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Minsheng já era, Apollo nunca foi, sobra o Lone Star

Segunda-feira, Janeiro 2nd, 2017

O Novo Banco está à venda, e será mesmo vendido? Na última semana do ano, o fundo Lone Star passou a ser o principal candidato, mas exige uma garantia pública para comprar o Novo Banco.

O fim do ano está aí à porta e a venda do Novo Banco ainda não está fechada. Já ninguém acredita na capacidade do China Minsheng de apresentar uma prova de fundos financeiros, o Apollo ainda não assinou sequer um acordo de compra e, agora, sobra o fundo americano Lone Star, a última oportunidade para a venda do banco. Só que, nas condições apresentadas, o negócio tem implícita uma garantia bancária pública, leia-se, um risco para os contribuintes. Outra vez.

A decisão final será de António Costa, por proposta do Banco de Portugal, e terá em conta as implicações financeiras e, claro, as políticas. Quando o primeiro-ministro decidiu, há um ano, a intervenção do Estado no Banif e a ‘venda’ ao Santander, comunicou ao país que seria a última vez a recorrer a dinheiro dos contribuintes.

Pois, agora, salvo alguma alteração de última hora, a oferta da Lone Star pelo Novo Banco, incluindo o chamado ‘side bank’ que valerá cerca de oito mil milhões de euros, é a melhor. Garante receita imediata ao Fundo de Resolução e um aumento de capital. E garantirá, até, que os dividendos que vierem a ser gerados pelo Novo Banco sejam, em primeiro lugar, para o Fundo de Resolução. Porquê tanta generosidade? Porque o fundo Lone Star quer uma garantia do Fundo de Resolução para o ‘side bank’ e uma contra-garantia do Estado.

O Novo Banco, recorde-se, é um banco de transição, que resultou da resolução do BES e, à data da sua criação, recebeu 4,9 mil milhões de euros de capital do Fundo de Resolução que, por sua vez, pediu 3,9 mil milhões emprestados ao Estado para o fazer.

O China Minsheng admitia realizar um aumento de capital em duas fases, a primeira de 600 milhões de euros e a segunda de 150 milhões. Mas uns dias depois da assinatura do acordo de compra, precisamente há um mês, a China levantou restrições à saida de dinheiro e o China Minsheng, com sede em Hong-Kong, terá ficado sem capacidade para assegurar a prova dos fundos necessários à operação. Pediu mais tempo, mas não terá conseguido desbloquear a situação.

O fundo Lone Star, por seu lado, está disponível para pagar ao Fundo de Resolução e realizar um aumento de capital. Que, segundo informações divulgadas pelo JdN e não confirmadas, ascendem a duas operações autónomas de 750 milhões de euros cada.

A justificação oficiosa para o Lone Star exgir uma garantia pública é a de que, desde forma, as necessidades de capital do Novo Banco serão menos pesadas, e portanto, a exigirem um aumento de capital mais limitado. Na terminologia financeira, esta garantia é conhecida por Asset Protection Scheme e, na realidade, é uma garantia que permite transferir o risco dos privados para os contribuintes, sob determinadas circunstâncias.

Há, claro, um problema político ‘enorme’ nas mãos de Costa: como é que vai explicar que vende o Novo Banco e, ao mesmo tempo, tem de dar uma garantia pública sob um ativo que, se vier a ser executada, terá reflexos no défice público e no dinheiro dos contribuintes, outra vez?

O Banco de Portugal e a equipa de Sérgio Monteiro ainda mantêm a intenção de fechar o dossiê do Novo Banco esta semana, em 2016, e formularem uma proposta formal ao governo no calendário definido. A decisão final, essa, deverá resvalar para 2017, e ninguém dá uma opção por fechada. Até a não-venda.

É certo que o Lone Star estará disposto a distribuir os dividendos futuros do Novo Banco pelo Fundo de Resolução, para ‘abater’ à garantia que vier a ser prestada. Se houver lugar a lucros, claro. Mesmo assim, com a necessidade de uma contra-garantia do Estado (leia-se dinheiro dos contribuintes), mesmo um potencial negócio positivo terá, primeiro, de passar o crivo político. Em primeiro lugar, junto da Geringonça, isto é, do PCP e BE. Depois da tensão política por causa do acordo de concertação, o tema é no mínimo sensível.

A questão é sempre a alternativa: o que o Banco de Portugal e a equipa de Sérgio Monteiro vão esforçar-se por explicar ao governo é que, se o China Minsheng falhar mesmo a prova de fundos, coisa que já é dada por quase certa, este negócio com o Lone Star é melhor do que aquele que falhou em 2015 quando houve a primeira tentativa de venda do Novo Banco.

E há outra razão: qual é a alternativa a esta venda? Bruxelas já decidiu que em agosto de 2017, o Novo Banco terá de ser vendido, sob pena de ser intervencionado, leia-se através de uma liquidação, e posterior venda dos melhores ativos pelos bancos do sistema. Esta data foi, aliás, assumida publicamente por Mário Centeno. A nacionalização, se permitida por Bruxelas, também tem custos para o contribuinte. Ainda não identificados.

