com o colapso do GES/BES. A operação, fechada entre maio e junho, permitiu captar mais de mil milhões de euros, sob a direção de Ricardo Salgado, e foi considerada um sucesso na medida em que a procura excedeu a oferta.

As novas ações foram liquidadas em meados de junho, ou seja, foi nessa altura que os acionistas que as compraram debitaram das suas contas de investimento os euros necessários para concluir a transação. Um mês depois, perante as notícias sobre a falência iminente do Grupo Espírito Santo, tinham perdido quase todo o seu valor e acabaram a valer praticamente zero quando o banco foi alvo de resolução nos primeiros dias de agosto.

Na página 390 do relatório lê-se que “a informação ao dispor dos reguladores, nomeadamente do Banco de Portugal e da CMVM, no momento da emissão do prospeto do aumento de capital, perspetivava que o incumprimento da ESI não era um mero risco potencial, como indicado no prospeto. Nesta questão específica, não está em causa a atuação do Banco de Portugal, que cumpriu os deveres de cooperação com a CMVM“.

Não sendo uma crítica expressa, a frase pode ser lida como uma crítica ao supervisor do mercado que deu o selo de aprovação ao prospeto da operação no dia 20 de maio, no mesmo dia em que teve conhecimento da  auditoria final à Espírito Santo Internacional (ESI), que  confirmava o que o Banco de Portugal já sabia desde novembro do ano anterior.

A dívida da ESI, então a principal holding do GES, era mais do dobro do que estava nas contas e a KPMG aponta para uma subavaliação da ordem dos 1.300 milhões de euros que tinha por base “erros contabilísticos” efetuados intencionalmente desde 2008 pelo responsável da contabilidade” (Machado da Cruz). A auditoria não apontava para a existência de “apropriação indevida de ativos”. Poucos dias depois surgiria outra revelação que implicava Ricardo Salgado na falsificação das contas.

A análise liderada por Costa Pinto nota que, “não obstante as conclusões do relatório, a CMVM decidiu aprovar, ainda no dia 20 de maio, o prospeto da emissão acionista do BES no montante de 1.045 milhões, embora com uma referência explícita aos riscos incorridos pelos investidores devido à situação da ESI”.

Centeno contraria Tribunal de Contas. Não se podia minimizar mais impacto do Novo Banco nas contas públicas

Terça-feira, Maio 4th, 2021

Citam

Centeno contraria Tribunal de Contas. Não se podia minimizar mais impacto do Novo Banco nas contas públicas

Governador contesta conclusão, não sustentada, da auditoria do Tribunal de Contas ao Novo Banco. Não se podia ter minimizado mais o impacto nas contas públicas sem afetar depositantes.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, contraria a conclusão da auditoria do Tribunal de Contas de que a solução encontrada para vender o Novo Banco não minimizou o impacto nas contas públicas. Em conferência de imprensa, Mário Centeno (que enquanto ministro das Finanças autorizou o processo de venda de 2017 e os compromissos assumidos por Portugal junto das entidades europeias, destacou como a conclusão mais importante: “O financiamento público do Novo Banco concorreu para a estabilidade do sistema financeiro, sobretudo por ter sido evitada a liquidação do banco e reduzido risco sistémico”.

No entanto, e ao contrário do que concluiu o Tribunal, “é manifesto que o impacto nas Finanças Públicas foi mesmo minimizado, ao evitar-se o impacto da liquidação e uma imputação máxima a credores e obrigacionistas”. O governador foi direto na contestação ao impacto da operação nas contas do Estado e referiu até a posição discordante assumida num voto por um dos juízes que esteve envolvido na auditoria do Tribunal de Contas.

Podia ter-se minimizado mais o impacto? “A resposta simples é não. Ir mais longe implicava os depositantes e minava a confiança nos depositantes. Não seria este certamente o plano alternativo do Tribunal de Contas, mas ficamos sem saber” porque a auditoria “faz uma afirmação, mas não a sustenta com cenários alternativos”. E sem essa discrição, “não é possível saber como se poderia ter reforçado ainda mais minimizado os impactos. Infelizmente a auditoria não nos ensina mais sobre isto.”

