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Carlos Costa contrata Deutsche Bank para vender Novo Banco

Quinta-feira, Fevereiro 11th, 2016

Citamos

Económico

Ao que o Económico apurou, o escolhido será o alemão Deutsche Bank, que vai trabalhar em conjunto com os assessores que participaram na primeira tentativa de venda: o BNP Paribas, a TC Capital e a Vieira de Almeida & Associados.

O processo de venda do Novo Banco foi formalmente relançado em Janeiro, mas o caderno de encargos ainda não é conhecido, nem os moldes da venda, que poderá ser parcial. Ainda assim, ao que o Económico apurou, na semana passada tiveram lugar contactos informais com vários potenciais interessados na compra do banco de transição que herdou os activos “saudáveis” do antigo Banco Espírito Santo.
O Banco de Portugal vai supervisionar o processo, que será conduzido pelo Fundo de Resolução, o veículo público dono do Novo Banco, financiado pelas contribuições do sector bancário.

No mercado, os grandes bancos espanhóis, com o Santander à cabeça, têm sido vistos como favoritos à aquisição do Novo Banco. Mas além do Santander, também o BPI e o seu accionista catalão CaixaBank são tidos como potenciais interessados, bem como dois ‘players’ que participaram na primeira tentativa de venda, o grupo chinês Fosun e a gestora de fundos americana Apollo.

A segunda tentativa de venda do Novo Banco vai decorrer sem as incertezas que minaram o primeiro concurso, como os riscos de litigância (que serão assumidos pelo Fundo de Resolução) e as necessidades de capital (já resolvidas com o recente ‘bail in’ de algumas emissões de dívida sénior).

Bernardo Meyrelles Presidente do Deutsche Bank Portugal “Sempre a via da litigância”

Sábado, Janeiro 30th, 2016

Citamos

Expresso

Textos Isabel Vicente e Pedro Lima

Foto Alberto Frias

É um dos grandes grupos financeiros mundiais que ficaram a perder com a transferência de obrigações seniores do Novo Banco para o BES ‘mau’ – um valor não divulgado – mas dificilmente o Deutsche Bank entrará num processo de litigância. Bernardo Meyrelles, que está desde agosto de 2005 no banco alemão, diz que a banca na Europa já devia ter limpado a casa, embora considere que em Portugal se fez um trabalho notável.

– Como é que os problemas do sector financeiro em Portugal estão a afetar o Deutsche Bank?
– Continua a haver uma enorme pressão, já algo injustificada, sobre a banca, o que é mau para todos. Não pode haver agenda de crescimento com um sector bancário débil. A banca já adotou novas práticas de gestão e abandonou muitas que estavam mal. Mesmo assim, ainda há uma má perceção e apreciação por parte da sociedade como um todo.

– Em- 2014 tivemos a resolução do BES e no final do ano passado tivemos a do Banif, não é por isso natural que a apreciação seja negativa?

– A responsabilidade do que aconteceu foi de quem dirigiu os bancos, mas depois da resolução houve reguladores e instituições internacionais envolvidos. Estamos todos em fase experimental ao nível das resoluções bancárias, ainda a aprender. Infelizmente Portugal foi dos primeiros países a ter de aplicar esse sistema, que está longe de ser perfeito. Mas depois de as coisas acontecerem é sempre fácil apontar o dedo.

– Qual a resolução que correu melhor, a do BES ou a do Banif?

– No caso do BES, todos foram surpreendidos pela magnitude do problema. O fator Angola teve um peso de 70% na resolução. Se se tivesse percebido a dimensão mais cedo talvez se tivesse atuado mais cedo e de forma diferente. No caso do Banif, o fator tempo podia ter sido mais bem gerido. Fiquei surpreendido ao ver que havia tanto para fazer em tão pouco tempo.

– O Deutsche Bank é um dos bancos prejudicados com a decisão do Banco de Portugal de transferir obrigações seniores do Novo Banco para o BES. Quanto perderam e o que tencionam fazer?
Não divulgamos esse número. Ainda não conseguimos perceber o que se passou. O papel do regulador não é nada fácil, são situações novas e complexas.