António Costa tem, neste contexto, um calendário de decisão apertado. Além disso, comprometeu-se a fechar em 2016 os problemas do setor financeiro, coisa que não vai suceder. O plano de recapitalização da CGD está negociado com Bruxelas, mas ainda à espera de aprovação final, o banco público ainda não tem uma administração em funções, a venda do Novo Banco está em risco e o ‘famoso’ veículo para o crédito mal-parado parece ter caído… pelo menos na urgência que se previa no discurso público do primeiro-ministro.

Último relatório sobre Novo Banco ainda não recomenda comprador

Sexta-feira, Dezembro 30th, 2016

Citamos

Público

Processo não estará concluído antes do final do ano. E antes de ir ao Governo a proposta de Sérgio Monteiro terá de ser aprovada pelo Banco de Portugal.

O Banco de Portugal, a autoridade de resolução do Novo Banco, enviou esta semana novo documento ao Ministério das Finanças a fazer o ponto da situação, mas de modo mais detalhado do que as anteriores comunicações. Isto, depois de uma semana de conversas intensas com o Minscheng e o Lone Star, que ontem, ao início da noite, continuavam activos nas negociações para ficar como banco.

Qualquer decisão que venha a ser sinalizada pelo Banco de Portugal (BdP) terá de ser acompanhada das vantagens e desvantagens associadas, e das outras alternativas para permitir que o Governo delibere com o quadro completo em cima da mesa.

Em entrevista ao PÚBLICO, a 3 de Outubro, António Costa declinou comentar o tema Novo Banco, mas clarificou: “ O senhor governador do Banco de Portugal [Carlos Costa] já anunciou que brevemente apresentará ao Governo o quadro de soluções que tem a propor relativamente a esse processo que tem sido conduzido directamente pelo Banco de Portugal. Portanto, não vou antecipar-me.”

As negociações são conduzidas por Sérgio Monteiro, que  Carlos Costa encarregou em 2015 de tentar, pela segunda vez, colocar no mercado o banco que herdou activos do ex-BES. E são complexas. Desde logo, pelo potencial impacto no sector bancário e nos contribuintes, riscos que o BdP e a tutela terão de acautelar.

Ontem, o Minsheng ainda não tinha depositado no BdP a prova de que dispõe dos capitais para pagar o investimento, uma condição para assumir o controlo (51%) do Novo Banco por aumento de capital. O Haitong Bank, um pilar na estrutura de financiamento do Minsheng (à volta de 750 milhões), terá reequacionado as disponibilidades para dar um empréstimo-ponte naquele valor. Os chineses têm justificado as dificuldades em entregar uma garantia bancária pelas restrições levantadas pelo governo central à saída de capitais. O Minsheng já solicitou à tutela a possibilidade de apresentar o aval em duas fases, algo que está a ser analisado.  O China Minsheng tem a seu favor o facto de não exigir ao Estado uma protecção para eventuais contingências que possam surgir no futuro.

Já o Lone Star não falhou a apresentação a prova de que dispõe de fundos para comprar o banco português, e até paga mais à cabeça do que o Minsheng. Mas continua a fazer depender a sua oferta da concessão pelo Estado de uma contra-garantia sobre cerca de 2000 a 2500 milhões de euros de activos. Ou seja, quer segurar-se  contra a eventual desvalorização (em torno dos 25%) da carteira de activos para alienação e que foi  avaliada à volta de 8000 milhões.

Só com esta protecção, o fundo norte-americano admite adquirir 100% do Novo Banco e injectar os capitais necessários [cerca de 1500 milhões, cerca de 500 milhões com venda de activos, ou seja, com o pelo do cão]. Se o pedido for aceite, o Governo terá de o repercutir no défice, o que politicamente não é fácil de gerir para António Costa.

Minsheng propõe aplicar dinheiro no Novo Banco em duas tranches

Sexta-feira, Dezembro 23rd, 2016

Citamos

Público

Responsáveis do China Minsheng estiveram esta semana no Banco de Portugal para encontrar uma solução com o apoio da Haitong e que ajude a ultrapassar os obstáculos à saida de fundos da China para pagar o Novo Banco

Os dirigentes do China Minsheng têm estado em Lisboa a negociar com as autoridades nacionais a apresentação em duas tranches da garantia bancária exigida pelo Banco de Portugal e que é uma condição de aquisição do controlo do Novo Banco. Esta garantia serve como prova de que o grupo asiático dispõe de fundos para pagar o investimento associado à operação.

