Arquivo para a categoria ‘Banco Santander’

Banca espanhola prepara assalto final a Portugal

Terça-feira, Outubro 25th, 2016

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Dinheiro Vivo

O fraco crescimento da economia está a deixar os bancos portugueses mais débeis e, logo, mais suscetíveis de aquisição por parte de estrangeiros.

A banca espanhola está conquistar Portugal. Há nove séculos, D. Afonso Henriques conquistou Lisboa aos mouros. Agora, é a vez de os espanhóis conquistarem o centro financeiro do país, não pela força mas pelo poderio económico. Não foi necessário qualquer cerco a Lisboa, bastando a Espanha aproveitar a fraca rentabilidade dos nossos bancos, fruto em parte do nível elevado de crédito malparado. O fraco crescimento da economia, que deve rondar 1% este ano, torna o setor bancário uma presa fácil para as entidades estrangeiras. Este é o cenário pintado pelo jornal online “El Español”. A ideia não é nova. Mais de meia centena de notáveis portugueses chegaram a aventar a hipótese de escrever um manifesto contra a espanholização do setor financeiro, acabando por elaborar apenas um conjunto de reflexões sob o título “Reconfiguração da Banca em Portugal”. Duas ideias centrais do documento de reflexão, datado de 28 de abril de 2016: a excessiva concentração nas mãos de acionistas de uma só nacionalidade pode prejudicar o nosso país e, por outro lado, o Banco Central Europeu (BCE) não devia impor soluções cujos custos são suportados exclusivamente pelo país em causa.

Barclays Portugal, Banif, BPI O caminho que levou ao domínio espanhol começou com o Santander, que entrou em Portugal nos anos oitenta do século passado, através do Banco de Comércio e Indústria. Depois, no ano 2000, consolidou a sua posição ao converter-se no acionista maioritário do Banco Totta & Açores. Foi o primeiro passo para a criação da filial portuguesa do atual Banco Santander Totta. No entanto, o grande passo em frente aconteceu quando o Bankinter comprou, no último outono, o negócio de retalho do Barclays Portugal. Não demorou muito para que o Santander se impusesse ao Banco Popular e à norte-americana Apollo para ficar com o controlo do Banif, que colapsou em dezembro de 2015. Pagou apenas 150 milhões de euros, sendo que o banco resgatado recebia uma injeção de capital na ordem dos 2,25 milhões de euros de dinheiros públicos. “O triste caso do resgate do Banif indicia a adoção de um paradigma inaceitável, que não pode ser replicado em casos futuros. Se o que parece é, a atuação do BCE neste caso, em vez de viabilizar soluções com menores custos e igualmente credíveis, antes reflete uma estratégia que coloca a banca privada nacional na dependência de um muito escasso número de bancos de um país estrangeiro”, referem os subscritores do documento de reflexão “Reconfiguração da Banca em Portugal”. Em abril, foi a vez de o CaixaBank lançar uma segunda OPA sobre o Banco Português de Investimento (BPI). Apesar dos problemas colocados pela empresária angolana Isabel dos Santos, tudo se resolveu e o controlo do BPI deverá estar concluído ainda em 2016. BCP e Novo Banco Desde o início do ano que se ouvem rumores sobre o interesse de vários bancos espanhóis no Millenium BCP, sendo que o Sabadell é tido como um sério pretendente. Este banco espanhol controla 5% do BCP. Para já, certa é a entrada dos chineses da Fosun.

