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Só quem reclamou à ESI, Rioforte e BES pode aderir à solução do papel comercial

Domingo, Maio 7th, 2017

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Negócios

Os clientes do antigo BES que subscreveram papel comercial da ESI e Rioforte têm até 26 de Maio para anunciar a intenção de adesão à solução. Se metade não aceitar, o mecanismo não avança.

Apenas os clientes do Novo Banco, antigo BES, que tenham reclamado nas insolvências da Espírito Santo International e Rioforte e na liquidação do Banco Espírito Santo poderão beneficiar da solução para o investimento em papel comercial promovida pelo grupo de trabalho liderado por Diogo Lacerda Machado.

“Importa salientar que apenas poderão beneficiar da solução os investidores não qualificados do papel comercial que tenham reclamado os seus créditos emergentes da aquisição do papel comercial junto dos processos de liquidação da ESI e da Rio Forte”, indica a documentação, a que o Negócios teve acesso, que está a ser enviada aos clientes que, aos balcões do BES, BES Açores e Best, subscreveram papel comercial emitido pelas duas empresas de topo do Grupo Espírito Santo.

Tanto a ESI como a Rioforte estão, desde 2014, em processo de insolvência no Luxemburgo, onde estão sediadas. O prazo para a reclamação de créditos tem sido sucessivamente adiado, estando neste momento marcado para 31 de Maio deste ano. Até lá, os clientes que ainda não tenham feito reclamação, mas que pretendam aderir à solução, têm de fazê-lo.

Está é uma condição indispensável para a participação no processo processo onde o grupo de trabalho, de que fazem parte o Governo, o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o BES “mau” e a associação de “lesados” AIEPC, prevê a recepção de metade do valor investido para as aplicações superiores a 500 mil euros e de até 75% abaixo desse montante.

Para além da participação nestas reclamações no Luxemburgo, os clientes têm também de ter reclamado na liquidação do BES “mau”, em curso em Lisboa. Neste caso, ainda não há um término desse prazo, já que ainda decorre a notificação dos credores de fora da União Europeia. “Os investidores não qualificados do papel comercial que ainda não tenham reclamado os seus créditos no processo de liquidação do BES devem fazê-lo necessariamente antes da aceitação definitiva”, avisam as cartas enviadas aos cerca de 2.000 clientes com investimentos próximos de 500 milhões.

Consulta prévia

A documentação em causa é uma consulta prévia para a implementação da solução. O grupo de trabalho pretende saber se os investidores estão interessados em participar, o que tem de ser respondido por formulário até 26 de Maio. A implementação efectiva só acontecerá se mais de metade dos investidores disserem sim.

“A implementação da solução fica dependente de os investidores não qualificados do papel comercial titulares de mais de 50% das aplicações que representem mais de 50% do capital investido decidirem aderir à solução acima descrita até ao final do prazo que for proposto para o efeito”, indica ainda a carta. “A não verificação desta condição implica que a solução não será proporcionada a nenhum investidor”.

O mecanismo que será usado não é explicado totalmente na carta enviada aos clientes. É criado um fundo, cujo financiamento ainda não está explicado mas que poderá beneficiar de uma garantia estatal, que comprará todos os créditos aos clientes: desde os créditos de reclamação nas insolvências aos eventuais créditos contra gestores.

Com a adesão à solução, cuja implementação está atrasada pelo menos um mês, os clientes vão receber o pagamento em três prestações: 30% do valor aplicado em 2017; o restante a que terão direito consoante os montantes investidos, em partes iguais, em 2018 e 2019. Dentro de dois anos, os investidores terão recebido o valor aplicado, sem juros.

As cartas e os formulários, que têm de ser entregues até às 15:00 de 26 de Maio, são enviados pelo Novo Banco, antigo BES. Mas a documentação especifica que o banco liderado por António Ramalho não tem qualquer responsabilidade: “O grupo de trabalho solicitou ao Novo Banco apoio logístico para a realização desta consulta, nomeadamente para o envio das cartas e recolha das respostas. O Novo Banco disponibilizou-se a prestar o apoio solicitado, sem que isso implique que tenha tido qualquer intervenção ou que assuma qualquer responsabilidade pela definição e execução do modelo de solução”.