– Surpreendeu-o só agora ter sido decidido fazer essa transferência?

– Surpreendeu. Mas estamos todos a desbravar terreno…

– Não tencionam contestar a decisão?

– De uma maneira geral nunca vamos para a litigância. Tivemos situações que nos afetaram de forma muito mais direta, com impacto nas contas, mas sempre evitámos a via da litigância. Devemos sempre tentar encontrar a via do consenso.

– Como vê as críticas feitas por grandes gestoras de ativos como a PIMCO ou a Blackrock?

– Cada um joga o seu jogo com as suas variáveis. É uma forma de pressão. Estamos em Portugal há 35 anos, temos um compromisso assumido com o país.

– O Deutsche Bank tem reunido com outros grandes grupos financeiros para decidir se acionam os seguros contra perdas e incumprimentos (credit default swaps – CDS). Do que é depende uma decisão nesse sentido?

– É público que o assunto está a ser analisado, aguardam-se informações do Banco de Portugal e será tomada uma decisão no dia 12 de fevereiro. É o que for.

– Os bancos europeus estão a ser prejudicados pela pressão regulatória?

– A banca europeia parte com desvantagem face à americana na diretiva de capital, com perda de competitividade. Hoje os bancos europeus estão com dificuldades em cumprir todas as exigências regulatórias, o que afeta a economia europeia. Os Estados Unidos limparam o balanço dos seus bancos de uma forma mais abrupta e rápida, na sequência da crise de 2008. Os europeus têm vindo a limpar, mas esse processo não está concluído. Não é eficiente o Banco Central Europeu estar a pôr liquidez a custo acessível e em quantidade abundante nos bancos sem ter capital nos balanços para poder utilizar essa liquidez.

– Ainda há muitos problemas para resolver na banca em Portugal?

Acho que a banca portuguesa está, mesmo assim, a fazer um trabalho notável. Fazer esta limpeza do balanço com um cenário macroeconómico pouco favorável, com os nossos balanços muito sobrecarregados de crédito que não era produtivo, é muito difícil e não se consegue de um momento para o outro. Mas podia ter sido feito há mais tempo e de forma mais abrupta, como fizeram os Estados Unidos, a Irlanda, a Islândia ou a Espanha.

Portugal pode deitar a perder a imagem que conseguiu construir nos últimos anos, alerta Bernardo Meyrelles.

– O Governo já apresentou as principais linhas do Orçamento do Estado para este ano. Está preocupado com as políticas que estão a ser seguidas, tendo em conta o acordo entre o PS e os partidos mais à esquerda?

– Estou preocupado, sim. Também estou expectante e algo otimista. A minha preocupação prende-se com o facto de este acordo à esquerda conter medidas que são o contrário do caminho que estávamos a seguir e que sobrecarregam as contas públicas. Estou expectante porque espero que se tenham encontrado medidas compensatórias de modo a que o impacto final nas contas públicas resulte na manutenção da trajetória que estava a ser seguida, o que é difícil. E como sou otimista, acredito, até prova em contrário, que isso acontecerá. Mas o otimismo tem um prazo limitado. Temos um novo Governo e um novo Presidente da República, vamos dar um tempo.

– Este Orçamento é otimista?

– É, sem dúvida. Há muito otimismo no Orçamento do Estado. O pior que nos podia acontecer era uma inversão da apreciação que os investidores estavam a fazer de Portugal. Na última semana, saíram artigos sobre Portugal lá fora, todos com reservas sobre o que está a acontecer. O que paira no ar pode ser negativo.

– Corremos o risco de pôr em causa alguns dos sacrifícios feitos pelo país?

– Se não se conseguir levar em frente as práticas que estão consagradas no Orçamento, podemos inverter o caminho que estávamos a percorrer e ficar pior do que estávamos.