O Novo Banco (NB) é um peso morto dentro do setor. Custou 4,9 mil milhões ao Fundo de Resolução, o sistema solidário dos bancos, ao qual o Estado emprestou 3,9 mil milhões de euros. Tal como sucedeu com o Banif, e tendo em conta os prejuízos que vem acumulando, o NB pode acabar por ser vendido por um valor simbólico. Seja como for, tem de ser vendido até agosto de 2017, mas a verdade é que, caso a sua alienação não aconteça até ao final deste ano, terá lugar a redução de mais 500 postos de trabalho, corte adicional de 100 milhões de euros e fecho de mais 100 balcões, O Banco de Portugal está a analisar quatro propostas pelo Novo Banco: a do fundo Lone Star, da Apollo/Centerbridge, do BPI e uma manifestação de interesse do BCP, sem preço mas dizendo que podia avaliar o ativo noutras condições de mercado. O CaixaBank já veio dizer que a prioridade é a consolidação do BPI, dando a entender que o NB não é prioritário, afirmação que não exclui totalmente a operação de compra de mais um banco português por uma entidade espanhola.

Santander desvaloriza oferta sobre Novo Banco e diz querer crescer organicamente

Quarta-feira, Abril 27th, 2016

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Negócios

José António Álvarez explicou que o Santander tem “dois objectivos em Portugal”: “finalizar em Outubro a integração do Banif”, comprado por 150 milhões de euros no ano passado, e ganhar quota de mercado.

O administrador-delegado do Grupo Santander, José António Álvarez (na foto), desvalorizou esta quarta-feira, 27 de Abril, a possibilidade de fazer uma oferta pelo Novo Banco, salientando que “segue os desenvolvimentos em Portugal”, mas que o objectivo “é crescer organicamente”.

“No ano passado analisámos o Novo Banco e colocámos uma oferta não vinculativa. Seguimos os desenvolvimentos em Portugal, mas o nosso objectivo em Portugal é crescer de forma orgânica, o que estamos a fazer”, afirmou o responsável do banco espanhol, que opera em Portugal através do Santander Totta.

O crescimento orgânico refere-se ao aumento dos resultados dentro do actual perímetro do banco, ou seja sem recorrer a compras.

José António Álvarez explicou que o Santander tem “dois objectivos em Portugal”, o primeiro dos quais “finalizar em Outubro a integração do Banif”, que o banco espanhol comprou por 150 milhões de euros no ano passado.

“Estamos nessa integração. O segundo tema é ganhar quota de mercado, no qual temos vindo a crescer”, acrescentou.

José António Álvarez foi ainda instado a comentar o decreto-lei aprovado recentemente pelo Governo português para as instituições de crédito – que permite levantar os bloqueios estatutários a alguns accionistas e que poderá permitir uma resolução para o conflito do catalão Caixabank no BPI -, mas escusou-se dizendo: “Desconheço a lei”.

No final de Janeiro, aquando da apresentação de resultados anuais, o presidente do Santander Totta, António Vieira Monteiro, repetiu que “o Banco Santander é um grande banco e está sempre atento a tudo aquilo que se passa à sua volta“.

“Naturalmente, olhará mais uma vez para o processo do Novo Banco. Mais do que isso, não posso dizer porque não sabemos quais os contornos do que vai haver, se estão enquadrados, ou não, na nossa política”, continuou, dizendo que aguarda a publicação do caderno de encargos.

A segunda tentativa de venda do banco que resultou dos activos saudáveis do BES após a resolução do Banco Espírito Santo, prevê um de dois caminhos: a dispersão em bolsa de parte do capital do Novo Banco ou a operação de venda directa da instituição a um investidor, uma opção em que os grupos espanhóis, como o Santander e o CaixaBank, são os candidatos mais fortes.

O objectivo é abrir o leque de opções e garantir o máximo de competitividade do processo, que tem de ter um desfecho até ao final de Julho, avançou em Março o Negócios.

Santander “segue desenvolvimentos” do processo de venda do Novo Banco

Quarta-feira, Abril 27th, 2016

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Dinheiro Vivo

José António Álvarez “segue os desenvolvimentos em Portugal”, mas que o objetivo “é crescer organicamente”.

O administrador-delegado do Grupo Santander, José António Álvarez, desvalorizou hoje a possibilidade de fazer uma oferta pelo Novo Banco, salientando que “segue os desenvolvimentos em Portugal”, mas que o objetivo “é crescer organicamente”.