Solução encontrada passa por adiantar parte do dinheiro aos lesados do BES

Segunda-feira, Dezembro 19th, 2016

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SIC Notícia

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Arresto de bens de Ricardo Salgado pode pagar solução para lesados do BES

Sexta-feira, Junho 17th, 2016

Vai ser criado um “fundo de indemnização” que adiantará dinheiro aos lesados e que vai ficar com os direitos sobre o arresto dos bens de Salgado e outros administradores do GES — até 1,8 mil milhões.

(Versão original da notícia corrigida para indicar que o valor de 1,8 mil milhões de euros do arresto diz respeito ao Grupo GES, incluindo bens arrestados a Ricardo Salgado e outros ex-administradores).

Está próximo um acordo definitivo para o problema dos lesados do BES — e serão envolvidos os quase 1,8 mil milhões de euros (número do Ministério Público para Salgado, outros administradores do grupo e ao Grupo GES) que constituem os bens arrestados a Ricardo Salgado e ao Grupo Espírito Santo. O Observador confirmou a notícia da Renascença de que já existe um modelo em cima da mesa — ainda que não concluído — que passa pela criação de um veículo de indemnização que vai adiantar dinheiro aos lesados e que, depois, irá recuperar esses recursos através dos processos que forem ganhos em tribunal. Mas não será só o arresto dos administradores do grupo Espírito Santo a “pagar” — auditoras financeiras serão, também, envolvidas.

Segundo um modelo que já foi distribuído pelos lesados e que está a ser avaliado pelo Ministério das Finanças, o arresto de bens de Ricardo Salgado e outros poderá ajudar a pagar, indiretamente, as indemnizações aos lesados do BES. Indiretamente porque está nos planos a criação desse “fundo de indemnização” que irá, em breve, adiantar dinheiro aos lesados, mediante uma escala de patamares de investimento. Depois, nos próximos cinco a 10 anos, à medida que os processos em tribunal forem concluídos, os lesados irão receber mais dinheiro — nunca a totalidade do investimento.

A solução envolvendo o arresto (que ainda não transitou em julgamento e poderá ser alvo de recurso) apenas poderá beneficiar, apurou o Observador junto de fonte conhecedora do processo, os lesados que tiverem os direitos jurídicos em dia. São esses direitos jurídicos que serão cedidos ao veículo, a troca dos recursos que forem entregues aos lesados nesta fase. Para poderem participar, os lesados terão de ter, no mínimo, notificações judiciais avulsas junto de entidades como o Grupo Espírito Santos (GES), o Banco de Portugal ou o Novo Banco.

Cerca de metade das pessoas que perderam dinheiro com dívida de empresas do GES não cumprirão este requisito neste momento. Isto é, há muitos que não avançaram com ações em tribunal diretamente nem por intermédio da associação que se criou para representar os lesados.

De onde vem o dinheiro?

Para adiantar o dinheiro aos lesados, estão em cima da mesa possibilidades como autilização de recursos do Fundo de Garantia de Depósitos e do Fundo de Resolução (organismo público financiado com contribuições dos outros bancos), apurou o Observador. O objetivo, depois, será recuperar esses recursos entregues pelo “fundo de indemnização” com os resultados das sentenças jurídicas.

Porém, para salvaguardar o risco de as sentenças jurídicas não atingirem os patamares idealizados pelas partes, existe, contudo, uma garantia que irá elevar as compensações aos lesados.

Não foi possível apurar quais os contornos exatos dessa garantia, mas ao Observador foi dito que esta negociação (envolvendo a associação que representa os lesados, o Banco de Portugal, a CMVM e o emissário de António Costa, Diogo Lacerda Machado) sempre se fundou na intenção de não haver dinheiro dos contribuintes, a fundo perdido, a pagar a solução.

O que não existe, ainda, é uma indicação definitiva sobre o montante global que poderá ser entregue aos lesados, algo que tem estado a ser negociado.

Este é o resultado de vários meses de negociação, que acelerou depois de António Costa ter assumido a liderança do governo e ter pressionado no sentido de haver uma solução para este problema. Se esta solução avança ou não, isso dependerá da aceitação que os lesados já contactados demonstrarem.

