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Lesados emigrantes do BES chamados Ministério das Finanças para integrar grupo de trabalho

Segunda-feira, Dezembro 20th, 2021

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Jornal Txopela

As associações de Defesa de Clientes Bancários (ABESD) e de Lesados Emigrantes Portugal Venezuela (ALEPV) participam esta sexta-feira numa reunião de trabalho com o Governo, no Ministério das Finanças, com vista à resolução da situação dos lesados emigrantes do BES.

Em comunicado, as associações – que representam maioritariamente emigrantes clientes das sucursais externas do antigo Banco Espírito Santo (BES) – avançam que o encontro decorrerá em Lisboa, pelas 15h30, “iniciando assim a constituição do Fundo de Recuperação Créditos dos clientes lesados do BES (sucursais externas), os quais não tiverem acesso a nenhuma das soluções anteriores”.

Lesados do Banif chamados às Finanças para grupo de trabalho

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Este grupo de lesados do BES reclama “a constituição de um fundo de recuperação de créditos, nos termos da Lei n.º 69/2017 de 11 de agosto, tal como aconteceu para os lesados do papel comercial”, que eram clientes da rede comercial do BES em Portugal.

As associações salientam que “este grupo de lesados do BES aguardou ansiosamente e com muita expectativa o início deste grupo de trabalho, o qual, independentemente da situação política atual, irá legitimamente continuar a realizar o seu trabalho técnico, seja qual for o futuro político em Portugal”.

“Todos os partidos políticos com assento parlamentar em 2017 aprovaram na Assembleia da República a lei que nos trouxe a este momento, pelo que estamos certos de que, ao fim de mais de sete anos de espera, após a resolução do BES, nenhum partido político irá querer ficar do lado errado da história e interromper o início de solução há muito aguardado e injustamente adiado até hoje”, sustentam.

Comissão liquidatária do BPP teve custos de 4,1 milhões

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Presentes na reunião de esta sexta-feira, para a qual foram convidadas pelo gabinete do primeiro-ministro, as associações avançam que “irão estar representantes do Banco de Portugal e da CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários]”.

“A mesma irá analisar, também, a questão do Banif”, acrescentam.

De acordo com a ABESD e a ALEPV, “o Governo solicitou aos lesados uma recomendação da Assembleia da República e uma declaração de ‘misseling’”.

“Os lesados conseguiram aprovar por unanimidade a Resolução n.º 44/2018, de 19 de janeiro, e constituíram uma comissão de peritos independente na Ordem dos Advogados, com um estatuto próprio e nos termos da lei. O relatório dessa comissão foi favorável aos lesados, declarando a fraude generalizada”, recordam.

A ABESD e a ALEPV são associações sem fins lucrativos, constituídas após o colapso do grupo BES/GES.

Lesados do BES em França enviam “mensagem” a futuro Governo

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Têm como associados clientes não qualificados, maioritariamente emigrantes, das sucursais externas financeiras do grupo BES na Madeira, Luxemburgo, Venezuela, África do Sul e Suíça, entre outras, que perderam as suas poupanças em produtos financeiros do BES/GES e dizem ter sido “vítimas de venda fraudulenta aos balcões do BES/BPES em Portugal, conforme confirmado pelo relatório de peritos independentes da Ordem dos Advogados”.

Na quinta-feira, a Associação dos Lesados do Banif (ALBOA) anunciou também ter sido convocada para uma reunião esta sexta-feira, no Ministério das Finanças, com vista à constituição de um grupo de trabalho para resolução dos problemas dos seus associados.

Em comunicado, a ALBOA – que representa apenas os ex-clientes não qualificados, que foram lesados num valor estimado em cerca de 180 milhões de euros – indica que a reunião tem como objetivo “a constituição de um grupo de trabalho para a resolução” da situação dos lesados do Banif, “que se arrasta há já seis anos”.