Para Mário Centeno, não basta constatar que há despesa pública como fez o Tribunal de Contas. Para além de que, sublinha, é “absolutamente factual o efeito positivo” que a solução encontrada para o Novo Banco nos custos de financiamento da República. “Não é necessário recorrer a contrafactual, é notório nos custos de financiamento de todos os portugueses”.

O governador qualifica ainda de incorreta a conclusão da auditoria segundo a qual as chamadas de capital ao Fundo de Resolução têm financiado não só as perdas sofridas nos ativos do mecanismo de capital contingente, mas também o défice da atividade do Novo Banco. Para o ex-ministro das Finanças, o Tribunal tira uma conclusão que está “incorreta”.

E assegura que “não há cobertura de quaisquer outras perdas” para além das registadas nesses ativos. Máximo dos Santos assinala a propósito do tema a “abordagem diferente” da Deloitte que na sua auditoria à gestão dos ativos do Novo Banco concluiu que as injeções financeiras no banco foram inferiores às perdas imputadas aos ativos protegidos.

Quando questionado sobre a competência do tribunal para este tipo de auditoria (que se focou nos procedimentos e impactos financeiros para o Estado excluindo as operações e decisões de gestão geradoras de perdas), Mário Centeno não respondeu de forma direta. Mas sinalizou que o Banco de Portugal até disponibilizou técnicos para ajudar os juízes a calcular um rácio de capital, no entanto, esta sessão de formação acabou por não se realizar por falta de interesse do Tribunal. O Tribunal de Contas é um órgão de fiscalização e controlo externo da despesa pública.

O governador e vice-governador do Banco de Portugal (e presidente do Fundo de Resolução) asseguram ainda que as recomendações da auditoria já estão a ser seguidas (e algumas até já foram implementadas). São para ser levadas a sério e cumpridas”, sublinhou Mário Centeno. O Governador, e ex-ministro que conduziu o processo, contestou ainda a crítica do Tribunal sobre a falta de transparência na comunicação dos impactos para as contas públicas e dos custos para o Estado.

Estado deixa de estar obrigado a meter mais capital (1.600 milhões) no Novo Banco se tudo correr mal

“Não há falta de transparência, mas falta de memória”, afirmou Mário Centeno quando questionado sobre o facto de só com esta auditoria se ter conhecido qual foi a estimativa feita em 2017 da injeção financeira que o Estado teria de fazer, ao abrigo da cláusula de backstop” exigida pela Comissão Europeia e que foi revelada no Parlamento, assinala, em 2017 (quando era ministro).

E apesar de Centeno admitir que Bruxelas tinha razão em desconfiar das previsões então apresentadas pela parte portuguesa, porque os ativos sob proteção geraram mais perdas do que o previsto (elevando as chamadas de capital), o Novo Banco tem cumprido os compromissos deste plano, que termina no final deste ano, Por isso, a “melhor estimativa para a chamada backstop” é zero. O compromisso do Estado português foi sempre de um Novo Banco seria viável.”

Fundo de Resolução negoceia com sindicato bancário, mas não avança prazos

O presidente do Fundo de Resolução, Luís Máximo dos Santos confirmou que o Fundo não tem recursos suficientes para assegurar a injeção no Novo Banco, cujo processo de verificação ainda está a decorrer. E que está ser negociado um empréstimo com um sindicato bancário, mas são “negociações complexas” e neste momento ainda “não há uma situação totalmente definida”.

Sobre o prazo — em regra o pagamento é feito na primeira semana de maio — Máximo dos Santos diz que o prazo de 30 dias parte do pressuposto que o Fundo tem todos os elementos e documentos necessários (sem esclarecer se os tem). Se houver alguma derrapagem nesse prazo, isso não significa um incumprimento.

Sobre o pedido de 598 milhões de euros feito pelo Novo Banco ao Fundo de Resolução, Máximo dos Santos diz que ainda está a ser ponderado. O presidente do Fundo de Resolução sublinhou ainda que os litígios com o Novo Banco que se encontram em Tribunal Arbitral de 331 milhões de euros representam quase 10% do limite máximo dos pagamentos previstos no mecanismo de capital contingente.

