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A proposta do Novo Banco para os emigrantes lesados

Quarta-feira, Abril 13th, 2016

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Económico

No início de Outubro do ano passado, o Novo Banco anunciou que 80% dos clientes emigrantes lesados, que subscreveram séries comerciais sobre acções preferenciais vendidas pelo BES, tinham aceite os termos do acordo por si propostos, relativamente aos veículos Poupança Plus, Top Renda e EuroAforro 8.

O banco “bom” que herdou os activos saudáveis do antigo BES informou na altura que a 12 de Janeiro de 2016 teria início a votação da alteração de estatutos destes veículos, “alteração essa que permitirá o exercício da opção de liquidação em espécie das acções preferenciais”.

Na altura, o Novo Banco referiu que a primeira fase deste processo prevê transferir para o cliente “o património do veículo, na proporção das acções preferenciais de que o mesmo é titular”, e que recebeu “instruções de voto que asseguram a maioria necessária para deliberar a alteração dos estatutos de cada um dos veículos”.

A proposta comercial do Novo Banco fixou a assinatura prévia dos clientes para que o Novo Banco e o Credit Suisse pudessem anular os veículos financeiros para possibilitar dar seguimento à proposta que garante pelo menos 60% do capital investido – e liquidez se essa for a opção – assim como um depósito anual crescente a seis anos, que prevê recuperar no mínimo 90% do capital investido.

Para a Associação Movimento dos Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP), a prova de que o Novo Banco é responsável por estas aplicações é que, no verão passado, fez uma proposta comercial a estes clientes para que recuperassem de forma faseada parte do investimento.

No entanto, milhares não aceitaram essa proposta, com a AMELP a considerar que não era justa e não se adequava ao perfil desses clientes. Por outro lado, o  banco não ofereceu qualquer solução às cerca de 400 pessoas que subscreveram os produtos EG Premium e Euro Aforro10, restando-lhes a alternativa de reclamar as suas aplicações em tribunal.

Numa eventual negociação, a AMELP quer debater a “nulidade da deliberação de 29 de Dezembro” de 2015, em que o Banco de Portugal passou para o “banco mau” BES a responsabilidade sobre litígios judiciais relacionados com a resolução daquele banco, considerando o supervisor bancário que responsabilizar o Novo Banco poria em causa a medida de resolução aplicada em Agosto de 2014.

A sociedade de advogados Pereira de Almeida está envolvida desde o início em acções judiciais que põem em causa a resolução do BES e, no caso dos clientes emigrantes do banco, tem nos tribunais cíveis mais de 350 acções individuais de responsabilidade civil contra o BES, o Novo Banco e o presidente do Novo Banco, Stock da Cunha.

Manifestações a 14 de Maio e 10 de Junho

A AMELP tem acusado as autoridades portuguesas de esquecerem os lesados do BES residentes no estrangeiro e estão já marcadas duas manifestações em Paris, a 14 de Maio e a 10 de Junho, coincidindo esta última com as comemorações do Dia de Portugal na capital francesa, nas quais estará o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Os emigrantes dizem que a manifestação “pode ser menos pacífica” se não houver desenvolvimentos até lá. “Temos a indicação de que há uma boa intenção do Governo com vista a uma futura negociação com os emigrantes lesados do BES que depositaram dinheiro em aplicações vendidas, como depósitos a prazo garantidos em capital e juros”, disse Luís Marques ao Económico.

O presidente da AMELP dá conta que caso não surjam os sinais do Governo com vista a uma futura negociação com a CMVM e o Banco de Portugal, “os emigrantes irão para a rua”.

A AMELP é uma entidade diferente da AIEPC (Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial) na medida em que, diz o seu presidente, defende os emigrantes, os quais nunca compraram papel comercial, títulos de dívida de curto prazo emitidos pelo GES. Segundo Luis Marques, estes clientes depositaram dinheiro em aplicações do BES vendidas sem qualquer ficha técnica e como depósitos a prazo garantidos em capital e juros na maturidade, com capital garantido em caso de resgate antecipado.

Novo Banco: Emigrantes lesados poderão receber em Abril

Quarta-feira, Dezembro 23rd, 2015

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Económico

Instituição anunciou votação referente aos veículos Poupança Plus, Top Renda e EuroAforro 8 para entre 12 de Janeiro e 2 de Fevereiro. Quem não aderiu anteriormente à solução proposta, já não o poderá fazer, ainda que possa exercer o direito de voto, esclareceu fonte do banco ao Económico.

O Novo Banco anunciou hoje, no site da CMVM, a “execução da solução comercial para clientes detentores de acções preferenciais dos veículos Poupança Plus, Top Renda e EuroAforro8”. Os clientes que não aderiram à solução apresentada pelo Novo Banco poderão fazê-lo até 2 de Fevereiro, indica a instituição.

Segundo o comunicado, “é expectável que o processo de liquidação e a implementação da solução comercial (entrega das obrigações e constituição dos depósitos a prazo aplicáveis) seja concluído no prazo de três meses a contar da data de início da vortação, isto é, no decorrer de Abril de 2016”.

A instituição saída da resolução do Banco Espírito Santo informa que a 12 de Janeiro terá início a votação da alteração de estatutos destes veículos, “alteração essa que permitirá o exercício da opção de liquidação em espécie das acções preferenciais”, lê-se no comunicado. Até 2 de Fevereiro, decorrerá essa votação. A documentação está disponível nos balcões e site do Novo Banco, explica a instituição.