Processo dos lesados do BES parado no DIAP há sete anos

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A associação acrescenta que, apesar da marcação de eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro, “o atual Governo está em funções e com competência para a criação da referida comissão, cujos trabalhos deverão levar à prevista constituição de um Fundo de Recuperação de Crédito junto da CMVM”.

Em junho, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que estava a ser ponderada a criação de um grupo de trabalho para os lesados do BES e do Banif.

O BES, tal como era conhecido, acabou em agosto de 2014, deixando milhares de pessoas lesadas devido a investimentos feitos no banco ou em empresas do Grupo Espírito Santo.

O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num ‘banco bom’, denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos no BES, o ‘banco mau’ (‘bad bank’), sem licença bancária.

O Banif foi adquirido pelo Santander Totta por 150 milhões de euros, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.

Neste processo, cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados e acionistas perderam 263 milhões de euros, havendo ainda a considerar 4.000 obrigacionistas Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira.

Assembleia da Madeira pede à República tratamento igualitário para emigrantes lesados do BES

Segunda-feira, Fevereiro 22nd, 2021

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Económico

A Assembleia da Madeira, com maioria PSD/CDS-PP, pede, para os emigrantes lesados do BES, uma solução idêntica à encontrada para os lesados do papel comercial. A Assembleia Regional lamenta que o Estado se tenha esquecido dos emigrantes lesados do BES, e considera que não é aceitável este “tratamento diferenciado, por parte do Governo da República”.

A Assembleia Legislativa da Madeira, com maioria PSD/CDS-PP, recomendou ao Governo da República um tratamento igualitário para os emigrantes lesados pelo BES, conforme consta de uma resolução publicada em Diário da República.

A mesma resolução pede “uma solução idêntica à dos lesados do papel comercial, através de um fundo de recuperação de créditos que lhes permita recuperar parte das suas poupanças”, recorrendo ao artigo 14.º da Constituição da República Portuguesa que estabelece que “os cidadãos portugueses que se encontrem ou residam no estrangeiro gozam da proteção do Estado para o exercício dos direitos e estão sujeitos aos deveres que não sejam incompatíveis com a ausência do país”.

A resolução publicada em Diário da República, lembra que há cerca de três anos, um grupo de trabalho, formado pelo Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a Associação dos Lesados e Indignados do Papel Comercial, o BES e o Governo da República, encontrou uma solução, por via de um fundo de recuperação de créditos, que “visava a recuperação de metade das aplicações feitas pelo Banco, sendo que mais de 1800 clientes receberiam 75 % do valor aplicado até 500 mil euros por aplicação e, para montantes superiores, os clientes receberiam 50 % em três anos e em três prestações, sendo a última prestação paga, ainda, no decorrer do ano 2020”.

Contudo esta solução “não incluiu os emigrantes lesados do BES, emigrantes que confiaram e apostaram na Banca Portuguesa e que pretendem uma solução idêntica à que foi encontrada para os lesados do papel comercial”, salienta a resolução.

Em causa podem estar cerca de 2000 emigrantes, com “residência na Venezuela, África do Sul e, também, clientes do Banco Privado da Suíça, representados por duas associações – a Associação de Lesados do BES Emigrantes na Venezuela (ALEV) e a Associação de Defesa dos Clientes Bancários (ABESD) – cujas aplicações ascenderam aos 400 milhões”.

A resolução da Assembleia Legislativa da Madeira lamenta que o Estado se tenha esquecido dos emigrantes lesados do BES, e considera que não é aceitável este “tratamento diferenciado, por parte do Governo da República”.

Emigrantes lesados do BES dizem que Governo parece estar a “escapar-se” a solução para todos

Quarta-feira, Outubro 2nd, 2019

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SIC

Em causa está uma solução para os clientes que tiveram perdas com os produtos EG Premium e EuroAforro 10.

A associação AMELP, que representa emigrantes lesados pelo BES, diz que continua a acreditar numa solução para os clientes EG Premium e EuroAforro 10, mas que o Governo parece estar a “escapar-se” a solução que permita recuperar as poupanças.