PUB

Veja aqui o relatório completo da auditoria do TdC ao Novo Banco

Terça-feira, Maio 4th, 2021

Citamos

Eco

Veja aqui o relatório completo da auditoria do TdC ao Novo Banco

O Tribunal de Contas (TdC) já entregou à Assembleia da República o relatório da auditoria pedida ao Novo Banco. Consulte aqui as 302 páginas do relatório final.

OTribunal de Contas (TdC) já entregou à Assembleia da República o relatório da auditoria que tinha sido pedida pelos deputados ao Novo Banco, à qual está condicionada a transferência de dinheiro do Fundo de Resolução para a empresa, prevista no mecanismo de capital contingente.

O documento é muito crítico em relação à forma como têm sido feitas as injeções de dinheiro do Fundo de Resolução na empresa e considera, ainda, que o Novo Banco não tem cumprido “devidamente” a obrigação de reportar informação sobre a execução do mecanismo de capitalização negociado aquando da venda do banco ao fundo Lone Star.

Leia aqui o relatório na íntegra:

PROCURAR NO LINK DA NOTÍCIA

(Notícia atualizada às 12h43 com mais informação)

 

 

Reltório Deloitte

Segunda-feira, Abril 19th, 2021

Citamos

Relatório Deloitte

relatorio-anonimizado-consolidado_nba_2019_final_

Deloitte vê falhas na avaliação de imóveis do Novo Banco

Quarta-feira, Abril 14th, 2021

Citamos

Negócios

A auditoria da Deloitte, referente ao período de 2019, revela que o Novo Banco não cumpriu, em alguns casos, as regras relativamente à frequência com que deve ser feita a avaliação aos imóveis detidos. O banco diz aplicar os normativos, mas explica que há exceções.

A segunda auditoria da Deloitte ao Novo Banco, referente ao ano de 2019, detetou que o banco liderado por António Ramalho não cumpriu, em alguns casos, as normas relativamente à frequência com que devem ser reavaliados os imóveis em carteira. Foi o caso de cinco ativos imobiliários, com um valor superior a 20 milhões de euros no balanço da instituição financeira.

“Para 5 dos 23 imóveis selecionados na amostra do ‘workstream 3’, que ainda se mantinham na carteira do banco em 31 de dezembro de 2019, não foi obtida evidência de reavaliação em 2019 ou da existência de um CPCV [contrato de promessa de compra e venda] válido nessa data. Para estes imóveis, os relatórios de avaliação mais recentes disponíveis aquela data eram datados de 2018”, refere a Deloitte nas conclusões da auditoria.

O “workstream 3” – uma das vertentes desta análise – teve como objetivo analisar a conformidade dos atos de gestão associados às decisões de aquisição e alienação para uma amostra de outros ativos que não sejam crédito concedido e entidades subsidiárias ou associadas, e que geraram perdas para o Novo Banco, como foi o caso dos imóveis. As outras vertentes focaram-se nas operações de crédito concedido, mas também nas subsidiárias e associadas do banco.

De acordo com a Deloitte, que também teve a seu cargo a primeira auditoria ao Novo Banco, entre 2000 e 2018, o “normativo interno relativo à valorização de imóveis do Novo Banco refere que os imóveis detidos pelo banco devem ser reavaliados pelo menos uma vez por ano, exceto se para os mesmos já existir um contrato de promessa de compra e venda (CPCV) formalizado”. E, diz a auditora, “nos casos acima mencionados, o referido normativo não foi cumprido”. Foi o caso de um imóvel detido pela sucursal do Novo Banco em Espanha, “cujo normativo interno define igualmente uma periodicidade de reavaliação anual dos imóveis em carteira própria”, mas também de um outro que entrou em carteira no primeiro semestre de 2019, refere a Deloitte, sem adiantar mais detalhes.