Até posso acreditar na dinamização do crescimento por via do consumo, mas para isso é preciso partir de um ponto de partida diferente do nosso. Quem não tem níveis de dívida e de défice como os que nós temos, pode recorrer ao crescimento pelo lado do consumo, porque tem balanço para suportar essas medidas. Fazer isso quando o nível de dívida já está à volta dos 130% e quando tradicionalmente sempre tivemos défices nas nossas contas é voltar a usar a mesma receita, com mais dívida e mais consumo, para tentar dinamizar o crescimento. O que se ganhou de PIB nunca compensou o que se cresceu em dívida. Vamos voltar a usar a mesma receita que já se percebeu que não resultou? O crescimento teria que vir por outro lado, através do investimento. Nós partimos com enorme desvantagem competitiva e a captação de investimento não está nas nossas prioridades.

– Mas já esteve nas nossas prioridades?

– Já esteve mais do que agora. Mas nunca tivemos uma estratégia de fundo bem pensada e alinhada.

– Com os contactos que tem a nível internacional, acha que o impacto das decisões do Governo na imagem do país é já muito profundo?

– Neste momento os investidores já incorporam isso na apreciação que fazem. São decisões tomadas em relação a contratos internacionais envolvendo os melhores escritórios internacionais e isso não deixa de ser um retrocesso num processo transparente e público e que de repente vem a ser invertido.

– É uma política irresponsável?

– Irresponsável é uma palavra demasiado forte. Acho que é sobretudo uma política errática. Com tanto que tem de ser feito no país para atrair investidores e captar investimento, começar logo por reverter negócios não é bom.

– Se o PS não tivesse acordos com o PCP e o Bloco de Esquerda, estas políticas estariam a ser seguidas?

– Acho que não. O PS tem na sua matriz ideológica políticas relativamente idênticas às do centro e do centro-direita. É o que mostra o passado das outras governações socialistas.

 

Dívida do GES ao BES ficou protegida com garantia angolana

Sexta-feira, Janeiro 16th, 2015

20150116

A Escom e a sua derivada Legacy são uma peça do jogo GES-BES. Um jogo que passou pelo BESA e que estava num tabuleiro protegido pela garantia angolana.
Citando

Jornal de Negócios

O Grupo Espírito Santo usou a garantia de Angola para esconder buracos que tinha no Banco Espírito Santo. O BES era um dos grandes financiadores da Escom, que pertencia ao GES. A Escom foi dividida em duas: Escom BV e Escom Investments Group. A primeira era a que tinha activos bons; a segunda os problemáticos. A segunda acabou por ser transformada em Legacy – com um património praticamente falido – e foi vendida por três euros. Quem a comprou foi a Vaningo, sociedade de direito angolano da qual não se conhece o beneficiário. A Legacy manteve uma dívida que tinha para com o BES.

Os juros da dívida ao BES continuaram a ser pagos pela ESI, do GES, mesmo com a Legacy fora do grupo. Mas o crédito – agora na Vaningo – foi transferido do BES para o BESA. Passou a ter uma garantia do banco angolano e, posteriormente, o crédito passou a estar protegido pela garantia angolana.

A leitura que pode ser feita é a de que o Estado angolano, em último caso, estava a garantir a dívida de uma empresa do GES ao BES. A audição de Sikander Sattar, presidente da KPMG Portugal e da KPMG Angola (auditoras do BES e BESA, respectivamente), foi à porta fechada, pelo que o esclarecimento feito não é público. Os deputados têm levantado dúvidas sobre este negócio, que é falado pela auditoria feita pela KPMG às contas da ESI.

Da audição de Sattar nenhuma informação foi transmitida pelos deputados – a não ser Fernando Negrão, o presidente da comissão de inquérito, que afirmou que a mesma tinha sido útil. Sabe-se apenas que o presidente da KPMG não se quis comprometer directamente com nada.