“A AMELP continua a acreditar no compromisso público de 2016, em que o Governo foi a Paris dizer aos emigrantes que iam recuperar as suas poupanças, mas não temos avanços e o Governo parece que anda a escapar-se a uma solução para esses dois produtos”, disse o presidente da associação, Luís Marques, à Lusa.

Em causa está uma solução para os clientes que tiveram perdas com os produtos EG Premium e EuroAforro 10, em que 1.500 famílias investiram cerca de 150 milhões de euros.

Segundo o presidente da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP), trata-se de dinheiro de emigrantes, conseguido com esforço por “pessoas que agora necessitavam desse dinheiro para fazer face a despesas extra, medicamentos, doenças”.

Segundo o responsável, houve contactos com o Novo Banco e o Governo ficou de acompanhar a situação, mas para já continua sem haver solução e é difícil a AMELP reunir com as partes.

“Não queremos criar distúrbios, queremos uma solução equitativa, estamos a lutar para reaver a totalidade das nossas poupanças”, afirmou Luís Marques, considerando que os clientes com estes dois produtos têm a mesma “legitimidade” de outros para serem compensados, uma vez que a maioria dos contratos tinha mesmo a expressão ‘depósitos a prazo’.

Após a resolução do BES, em 03 de agosto de 2014, cerca de 8.000 emigrantes de França e Suíça (o equivalente a 12 mil contas, uma vez que há clientes que têm mais do que uma conta) vieram reclamar mais de 720 milhões de euros, acusando o banco de lhes ter vendido produtos arriscados (ações de sociedades veículo) quando dizia que se tratavam de depósitos a prazo para não residentes.

A responsabilidade sobre estes produtos ficou no Novo Banco — o banco de transição então criado –, que propôs, em 2015, aos emigrantes uma proposta comercial, que teve a aceitação de cerca 80% do total (cerca de seis mil clientes), que detinham em conjunto 500 milhões de euros.

No entanto, houve milhares de clientes que não aceitaram a solução, por considerarem que não se adequava ao seu perfil e não era justa.

Em agosto de 2017, a AMELP acordou com o Novo Banco e com o Governo uma solução para os clientes emigrantes dos produtos financeiros Euro Aforro 8, Poupança Plus 1, Poupança Plus 5, Poupança Plus 6, Top Renda 4, Top Renda 5, Top Renda 6 e Top Renda 7 recuperarem 75% do dinheiro ao longo dos próximos anos.

Em contrapartida, foi exigido que desistissem das ações judiciais contra o Novo Banco e seus trabalhadores.

Contudo, ainda ficou a faltar a solução para os clientes que subscreveram os produtos financeiros EG Premium e Euroaforro 10, segundo as justificações dadas devido à complexidade desses produtos.

Ainda nas declarações à Lusa, o presidente da AMELP disse que os lesados do BES continuam à espera de receberem 31,7% dos créditos a que têm direito.

É que, a propósito da resolução do BES, em 2014, a Deloitte fez uma auditoria pedida pelo Banco de Portugal para saber a quanto têm direito os credores comuns do BES, uma vez que o princípio ‘no creditor worse off’ estabelece que um credor não pode ter perdas maiores num cenário de resolução do que as que teria num cenário de liquidação.

A consultora Deloitte contabilizou que se o banco tivesse sido liquidado os credores comuns teriam recuperado 31,7%, pelo que esse valor terá que lhes ser pago pelo Fundo de Resolução bancário.

Contudo, há dúvidas sobre quando pagará esse valor o Fundo de Resolução, podendo ser apenas no fim do processo de liquidação do BES, que está a decorrer e poderá demorar anos.

Lusa

Emigrantes lesados do BES já podem levantar depósitos

Domingo, Agosto 5th, 2018
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Os emigrantes lesados do BES que aderiram à solução de 2015/2017 assinada pela Associação dos Emigrantes Lesados do BES (AMELP), poderão mobilizar até 50% do total do depósito que lhes tenha sido constituído para uma conta à ordem. A notícia foi avançada pelo LusoJornal.