“No ano passado analisámos o Novo Banco e colocámos uma oferta não vinculativa. Seguimos os desenvolvimentos em Portugal, mas o nosso objetivo em Portugal é crescer de forma orgânica, o que estamos a fazer”, afirmou o responsável do banco espanhol, que opera em Portugal através do Santander Totta.

O crescimento orgânico refere-se ao aumento dos resultados dentro do atual perímetro do banco, ou seja sem recorrer a compras. José António Álvarez explicou que o Santander tem “dois objectivos em Portugal”, o primeiro dos quais “finalizar em outubro a integração do Banif”, que o banco espanhol comprou por 150 milhões de euros no ano passado.

“Estamos nessa integração. O segundo tema é ganhar quota de mercado, no qual temos vindo a crescer”, acrescentou. José António Álvarez foi ainda instado a comentar o decreto-lei aprovado recentemente pelo Governo português para as instituições de crédito – que permite levantar os bloqueios estatutários a alguns acionistas e que poderá permitir uma resolução para o conflito do catalão Caixabank no BPI -, mas escusou-se dizendo: “Desconheço a lei”. –

Carlos Costa contrata Deutsche Bank para vender Novo Banco

Quinta-feira, Fevereiro 11th, 2016

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Económico

Ao que o Económico apurou, o escolhido será o alemão Deutsche Bank, que vai trabalhar em conjunto com os assessores que participaram na primeira tentativa de venda: o BNP Paribas, a TC Capital e a Vieira de Almeida & Associados.

O processo de venda do Novo Banco foi formalmente relançado em Janeiro, mas o caderno de encargos ainda não é conhecido, nem os moldes da venda, que poderá ser parcial. Ainda assim, ao que o Económico apurou, na semana passada tiveram lugar contactos informais com vários potenciais interessados na compra do banco de transição que herdou os activos “saudáveis” do antigo Banco Espírito Santo.
O Banco de Portugal vai supervisionar o processo, que será conduzido pelo Fundo de Resolução, o veículo público dono do Novo Banco, financiado pelas contribuições do sector bancário.

No mercado, os grandes bancos espanhóis, com o Santander à cabeça, têm sido vistos como favoritos à aquisição do Novo Banco. Mas além do Santander, também o BPI e o seu accionista catalão CaixaBank são tidos como potenciais interessados, bem como dois ‘players’ que participaram na primeira tentativa de venda, o grupo chinês Fosun e a gestora de fundos americana Apollo.

A segunda tentativa de venda do Novo Banco vai decorrer sem as incertezas que minaram o primeiro concurso, como os riscos de litigância (que serão assumidos pelo Fundo de Resolução) e as necessidades de capital (já resolvidas com o recente ‘bail in’ de algumas emissões de dívida sénior).

Estratégia de venda do Novo Banco validada junto das entidades europeias

Quarta-feira, Fevereiro 3rd, 2016

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Dinheiro Vivo

Nas últimas semanas, as entidades europeias que acompanham a situação do Novo Banco têm sido informadas dos planos para alienação da instituição.

O Banco de Portugal e Sérgio Monteiro, ex-secretário dos Transportes e atual coordenador global da venda do Novo Banco, têm informado, ao longo das duas últimas semanas, as instâncias europeias dos planos que têm para concretizar esta segunda tentativa de venda da instituição e, segundo as fontes contactadas pelo Dinheiro Vivo, a estratégia terá merecido a concordância de Bruxelas.

“Não se trata de uma aprovação, mas sim de manter informadas as entidades que acompanham o Novo Banco dos planos do Banco de Portugal, como é o caso do Mecanismo Único de Supervisão e da Concorrência (DGCom)”, adiantou um responsável contactado.

Para já, a estratégia de venda beneficia do apoio de Bruxelas, o que não é um fator despiciendo, considerando a situação específica do Novo Banco, que resultou da falência do BES, mas também do recente caso Banif, que fez soar o alarme na Comissão Europeia.