O BESA tinha créditos de 5,7 mil milhões de dólares de cujos beneficiários se tinha perdido o rasto, conforme relatou o Expresso em Junho de 2014 – reflectindo a assembleia-geral do banco angolano de Outubro de 2013, em que Álvaro Sobrinho, presidente do BESA até 2012, ano em que entrou em ruptura com Ricardo Salgado, foi questionado pelos referidos créditos – sobre os quais se conhecem as empresas beneficiárias mas não quem está por trás delas.

Há uma matéria que continua polémica – a garantia estatal, que causou dúvidas ao Banco de Portugal, era o motivo para que o BES não tenha sido obrigado a constituir uma provisão para a linha de financiamento de 3,3 mil milhões de euros que tinha para com o BESA. A justificação tem sido a de que créditos garantidos não são provisionados. Contudo, desde 2012 que havia reservas nas contas do BESA a reflectir dúvidas sobre os financiamentos cedidos pelo BESA.

(Fim de citação)

Deutsche Bank: BPI e Santander Totta são “favoritos” à compra do Novo Banco

Sexta-feira, Janeiro 16th, 2015

20150116

Jornal de Negócios

Os analistas do banco alemão apontam que o tanto o BPI como o Santander poderão dobrar a sua quota de mercado actual dos 10% para os 20% com a compra do Novo Banco.

A venda do Novo Banco (NB) atraiu grande interesse, com 17 investidores a demonstrar o seu interesse na primeira fase.

O vencedor vai ser anunciado em Julho e o BPI e o Santander estão entre os favoritos à sua compra, aponta o Deutsche Bank numa nota divulgada esta sexta-feira, 16 de Janeiro, a que o Negócios teve acesso.

“O BPI e o Santander Totta surgem como potenciais favoritos devido aos potenciais benefícios”, escrevem os analistas.

Os benefícios mencionados são os gerados devido às sinergias de custos que um banco já presente no mercado português poderá ter ao adquirir o Novo Banco. “Pensamos que o comprador mais provável já estará no mercado para gerar custos de sinergias”, apontam.

Tanto para o BPI como para o banco liderado por António Vieira Monteiro, “a aquisição do Novo Banco será transformacional, dobrando a sua quota de mercado doméstica ao mesmo tempo que geram custos de sinergia substanciais”. Actualmente, cada um detém uma quota de mercado de 10% em Portugal.

Como maior accionista do banco liderado por Fernando Ulrich (44% do capital), o espanhol La Caixa poderá financiar o negócio, podendo assim aumentar a sua fatia no BPI.

Já o Santander tem dinheiro fresco na mão. A instituição espanhola realizou recentemente um aumento de capital no valor de 7,5 mil milhões de euros, aumentando assim o seu rácio Core Tier 1 para 9,7%. “Acreditamos que este é um ponto de partida mais favorável para aquisições relevantes, apesar de esperarmos que qualquer aquisição seja neutra em termos de rácio de capital”.

“Assim, vemos o aumento de capital do Santander como marginalmente positivo para a venda potencial do Novo Banco este ano, assim como para o sector da banca português”, sublinham.

Ao mesmo tempo, o Deutsche Bank destaca que o banco liderado por Stock da Cunha também pode vir a ser comprado por um investidor que pretende fazer uma entrada estratégica no mercado da banca nacional, como os chineses da Fosun.

Além do Santander, há mais bancos espanhóis na jogada. O Popular e o BBVA já estão presentes no mercado nacional e o Sabadell tem uma fatia de 5,5% no BCP.

Contudo, os analistas têm dificuldades em ver o Banco Popular capaz de “executar uma transacção com esta relevância, baseado nos custos de sinergia mais baixos e na limpeza da qualidade de activos em Espanha”.