As conclusões da auditoria revelam ainda que “os imóveis em causa têm um valor de balanço, com referência a 31 de dezembro de 2019, de 22,1 milhões de euros”, com perdas associadas a rondar os 11,1 milhões de euros.

“O Novo Banco tem publicado normativos que regem o processo de reavaliações de imóveis com horizontes temporais bem definidos em função das características de cada imóvel”, refere ao Negócios fonte oficial do banco. A instituição nota que, “sendo aplicável à generalidade dos imóveis, existem exceções. Para determinada natureza de imóveis, e face a características particulares destes, existe a necessidade de consultar um conjunto de entidades, entre elas as câmaras municipais, sobre o potencial de cada ativo e, apenas após a obtenção de novos elementos, são relançados processos de reavaliação mais informados. Foi o caso destes cinco ativos que foram objeto de reavaliação em 2020”.

Inspeção do BCE leva a perdas de 216 milhões

Os imóveis também estiveram em cima da mesa numa inspeção realizada pelo Banco Central Europeu (BCE) ao Novo Banco, e que é relatada na auditoria. Esta ação obrigou ao registo de mais de 500 milhões em perdas, sendo que uma parte se deveu à desvalorização dos ativos imobiliários.

“Em 2019 o BCE realizou uma inspeção onsite (OSI) no Novo Banco com o objetivo de avaliar a gestão de colaterais, NPL [crédito malparado] e ativos recuperados. A referida ação inspetiva decorreu entre maio e setembro de 2019, tendo o relatório final sido emitido em janeiro de 2020”, pode ler-se na auditoria da Deloitte.

De acordo com as conclusões, este relatório “relata um conjunto de ‘findings’ da inspeção [do BCE], incluindo questões metodológicas relacionadas com a imparidade e valorização destes ativos”, bem como desvios que totalizavam 394 milhões de euros para crédito a clientes. Foram também “identificadas necessidades de desvalorização de imóveis no valor de 216 milhões de euros”.

 

Deloitte só assinou em fevereiroA segunda auditoria da Deloitte ao Novo Banco, desta vez referente apenas ao período de 2019, arrancou em novembro do ano passado. Mas o contrato para a prestação deste serviço apenas foi assinado três meses depois. “O contrato relativo à Auditoria Especial (…) foi assinado pelas partes em 18 de fevereiro de 2021”, refere a Deloitte na sua análise aos atos de gestão do banco liderado por António Ramalho. A entidade refere ainda que, “não obstante, tal como solicitado pelas partes envolvidas no processo, dada a urgência que nos foi transmitida, o trabalho de campo teve início em novembro de 2020, tendo sido desenvolvido até março de 2021”. Foi no final desse mês que o documento chegou às mãos do Governo e que foi entretanto entregue aos deputados. A versão “rasurada” desta análise foi divulgada na sexta-feira, no site do Parlamento. O mesmo aconteceu com a primeira auditoria.
NB avança com 41 medidasDepois da primeira auditoria da Deloitte ao Novo Banco, entre 2000 e 2018, o Novo Banco disse estar “totalmente empenhado em continuar o caminho traçado” para “cumprir na íntegra as indicações”. Nesse sentido, o banco, liderado por António Ramalho, definiu um conjunto de medidas, dividindo as 41 ações pelas três vertentes da análise da Deloitte: 20 a nível das operações de crédito concedido, 8 nas subsidiárias e associadas e 13 noutros ativos. Deste total, apenas 17 foram já totalmente implementadas. Ou seja, menos de metade, sendo que as restantes foram implementadas parcialmente ou ainda estão em curso. Por concluir estão ações como a clarificação sobre normativos internos relativos às regras de atribuição de clientes aos departamentos de recuperação ou a revisão do modelo de gestão e de monitorização de participações financeiras. A primeira auditoria foi concluída no final de agosto do ano passado.

 

Para cinco dos 23 imóveis selecionados na amostra do ‘workstream 3’, que ainda se mantinham na carteira do banco em 31 de dezembro de 2019, não foi obtida evidência de reavaliação em 2019.