O Banco de Portugal (BdP), enquanto autoridade de resolução, retomou o processo na sexta-feira, dia 15 de janeiro, quatro meses após a suspensão do primeiro concurso. Nesta fase, já existirão contactos com potenciais interessados, tanto mais que já se verificaram demonstrações públicas de interesse na aquisição, como são os casos do Santander e do BPI, que também tem como acionista de referência um grupo espanhol, o CaixaBank.

Espanhóis à frente

Os espanhóis serão, no atual contexto, os melhores posicionados para um processo de consolidação no sector bancário português. Os espanhóis Caixabank e Santander estão bem posicionados para serem players chave numa consolidação da banca em Portugal, cujo ‘gatilho’ poderá ser a venda do Novo Banco, pois já atuam no mercado português e poderão beneficiar de sinergias, refere, a este propósito, a agência de rating Fitch, num relatório divulgado esta semana.

No final da passada semana, também o BPI disse manter o seu interesse na compra do Novo Banco. “Analisaremos as condições”, assumiu Fernando Ulrich, CEO do banco. O primeiro concurso de venda da instituição presidida por Eduardo Stock da Cunha foi suspenso sem que tivesse sido aceite qualquer das três propostas vinculativas – Apollo, Anbang e Fosun –, já que não tinham condições adequadas, nem de preço, nem de risco.

 

Vem aí o Nuevo Banco?

Segunda-feira, Janeiro 18th, 2016

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Económico

Os espanhóis são, para já, favoritos à compra do Novo Banco. Resta saber se as condições do concurso vão atrair outros interessados.

O Governo e o Banco de Portugal retomam por estes dias, com pinças, o processo de venda do Novo Banco. E as autoridades parecem ter extraído lições da anterior tentativa de venda do banco, que foi suspensa em Setembro: o concurso vai decorrer sem pressas e, eventualmente, em várias etapas, evitando assim um cenário de venda sob pressão. Além disso, a equipa de assessores financeiros poderá ser substituída.

Mas falta ainda conhecer o enquadramento da operação, isto é, o que pretendem o Governo e o Banco de Portugal no que toca ao futuro do Novo Banco. Que factores serão determinantes? O preço oferecido, o projecto industrial, o perfil do comprador (um banco ou um fundo?), o impacto na concorrência no mercado, os custos sociais ou mesmo a origem geográfica dos investidores? Do Governo e do Banco de Portugal, espera-se que coloquem o interesse nacional acima de quaisquer outras considerações, dados os avultados recursos públicos em jogo e a importância, para a economia, do terceiro maior banco nacional em activos. E, além disso, que esta segunda tentativa de venda decorra de forma mais transparente do que a primeira.

Determinantes serão também a Comissão Europeia e o Banco Central Europeia (BCE).

É sabido que as autoridades europeias têm favorecido os movimentos de consolidação entre bancos do continente, no âmbito do processo de União Bancária em curso.

Bruxelas e Frankfurt querem ver grandes bancos pan-europeus, bem geridos e devidamente capitalizados. É o reverso da União Bancária, com os pequenos bancos nacionais a serem confrontados com metas cada vez mais exigentes e difíceis de cumprir. Claro que esta conjuntura favorece os grandes bancos, definição que, no contexto ibérico, será sinónimo de instituições como o Santander, o BBVA ou o CaixaBank. Daí que os grandes bancos espanhóis sejam vistos, por muitos, como favoritos à compra do Novo Banco. Resta saber se as condições do processo de venda serão suficientemente atractivas para que possam surgir outros potenciais interessados, incluindo os grupos chineses e americanos que participaram na primeira tentativa de venda.

Quem será o novo CEO da Caixa
Entretanto, na CGD, aguarda-se a escolha da nova gestão para o triénio 2016-2018. Nos bastidores governamentais, figuras como António Ramalho, Carlos Costa Pina ou Nuno Fernandes Thomaz (uma solução interna) têm sido faladas para a liderança do banco público. Quem assumir o leme da Caixa terá pela frente o desafio de devolver ao Estado os 900 milhões em ‘CoCos’, até 2017, ou de negociar uma alternativa com o Governo e a DG-Comp.