O banco Sabadell é outro potencial comprador “mas tem uma pequena presença em Portugal, além da fatia no BCP”. Por seu turno, o BBVA está a proceder à redução da sua operação portuguesa (2% de quota de mercado) que está em perda nos últimos anos”.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

(Fim de citação)

Abandono da ligação ao Euro: Franco suíço faz vítimas de Nova Iorque até à Nova Zelândia

Sexta-feira, Janeiro 16th, 2015

20150116

Guerra cambial entre Franco suíço e Euro da UE

Citando

Jornal de Negócios

As perdas elevadas registadas pelos investidores mundiais, após o “tsunami” provocado pelo Banco da Suíça está a colocar as corretoras mundiais em dificuldades. Uma instituição neozelandesa teve mesmo que fechar portas.

A Suíça chocou o mundo ao acabar com a relação da moeda suíça com o euro. A decisão já está a fazer vítimas. O anúncio levou o franco suíço a disparar face às maiores divisas mundiais e colocou corretoras desde os Estados Unidos até à Nova Zelândia em sérias dificuldades. Algumas foram mesmo obrigadas a suspender a sua actividade.

Ao contrário do que é habitual no mercado cambial, em que as oscilações não são demasiado elevadas, a sessão de quinta-feira colocou os investidores mundiais em alerta, após a decisão do banco central suíço para deixar cair o limite que estipulava um câmbio mínimo de 1,20 francos suíços por euro. Este anúncio totalmente inesperado provocou uma escalada histórica da moeda suíça que disparou um máximo de 29%.

Este movimento brusco provocou perdas elevadas a muitos investidores mundiais, uma situação que coloca em risco a sustentabilidade financeira das próprias corretoras. É o caso de uma corretora neozelandesa, que foi obrigada a fechar portas após as variações acentuadas da última sessão.

A Global Brokers, da Nova Zelândia, informou que as perdas criadas pelo disparo do franco suíço forçaram a instituição a encerrar a sua actividade. Ao contrário de outros investimentos, a aposta no mercado cambial é altamente alavancada, um movimento que pretende maximizar ganhos. Mas, caso a evolução seja desfavorável, o potencial de perdas também é muito elevado.

Mas, os problemas, ainda que sem consequências tão dramáticas, estendem-se a outras corretoras mundiais. É o caso da FXCM, que adiantou que os seus clientes ficaram a dever um total de 225 milhões de dólares nas suas contas depois de ter sido anunciada a medida do banco central suíço. Já a IG Group Holdings estima um impacto negativo de 30 milhões de libras e a Swissquote Group Holdings de 25 milhões de francos.

A moeda suíça subiu mais de 15% contra todas as divisas mundiais seguidas pela Bloomberg, um movimento que apanhou os investidores desprevenidos. “Os clientes registaram perdas significativas”, adiantou a FXCM num comunicado divulgado ontem.

Acções suíças prolongam queda, franco corrige

Depois de afundar mais de 10% na última sessão, na maior queda desde 1988, a bolsa da Suíça está a negociar novamente em queda. O índice SMI cai 4,4%, arrastado pelo mau comportamento das empresas exportadoras.

Cotadas como a Swatch, Watchmakers ou a Financiere Richemont, que geram a maior parte das suas receitas fora do país, estão a ser castigadas, perante a expectativa que se tornem menos competitivas e percam negócio com a valorização do franco.

A decisão do banco suíço está a provocar uma onda de críticas por parte destas empresas. Nick Hayek, o CEO da relojeira Swatch, afirmou que os efeitos desta decisão sobre a economia helvética serão tão devastadores como um “tsunami”.

“Não tenho palavras. Jordan (Jordão) não é apenas o nome do presidente do banco central mas também de um rio e a decisão de hoje é um tsunami para a indústria exportadora e para o turismo e, no fim da linha, para todo o país”, afirmou em comunicado, citado pelo The Guardian.

A moeda suíça está a corrigir após a escalada de quinta-feira. O franco suíço cai 4,4%, para 1,0184 por euro, depois de ter disparado para um máximo de 85,172 na sessão anterior.

