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Estratégia de venda do Novo Banco validada junto das entidades europeias

Quarta-feira, Fevereiro 3rd, 2016

Citamos

Dinheiro Vivo

Nas últimas semanas, as entidades europeias que acompanham a situação do Novo Banco têm sido informadas dos planos para alienação da instituição.

O Banco de Portugal e Sérgio Monteiro, ex-secretário dos Transportes e atual coordenador global da venda do Novo Banco, têm informado, ao longo das duas últimas semanas, as instâncias europeias dos planos que têm para concretizar esta segunda tentativa de venda da instituição e, segundo as fontes contactadas pelo Dinheiro Vivo, a estratégia terá merecido a concordância de Bruxelas.

“Não se trata de uma aprovação, mas sim de manter informadas as entidades que acompanham o Novo Banco dos planos do Banco de Portugal, como é o caso do Mecanismo Único de Supervisão e da Concorrência (DGCom)”, adiantou um responsável contactado.

Para já, a estratégia de venda beneficia do apoio de Bruxelas, o que não é um fator despiciendo, considerando a situação específica do Novo Banco, que resultou da falência do BES, mas também do recente caso Banif, que fez soar o alarme na Comissão Europeia.

O Banco de Portugal (BdP), enquanto autoridade de resolução, retomou o processo na sexta-feira, dia 15 de janeiro, quatro meses após a suspensão do primeiro concurso. Nesta fase, já existirão contactos com potenciais interessados, tanto mais que já se verificaram demonstrações públicas de interesse na aquisição, como são os casos do Santander e do BPI, que também tem como acionista de referência um grupo espanhol, o CaixaBank.

Espanhóis à frente

Os espanhóis serão, no atual contexto, os melhores posicionados para um processo de consolidação no sector bancário português. Os espanhóis Caixabank e Santander estão bem posicionados para serem players chave numa consolidação da banca em Portugal, cujo ‘gatilho’ poderá ser a venda do Novo Banco, pois já atuam no mercado português e poderão beneficiar de sinergias, refere, a este propósito, a agência de rating Fitch, num relatório divulgado esta semana.

No final da passada semana, também o BPI disse manter o seu interesse na compra do Novo Banco. “Analisaremos as condições”, assumiu Fernando Ulrich, CEO do banco. O primeiro concurso de venda da instituição presidida por Eduardo Stock da Cunha foi suspenso sem que tivesse sido aceite qualquer das três propostas vinculativas – Apollo, Anbang e Fosun –, já que não tinham condições adequadas, nem de preço, nem de risco.

 

Vem aí o Nuevo Banco?

Segunda-feira, Janeiro 18th, 2016

Citamos

Económico

Os espanhóis são, para já, favoritos à compra do Novo Banco. Resta saber se as condições do concurso vão atrair outros interessados.

O Governo e o Banco de Portugal retomam por estes dias, com pinças, o processo de venda do Novo Banco. E as autoridades parecem ter extraído lições da anterior tentativa de venda do banco, que foi suspensa em Setembro: o concurso vai decorrer sem pressas e, eventualmente, em várias etapas, evitando assim um cenário de venda sob pressão. Além disso, a equipa de assessores financeiros poderá ser substituída.

Mas falta ainda conhecer o enquadramento da operação, isto é, o que pretendem o Governo e o Banco de Portugal no que toca ao futuro do Novo Banco. Que factores serão determinantes? O preço oferecido, o projecto industrial, o perfil do comprador (um banco ou um fundo?), o impacto na concorrência no mercado, os custos sociais ou mesmo a origem geográfica dos investidores? Do Governo e do Banco de Portugal, espera-se que coloquem o interesse nacional acima de quaisquer outras considerações, dados os avultados recursos públicos em jogo e a importância, para a economia, do terceiro maior banco nacional em activos. E, além disso, que esta segunda tentativa de venda decorra de forma mais transparente do que a primeira.

Determinantes serão também a Comissão Europeia e o Banco Central Europeia (BCE).

É sabido que as autoridades europeias têm favorecido os movimentos de consolidação entre bancos do continente, no âmbito do processo de União Bancária em curso.

Bruxelas e Frankfurt querem ver grandes bancos pan-europeus, bem geridos e devidamente capitalizados. É o reverso da União Bancária, com os pequenos bancos nacionais a serem confrontados com metas cada vez mais exigentes e difíceis de cumprir. Claro que esta conjuntura favorece os grandes bancos, definição que, no contexto ibérico, será sinónimo de instituições como o Santander, o BBVA ou o CaixaBank. Daí que os grandes bancos espanhóis sejam vistos, por muitos, como favoritos à compra do Novo Banco. Resta saber se as condições do processo de venda serão suficientemente atractivas para que possam surgir outros potenciais interessados, incluindo os grupos chineses e americanos que participaram na primeira tentativa de venda.

Quem será o novo CEO da Caixa
Entretanto, na CGD, aguarda-se a escolha da nova gestão para o triénio 2016-2018. Nos bastidores governamentais, figuras como António Ramalho, Carlos Costa Pina ou Nuno Fernandes Thomaz (uma solução interna) têm sido faladas para a liderança do banco público. Quem assumir o leme da Caixa terá pela frente o desafio de devolver ao Estado os 900 milhões em ‘CoCos’, até 2017, ou de negociar uma alternativa com o Governo e a DG-Comp.