BES: Fundo de Resolução deverá financiar solução que compensa lesados

Quinta-feira, Junho 16th, 2016

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Notícias ao Minuto

A criação de um fundo autónomo, financiado pelo Fundo de Resolução para comprar os créditos que os clientes lesados têm sobre as empresas do GES, é a solução mais provável para compensar os lesados do papel comercial.

Segundo a informação recolhida pela Lusa junto de fonte envolvida nas negociações, será depois esse veículo que irá receber eventuais compensações decididas pela Justiça, decorrentes dos processos que os lesados puseram nos tribunais.

A Rádio Renascença já tinha noticiado hoje à tarde que a solução passa por uma espécie de “fundo de indemnização”, que irá adiantar o dinheiro aos lesados, ficando em troca com os direitos judiciais.

A questão prende-se com o modo como será financiado esse fundo, uma vez que terá de pagar aos clientes lesados para ficar com os créditos.

A estratégia passa por o dinheiro vir do Fundo de Resolução bancário, que depois irá receber o empréstimo concedido em função das compensações que venham a ser decididas na Justiça. Em caso limite, poderão não ser suficientes para amortizar o empréstimo ao Fundo de Resolução que, nesse caso, teria de assumir essa perda.

No entanto, há outra questão a resolver, uma vez que de momento o Fundo de Resolução não terá dinheiro para financiar esse veículo.

O cenário em cima da mesa é esse dinheiro vir do Fundo de Garantia de Depósitos. No entanto, refere a mesma fonte, enquanto o pagamento pelo veículo do empréstimo do Fundo de Resolução é contingente, já no caso do empréstimo do Fundo de Garantia de Depósito esse tem de ser obrigatoriamente reembolsado pelo Fundo de Resolução, receba este o dinheiro do veículo ou não.

O Fundo de Resolução bancário tem como participantes os principais bancos a operar em Portugal, pelo que em última análise será o setor financeiro a ficar com as perdas.

Esta solução complexa para compensar os lesados do papel comercial do GES é o resultado das nove reuniões que aconteceram entre a Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial do GES, o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, sob a mediação do Governo.

Este cenário ainda tem, contudo, pontos para clarificar, só devendo ser enviado para o Ministério das Finanças, de modo a que seja analisado, depois do novo encontro marcado para segunda-feira.

O objetivo desta solução é compensar os mais de 2.000 clientes do retalho que dizem ter sido lesados pelo BES. Estes investidores reclamam 432 milhões de euros investidos em papel comercial das empresas Espírito Santo International e Rioforte, do GES, que foi vendido aos balcões do banco BES.

Esse dinheiro foi dado como praticamente perdido aquando da ‘implosão’ do grupo da família Espírito Santo, em 2014.

Apesar desta solução, os clientes que investiram nestes títulos irão suportar perdas, uma vez que não será devolvido todo o dinheiro que investiram.

 

Já há (quase) acordo para lesados do BES

Quinta-feira, Junho 16th, 2016

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Observador

O acordo passa pela criação de um “fundo de indemnização”, com teto de 300 mil euros, que restituirá a maioria dos lesados do BES. Nova entidade vai lutar na justiça pelos clientes do banco.

Já há um modelo definido para um eventual acordo para os lesados do Banco Espírito Santo, noticia a Rádio Renascença, que assegura que a decisão final está nas mãos de Mário Centeno. O plano passa por criar um “fundo de indemnização”, sem caráter económico ou lucrativo, que vai adiantar dinheiro aos lesados em troca dos direitos judiciais de quem já avançou para a justiça. Mas há mais detalhes.

De acordo com a informação adiantada pela Rádio Renascença, que teve acesso ao plano desenhado pela equipa que liderou as negociações com os lesados, este fundo terá um teto de cerca de 300 mil euros por subscrição, o que significa na prática que os clientes com investimentos superiores a 300 mil euros poderão ter condições menos vantajosas, explica a mesma rádio.

O Observador contactou fonte próxima do processo que explicou que o que existe neste momento é uma proposta de intenções, mas que ainda não estão definidos valores finais para a totalidade das compensações.