Esta informação «vai permitir às pessoas já poderem ter acesso aos depósitos até aqui bloqueados» explicou ao LusoJornal Helena Esteves Batista, vice-Presidente da AMELP.

«A AMELP tem levado a cabo várias reuniões de negociações com o Novo Banco, representada por Luís Marques e Helena Esteves Batista, com os advogados Nuno da Silva Vieira e Daniela Guimarães em representação da Vieira Advogados».

Os Emigrantes lesados que aderiram à solução de 2015/2017 devem dirigir-se ao Novo Banco, entre os dias 13 de agosto e 10 de setembro de 2018 para fazerem o pedido.

«Após este período, não será mais possível efetuar a mobilização do depósito para uma conta à ordem» alerta Helena Esteves Batista ao LusoJornal. «Informamos que o valor transferido apenas ficará disponível durante o mês de setembro, o mais tardar até ao dia 28 de setembro».

A notícia publicada dá conta de que esta é uma etapa importante porque até aqui, mesmo os Emigrantes Lesados que tinham aderido a esta solução, não podiam ainda mobilizar o dinheiro.

«A mobilização inclui não só o capital, como também os juros corridos até à data de mobilização».

Entretanto, os dirigentes da AMELP garantem que «o pedido referido não altera em nada as condições da solução assinada relativamente ao restante valor».

Quanto aos dois produtos para os quais ainda não há solução – EGP e EuroAforro 10 – a AMELP afirma que continua a “trabalhar em conjunto com o Novo Banco e com o Governo, para que uma solução seja encontrada” diz Helena Esteves Batista.

A próxima reunião de trabalho da AMELP com o Novo Banco está agendada para 24 de setembro.Revista port

Cerca de 150 lesados do BES continuam sem solução para perdas

Sexta-feira, Agosto 3rd, 2018

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Dinheiro Vivo

Há quatro anos que 150 emigrantes da Venezuela e clientes das sucursais financeiras exteriores aguardam por uma solução para as suas perdas.

Cerca de 150 emigrantes da Venezuela e clientes das sucursais financeiras exteriores do Banco Espírito Santo (BES) continuam à espera de serem compensados pelas perdas que sofreram, na sequência da medida de resolução aplicada ao banco a 3 de agosto de 2014.

“Apesar da disponibilidade do governo para encontrar uma solução para os emigrantes e clientes das sucursais financeiras do BES, continuamos a aguardar a constituição do grupo de trabalho para analisar a nossa situação”, afirma António Borges, presidente da ABESD-Associação de Defesa dos Clientes Bancários. “Ficamos obviamente satisfeitos que mais este grupo de lesados do BES esteja a iniciar a resolução do seu problema, mas temos de recordar que falta resolver o tema as sucursais financeiras exteriores do BES, que abrangem muitos clientes e as comunidades de emigrantes da Venezuela”, adianta, citado num comunicado da ABESD divulgado esta sexta-feira.

A ABESD reclama uma solução “para todos os lesados do grupo BES/GES” e pede que “todos os lesados que foram vítimas de venda fraudulenta de produtos bancários” por parte do grupo, que era liderado por Ricardo Salgado, “tenham a possibilidade de participar nesse mesmo mecanismo de resolução”. Lembra que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários já tinha admitido a existência “dessa mesma venda desajustada do perfil dos clientes” do grupo BES/GES, em documentação que foi partilhada, nomeadamente, com o governo, o Banco de Portugal e os deputados.

Associação de lesados do BES lamenta que emigrantes estejam de fora da solução

Sábado, Junho 23rd, 2018

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Negócios

A associação dos clientes do BES lesados pelo fim do banco queixaram-se hoje que os emigrantes e clientes das sucursais no exterior continuam fora da solução para serem indemnizados pelas suas perdas.