(Fim de citação)

Carlos Costa: O plano que a troika trazia levava o Banco de Portugal a nacionalizar a banca

Sexta-feira, Janeiro 16th, 2015

 

20150116

Citando

Observador

Carlos Costa diz que evitou que a troika fizesse explodir a dívida pública e a nacionalização da banca. E antecipa uma concentração bancária na Europa.

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa

O governador do Banco de Portugal afirmou que a troika defendeu um modelo de recapitalização da banca diferente, que teria implicado a nacionalização do setor e um aumento de 20 a 30 pontos do rácio da dívida.

Quando o resgate de Portugal foi negociado, em 2011, o envelope financeiro emprestado pelos parceiros europeus e pelo Fundo Monetário Internacional incluía um valor consignado à recapitalização dos bancos portugueses que revelassem essa necessidade, de 12 mil milhões de euros.

“A história dos bancos portugueses é uma história de convalescença longa que resulta do facto de se ter poupado o agente público ao impacto de um endividamento súbito que teria necessariamente uma dimensão dos 20 a 30 pontos percentuais”, afirmou hoje Carlos Costa num jantar-debate em Lisboa organizado pelo think-tank Portugal XXI.

De acordo com o governador do Banco de Portugal, “quando a troika cá chegou, tinha um número na cabeça para o fundo de recapitalização [da banca] que não era 12 [mil milhões de euros]” e chegar a esse valor só foi possível “depois de se ajustar o modelo de escrutínio do sistema àquilo que eram as necessidades de capital” dos bancos.

“Tínhamos dois modelos alternativos: termos em 2012 o sistema financeiro todo nacionalizado por insuficiência de capital e tínhamos hoje um grande programa de privatizações em curso e mais dívida pública; ou termos seguido o processo que seguimos com os riscos que obviamente comporta e segui-lo de forma metódica”, revelou Carlos Costa.

“Feito o balanço, acho que fizemos a escolha certa (…) Não imaginam hoje a dívida pública portuguesa ser de 150 ou 155% do PIB [Produto Interno Bruto]. Não imaginam o que isto significaria em termos de posicionamento no mercado e de pressão sobre a República”, disse ainda o governador, acrescentando que “a República respira hoje com muito mais tranquilidade”.

Durante a sua intervenção, Carlos Costa referiu-se aos casos irlandês, grego e espanhol, que “fizeram uma operação muito clara de recapitalização à cabeça” dos seus bancos, “transferindo os ativos problemáticos para veículos e registando perdas de capital significativas”, o que teve como consequência “um aumento da dívida pública da mesma dimensão” desses ativos. Se a mesma solução tivesse sido aplicada a Portugal, Carlos Costa acredita que, “em vez dos 40 mil milhões [de euros] de imparidades [que a banca portuguesa registava desde 2008] de forma gradual, numa situação de venda forçada seria um número superior”.

Ainda assim, o governador do banco central fez um exercício para calcular o impacto de uma recapitalização dos bancos portugueses semelhantes à que se realizou noutros países europeus. “Vamos imaginar que eram [imparidades de] 40 mil milhões. [Nesse caso] seriam 25 pontos percentuais de dívida adicional para o país e teríamos hoje uma dívida muito superior ao que temos”, afirmou.

Carlos Costa disse ainda que este “era o modelo preconizado pela troika”, o que lhe valeu “nas salas do Banco de Portugal um braço de ferro” para que Portugal seguisse “uma via diferente”. “Para mim, foi um grande risco, mas para o país estou convencido que o futuro dirá que foi um grande alívio, porque evitámos um aumento do stock da dívida que teria criado junto dos mercados internacionais uma noção de insustentabilidade, o que teria para um país como um nosso um resultado muito grave”, disse ainda Carlos Costa.

(Fim de citação)

 

Presidente da comissão de inquérito ao BES diz que contabilista respondeu a “todas as perguntas”

Sexta-feira, Janeiro 9th, 2015

20150109

Contabilista do GES Francisco Machado da Cruz [Lusa]

Uma sessão à porta fechada. Foi assim que Machado da Cruz foi ouvido no inquérito parlamentar ao BES. Mas houve respostas, segundo Fernando Negrão.