Esta solução não implica, à partida, qualquer despesa direta para os contribuintes, mas encerra um pormenor importante: quem não avançou para a justiça não terá direito a qualquer reembolso e ficará de fora deste plano de indemnização, uma situação que abrange cerca de metade dos lesados, explica a Renascença. Ainda assim, aqueles que avançarem com ações judiciais contra o BES até 4 de agosto poderão fazer parte deste grupo de ressarcidos.

E aqui há um pormenor a ter em conta: as férias judiciais começam a meados de julho, o que implica que o prazo para recorrer à justiça é bem menor do que aquele que foi estipulado pelo grupo de trabalho.

Esta solução “inovadora” foi encontrada pelos representantes do Banco de Portugal, pela CMVM, por Diogo Lacerda Machado (em nome do Estado), pela Associação Indignados e Enganados do Papel Comercial do Grupo Espírito Santo e o “banco mau” do BES e contará com o aval de, pelo menos, 80% dos lesados do BES. Resta saber o que fará Mário Centeno, que já tem em mãos a proposta final. Se o Ministério das Finanças vetar este plano, tudo terá de ser repensado.

O “fundo de indemnização” a ser criado pretende recuperar nos tribunais as verbas perdidas pelos lesados do BES num espaço de cinco a dez anos. Se o cliente entregar ao undo os direitos jurídicos das ações que colocou em tribunal, a nova entidade devolve imediatamente uma grande parte da verba perdida, passando o “fundo” a lutar na justiça pelo investimento feito pelo cliente.

Apesar das boas notícias, nenhum dos lesados do BES receberá 100% do investimento perdido. Ainda assim, cerca de 80% vão poder recuperar mais de 70% do capital.

Adiado prazo anunciado por António Costa para solução do papel comercial

Terça-feira, Maio 31st, 2016

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Negócios

O grupo de trabalho que assinou o memorando de entendimento do papel comercial, ao renovar o “empenho na boa conclusão das tarefas”, fala em “condicionantes” e em dados que não foram obtidos na data esperada.

“Que no início do mês de Maio esteja encontrada uma solução para minorar as perdas para os lesados não qualificados”. Foi no penúltimo dia de Março que o primeiro-ministro, António Costa, pronunciou a data esperada para uma solução para os investidores em papel comercial vendido no Banco Espírito Santo. No penúltimo dia de Maio, o prazo para cumprir o memorando de entendimento foi estendido. Mas o objectivo é o mesmo.

“O grupo de trabalho, que integra a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o Banco de Portugal, o BES, representantes dos lesados e o representante do Governo, renova o seu empenho na boa conclusão das tarefas em curso e a convicção de que será possível vir a colocar à consideração dos destinatários uma possível solução, para que estes avaliem e, querendo, a aceitem, durante o mês de Junho”, indica um comunicado emitido pela associação na tarde desta segunda-feira, 30 de Maio.

Apesar das várias reuniões que têm existido, ainda não foi possível chegar a um acordo. “A conclusão desse trabalho, que tem sido exigente, envolve especial cuidado técnico e a superação de diversas condicionantes, depende da recolha e tratamento de elementos de informação que, contrariamente ao que era esperado no final do mês de Abril, ainda não foram integralmente obtidos”.

No final de Abril, Diogo Lacerda Machado, o amigo do primeiro-ministro que o representa neste grupo, admitiu que “em breve” poderia vir a provar-se que “o diálogo é a boa solução para resolver o problema às pessoas”.

A expectativa de meta não foi cumprida mas o memorando de entendimento assinado entre as partes foi sendo respeitado. Segundo o comunicado, o grupo “aprofundou durante o mês de Maio o trabalho conjunto de construção do modelo e termos de uma possível solução para minorar as perdas sofridas pelos referidos investidores”.

Neste momento, ainda é desconhecido o modelo que está a ser estudado para reembolsar os investidores que compraram, aos balcões do antigo BES, papel comercial emitido pela Espírito Santo International e pela Rioforte, sociedades do Grupo Espírito Santo.

