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Fundo de Resolução deve assumir parte das compensações aos lesados

Terça-feira, Abril 19th, 2016

Citamos

Diário de Notícias

Montante que será recebido por cada cliente ainda não foi definido

Fundo de Resolução bancário deverá ser chamado a participar na solução para os lesados do papel comercial do GES num montante que pode ascender a cerca de 200 milhões de euros, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

Hoje à tarde decorre, em Lisboa, mais uma reunião entre a Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial, o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e o BES, o ‘banco mau’ que ficou com os chamados ativos ‘tóxicos’ do Banco Espírito Santo, na qual o Governo também estará presente enquanto mediador.

Este é o terceiro encontro depois da assinatura do memorando de entendimento, no final de março, em que estas entidades se comprometeram a encontrar uma solução até início de maio que permita aos clientes recuperarem pelo menos parte do montante investido em papel comercial nas empresas Espírito Santo International e Rio forte, comprado aos balcões do BES.

m causa estão 2.084 subscritores de papel comercial que reclamam 432 milhões de euros.

O investimento foi dado como quase completamente perdido aquando da ‘implosão’ do Grupo Espírito Santo (GES).

Segundo disse à fonte ligada ao processo, de momento estão assegurados cerca de 200 milhões de euros, que virão do Fundo de Resolução bancário, e o Banco de Portugal estará disponível para aceitar essa solução.

No entanto, as reuniões continuam, uma vez que os representantes dos lesados querem garantir mais 100 a 150 milhões de euros para minimizar as perdas para os investidores do papel comercial.

Para já estará colocada de parte a possibilidade de o dinheiro que irá compensar esses investidores vir do Fundo de Garantia de Depósitos ou do Sistema de Indemnização aos Investidores, sendo a hipótese em cima da mesa a de ser o ‘banco mau’ BES chamado à responsabilidade, além do Fundo de Resolução.

Ainda não está definido o montante que cada cliente poderá receber, mas já há um esboço dos critérios quanto ao modo como será calculado o valor que cada cliente receberá, como o investimento que foi feito, mas também a idade da pessoa em causa e mesmo a fortuna pessoal.

Oficialmente, os responsáveis que estão nas negociações não adiantam informação sobre pormenores da discussão, alegando confidencialidade.

Apesar de os clientes de retalho que se consideram lesados pelo papel comercial do GES terem vindo a desenvolver várias ações para recuperar o dinheiro investido desde o colapso do grupo, já em 2014, este tema ganhou ênfase depois de, em fevereiro, o primeiro-ministro, António Costa, ter censurado publicamente o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, por estar a “arrastar” uma solução para o problema.

O Governo assumiu este tema como prioridade por considerar que está em jogo a reposição da confiança no sistema financeiro.

Em junho de 2015, o governador do Banco de Portugal tinha dito no parlamento que a solução para os lesados do BES tinha de vir da CMVM e não da entidade que dirige, uma vez que se trata de valores mobiliários e não de depósitos, e reafirmou que as responsabilidades pelos lesados do papel comercial do BES não podem ser atribuídas ao Novo Banco, mas sim ao próprio BES.

Vem aí o Nuevo Banco?

Segunda-feira, Janeiro 18th, 2016

Citamos

Económico

Os espanhóis são, para já, favoritos à compra do Novo Banco. Resta saber se as condições do concurso vão atrair outros interessados.

O Governo e o Banco de Portugal retomam por estes dias, com pinças, o processo de venda do Novo Banco. E as autoridades parecem ter extraído lições da anterior tentativa de venda do banco, que foi suspensa em Setembro: o concurso vai decorrer sem pressas e, eventualmente, em várias etapas, evitando assim um cenário de venda sob pressão. Além disso, a equipa de assessores financeiros poderá ser substituída.

Mas falta ainda conhecer o enquadramento da operação, isto é, o que pretendem o Governo e o Banco de Portugal no que toca ao futuro do Novo Banco. Que factores serão determinantes? O preço oferecido, o projecto industrial, o perfil do comprador (um banco ou um fundo?), o impacto na concorrência no mercado, os custos sociais ou mesmo a origem geográfica dos investidores? Do Governo e do Banco de Portugal, espera-se que coloquem o interesse nacional acima de quaisquer outras considerações, dados os avultados recursos públicos em jogo e a importância, para a economia, do terceiro maior banco nacional em activos. E, além disso, que esta segunda tentativa de venda decorra de forma mais transparente do que a primeira.

Determinantes serão também a Comissão Europeia e o Banco Central Europeia (BCE).

É sabido que as autoridades europeias têm favorecido os movimentos de consolidação entre bancos do continente, no âmbito do processo de União Bancária em curso.

Bruxelas e Frankfurt querem ver grandes bancos pan-europeus, bem geridos e devidamente capitalizados. É o reverso da União Bancária, com os pequenos bancos nacionais a serem confrontados com metas cada vez mais exigentes e difíceis de cumprir. Claro que esta conjuntura favorece os grandes bancos, definição que, no contexto ibérico, será sinónimo de instituições como o Santander, o BBVA ou o CaixaBank. Daí que os grandes bancos espanhóis sejam vistos, por muitos, como favoritos à compra do Novo Banco. Resta saber se as condições do processo de venda serão suficientemente atractivas para que possam surgir outros potenciais interessados, incluindo os grupos chineses e americanos que participaram na primeira tentativa de venda.

Quem será o novo CEO da Caixa
Entretanto, na CGD, aguarda-se a escolha da nova gestão para o triénio 2016-2018. Nos bastidores governamentais, figuras como António Ramalho, Carlos Costa Pina ou Nuno Fernandes Thomaz (uma solução interna) têm sido faladas para a liderança do banco público. Quem assumir o leme da Caixa terá pela frente o desafio de devolver ao Estado os 900 milhões em ‘CoCos’, até 2017, ou de negociar uma alternativa com o Governo e a DG-Comp.