TVI24 (c/ Lusa)

O presidente da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES disse hoje que o ex-contabilista da Espírito Santo International (ESI) respondeu a “todas as perguntas” na audição hoje tida à porta fechada.

“Todas as perguntas foram respondidas”, disse Fernando Negrão (PSD) aos jornalistas no final da audição de Francisco Machado da Cruz. Uma posição completamente diferente da que teve no dia anterior, depois da audição ao tesoureiro do GES, José Castella, que se recusou a falar sobre temas sob segredo de justiça.

O ex-contabilista da ESI foi ouvido pelos deputados durante cerca de nove horas, tendo começado a ser escutado cerca das 16:00 de quinta-feira e prolongado a sua presença em sede de comissão até às 01:00 de sexta-feira.

“Foi uma sessão com muitas horas, mas foi uma sessão profícua, com declarações com interesse, obviamente, para a descoberta dos factos”, declarou Fernando Negrão no final da sessão.

Sobre a importância da presença do ex-contabilista da ESI no parlamento, o presidente da comissão realçou que a audição de Machado da Cruz “foi importante como as outras”.

No que refere a uma eventual divulgação pública do conteúdo – ou de partes do mesmo – da reunião, Negrão disse que cabe ao contabilista considerar ou não essa possibilidade.

Já quando questionado sobre se num eventual regresso de nomes como Ricardo Salgado, José Maria Ricciardi ou Carlos Costa ao parlamento seriam utilizados temas hoje referidos, Fernando Negrão lembrou que já houve audições com partes abertas aos órgãos de comunicação social e outras fechadas.

Quando Sikander Sittar, presidente da KPMG Portugal, esteve na comissão parlamentar à gestão do BES e do GES, deu-se esse caso, recorde-se.

“Essa pode ser uma solução” a ser repetida num eventual cenário futuro, reconheceu o presidente da comissão.

Machado da Cruz esteve a ser ouvido numa sessão à porta fechada com o contabilista a alegar segredo de justiça em virtude de processos em curso no Luxemburgo.

De todo o modo, algumas informações sobre a audição foram saindo da sala das comissões parlamentares onde as personalidades requisitadas têm sido ouvidas.

(Fim de citação)

Caso Espírito Santo: Salgado pediu em maio ajuda a Cavaco

Terça-feira, Janeiro 6th, 2015

20160106

Banqueiro enviou à comissão de inquérito um memorando que apresentou nas reuniões que teve com responsáveis políticos no pico da crise do banco. Entre eles, o Presidente da República.

CAVACO Reuniu-se presencialmente para ouvir Ricardo Salgado, conta agora o antigo banqueiro em carta enviada à comissão de inquérito CAVACO Reuniu-se presencialmente para ouvir Ricardo Salgado, conta agora o antigo banqueiro em carta enviada à comissão de inquérito dando conta das acções a pedir a intervenção de políticos no apogeu da crise do BES.

Expresso Diário

Em maio de 2014, num dos momentos mais críticos da crise do universo Espírito Santo, Ricardo Salgado pediu ajuda aos principais responsáveis políticos do país para salvar o banco e o Grupo Espírito Santo, entre eles o Presidente da República. Objetivo: conseguir desses dignitários “apoio institucional” e “confiança nos planos de recuperação apresentados na área das relações institucionais e/ou internacionais e no relacionamento com os reguladores internacionais”.