Espanhóis favoritos na segunda corrida ao Novo Banco

Quinta-feira, Janeiro 14th, 2016

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Económico

Supervisor vai relançar venda do Novo Banco e os espanhóis BBVA, Santander, Popular e CaixaBank são tidos como potenciais interessados.

O Banco de Portugal (BdP) vai relançar na próxima semana o processo de venda do Novo Banco, com os grupos espanhóis a serem tidos, no mercado, como favoritos. Bancos como o Santander, o Popular, BBVA e o próprio CaixaBank, que é o maior accionista do BPI, são tidos como potenciais interessados, com vantagem face a investidores de outras geografias, como os grupos chineses e americanos.

A política que tem sido seguida pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela Direcção Geral da Concorrência da União Europeia (DG Comp) tem contribuído para reforçar esta percepção no mercado. “As autoridades têm favorecido a consolidação bancária a nível ibérico, como se com a decisão de restringir a compra do Banif ao Santander ou ao Popular”, disse uma fonte do sector financeiro.

Esta percepção generalizada faz com que investidores de outras geografias se mostrem cautelosos quanto a um eventual interesse no Novo Banco. Um gestor de um dos 17 grupos que participaram no primeiro concurso de venda do Novo Banco disse ao Diário Económico que só tomará uma decisão a respeito do novo concurso quando for conhecido o enquadramento. O mesmo responsável, que pediu para não ser identificado, salientou que o BCE tem procurado assegurar que a consolidação no sector é protagonizada por bancos sólidos e de grande dimensão, o que, no contexto ibérico, é sinónimo de ‘players’ como o Santander, o BBVA ou o CaixaBank.

Questionadas pelo Diário Económico, fontes oficiais destes bancos não quiseram fazer comentários sobre o ‘dossier’ Novo Banco. “Não temos comentários a fazer”, disse um porta-voz do CaixaBank, numa declaração semelhante às dos seus homólogos dos grandes bancos espanhóis com presença em Portugal.

O Diário Económico procurou ouvir também outros ‘players’ que participaram no primeiro concurso de venda do Novo Banco, cancelado em Setembro, mas até ao fecho da edição não foi possível obter esclarecimentos do BPI, do fundo Apollo e do grupo chinês Fosun.

Regras serão diferentes do primeiro concurso
Tal como o Diário Económico noticiou ontem, a segunda tentativa de venda do Novo Banco tem o arranque marcado para meados de Janeiro, isto é, no início da próxima semana, faltando ainda concluir o caderno de encargos da operação, que será diferente do anterior.

O processo de venda, conduzido por Sérgio Monteiro e assessorado pelo BNP Paribas e pela VdA, arranca assim depois de resolvido um dos principais factores de incerteza que condicionara o procedimento anterior e obrigara ao seu cancelamento: os resultados dos testes de ‘stress’ europeus. Resta agora saber o procedimento oficial, como seja a formalização das regras da alienação, o caderno de encargos e a forma como será feita a venda (se passa pela totalidade ou será feita em parcelas).

As necessidades de capital foram, entretanto, resolvidas com a operação de ‘bail in’ da dívida senior, realizada no final do ano. Em causa está a transferência de obrigações, decidida pelo Banco de Portugal a 29 de Dezembro de 2015, que teve um impacto positivo para o capital do Novo Banco de cerca de 1.985 milhões de euros e que tem sido contestada por investidores que se dizem lesados.

Questionada pelo Diário Económico, fonte oficial do BdP não fez comentários.

Bloco defende “redondo não” a entrega do sistema bancário ao exterior

Quarta-feira, Janeiro 6th, 2016

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Notícias ao Minuto

O Bloco de Esquerda (BE) trouxe hoje ao parlamento o sistema bancário português, nomeadamente os casos do BES/Novo Banco e do Banif, e defendeu um “redondo e rotundo não” à entrega “por inteiro” do sistema financeiro “a interesses externos”.