Uma das dúvidas é precisamente de que forma será feito o reembolso e com que dinheiro, sendo certo que o memorando fala em perdas e não em devolução total do capital investido (que ascende a cerca de 500 milhões de euros). O Banco Espírito Santo, neste momento o banco “mau” que vai para liquidação, tem uma situação patrimonial desequilibrada que leva o seu presidente, Luís Máximo dos Santos (a um passo da designação para o Banco de Portugal), a estimar uma recuperação muito limitada para os seus credores.

À espera da Deloitte

A meio do mês de Maio, um dos pontos que as entidades esperavam era o relatório da Deloitte que avalia o BES no momento imediatamente anterior à resolução, já que os credores não podem perder mais numa resolução do que numa liquidação.

Este documento, que é obrigatório por lei e que definirá se os credores do banco têm algum valor a receber do Fundo de Resolução (a entidade chamada a pagar, se houver alguma diferença), deverá ser divulgado esta semana.

Emigrantes lesados reúnem-se com Lacerda Machado a 6 de junho

Sábado, Maio 28th, 2016

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RTP

A Associação Movimento dos Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP) vai reunir-se com Diogo Lacerda Machado no próximo dia 06 de junho e promete intensificar os protestos caso não se encontre uma solução nesse dia, disse hoje o presidente da Associação.

Há força de vontade da parte do Governo, mas não há do Novo Banco”, disse à agência Lusa o presidente da AMELP, Luís Marques.

A AMELP reuniu-se esta manhã com o advogado Diogo Lacerda Machado que o Governo nomeou como mediador para tentar negociar uma solução com o Novo Banco para os cerca de 2.000 emigrantes lesados pelo Banco Espírito Santo (BES).

No entanto, segundo Luís Marques, esta reunião foi inconclusiva, uma vez que os lesados entregaram novos documentos a Diogo Lacerda Machado, mas “o Novo banco não apresentou nada em concreto”.

“Achamos que o Novo Banco não tem força de vontade para encontrar uma solução e se na reunião agendada para o dia 06 [de junho] não houver nada em concreto, vão intensificar-se os protestos contra o Novo Banco e o Banco de Portugal (BdP)”, referiu o presidente da associação que representa estes clientes.

A Associação Movimento dos Emigrantes Lesados Portugueses tem marcadas duas manifestações em Paris, a 14 de maio e a 10 de junho, coincidindo esta última com as comemorações do Dia de Portugal na capital francesa, nas quais estará o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

No passado dia 28 de abril, Lacerda Machado reuniu-se com a AMELP, uma reunião na qual os emigrantes lesados deram a conhecer o seu caso e o advogado deu pistas sobre os próximos passos a seguir com vista a uma solução.

A escolha de Lacerda Machado para intervir como mediador em nome do executivo aconteceu depois da reunião de 18 de abril, em Paris, entre a AMELP e o primeiro-ministro, em que António Costa se comprometeu a nomear um representante para este assunto.

Inicialmente, após a resolução do BES, a 04 de agosto de 2014, os emigrantes que se diziam lesados ascendiam a 8.000 num total de 728 milhões de euros de dinheiro investido.

No entanto, no verão do ano passado, o Novo Banco propôs uma solução comercial aos emigrantes detentores de vários produtos comercializados pelo BES (Poupança Plus, Top Renda e Euro Aforro), que permitia a recuperação faseada da quase totalidade das aplicações, tendo tido acolhimento por parte de 80%.

Por resolver ficou assim o caso dos emigrantes que não aceitaram a proposta – com a própria AMELP a considerar então que a complexidade da solução não se adequava ao perfil financeiro dessas pessoas – e ainda os cerca de 400 emigrantes que subscreveram os produtos Euro Aforro 10 e EG Premium, para os quais o Novo Banco não fez proposta, considerando que não era possível pelo tipo de produto financeiro em causa.

Quanto à AMELP, exige que seja o Novo Banco (o banco de transição que ficou com ativos do BES) a contribuir para uma solução que devolva aos emigrantes as suas poupanças.

Lacerda Machado escolhido pelo Governo para negociar solução para emigrantes lesados

Quinta-feira, Abril 28th, 2016

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Observador

O Governo nomeou o advogado Diogo Lacerda Machado para tentar negociar uma solução com o Novo Banco para os cerca de 2.000 emigrantes lesados pelo BES. Negociador já está envolvido no papel comercial.