(Fim de citação)

“Se Salgado diz que pagou a mais ao Estado, está errado”, disse na CPI do caso BES, Macedo Pereira, ex-auditor da holding Rio Forte

Terça-feira, Janeiro 6th, 2015

20150106

“Se Salgado diz que pagou a mais ao Estado, está errado”, disse o responsável da holding não financeira do Grupo Espírito Santo, quando foi ouvido na CPI ao caso BES. Este vídeo foi gravado e montado pelo canal de notícias TVI24 do grupo IOL.pt

O responsável do BES como auditor financeiro da Rio Forte, Macedo Pereira, foi ouvido esta terça-feira no parlamento. Para ele o GES/BES foi o carrasco financeiro do Banco BES, criticou os processos de decisão e apontou outros responsáveis pela destruição do império Espírito Santo

(Fim de citação)

Se Salgado diz que pagou a mais ao Estado, está errado»

CPI ao BES: ex-CEO da Rioforte diz que investimento de 897 milhões da PT foi feito em fevereiro e renovado em abril

Terça-feira, Janeiro 6th, 2015

20150106

João Rodrigues Pena é ouvido esta terça-feira na comissão de inquérito ao BES no mesmo dia que a PT está a ser alvo de buscas por causa dos investimentos na Rioforte e cuja audição tem sido acompanhada pela repórter do Observador, Ana Suspiro. João Rodrigues Pena equacionou a demissão, mas acabou por ficar até a Rioforte ser declarada falida em dezembro de 2014

Observador

O ex-presidente da Rioforte, a holding não financeira do Grupo Espírito Santo, está hoje convencido de que “o colapso do grupo deriva de práticas de gestão deficientes e de uma situação financeira grave”. Depois de uma intervenção inicial em que descreveu o trabalho desenvolvido para reestruturar e sanear a holding não financeira do GES, João Rodrigues Pena conclui: “Acredito que a Rioforte estava condenada desde o início”.

No entanto, recusa concluir já que foi enganado. “Frustrado e desiludido” é assim que descreve os seus sentimentos sobre o que aconteceu no GES.

O ex-CEO da Rioforte revela que manifestou discordância em relação a operações e à evolução do plano de reestruturação do acionista, a partir de 2014, mas que decidiu manter-se em funções em nome dos colaboradores, para evitar mais perturbações e porque acreditou que ainda seria possível concretizar o plano de reestruturação do GES. Rodrigues Pena conta que a Rioforte foi fortemente pressionada para financiar a acionista, a Espírito Santo Internacional (ESI), o que chegou a acontecer, à revelia da iniciativa da sua comissão executiva, porque a gestão da tesouraria estava centralizada na ESI. Quando o conselho da Rioforte autorizou esse financiamento, exigiu garantias, uma foi um edifício em Miami, e condições, designadamente a realização de um aumento de capital que nunca se concretizou. Sobre o investimento da Portugal Telecom de 897 milhões de euros na Rioforte, João Rodrigues Pena, esclarece que as primeiras colocações foram feitas em fevereiro,portanto no mesmo mês em que a ESI reembolsou a PT. Essas aplicações, feitas a um prazo de dois meses, foram renovadas em meados de Abril por um período de mais três meses. Foi este último investimento que não foi reembolsado em junho. Rodrigues Pena diz que foi informado pelo BES, mas assegura que não teve qualquer interação com a operadora. Essa operação foi colocada pela direção financeira do banco,acrescenta. Mas não se lembra de quem foram as pessoas. E diz que a responsabilidade é de quem tomou a dívida, a PT. Admite ainda que o investimento da PT na dívida da Rioforte foi usado para a holding a que presidia reembolsar a sua acionista, a ESI, pela compra da Espírito Financial Group, uma operação que fazia parte do plano de reestruturação do grupo. João Rodrigues Pena confirma ainda que Machado da Cruz, o famoso contabilista da ESI, entrou no conselho de administração da Rioforte em 2011, assumindo funções na comissão de auditoria. Nunca lhe perguntou pela falsificação de contas porque conhecia apenas o seu papel na gestão do imobiliário do grupo nos Estados Unidos. Rodrigues Pena está a dar explicações na comissão parlamentar de inquérito aos atos de gestão do Banco Espírito Santo e GES no mesmo dia que a sede da PT é alvo de buscas por parte das autoridades judiciais por causa do investimento de 897 milhões de euros realizado pela operadora na empresa do GES.
(Fim de citação)