Foi neste contexto que, nos últimos dias, o China Minsheng manteve conversações com o Haitong Bank (ex-BESI) no sentido do banco de investimento poder avançar com um empréstimo ponte. Uma informação que o Haitong Bank não quis comentar ao PÚBLICO por estar em causa uma relação com um cliente. Mas fontes do sector financeiro explicaram que a instituição, liderada desde este mês por Hiroki Miyazato, solicitou tempo para responder ao pedido de apoio do China Minsheng, podendo a resposta chegar ainda este mês.

Uma das condições do “concurso” de venda do Novo Banco é a de que o futuro dono apresente junto do BdP, a autoridade de resolução, uma declaração legal de que tem os meios financeiros para financiar a sua proposta (que envolve uma injecção de 750 milhões de euros de capital no Novo Banco, que dará o controlo de 50% das acções). Uma vez que a China está a impor restrições às saídas de capital do país, o China Minsheng não tem conseguido cumprir o requisito. E para ganhar fôlego pediu para poder “pagar” ao Fundo de Resolução em duas fases, o que depende da disponibilidade do Haitong Bank em facultar a primeira tranche.

Foi neste contexto que esta semana aceleraram as movimentações que trouxeram a Portugal  dirigentes do Minsheng que em Lisboa mantiveram contactos ao mais alto nível. O Novo Banco pertence ao Fundo de Resolução, que em Agosto de 2014 injectou 4.900 milhões na instituição, 3.900 milhões com empréstimo estatal. E cabe ao Governo a última palavra, mediante consulta ao BCE.

Após ter falhado a primeira tentativa de alienação, por ausência de ofertas firmes, o BdP delegou em Sérgio Monteiro a tarefa de colocar no mercado pela segunda vez a instituição liderada por António Ramalho.

O ex-secretário de Estado de Pedro Passos Coelho tem pela frente duas propostas vinculativas: a da China Minsheng e a do fundo norte-americano Lone Star. As duas que o Fundo de Resolução, onde o Governo se faz representar, considerou serem as mais interessantes. Note-se que a oferta da Apollo foi considerada quase inaceitável e o BCP e o BPI não avançaram.

americano lida com obstáculos, apesar do seu envelope financeiro ser o mais convidativo, na medida em que o valor inscrito é mais elevado e a verba é paga à cabeça. Mas só o é aparentemente. Para reduzir a incerteza de um eventual “buraco” a cobrir futuramente, o Lone Star exige uma protecção: uma contragarantia pública sobre cerca de 2.000 a 2.500 milhões de euros da carteira de 8.000 milhões que está destinada a ser vendida. Ou seja: se esta condição for aceite, e a confirmar-se uma desvalorização, os contribuintes teriam de devolver o diferencial ao fundo norte-americano.

O Banco de Portugal tem vindo a ajustar a agenda da operação de venda do Novo Banco em função das necessidades dos concorrentes e das barreiras que vão enfrentando. Dificuldades que podem atrasar ou, mesmo dificultar, o fecho do dossier que as autconcluído na próxima semana.

 

 

China Minsheng obrigado a dar garantia extra no Novo Banco

Terça-feira, Dezembro 20th, 2016

Citamos

Negócios

O Banco de Portugal exigiu garantias reforçadas ao grupo chinês que apresentou a melhor oferta financeira para o Novo Banco. O China Minsheng estará a tentar mobilizar recursos junto de outros investidores. Negociações com Lone Star e Apollo prosseguem.

Calendário da venda do Novo Banco adaptado em função das necessidades

Domingo, Dezembro 18th, 2016

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Público

Lone Star exige uma contragarantia do Estado, China Minsheng está com dificuldades em provar que tem capitais e o fundo Apollo voltou a reunir-se com o Banco de Portugal.

O Banco de Portugal, a autoridade de resolução, está a ajustar a agenda do “concurso” de venda do Novo Banco em função das necessidades dos concorrentes e dos obstáculos que vai enfrentando, apurou o PÚBLICO junto de fontes do sector.

Depois de terem sido enviados sinais de que o Fundo de Resolução, gerido pelo BdP e onde o Governo está representado, estava a trabalhar para apresentar até ao Natal o nome do próximo proprietário do Novo Banco, surgiram, nos últimos dias, informações de que o fecho do dossier pode voltar a derrapar. Não se sabe por quanto tempo. E continua tudo em aberto, como tem estado há dois anos. Certo é que qualquer solução terá de ser encontrada até Agosto de 2017, para evitar a liquidação da instituição.

Mas, ao contrário do caminho seguido na primeira tentativa de venda do Novo Banco, em 2015, desta vez o Fundo de Resolução, o dono da instituição liderada por António Ramalho, adoptou uma estratégia flexível que lhe permite gerir o calendário em função das circunstâncias. E é isso o que tem possibilitado ao BdP mudar as regras a qualquer momento e acomodar o processo aos constrangimentos e aos pedidos dos concorrentes.