Em comunicado, a Associação de Defesa de Clientes Bancários congratula-se por terem começado hoje a ser indemnizados os lesados do papel comercial, mas aponta que “infelizmente, os emigrantes e clientes das sucursais financeiras exteriores não estão abrangidos na referida solução”.

A associação espera que, “ainda antes do início do Verão”, haja uma reunião com o gabinete do primeiro-ministro, António Costa.

Hoje foi paga pelo fundo de recuperação de créditos uma primeira parcela de 120 milhões de euros, de um total de 267 milhões, depositada nas contas dos lesados no Novo Banco, que sucedeu ao BES em 2014.

Aos emigrantes e clientes no estrageiro ainda falta a constituição de um grupo de trabalho com o Governo para que tenham a mesma oportunidade de recuperar parte do dinheiro que perderam.

“Ficamos obviamente satisfeitos que mais este grupo de lesados do BES esteja a iniciar a resolução do seu problema, mas temos de recordar que falta resolver o tema as sucursais financeiras exteriores do BES”, afirma a associação.

As comunidades de emigrantes da Venezuela e África do Sul estão entre as afectadas pelo fim do BES.

A solução encontrada para os clientes que começaram a receber não os compensa totalmente pelas perdas, uma vez que quem fez aplicações até 500 mil euros recebe 75 por cento, num máximo de 250 mil euros, e para aplicações acima de 500 mil euros recupera apenas 50%.

Depois do pagamento hoje da primeira parcela da indemnização pelo fundo de recuperação de créditos (que recorreu para isso a um empréstimo do Estado), as restantes duas parcelas da indemnização serão pagas em 2019 e 2020.

Em troca de receberem as indemnizações, os lesados passaram para o fundo os créditos que têm sobre o BES e entidades relacionadas com o banco, de modo a que seja este a litigar em tribunal contra o banco pelos danos causados.

Lesados do BES reclamam cumprimento de promessa de Costa e César

Domingo, Maio 27th, 2018

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Dinheiro Vivo

Grupo de lesados do BES/Novo Banco está concentrado na Batalha transmitindo em colunas de som passagens da comissão de inquérito à gestão do BES.

Um grupo de lesados do BES/Novo Banco está hoje concentrado junto à Expo salão, na Batalha, onde prossegue o congresso do PS, exibindo cartazes, bandeiras pretas e transmitindo em colunas de som passagens da comissão de inquérito à gestão do BES. Entre palavras de ordem “queremos o nosso dinheiro”, “palavra dada, palavra honrada”, “queremos que o Governo cumpra”, ouvem-se, repetidamente, as vozes, entre outros, da deputada do BE Mariana Mortágua, do governador do Banco de Portugal Carlos Costa ou do ex-presidente do BES, Ricardo Salgado. Baterias improvisadas completam o protesto, que se tornou mais barulhento quando o secretário-geral do PS, António Costa, chegou à Expo salão, para o segundo dia de trabalhos do 22.º Congresso.

À agência Lusa, António Silva, do grupo de lesados do papel comercial e lesados emigrantes, justificou a presença para “reclamar a promessa que o PS fez”. “Foi uma promessa pré-eleitoral em que nos disseram que se fossem para o Governo nos pagavam na íntegra”, afirmou António Silva, reafirmando que os lesados foram vítimas de uma “burla” quando fizeram a subscrição dos produtos que julgavam garantidos.

“Depois o PS veio dizer que o PSD limpou as mãos como Pilatos e prometeu que se fosse para o Governo que nos pagava na íntegra e já vão dois anos e meio e agora estão a inventar acordos, alegando que as associações estão a aceitar esses acordos”, referiu António Silva, de 55 anos, do Porto, para salientar que as associações foram constituídas para defender os lesados “e não para aceitar acordos” em que “roubam uma parte do capital”. Já Luís Filipe Santos, de 65 anos, da Covilhã, prometeu não desistir até ao fim dos seus dias para “recuperar o resto” do seu capital.