O Governo nomeou o advogado Diogo Lacerda Machado para tentar negociar uma solução com o Novo Banco para os cerca de 2.000 emigrantes lesados pelo BES, disse à Lusa o presidente da associação que representa estes clientes.

A escolha de Lacerda Machado para intervir como mediador em nome do Executivo acontece depois da reunião de 18 de abril, em Paris, entre a Associação Movimento dos Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP) e o primeiro-ministro, em que António Costa se comprometeu a nomear um representante para este assunto.

A escolha do chefe de Governo recaiu novamente no seu homem de confiança e “melhor amigo” – como o designou em entrevista – que tem vindo a mediar as negociações com os lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo, tentou fazer a ‘ponte’ no BPI entre os espanhóis do CaixaBank e a empresária angolana Isabel dos Santos e negociou a devolução ao Estado da maioria do capital da TAP. O advogado foi ouvido esta quarta-feira de manhã no Parlamento sobre a sua intervenção nestes processos.

Já esta quarta-feira à tarde decorreu um encontro entre Diogo Lacerda Machado e os representantes da Associação dos Emigrantes Lesados em que estes deram a conhecer o seu caso e o advogado deu pistas sobre os próximos passos a seguir com vista a uma solução.

“Disse-nos que vai já iniciar diligências com o Novo Banco e com todas as entidades envolvidas – o Novo Banco é dependente do Banco de Portugal e do Banco Central Europeu – e que vai rapidamente marcar uma reunião para preparar uma provável negociação entre os emigrantes lesados e o Novo Banco”, afirmou à Lusa o presidente da AMELP, Luís Marques.

O responsável afirmou ainda que Lacerda Machado garantiu que o Governo tem “empenho” em resolver este caso e que avisou a associação para se preparar para “uma caminhada de pouco tempo mas de muitas reuniões”, uma vez que o objetivo é que “a solução seja rápida”.

Os milhares de emigrantes que se consideram lesados pelo BES garantem que foram “enganados” pelo banco, uma vez que queriam pôr as poupanças em depósitos a prazo (com capital e juros garantidos) e que foram os gestores do BES que as aplicaram em produtos financeiros complexos, como séries de ações preferenciais, sem o seu conhecimento.

A Associação dos Emigrantes Lesados pelo BES estima que sejam quase 2.000 os clientes que não têm acesso às suas poupanças, num total de cerca de 180 milhões de euros.

Inicialmente, após a resolução do BES, a 04 de agosto de 2014, os emigrantes que se diziam lesados ascendiam a 8.000 num total de 728 milhões de euros de dinheiro investido.

No entanto, no verão do ano passado, o Novo Banco propôs uma solução comercial aos emigrantes detentores de vários produtos comercializados pelo BES (Poupança Plus, Top Renda e Euro Aforro), que permitia a recuperação faseada da quase totalidade das aplicações, tendo tido acolhimento por parte de 80%.

Por resolver ficou assim o caso dos emigrantes que não aceitaram a proposta – com a própria AMELP a considerar então que a complexidade da solução não se adequava ao perfil financeiro dessas pessoas – e ainda os cerca de 400 emigrantes que subscreveram os produtos Euro Aforro 10 e EG Premium, para os quais o Novo Banco não fez proposta, considerando que não era possível pelo tipo de produto financeiro em causa.

Luís Marques disse à Lusa que não sabe como se irão posicionar no eventual processo negocial os emigrantes que entretanto assinaram a proposta comercial do Novo Banco.

Quanto à AMELP, exige que seja o Novo Banco (o banco de transição que ficou com ativos do BES) a contribuir para uma solução que devolva aos emigrantes as suas poupanças.

Para estes clientes do BES residentes no estrangeiro, o Novo Banco tem uma “responsabilidade efetiva” a que não se pode furtar até porque no balanço do Novo Banco está registado o dinheiro destes emigrantes nos Recursos de Clientes, a rubrica em que se incluem os depósitos a prazo.