A bola está agora do lado do fundo norte-americano Lone Star e do China Minsheng que no final de Outubro entregaram as ofertas firmes que o Fundo de Resolução considerou serem as mais interessantes. Os dois grupos sentaram-se nos últimos dois meses à mesa das negociações com Sérgio Monteiro, encarregue por Carlos Costa de colocar o Novo Banco no mercado. Mas os dois concorrentes lidam agora com dificuldades para concretizar os  investimentos.

Apesar de ter estado fora das conversações, pois carimbou uma oferta firme considerada por Sérgio Monteiro menos interessante, a Apollo/Centerbridge reapareceu esta semana no BdP. Na sequência da ida ao supervisor, o dono da Tranquilidade e da Açoreana manteve contactos com o Governo. A Apollo questiona o facto de o Minsheng (o Plano B de Sérgio Monteiro) estar na recta final do negócio sem ter participado no concurso público (como aconteceu com a Apollo, o Lone Star, o BCP e o BPI).

Nas conversações há um dado de partida: o futuro dono do Novo Banco terá de o recapitalizar no imediato em cerca de 1500 milhões, parte substancial por injecção de fundos (cerca de mil milhões) e a outra com recurso ao “pêlo do cão” (através da venda de activos não estratégicos). E haverá um pagamento, mesmo que simbólico, ao Fundo de Resolução, que a 3 de Agosto de 2014 aplicou 4900 milhões na instituição (dos quais 3900milhões foram emprestados pelo Estado). Mas admite-se que o veículo venha a registar uma perda quase total, acima de 90%, e a intenção era preservar a unidade orgânica do banco.

Aparentemente, o Lone Star formalizou a proposta financeira mais interessante, com um senão:  exige a  concessão de uma contragarantia do Estado português sobre cerca de 2000 a 2500 milhões de euros de activos. O que se traduz numa protecção (um seguro) contra a eventual desvalorização (em torno dos 25%) da carteira de activos (que se destinam a ser vendidos) avaliada pelas autoridades em 8000 milhões.

Na prática, este investidor assevera ao vendedor mais capital à cabeça, pois consegue reduzir a incerteza do “buraco” a cobrir futuramente. Mas transfere as responsabilidades para os contribuintes, na medida em que o Estado se compromete a devolver ao fundo norte-americano o diferencial caso os activos percam valor (ou sejam alienados abaixo da fasquia estimada).

E esta é uma condição que é politicamente ingerível pelo Governo, depois da experiência do Banif (o Santander exigiu garantias estatais e a factura disparou para 3000 milhões).

Em matéria de ofertas, os tempos também não se revelam favoráveis ao grupo asiático que está sem condições de satisfazer o investimento, pois não consegue fazer prova de fundos junto do BdP, ou seja, mostrar que colocou de lado os capitais necessários para pagar e capitalizar o banco.

Cotado na bolsa de Hong Kong (com uma capitalização de cerca de 2000 milhões), o China Minsheng intervém como investidor directo, mas também como broker e angariou outros investidores chineses para entrarem na operação. De acordo com o site económico Eco, na semana passada o China Minsheng sinalizou junto do Banco de Portugal e de Sérgio Monteiro que não estava em condições de garantir, no timing previsto (até ao Natal), a apresentação da prova de fundos. Em causa estão as restrições levantadas pela China à saída de capitais. O financiamento do Haitong Bank, em regime de  financiamento de curto prazo (bridge loan) pode ser substituído para facilitar a concretização da prova de fundos.

No BdP, acredita-se que a venda do Novo Banco não está em risco. O Minsheng ainda está dentro do prazo para apresentar uma declaração legal de que tem os capitais e o Lone Star e a Apollo podem rever os termos das suas intenções. Já o BCP e o BPI colocaram-se de fora do processo, mas disponíveis para analisar novas vias.

Ofertas pelo Novo Banco não chegam a 20% do empréstimo do Estado

Domingo, Dezembro 18th, 2016

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Dinheiro Vivo

Ofertas em cima da mesa variam entre a subscrição de aumentos de capital, sem qualquer encaixe para o vendedor, e o pagamento de 750 milhões de euros

A venda do Novo Banco vai ser fechada por valores bastante aquém do capital que foi movimentado pelo sistema financeiro e contribuintes para garantir a sobrevivência do banco de transição que saiu da resolução do Banco Espírito Santo (BES).

Em cima da mesa estão verbas que não chegarão sequer a 20% do valor emprestado pelos contribuintes ao Fundo de Resolução, de 3,9 mil milhões de euros, e isto nas ofertas que incluem pagamentos.