“Para me calarem fizeram-me um reembolso antecipado”, declarou, afirmando desconhecer o paradeiro do resto do capital. O antigo emigrante assegurou que se baterá até ao fim dos seus dias para recuperar o dinheiro que diz pertencer-lhe, exigindo, ainda, o pagamento de juros e de prejuízos morais. Por seu turno, Júlia Pereira, de 70 anos e que foi emigrante durante 40, justificou a presença às portas do congresso do PS com promessas por cumprir.

“Vim cá porque o sr. António Costa e Carlos César disseram ao meu marido que se entrassem para o poder o assunto iria ser resolvido e até à data de hoje nada feito, absolutamente nada feito”, lamentou Júlia Pereira, a morar em Espinho, enquanto segurava uma bandeira de França. A ex-emigrante acrescentou nada ter contra o PS, mas avisou: “Há dois anos fizemos a mesma coisa e o PSD foi abaixo, e se eles não fizerem nada também vêm abaixo nas próximas eleições”. “Porque vamos fazer-lhe a vida negra, porque eles prometeram e não é só promessas, entram para o Governo e depois nunca mais querem saber de problema nenhum”, afirmou Júlia Pereira.

Na manifestação, onde além das colunas, o protesto ouve-se, também, de baterias improvisadas e megafone, múltiplos cartazes querem lembrar igualmente aos congressistas socialistas o que os lesados chamam de “roubalheira”. “Somos lesados do acordo socialista” e “Carlos César prometeu, onde está a palavra?” são algumas das palavras inscritas nos cartazes, num protesto que promete durar o todo o dia.

O BES, tal como era conhecido, acabou em 03 de agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros. O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num ‘banco bom’, denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos no BES, o ‘banco mau’ (‘bad bank’), sem licença bancária.

Recentemente, uma fonte oficial da sociedade gestora do fundo de recuperação de créditos, Patris, disse à Lusa que quase 99% dos lesados tinham pedido adesão ao fundo. A mesma fonte indicou que os lesados que já pediram a adesão representam também 99% do capital reclamável, que ronda, na totalidade, os 433,8 milhões de euros.

Em causa está a solução encontrada para as cerca de 2.000 pessoas que subscreveram papel comercial aos balcões do BES, pensando tratar-se de produtos sem risco. Esta solução prevê o pagamento de 75% das aplicações até 500 mil euros (com limite de 250 mil euros) e de 50% para valores acima de 500 mil euros, devendo para o efeito os lesados começar a receber nos próximos dias o contrato final de participação no Fundo de Recuperação de Créditos, já registado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e através do qual vão receber parte do dinheiro aplicado.

Através deste fundo deverão vir a ser pagos pelo menos cerca de 280 milhões de euros (de um total de 430 milhões de euros) em três tranches ao longo de 2018, 2019, 2020. O dinheiro para esse pagamento vem do Estado, sob a forma de empréstimo, ou através de empréstimo bancário, mas garantido pelo Estado. Para o grupo de lesados do papel comercial e lesados emigrantes esta não é a solução efetivamente pretendida, passando antes a resposta pela utilização da provisão de 1.837 milhões de euros existente para os ressarcir na totalidade dos montantes reclamados.

BES: Lesados da Venezuela e África do Sul acreditam que haverá solução para os seus casos

Quarta-feira, Outubro 4th, 2017

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Diário de Notícias

A presidente da Associação de Lesados da Venezuela disse hoje que têm corrido bem os contactos com o Governo e disse acreditar que será encontrada uma solução para os lesados do BES da Venezuela e África do Sul.

“Pensamos que está aberta uma solução para os lesados da Venezuela e África do Sul, muito parecida com a que há para os lesados do papel comercial”, disse à Lusa Sara Freitas, que regressou já à Venezuela depois de ter estado em Portugal en contactos com responsáveis do Governo para debater uma solução que compense parcialmente o dinheiro perdido.