A Associação Movimento dos Emigrantes Lesados Portugueses tem marcadas duas manifestações em Paris, a 14 de maio e a 10 de junho, coincidindo esta última com as comemorações do Dia de Portugal na capital francesa, nas quais estará o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O amigo de Costa já se explicou. E foi isto que disse

Quarta-feira, Abril 27th, 2016

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Notícias ao Minuto

Diogo Lacerda Machado explicou hoje o seu papel enquanto negociador “informal” sobre a privatização da TAP.

Depois de ter representado António Costa “informalmente” nas negociações relativas à privatização da TAP, o caso chegou a conhecimento público e as exigências por esclarecimentos não tardaram em surgir. Hoje, o “amigo” de António Costa foi ouvido no Parlamento sobre o trabalho desempenhado enquanto consultor exterior aos quadros do Executivo.

“Tive momentos muito difíceis na vida, mas nunca me foi tão difícil enfrentar uma circunstância da vida como esta”, começou por dizer, adiantando que começou a negociar a reconfiguração da TAP com os privados “no dia a seguir à posse do atual Governo”. A primeira intervenção, especificou, teve lugar a 17 de dezembro de 2015.

Desde então, Lacerda Machado esteve presente em “14 reuniões” mas “nunca sozinho”. “Aconteceram sempre na presença de membros do Governo”, ascrescentou. Em sua defesa, alegou que foi “o espírito de serviço público” que o levou a aceitar “prontamente” o pedido de apoio de António Costa.

Aquilo que mais dúvidas suscitou foi o facto de ter representado o Governo, mesmo não fazendo parte dele, ou seja, trabalhando sem contrato, algo que acabou por surgir dias depois da polémica inicial. Esse pormenor, contudo, garantiu, não lhe fez muita diferença aquando do pedido de Costa: “Não preciso de um contrato escrito para ser mais honesto e sério naquilo que me disponibilizei a fazer”, afirmou.

Também em jeito de defesa, Lacerda Machado assegurou aos deputados presentes que o novo acordo conseguido “defende os interesses do Estado”. “Os 50% é exatamente aquilo que assegura que nenhuma deliberação será tomada sem que tenha anuência do Estado. Foi isso que o doutor António Costa sempre disse. Era preciso salvaguardar a sério os interesses estratégicos”, declarou, realçando que não estavam ressalvados se o Estado ficasse “numa posição contratual fraquita”, prosseguiu.

Ao fim de longas horas de perguntas e respostas, ficou uma garantia: os advogados do consultor vão intervir no processo, a pedido do próprio, para que sejam apuradas eventuais incompatibilidades com o trabalho desenvolvido.

“Esperarei tranquilamente o parecer da Ordem dos Advogados e, se entender que há alguma incompatibilidade, tomarei decisões. Até lá, farei tudo que me for pedido”, terminou

Lacerda Machado fala pela primeira vez do seu passado. E o futuro?

Quarta-feira, Abril 27th, 2016

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Público

O amigo, e agora oficialmente consultor, do primeiro-ministro esteve na venda da TAP, na tentativa de encontrar uma solução para os lesados do BES e no diferendo accionista do BPI. E agora? No imediato, esta quarta-feira tem na agenda uma aguardada audição no Parlamento.

Já há vários meses que Diogo Lacerda Machado trabalha a pedido do primeiro-ministro em dossiês sensíveis. O apoio que tem prestado ao amigo de longa data, de quem se tornou oficialmente consultor no início de Abril, começou ainda antes das eleições que, com o apoio parlamentar da esquerda, levariam o PS a formar governo. Depois das negociações da TAP, dos lesados do papel comercial do BES/GES e do BPI, que nó será agora chamado a desatar o advogado? A resposta não é clara, ainda. Mas será certamente forçada, na audição de Lacerda Machado na Assembleia da República, marcada para as 10h desta quarta-feira.