Na corrida pelo Novo Banco estão o grupo chinês Minsheng, os fundos Lone Star, Apollo e Centerbridge, e também BCP e BPI. Deste conjunto de interessados, os dois primeiros, Minsheng e Lone Star, surgiam à data de ontem como favoritos a tomar o controlo do ex-BES. Será este favoritismo do grupo chinês que leva o Banco de Portugal, entidade responsável pela venda do Novo Banco, a admitir que a decisão final sobre o dossiê possa surgir apenas nos primeiros dias de 2017, apurou o Dinheiro Vivo, prazo pouco distante do objetivo de fechar 2016 com uma proposta escolhida. Em causa neste adiar da decisão por alguns dias estarão as dificuldades encontradas pelo grupo chinês em apresentar as garantias financeiras exigidas em tempo útil. Não adiar o prazo poderia implicar que o BdP ficasse apenas com uma oferta em cima da mesa, perdendo alguma margem negocial perante propostas já elas pouco atrativas – a preferência do supervisor em todo este processo tem sido o de defender a sua margem negocial mesmo que a custo de uma decisão mais acelerada.

A proposta do Minsheng é a única que concorre pelo segundo modelo de venda previsto no caderno de encargos, ou seja, a tomada de uma participação ao invés da compra dos 100%. Este grupo terá colocado em cima da mesa uma oferta que passa pelo avanço de um aumento de capital de 750 milhões de euros como contrapartida de tomar 55% da instituição, segundo escrevia ontem o Eco. Esta oferta não prevê qualquer pagamento ao Fundo de Resolução.

Já a Lone Star, e de acordo com as notícias avançadas também ontem, terá proposto 750 milhões de euros para ficar com 100%. Os dois valores estão longe dos 4,9 mil milhões de euros que custou a criação do Novo Banco ao Fundo de Resolução – e não chegam a 20% dos 3,9 mil milhões emprestados. Em relação aos restantes candidatos que apresentaram propostas pelo ex-BES, a oferta de Apollo e Centerbridge foi colocada abaixo das duas anteriores, à imagem do que aconteceu com as manifestações de interesse apresentadas por BCP e BPI, que estão praticamente fora da corrida, conforme avançou o Dinheiro Vivo. Mas se, por um lado, o Banco de Portugal admite adiar ligeiramente o prazo para uma decisão e assim não ver cair um dos favoritos ao Novo Banco, por outro este adiamento pode representar a queda de um outro candidato.

Segundo o Negócios, a oferta apresentada pela Lone Star só é válida até 4 de janeiro, pelo que passado este prazo a proposta pode sair da mesa, sobrevivendo apenas à do Minsheng, e caso estes venham a assegurar entretanto as garantias. Contas às perdas A criação do Novo Banco exigiu 4,9 mil milhões de euros ao sistema financeiro, dos quais 3,9 mil milhões emprestados pelos contribuintes. O encaixe direto da venda, a existir, serviria para abater parte do empréstimo.

Mas é já óbvio que as duas melhores ofertas em cima da mesa estão bastante aquém destas ordens de grandeza, pelo que o grosso do empréstimo dos contribuintes terá de ser pago quase na íntegra pela banca. Este reembolso, no entanto, vai demorar bastante: o governo alterou recentemente as condições do empréstimo, prolongando-o quase sine die, de forma a garantir que as prestações pagas por cada banco se mantêm sempre ao mesmo nível – evitando que o custo de salvação e entrega do banco a privados crie mais instabilidade ao setor.

Favorito à compra do Novo Banco falha garantias

Quarta-feira, Dezembro 14th, 2016

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Eco

A venda do Novo Banco está na etapa final, mas surgiu um problema de última hora que deixa a operação em risco. O Minsheng, o candidato mais forte, ainda não fez prova dos fundos necessários à compra.

O prazo indicativo para a venda do Novo Banco termina no final do ano, mas a operação pode estar em risco. Porquê? O principal candidato à compra — o Minsheng — já assinou o memorando de entendimento para a tomada de uma posição maioritária no Novo Banco, mas ainda não apresentou a chamada ‘prova de fundos’, isto é, a declaração legal de que tem os meios financeiros para fazer face à operação.

O concurso da venda do Novo Banco está mesmo na última fase: o ECO sabe que já foram assinados os memorandos de entendimento com os três concorrentes — Minsheng, Lone Star e Apollo/Centerbridge — e durante esta semana ou, o mais tardar, na próxima, o governador Carlos Costa e a equipa de Sérgio Monteiro pretendiam apresentar uma proposta ao governo e a António Costa que, em última análise, tomará uma decisão.

O Novo Banco, recorde-se, é um banco de transição, que resultou da resolução do BES e, à data da sua criação, recebeu 4,9 mil milhões de euros de capital do Fundo de Resolução que, por sua vez, pediu 3,9 mil milhões emprestados ao Estado para o fazer.

Sabe-se que os chineses do Minsheng têm uma proposta com algumas vantagens em relação ao fundo Lone Star. Os chineses propõem-se realizar um aumento de capital até 1,2 mil milhões de euros, que lhes permitirá controlar mais de 50% do capital e, ao mesmo tempo, reforçar os rácios do Novo Banco. Claro que, nesta operação, o Fundo de Resolução não receberá qualquer contrapartida, porque não há uma venda de ações. Ficará como acionista minoritário, a rezar por uma valorização futura para sair do capital do banco.