A porta-voz destes lesados, que esteve reunida em São Bento com Mariana Melo Egídio, assessora do gabinete do primeiro-ministro, afirmou que ainda este mês responsáveis da associação deverão ser ouvidos no parlamento.

O objetivo é que posteriormente comecem a elaborar um fundo de recuperação de créditos semelhante ao que está a ser constituído para os lesados do papel comercial vendido pelo BES.

Os lesados da Venezuela e África do Sul sofreram com o colapso do Banco Espírito Santo (BES), depois de terem comprado produtos financeiros nas sucursais exteriores do banco que nunca foram reembolsados.

Estes clientes investiram dinheiro em vários produtos vendidos pelo banco, desde logo papel comercial da ESI, mas ficaram de fora da solução negociada com o Governo por estes títulos terem sido adquiridos em sucursais externas do BES.

Há ainda outros produtos vendidos pelo BES que fizeram estes clientes perder dinheiro, como títulos de empresas do Grupo Espírito Santo, caso da Escom (que atuava sobretudo em Angola).

Sara Freitas disse à Lusa que, dos lesados da Venezuela, estão em causa 150 contas (cada uma pode ter mais do que um titular) no total de cerca de 60 milhões de euros.

Já da África do Sul os lesados são cerca de 100 e o investimento perdido de 53 milhões de euros.

BES: Solução para os lesados emigrantes? Nós explicamos

Sexta-feira, Agosto 18th, 2017

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Eco

BES: Solução para os lesados emigrantes? Nós explicamos

 

Três anos depois da resolução do BES, os lesados do papel comercial vão começar a recuperar o dinheiro investido. Mas para os emigrantes não é assim tão simples. Nem todos os produtos estão incluídos.

ilhares de lesados do Banco Espírito Santo (BES) vão reaver parte dos seus investimentos em papel comercial vendido ao balcão da instituição financeira. Inicialmente, foram incluídos apenas os clientes residentes em território nacional na solução encontrada — vão recuperar até 75% dos seus investimentos nestes produtos. Mas o Novo Banco, que resultou da resolução do BES, acabou por apresentar também uma nova solução aos lesados emigrantes. Mas, atenção, nem todos os produtos estão incluídos nesta proposta. Se faz parte dos 1.440 não residentes que não aderiram à solução encontrada em 2015, perceba como pode recuperar o seu dinheiro.

Nem todos os produtos estão incluídos

Foi em 2015 que foi apresentada a primeira solução aos emigrantes lesados, mas 20% dos clientes optou por ficar de fora por considerar que era injusta. Agora é apresentada uma nova solução, que é semelhante à que foi entregue agora aos clientes residentes. Em contrapartida, os lesados têm de aceitar desistir das ações judiciais contra o Novo Banco.

A proposta aplica-se aos produtos EuroAforro 8, Poupança Plus 1, PoupançaPlus 5, Poupança Plus 6, Top Renda 4, Top Renda 5, Top Renda 6 e Top Renda 7. De fora da solução estão, para já, o Euro Aforro 10 e o EG Premium, mas “o Novo Banco e o Governo garantiram que também haverá solução” para estas aplicações. Neste caso, são 628 clientes do EG Premium, que investiram 75 milhões de euros, e mais 1.216 do Euro Aforro10, que investiram 71 milhões. Já em 2015 não foi possível apresentar qualquer proposta para estes produtos.

“Este é um passo essencial na solução das questões com os não residentes, ficando apenas por definir uma solução para os veículos denominados EG Premium e EuroAforro 10, para os quais o banco está ainda a estudar uma solução comercial adequada”, afirmou o presidente do Novo Banco, António Ramalho, à Reuters.

solução prevê a recuperação de 75% do valor investido, num prazo médio de três anos. E é constituída por três depósitos a prazo: um a cinco anos, com uma taxa de 1%, com o valor da venda das obrigações no âmbito do exercício de gestão de passivos (LME, na sigla em inglês); um a dois anos, com uma taxa de 0,5%, no montante resultante da diferença entre 60% do capital investido pelo cliente e o valor da troca das obrigações; e outro depósito a prazo no qual, ao longo de três anos, será sucessivamente depositado pelo banco 5% do valor investido para que o cliente receba no final 75% do valor investido.