Foi ainda no início de Janeiro que surgiram as primeiras notícias sobre a árdua tarefa que tinha sido entregue ao consultor: conseguir o que parecia ser um quase impossível acordo entre os privados que compraram 61% da TAP e o Governo, para devolver ao Estado uma posição maioritária na empresa. Mas só meses depois, mais precisamente a 10 de Abril e na sequência de uma entrevista à TSF e ao DN em que o primeiro-ministro anunciou que iria oficializar os laços profissionais com Lacerda Machado, é que o nome do advogado passou a habitué no circuito mediático. Cinco dias depois, a promessa de Costa cumpria-se: a avença de dois mil euros, a vigorar até 31 de Dezembro deste ano, era publicada no portal dos contratos públicos. Para António Costa, esta é uma solução mais cara para o Estado. “Acho que é simplesmente um dinheiro que podia não ser gasto”, defendeu o primeiro-ministro.ados do papel comercial do BES/GES e do BPI, que nó será agora chamado a desatar o advogado? A resposta não é clara, ainda. Mas será certamente forçada, na audição de Lacerda Machado na Assembleia da República, marcada para as 10h desta quarta-feira.

Dossiers por encerrar

A dúvida emerge. Será este um pagamento pelo trabalho passado ou haverá expectativa e vontade do próprio para representar o Governo em negociações futuras? O documento que oficializa a contratação refere que a prestação de serviços externos de consultoria é necessária por “ausência de recursos”. E o primeiro-ministro comprometeu-se, na semana passada, a nomear um representante para resolver o problema dos emigrantes lesados pela venda de papel comercial do GES. Será Lacerda Machado chamado, agora, a este dossiê? Apesar de a audição desta quarta-feira, pedida pelo PSD, ser exclusivamente dedicada ao tema da TAP, é inevitável que a pergunta surja.

O advogado, amigo de António Costa desde os tempos de faculdade, no início da década de 80, e seu padrinho de casamento, foi o negociador do Estado no acordo anunciado a 6 de Fevereiro com a Atlantic Gateway, consórcio que comprou 61% da TAP. Mas, antes disso, já tinha participado em reuniões com os representantes dos lesados do papel comercial, dando-lhes a garantia de que, uma vez governo, o PS procuraria uma solução para minimizar as perdas de 500 milhões de euros que sofreram com o investimento. O BPI foi o último dossiê que teve em mãos, com o mandato de sentar à mesa os dois maiores accionistas do banco, o CaixaBank e Isabel dos Santos, que têm visões distintas sobre a solução para o futuro do banco.

Em todos estes casos, Lacerda Machado, que foi secretário de Estado da Justiça quando António Costa liderou a tutela no último Governo de Guterres, tinha uma missão clara: construir pontes, selar acordos. Mas, na realidade, nenhum deles foi ainda parar à gaveta do Governo destinada aos assuntos encerrados. Na TAP, o pré-acordo que dá ao Estado 50% da companhia (a maioria acabou por ficar pelo caminho) e mais controlo sobre a estratégia, mas muito menos direitos económicos ainda não ganhou a força de um contrato. O prazo para que tal aconteça terminava a 30 de Abril, mas foi agora adiado para Maio.

Para os lesados do BES, até agora existe apenas um memorando de entendimento, anunciado, tal como o pré-acordo na TAP, com pompa e circunstância. As reuniões para encontrar uma solução continuam, mas ainda sem resolução à vista e com muitas dúvidas sobre onde será possível ir buscar dinheiro para repor pelo menos parte das poupanças perdidas. E no BPI o que chegou a ser um entendimento entre accionistas rapidamente degenerou numa ruptura, que ainda não está sanada.

É provável que nesta quarta-feira alguns deputados insistam em ir além do espectro da audição, tal como é provável que outros teimem em manter-se fiéis ao requerimento dos sociais-democratas. À esquerda, e apesar do desconforto que a consultoria e posterior contratação gerou, a ideia é desvalorizar a forma e colocar a ênfase na substância do que Lacerda Machado fez até aqui. Não será fácil de esquecer o silêncio prolongado do PCP e do Bloco sobre este caso, que só se desfez, e ainda que com subtileza, após a entrevista do primeiro-ministro. Já a direita, lembrada da polémica que causou a escolha de António Borges para apoiar o Governo de Passos Coelho nas privatizações, concessões e renegociação das PPP, vai querer ressuscitar a polémica criada em redor do seu nome nos primeiros dias de Abril.