Qual é, então, o problema? De acordo com várias fontes contactadas pelo ECO, o Minsheng Financial está com dificuldades em garantir os fundos necessários para realizar o capital nos termos propostos e já terá comunicado isso mesmo ao Banco de Portugal e a Sérgio Monteiro. A China está a impor restrições às saídas de capital do país e isso estará a pressionar a capacidade do Minsheng a fazer a prova de que tem os fundos para comprar a maioria do capital do Novo Banco.

Outra fonte conhecedora do processo diz ao ECO que, além desta restrição, há mesmo a convicção de que, nestas condições, o gestor do Minsheng que está a gerir o processo não tem autorização do seu board, em Xangai, para concretizar o negócio. Asalternativas? Um empréstimo-ponte de entidades financeiras internacionais que estejam disponíveis para superar estas dificuldades. Mas mesmo esse ‘bridge-loan’ tem condições, nomeadamente de juros, que o tornam virtualmente inviável. Ou uma operação em que o Minsheng faz um pagamento à cabeça – da ordem dos 100 milhões de euros – e atira para o futuro a realização do restante aumento de capital.

O fundo Lone Star, por seu lado, terá apresentado uma proposta de 350 milhões de euros pelo Novo Banco a pagar ao Fundo de Resolução, e a disponibilidade para realizar o aumento de capital a avaliar em função das necessidades identificadas em acordo com o Banco de Portugal. Mas há um ‘mas’: o Lone Star tem um interesse particular, o chamado ‘side bank’, que tem o imobiliário e outros ativos não-core do Novo Banco, que estará avaliado em cerca de oito mil milhões de euros. Só que exige uma garantia de Estado para assegurar que não perde dinheiro com a venda desses ativos a um valor abaixo dos referidos oito mil milhões. Além disso, a garantia de Estado teria também vantagens para o fundo na avaliação das necessidades de aumento de capital do Novo Banco. Mas esta é uma condição considerada inaceitável do ponto de vista económico, financeiro e até político, por isso, torna a proposta inviável.

De acordo com outras fontes, não oficiais, o fundo Apollo, em parceria com a Centerbridge, estava claramente atrás nesta short-list de candidatos, mas terá feito um esforço na 25ª hora e, na proposta, apesar de ter uma oferta financeira inferior à do Lone Star, admitirá manter o Fundo de Resolução como acionista do Novo Banco e não exige a referida garantia pública.

O prazo do Minsheng Financial para apresentar a prova de fundos ou outra alternativa de financiamento da compra do Novo Banco – ou mesmo um modelo de negócio diferente – ainda não terminou e o Banco de Portugal tem margem para gerir o calendário, que foi sempre dado com indicativo. No entanto, as alternativas ao Minsheng são limitadas e colocam a operação de venda do Novo Banco num patamar de dificuldade que não se adivinhava há algumas semanas. Com o prazo de liquidação à vista, como avisava Centeno.

O presidente do Novo Banco, António Ramalho, tem gerido o dossiê com pinças. O gestor, que já tem mais de três meses na presidência do Novo Banco e até conseguiu fechar o terceiro trimestre com lucros, tem a confiança do candidato chinês. Mas mantém, como se impõe, uma distância cuidadosa em relação à operação de venda, que cabe ao acionista, o Esado, através do Fundo de Resolução.

No passado dia 28, quando fez 100 dias de presidência, Ramalho respondeu a perguntas dos trabalhadores enviadas por email e, numa sessão interna, a perguntas presenciais. E o discurso assentou, sempre, na convicção de que o Novo Banco terá um novo acionista privado. Terá mesmo? Em setembro de 2015, ainda com Pedro Passos Coelho, a primeira tentativa de venda do Novo Banco falhou, precisamente com dois candidatos chineses, o Angbang e a Fosun, e o Apollo. E foi necessário, por isso, prolongar o estatuto de banco de transição até agosto de 2017. O relógio está a contar.

China Minsheng ou Lone Star. Novo Banco tem solução até ao Natal

Segunda-feira, Dezembro 5th, 2016

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Público

Banco de Portugal quer entregar este mês um vencedor ao Governo. Chineses e americanos propõem soluções diferentes. Cerca de 90% do dinheiro do Estado pode perder-se.

O Banco de Portugal está a trabalhar para anunciar antes do Natal o nome do próximo dono do Novo Banco, mesmo que o contrato só seja assinado mais tarde, disseram ao PÚBLICO fontes do sector financeiro.

Depois de uma primeira tentativa falhada, em 2015, de passar a instituição hoje liderada por António Ramalho para a esfera privada, a expectativa do supervisor é que desta vez terá sucesso – mesmo que os mercados financeiros mundiais se voltem a agitar com os resultados do referendo italiano, que colocaram à prova o Governo de Renzi e o seu próprio sistema financeiro.