 

O normativo interno relativo à valorização de imóveis do Novo Banco refere que os imóveis detidos pelo banco devem ser reavaliados pelo menos uma vez por ano.AUDITORIA DA DELOITTE

 

Malparado do Novo Banco foi vendido ao melhor preço e cumpriu acordo com FdR, segundo a Deloitte

Domingo, Abril 11th, 2021

Citamos

Observador

Malparado do Novo Banco foi vendido ao melhor preço e cumpriu acordo com FdR, segundo a Deloitte

Segundo a auditoria, “as propostas escolhidas para assinatura de contratos de compra e venda foram suportadas no contributo dos assessores financeiros e jurídicos dos processos”.

A venda das três carteiras de crédito do Novo Banco em 2019 foi feita pelo preço mais alto e em conformidade com o Acordo de Capitalização Contingente (CCA), segundo a auditoria da Deloitte às operações.

“Nos três processos de alienação analisados verificou-se que foi escolhida a proposta de investidores que apresentava o preço mais elevado”, pode ler-se no documento a que a Lusa teve acesso, e que está rasurado em algumas partes devido a restrições de confidencialidade.

Segundo a auditoria, “as propostas escolhidas para assinatura de contratos de compra e venda, foram suportadas no contributo dos assessores financeiros e jurídicos dos processos, fora aquelas que, de acordo com a informação disponibilizada pelo Novo Banco, apresentavam condições mais favoráveis”.

As condições dizem respeito à “maior flexibilidade nas alterações das condições propostas nos CCV [contratos de compra e venda] e um menor risco de execução e de indemnizações futuras decorrentes das representações e garantias concedidas”.

Em duas das carteiras de crédito analisadas, Albatros e Sertorius, foi possível “verificar que o valor de venda das duas operações supra referidas se encontra consistente com os intervalos de valorização determinados, daqui resultando que a valorização inicial realizada a estas duas carteiras tinha já implícito um montante de perda àquele que se veio a verificar com a conclusão das transações”.

Já sobre a carteira Nata II foi emitida uma “fairness opinion” (opinião de razoabilidade) por parte de uma entidade externa não identificada (rasurada no texto) “na fase final do processo de venda, a qual concluiu que o preço a ser recebido pela venda do portefólio era justo do ponto de vista financeiro”.

Quanto à análise destas carteiras de crédito junto do Acordo de Capitalização Contingente (CCA) com o Fundo de Resolução, “para as três operações analisadas, não foram encontradas exceções no cumprimento dos procedimentos previstos”. A análise de elementos relevantes feita a contrapartes pelo Novo Banco acerca da potencial venda de crédito malparado a partes relacionadas foi, em três casos, feita após as operações estarem concluídas, apesar de não terem sido detetadas desconformidades.

“No processo de venda da carteira Albatros, as análises de conflitos de interesses e de partes relacionadas sobre as entidades adquirentes da carteira foram realizadas posteriormente à assinatura dos CCV [contrato de compra e venda]”, pode ler-se no documento.

Já quanto à carteira Nata II, o parecer do departamento de ‘compliance’ (conformidade) acerca de análise de contrapartes em matéria de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo da entidade compradora “foi emitido em momento posterior à assinatura do contrato de venda da carteira”. No entanto, “previamente à assinatura do contrato de venda foi comunicado pelo departamento de ‘compliance’ que da macroanálise efetuada com os elementos de informação disponíveis a essa data não tinha sido identificado qualquer elemento negativo”.

Já quanto à carteira Sertorius, o parecer do departamento de ‘compliance’ acerca de análise de contrapartes sobre o comprador da carteira “foi emitido em momento posterior à deliberação de CAE [conselho de administração executivo] do Novo Banco para alienação da carteira”, mas “em momento anterior à assinatura do contrato de venda”.

A auditoria da consultora refere ainda que as análises feitas pelo departamento de “compliance” do Novo Banco “não identificaram pessoas ou entidades relacionadas” com o banco ou o seu acionista, a Lone Star.