“O dispositivo europeu que impôs a venda do Banif é o mesmo que amanhã virá a exigir a privatização da Caixa Geral de Depósitos. E tudo será feito em nome do suposto interesse dos contribuintes portugueses”, alertou a deputada bloquista Mariana Mortágua numa declaração política no parlamento.

Sinalizando que “é difícil, nesta fase, fazer um cálculo exato de tudo o que custou a inércia deliberada do anterior governo” ou a “precipitação dos eventos dos últimos dias” no sistema bancário, a deputada chama contudo a atenção: “Se assumirmos as últimas contas publicadas pelo Banif como realistas concluiremos que o montante injetado é maior que o buraco detetado no banco”.

E acrescentou: “Quem comprou o Banif levou um banco que não só está limpo como ainda tem dinheiro de sobra para recapitalizar o seu novo dono”.

Já o Novo Banco, reconhece Mariana Mortágua, é “maior e mais importante que o Banif”, e “quem o detiver determinará boa parte da política de crédito ao setor empresarial do país, sem falar na enorme rede de agências e nos seus trabalhadores”.

O empréstimo de 3,9 mil milhões de euros do Fundo de Resolução “não tem data de retorno”, lembrou a parlamentar, e “desengane-se” quem acha que a resolução do BES “foi feita sem recurso a capitais públicos”.

“O Banco de Portugal não aprendeu com os erros de ontem. A pressa em despachar o Novo Banco é, em si, um fator evidente de desvalorização que só beneficiará o comprador”, declarou a deputada do Bloco.

No Novo Banco e no Banif Bruxelas – acreditra Mortágua – quer “concentrar” a propriedade da banca portuguesa nas mãos dos grandes grupos financeiros europeus”.

“O que está em cima da mesa é o fortalecimento do mercado financeiro único europeu, dominado por grandes grupos económicos, à custa da absorção dos bancos nacionais saneados com dinheiros públicos. É exatamente por esta razão que o Banif nunca deveria ter sido entregue ao Santander e que o Novo Banco não pode ser privatizado”, vincou a deputada.

O parlamentar do PS Carlos Pereira, numa declaração seguinte à da bloquista, criticou PSD e CDS-PP sobre o Banif, dizendo que ambos os partidos “esconderam o que se estava a passar” na entidade “por motivos eleitorais”.

Duarte Pacheco, deputado do PSD, definiu as palavras de Mariana Mortágua como “a crítica mais contundente ao PS e ao Governo do PS” vinda da bancada do Bloco, partido que apoia o executivo a nível parlamentar.

“Dia após dia o BE quer estar com o governo nas coisas simpáticas mas quer desresponsabilizar-se pela totalidade de gestão”, criticou o social-democrata.

Já Miguel Tiago, deputado do PCP, lembrou o que defende ser a necessidade de haver um “controlo público da banca”.

Seis vergonhas do Banif

Sexta-feira, Dezembro 25th, 2015

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Expresso Opinião João Vieira Pereira

1 O Estado era o maior acionista do Banif desde 2013. Ou seja, era um banco público. Gerido. Perdão, mal gerido por uma administração que sempre agradou ao acionista. Isto apesar de nunca ter conseguido encontrar uma solução para o banco. Durante três anos tentou convencer a todo-poderosa Direção-Geral da Concorrência em Bruxelas que o Banif era viável sem a ajuda do Estado. Nunca conseguiu. O que dizer de uma gestão que não consegue sequer aprovar um plano que garanta a viabilidade económica e financeira de uma empresa? O BPI teve ajuda do Estado e já devolveu o dinheiro. O BCP teve ajuda do Estado e já devolveu o dinheiro. A Caixa teve ajuda do Estado e prevê devolver o dinheiro em 2017. Todos negociaram com Bruxelas e conseguiram aprovar planos de reestruturação. Só o Banif não.