“Os investidores estão muito comprometidos e os mercados já absorvem choques com muita naturalidade, como se viu no “Brexit” e na eleição de Trump”, diz uma fonte envolvida no processo, ouvida pelo PÚBLICO. É de recordar que, na primeira tentativa de venda, em 2015, foi uma agitação nos mercados chineses que serviu de argumento para que o Banco de Portugal optasse por rejeitar todas as propostas de compra.

Sobraram chineses e americanos

Na recta final, apenas dois candidatos se apresentam a jogo: o norte-americano Lone Star e o China Minsheng Financial Group. O fundo anglo-saxónico propõe-se a ficar com 100% do Novo Banco, mas mediante escolha de activos; enquanto o investidor chinês assume 100% da instituição através de um aumento de capital onde garante mais de 50% das acções, com dispersão em bolsa do remanescente, a concretizar nos dois anos seguintes.

Apesar das duas propostas serem diferentes, ambas cumprem uma exigência do Fundo de Resolução, sem a qual não há venda: a retirada da instituição do estatuto de banco de transição. E, para que isto aconteça, o Fundo de Resolução tem de garantir que perde o domínio do capital e deixa de ter influência na gestão. A lei que determinou a resolução do BES impõe que até Agosto de 2017 o Novo Banco, que assumiu os activos considerados não tóxicos, passe para a esfera privada. Caso contrário terá de ser liquidado.

Ainda há pontas soltas

O processo de venda tem-se desenrolado em moldes abertos e com regras flexíveis para permitir a Sérgio Monteiro, encarregue por Carlos Costa de fechar o dossier, de ir ajustando as condições da operação às circunstâncias.

Depois de, a 4 de Novembro, os investidores norte-americano e chinês terem depositado no Banco de Portugal as suas ofertas firmes, as conversas com a equipa de Sérgio Monteiro intensificaram-se nos últimos dias, aproveitando o ruído em torno da CGD, para garantir que existirá uma solução fechada antes do Natal. Solução essa que garanta a recapitalização do Novo Banco, um requisito crucial, e a salvaguarda da sua unidade orgânica.

Nesta fase de contra-relógio, ainda há pontas soltas por resolver. A proposta do Lone Star exige protecção contra potenciais riscos que possam surgir mais tarde e acabar a reflectir-se nas contas da instituição financeira. Ou seja: o fundo norte-americano condiciona o investimento no Novo Banco a ter salvaguardas de reembolso por parte do Fundo de Resolução se as contingências jurídicas ou técnicas ocorrerem. O que é o mesmo que dizer que o vendedor pode receber ou não.

O Minsheng coloca menos entraves, mas terá de fazer prova de fundos junto do Banco de Portugal (assegurar que tem  disponibilidades para, no imediato, pagar e capitalizar o activo). Cumprido este requisito, o Fundo de Resolução tem um encaixe certo.

Entre os imprevistos que podem ter contribuído para afastar os investidores estão, por exemplo, vários contenciosos e as dúvidas sobre a que entidade (Novo Banco ou BES) serão, no final, imputadas as responsabilidades. O caso mais mediático envolve o banco de investimentos anglo-saxónico Goldman Sachs que nas vésperas do BES colapsar emprestou à instituição 850 milhões de dólares (cerca de 763 milhões de euros).

O dossier é complexo e difícil. Para além de ser a primeira vez que um banco fruto de uma resolução é colocado no mercado, com todas as suspeitas que levanta, foi também alvo de uma injecção de 4900 milhões, com o Estado a emprestar 3.900 milhões (a quantia que os contribuintes têm em risco no Novo Banco). E todas as informações apontam para que o Fundo de Resolução possa encaixar uma perda de mais de 90% do valor aplicado.

A complexa conjuntura política

Apesar de o Ministério das Finanças estar representado no Fundo de Resolução e, portanto, estar a acompanhar os trabalhos de Sérgio Monteiro, o Banco de Portugal não pode deixar de consultar o primeiro-ministro antes de dar por encerrado o tema Novo Banco. O objectivo da equipa do banco central é esse: entregar a proposta de solução ao Governo, que depois terá de tomar uma decisão final. Vender ou não vender.

Até aqui, António Costa e Mário Centeno têm-se mostrado determinados a fazê-lo, tendo em conta o risco de ter de liquidar o banco ou as enormes limitações da legislação europeia em nacionalizar uma instituição financeira. Mas a conjuntura política permite antever um cenário complexo, dada a pressão do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português para que o banco seja assumido pelo Estado.

Ainda esta semana, o conselheiro de Estado Francisco Louçã avisou António Costa: o turbilhão da CGD “provou que o Governo tem de preparar as decisões sobre a banca com cuidado e que não deve contar com seguidismo. Elas não estão abrangidas pelos acordos da maioria e por isso os novos acordos nesta área têm de ser construídos, na CGD, no banco mau, no futuro do Novo Banco, na resposta ao aumento dos juros externos e na gestão do sistema bancário”. Também Jerónimo de Sousa fez questão de vincar que os comunistas se opõem a qualquer opção de venda do Novo Banco, “seja a capital chinês ou norte-americano”.