Porém, a Deloitte identificou que se verificou “a inexistência de políticas ou normativos internos que regulassem a realização sistemática de uma análise das entidades compradoras”, quer em termos de branqueamento de capitais quer a nível de conflitos de interesses e partes relacionadas, “não obstante existirem políticas, normativos e procedimentos que norteavam os princípios gerais destas matérias”.

 

 

Leia aqui a última auditoria da Deloitte ao Novo Banco

Sábado, Abril 10th, 2021

Citamos

Eco

 

São quase 400 páginas, muita informação rasurada e milhares de números. Eis mais um relatório da auditoria especial da Deloitte ao Novo Banco.

Sete desinvestimentos do Novo Banco foram feitos sem documentação completa

Sábado, Abril 10th, 2021

Citamos

Eco

Sete desinvestimentos do Novo Banco foram feitos sem documentação completa

A auditoria especial da Deloitte ao Novo Banco dá conta que sete desinvestimentos de subsidiárias e associadas do banco foram feitos sem a documentação necessária estar completa.

Aauditoria especial da Deloitte ao Novo Banco dá conta que sete desinvestimentos de subsidiárias e associadas do banco foram feitos sem a documentação necessária estar completa.

“As sete exceções identificadas para os atos de gestão de desinvestimento encontram-se exclusivamente relacionadas com falta de documentação completa para a tomada de decisão”, pode ler-se no documento a que a Lusa teve acesso e no qual consta informação rasurada.

A amostra relativa a subsidiárias e associadas totalizou 15 milhões de euros na análise feita pela Deloitte, com perdas de 12 milhões de euros em 2019.

Segundo a Deloitte, em três situações “não foi efetuada análise de contrapartes e/ou de conflitos de interesses à entidade contraparte em momento anterior a uma estipulação contratual, ou esta não foi realizada a todas as entidades relevantes e respetivos órgãos de gestão“.

“As sete exceções identificadas para os atos de gestão de desinvestimento encontram-se exclusivamente relacionadas com falta de documentação completa para a tomada de decisão.”

Auditoria especial da Deloitte

Numa situação, “a prova de fundos da entidade compradora não cumpriu com o estabelecido na ‘process letter’ [dossiê do concurso] do processo de venda, tendo sido entregue de forma incompleta”.

Noutra situação “não foi realizado um exercício de valorização que permitisse enquadrar as propostas recebidas e aferir a sua razoabilidade”.

Num outro caso, de acordo com o mesmo documento, não “se verificou a documentação apropriada do racional subjacente à definição de um mecanismo compensatório por prorrogação da data-limite para conclusão da transação”.

Finalmente, noutra situação “não foi realizado acompanhamento da evolução do preço da transação que se encontrava sujeito a um mecanismo de ajustamento”.

Quanto a deficiências em matéria de gestão de acompanhamento, foram encontradas 11 exceções, tendo a Deloitte verificado que “não foram elaborados os relatórios periódicos de acompanhamento para fundos de investimento definidos em normativo interno”, duas das quais em 2019.

Em quatro situações (uma em 2019) “não foi obtida evidência documental de acompanhamento ao nível de CA [Conselho de Administração], CE [Comissão Executiva], CAE [Conselho de Administração Executivo]”, destacando a Deloitte que “em duas dessas situações o CA da entidade participada analisada era composto por membros do CA da acionista”.

Em três situações anteriores a 2019 “não foi obtida evidência documental de acompanhamento por parte do departamento com a atribuição formal de acompanhamento”, adianta também a Deloitte.

O Novo Banco afirmou então em comunicado ter tomado conhecimento da auditoria, congratulando-se pela inexistência de “desconformidades relevantes” no seu conteúdo.

No mesmo dia, o Governo anunciou a entrega ao parlamento e ao Tribunal de Contas do relatório da auditoria, afirmando que “exigirá uma análise exaustiva por parte de todos os destinatários”.

O Fundo de Resolução (FdR) divulgou, também na altura, com base na auditoria da Deloitte, que o valor injetado no banco em 2020 relativo às contas de 2019 foi inferior em 640 milhões de euros às perdas abrangidas pelo Acordo de Capitalização Contingente (ACC).