Lembrando que “80% dos clientes detentores de acções preferenciais e 77% do número de acções preferenciais emitidas pelos veículos” aderiram à solução apresentada pelo Novo Banco, a instituição presidida por Eduardo Stock da Cunha explica que está assegurada a maioria de instruções de voto para deliberar a alteração dos estatutos de cada um dos veículos”. Assim, o Novo Banco “irá votar e exercer a opção de liquidação para os clientes que aderiram à solução comercial, não sendo necessária nenhuma diligência adicional da parte destes”.

No início de Outubro, o banco anunciou que 80% dos clientes emigrantes lesados, que subscreveram séries comerciais sobre acções preferenciais vendidas pelo BES, tinham aceite os termos do acordo por si propostos, relativamente aos veículos Poupança Plus, Top Renda e EuroAforro 8.

Na altura, o Novo Banco referiu que a primeira fase deste processo prevê transferir para o cliente “o património do veículo, na proporção das acções preferenciais de que o mesmo é titular”, e que recebeu “instruções de voto que asseguram a maioria necessária para deliberar a alteração dos estatutos de cada um dos veículos”.

A proposta comercial do Novo Banco prevê a assinatura prévia dos clientes para que o Novo Banco e o Credit Suisse possam anular os veículos financeiros. Só depois será possível avançar com a proposta que garante pelo menos 60% do capital investido, e liquidez se essa for a opção, assim como um depósito anual crescente a seis anos, que prevê recuperar no mínimo 90% do capital investido.

No final de Agosto, o Novo Banco tinha revelado que mais de 50% dos emigrantes já tinham aceite a proposta, o que corresponde a mais de 3.500 dos 7.000 clientes. Ao total dos clientes em causa correspondem aplicações no valor global de 720 milhões de euros.

Durante o processo, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM) considerou pouco clara e insuficiente a informação prestada aos clientes e pediu o envio de nova documentação, simplificada.

Quatro dias antes do final do prazo, o líder do Movimento dos Emigrantes Lesados do Banco Espírito Santo da Suíça apelou à recusa da nova proposta de compensação alegando que não aportava novas soluções, não responsabilizava o Novo Banco e não ia ao encontro dos interesses dos lesados. O movimento referia que não havia “nenhuma certeza” de que fosse recuperado 90% do montante investido.

 

Crédit Suisse desbloqueia contas de emigrantes do Novo Banco

Terça-feira, Junho 23rd, 2015
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Está dado um passo para que os emigrantes clientes do Novo Banco sejam ressarcidos pelos cerca de 800 milhões colocados em veículos do BES. Não se sabe quanto tempo demorará o desbloqueio das poupanças.

O Crédit Suisse já está a trabalhar no sentido de desbloquear as poupanças que os clientes emigrantes colocaram no antigo Banco Espírito Santo, apurou o Negócios. Está dado um passo para concretizar a solução proposta pelo Novo Banco e já aceite, em Março, pelo Banco de Portugal.
Há cerca de duas semanas, o Crédit Suisse aceitou o mandato para proceder aos trabalhos que permitirão implodir os veículos por si constituídos. Em causa estão os produtos Poupança Plus, Top Renda e EuroAforro que contêm obrigações seniores do antigo BES, cujas responsabilidades de reembolso foram transferidas para o Novo Banco. O trabalho passa pelo contacto com as várias entidades que controlam os veículos, com sede na Ilha de Jersey, e com os respectivos bancos depositários.
Não há calendário para que o trabalho de desmontagem dos veículos fique concluído. Mas este é um passo essencial para colocar em marcha a solução proposta pelo banco liderado por Eduardo Stock da Cunha e já aceite pelo Banco de Portugal. Desde aí que se anuncia uma solução que não chegou ainda aos investidores com aplicações de cerca de 800 milhões de euros em acções preferenciais destes veículos.
Só depois de os veículos com aplicações a obrigações seniores do BES serem desmontados é que se poderá fazer a equivalência entre estes investimentos e as acções preferenciais emitidas por estas sociedades e que estão nas mãos dos clientes não residentes do Novo Banco. Na prática, a titularidade das obrigações será transferida dos veículos para os accionistas destas entidades, ou seja, os emigrantes. As obrigações têm, depois, valor de mercado negociável.
O Novo Banco não quis comentar esta informação. Também a instituição suíça não respondeu.
O novo passo no reembolso das poupanças dos emigrantes ocorre depois de, ainda em 2014, o Novo Banco ter já criado soluções para as aplicações em dívida do BES feitas através das chamadas séries comerciais e da gestão discricionária de carteiras. Em falta continuam os investimentos em papel comercial de sociedades do Grupo Espírito Santo feitos aos balcões do BES.
Neste momento, mantêm-se os protestos dos clientes que continuam sem uma solução nas suas mãos. Um grupo de emigrantes que se diz lesado pelos seus investimentos marcou uma manifestação para o próximo sábado, 27 de Junho, em frente à sucursal do Novo Banco em Paris. “Há quase um ano que nos andam a enganar, dizendo que o problema está a ser resolvido, mas é a nossa convicção de que pretendem vender o Novo Banco com o nosso dinheiro”, indica o comunicado do grupo.