Mesmo assim, será o BCE a ter palavra determinante: o Governo nada poderá fazer sem coordenar a posição com o supervisor dos maiores bancos nacionais. Com David Dinis

 

Ofertas para o Novo Banco podem melhorar e até casar

Segunda-feira, Novembro 7th, 2016

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Todos os candidatos ao Novo Banco puseram um preço em cima da mesa, mas nem todos entregaram projectos de contrato de compra e venda. Banco de Portugal vai tentar melhorar ofertas. Há candidatos disponíveis a casar propostas.

Todos os cinco candidatos à compra do Novo Banco entregaram propostas financeiras e é intenção do Banco de Portugal aproveitar os próximos dias para procurar que vários dos interessados possam ainda melhorar as condições apresentadas. Além disso, há interessados que admitem a fusão de ofertas com o objectivo de reforçar a sua posição competitiva no processo, apurou o Negócios.

Entre os cinco candidatos, há dois bancos – BCP e BPI – e três investidores institucionais: o consórcio Apollo/Centerbridge, a Loan Star e o China Minsheng Financial. Os quatro primeiros posicionam-se para o modelo de venda estratégica, enquanto o grupo chinês se posiciona para a alienação em mercado, oferecendo-se para adquirir mais de 50% do Novo Banco e avançar com a dispersão do restante capital.

Se todos os concorrentes puseram um preço em cima da mesa, houve quem não apresentasse propostas de contrato de compra e venda para o Novo Banco. Os interessados que o fizeram deverão, pelo menos nalguns casos, ser desafiados a melhorar também a componente contratual das suas ofertas, um trabalho que a equipa do Banco de Portugal, liderada por Sérgio Monteiro, levará a cabo nos próximos dias.

O objectivo desta “task force” é concluir a nova fase de interacção  com os candidatos tão rápido quanto possível, para poder recomendar uma solução final à administração do Banco de Portugal e ao Governo. Tanto Carlos Costa como António Costa querem que o dossiê NB fique fechado até ao final do ano, até por causa das novas exigências de solidez a que a instituição estará sujeita.

Banco de Portugal “recebeu cinco propostas” para o Novo Banco

Sábado, Novembro 5th, 2016

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“O Banco de Portugal recebeu cinco propostas” de compra para o Novo Banco, confirmou a instituição liderada por Carlos Costa. Em causa estarão as ofertas dos cinco candidatos já conhecidos: BCP, BPI, Apollo/Centerbridge, Lone Star e China Minsheng.

São cinco as propostas que chegaram às secretárias de Carlos Costa e de Sérgio Monteiro para a compra do Novo Banco. Como tem sido hábito, o Banco de Portugal não divulga quem são os interessados.

“O Banco de Portugal recebeu cinco propostas no âmbito dos dois procedimentos de venda – Procedimento de Venda Estratégica e Procedimento de Venda em Mercado –, cuja análise agora se inicia à luz dos critérios estabelecidos nos respectivos cadernos de encargos, divulgados no passado mês de Abril”, assinala o regulador do sector financeiro num comunicado com dois parágrafos.

O prazo para a entrega de propostas vinculativas terminou às 17:00 desta sexta-feira, 4 de Novembro. No comunicado, o Banco de Portugal fala nas propostas mas não menciona se são vinculativas.

Até aqui, já havia notícias sobre cinco ofertas: BPI, BCP, Lone Star, Apollo/Centerbridge e Minsheng Financial. O regulador sob o comando de Carlos Costa não especifica quais foram as propostas no procedimento de venda directa nem as que entraram na venda em mercado. Mas o grupo chinês era o único que tinha uma oferta que se enquadrava neste último procedimento.

O banco liderado por Nuno Amado voltou a entregar a mesma carta que tinha já enviado no Verão e, tendo em conta que o regulador fala na recepção de cinco ofertas, considerou-a como elegível.

Tal como tinha acontecido no primeiro concurso internacional, os nomes de quem entregou a propostas não são revelados.

O Negócios já deu conta de que houve um novo interessado, a Axia Ventures, mas que, à partida, não terá chegado a tempo do prazo definido pela equipa liderada por Sérgio Monteiro.

O Banco de Portugal está a proceder à venda da posição accionista do Fundo de Resolução no Novo Banco. A posição foi adquirida através da injecção de 4,9 mil milhões de euros, 3,9 mil milhões dos quais por dinheiro público.

O Novo Banco resulta da medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo a 3 de Agosto de 2014. O primeiro concurso, iniciado em Dezembro daquele ano, falhou em Setembro de 2015. No arranque de 2016, começou o novo processo que teve agora a entrega das propostas.

O Novo Banco, liderado por António Ramalho, é um banco de transição e, como tal, tem de ser vendido até Agosto de 2017, três anos após a sua constituição. Não acontecendo, o primeiro-ministro já admitiu que o caminho é a liquidação.