2 Esta vergonha tem de ser partilhada por Maria Luís Albuquerque. A ex-ministra das Finanças tutelava o banco. A ela competia garantir que o dinheiro e os interesses públicos estavam a ser defendidos. Mas durante três anos a única coisa que foi possível garantir foi o buraco que agora o contribuinte vai ter de pagar (já vamos a esta parte). O Banif pode não ser um caso de polícia mas é um caso gritante de incompetência. E de irresponsabilidade política. Como dizia João Miguel Tavares, esta semana, no “Público”. Há pessoas que têm de ser impedidas de voltar a ocupar cargos políticos.

3 Para compor este triste ramalhete Maria Luís deu esta semana uma entrevista onde disse que houve problemas de supervisão no Banif. Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal, tornou-se o saco de porrada preferido dos portugueses. Da esquerda à direita. Sobre este assunto apenas dois pontos. O Banif, fruto da injeção de capital por parte do Estado, sempre cumpriu os rácios de solvabilidade. E a fatura agora a ser paga é em grande parte exigência de Bruxelas de se proceder a um haircut de 66% no valor de alguns ativos. Intransigência até criticada pelo atual Governo. A crítica que pode e deve ser feita ao regulador prende-se com o nível de imparidades que deviam ter sido registadas e não foram. Desde o início da crise mais de €35 mil milhões de imparidades foram registadas na banca, por ação do supervisor. A limpeza do sistema financeiro tem de ser feita de forma lenta. Ou, em alternativa, podíamos nacionalizar toda a banca e passar a fatura para os impostos.

4 O responsável pela supervisão dentro do Banco de Portugal é António Varela. Nome imposto na instituição por Maria Luís Albuquerque depois de Pedro Duarte Neves ter caído, alegadamente por causa de erros de supervisão no caso BES. Varela era o nome que a ex-ministra queria como governador do Banco de Portugal. E que transitou diretamente da administração do Banif. Do qual até era acionista. E opositor desta decisão que foi agora tomada.

5 Daqui a uns anos vamos estar a discutir o negócio milionário que o Estado ‘deu’ ao Santander para conseguir vender o Banif. Eu também gostava de comprar 3% do sistema financeiro português por 150 milhões deixando todo o risco do lado do Estado. É uma espécie de scut bancária. A parte positiva é que o problema ficou resolvido e de forma bastante célere. Valha-nos isso.

6 Agora a dolorosa. São pelo menos 2,4 mil milhões, mas podem ser mais. Muito mais. A opção, política, foi proteger os depositantes em detrimento dos contribuintes com o argumento de que a falência do Banif punha em causa a sustentabilidade do sistema financeiro. Esperem. Onde é que eu já ouvi este discurso? Não vos lembra nada? O BPN também era sistémico quando foi nacionalizado. Anos depois sabe-se que foi um erro colossal não deixar o banco falir. E porque não podem os bancos falir? Se todos os dias empresas fecham as portas, porque temos esta estranha obrigação de andar a salvar bancos? E para que serve um fundo de garantia de depósitos se o mesmo nunca é usado? Porque é que eu e você temos de pagar a incompetência de todos os intervenientes no caso Banif. Mário Centeno não tem culpa nenhuma neste processo, mas tem, enquanto ministro das Finanças, a obrigação de explicar muito bem a todos os contribuintes porque não deixou o banco simplesmente fechar. Tal como Bruxelas queria.

 

Quanto custa aos clientes do Banif passarem para o Santander Totta?

Quarta-feira, Dezembro 23rd, 2015

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Negócios

A transição é automática. Os clientes que eram do Banif não têm de fazer nada, mas devem preparar-se para as mudanças nas comissões cobradas pelo Santander Totta. Há custos que chegam quase a duplicar.
Não são muitos os portugueses que mudam de banco. Há, em regra, alguma acomodação na relação com as instituições financeiras, mas a escalada das comissões tem vindo a tornar os clientes …