Se está interessado em subscrever esta proposta terá de o fazer até ao final de agosto. O banco vai receber os lesados emigrantes do BES entre 11 e 28 de agosto, ficando ainda a proposta “dependente do sucesso do LME”, considerando o Novo Banco que se trata de “um passo essencial na solução das questões com os não residentes”.

Aceitou a primeira proposta? Banco acena com taxas até 6,84%

Segundo o Novo Banco, a solução comercial é “para os 20% de clientes não residentes que detêm títulos de diversos veículos e que não aderiram à solução comercial encontrada em 2016”. E não para os clientes que aceitaram a primeira proposta. Estes receberam obrigações do Novo Banco que atingem a maturidade daqui a 30 anos e sem cupão anual, títulos esses que o banco está agora a recomprar com perdas para os investidores.

No âmbito do processo de venda ao Lone Star, ficou previsto que só se concretizaria o negócio caso o banco liderado por António Ramalho conseguisse uma “almofada” de capital de 500 milhões de euros com a troca de dívida. A proposta é focada nos grandes fundos, mas também abrange os emigrantes lesados que aceitaram a primeira solução.Neste processo podem receber juros entre 1% e 6,84% em depósitos com prazos de três a cinco anos, sendo o objetivo de permitir a estes investidores recuperarem parte do montante investido.

Novo Banco contacta lesados emigrantes a partir de 16 de Agosto

Quarta-feira, Agosto 16th, 2017

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Negócios

Os clientes lesados do Novo Banco que estão no estrangeiro vão começar a ser contactados a fim de lhes ser explicada a solução encontrada para recuperarem 75% do capital investido.

O Novo Banco e a associação que representa os emigrantes que são clientes do Novo Banco e têm aplicações bloqueadas em veículos criados pelo BES, chegaram a acordo para a recuperação de 75% do capital investido. Um acordo que foi conhecido na semana passada.

Esta terça-feira, 15 de Agosto, o Novo Banco revelou que vai começar a contactar os clientes em causa a partir de 16 de Agosto, ou seja, a partir de amanhã.

“O Novo Banco inicia amanhã, dia 16 de Agosto, o processo de contactar os seus clientes não residentes para explicar detalhadamente a solução comercial proposta a semana passada e obter o acordo individual de cada emigrante, no âmbito do acordo estabelecido com a AMELP”, pode ler-se no comunicado enviado às redacções.

“A proposta terá que ser subscrita até final de agosto e fica igualmente dependente do sucesso do LME”, adianta a mesma fonte.

Ainda há 1.440 emigrantes clientes do Novo Banco com aplicações de cerca de 60 milhões bloqueadas em veículos criados pelo BES. Em causa estão os investimentos aplicados nos veículos Euro Aforro 8, Poupança Plus 1, Poupança Plus 5, Poupança Plus 6, Top Renda 4, Top Renda 5, Top Renda 6 e Top Renda 7.

O entendimento alcançado permite recuperar até 75% daquele montante, desde que os clientes aceitem manter dois depósitos a prazo no Novo Banco.

Os primeiros depósitos serão constituídos com o valor que a instituição vai pagar pelas obrigações do Novo Banco em que os veículos têm as poupanças dos clientes aplicadas. Em causa estará um montante equivalente a 60% do montante investido.

Um dos depósitos terá o prazo de cinco anos, sendo remunerado com uma taxa de juro de 1% ao ano. Já o segundo terá um prazo de dois anos e paga uma taxa de 0,5%.

Além disso, o Novo Banco compromete-se a fazer, durante três anos, entregas anuais nestes depósitos de valores equivalentes a 5% do capital investido, perfazendo um total de 75%.