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Goldman Sachs e fundos internacionais avançam com novas ações em tribunal contra Portugal

Sexta-feira, Dezembro 18th, 2020

Citamos

Eco

 

Em causa está um financiamento de 835 milhões de dólares de um veículo montado pelo banco americano e que foi transferido para o BES mau na sequência a resolução do Banco de Portugal.

O Goldman Sachs e mais de uma dezena de fundos internacionais, entre eles o Elliott International, do investidor Paul Singer (o conhecido “abutre” da Argentina), colocaram esta semana novas ações no tribunal português no âmbito da queda do BES, em 2014. Desta feita, o alvo é a República portuguesa. O processo não é novo e estas ações já eram esperadas. Em causa está um financiamento de 835 milhões de dólares feito por vários investidores ao BES através de um veículo montado pelo banco americano (a Oak Finance) e que foi transferido para o banco mau na sequência da resolução do Banco de Portugal.

Na prática, com aquela decisão de transferir o empréstimo da Oak Finance para o BES “mau”, o Banco de Portugal praticamente eliminou qualquer possibilidade de aqueles investidores reaverem o dinheiro aplicado.

Face a essa medida, este grupo de investidores e o próprio Goldman Sachs (em nome dos clientes) avançaram para os tribunais internacionais no sentido de serem reembolsados.

Já há processos contra o Banco de Portugal e Novo Banco. Agora, no início desta semana, o processo teve novo desenvolvimento. Este grupo de investidores internacionais deu entrada com as duas ações administrativas no Tribunal Administrativo de Lisboa, tendo como alvo a República portuguesa.

Uma delas foi apresentada por 11 investidores (os clientes do Goldman Sachs): Olifant Fund, FFI Fund, Elliott International, Suffolk (Mauritius) Limited, The Liverpool Limited Partnership, Mansfield (Mauritius) Limited, GL Europe Luxembourg, Silver Point Luxembourg, Silverpoint Mauritius, TDC Pensionskasse e FYI.

A outra foi avançada pelo próprio banco de investimento norte-americano e tem o valor de 292 milhões de euros (222 milhões de dólares).

Ao que o ECO apurou, este grupo de investidores questiona a forma como foi feita transposição da lei europeia da resolução para a lei nacional, em 2014, e é nesse sentido que o Estado português, enquanto legislador, é visado nestas duas ações. O banco americano contesta a “regra dos 2%” relativa às participações qualificadas. Foi essa a razão pela qual o Banco de Portugal transferiu o empréstimo de 835 milhões de dólares para o banco mau, mas o Goldman Sachs considera ter atuado em nome de outros investidores.

O ECO contactou o Goldman Sachs, mas não obteve uma resposta até à publicação do artigo.

Estas ações foram colocadas numa semana em que o Banco de Portugal sofreu uma derrota também no caso BES, embora num processo diferente. O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão absolveu esta terça-feira a KPMG e outros cincos responsáveis da auditora no caso BES Angola. Com isso, anulou a coima de quase cinco milhões de euros aplicada pelo supervisor em abril do ano passado. O Banco de Portugal diz estar a analisar a decisão do tribunal para avaliar “eventual recurso”.

O caso Oak Finance

Oak Finance foi um veículo criado pelo Goldman Sachs que emprestou 835 milhões de dólares ao BES pouco tempo antes do colapso do banco, em 2014.

Embora montado pelo Goldman Sachs, este veículo foi financiado por outras entidades, incluindo o fundo de pensões da Nova Zelândia e o conhecido investidor Paul Singer.

Em julho de 2018, o Supremo Tribunal britânico decidiu que o caso devia ser decidido em Portugal, e não em Londres, como pretendiam os fundos. A decisão foi considerada uma vitória para o Banco de Portugal, na medida em que aumenta a probabilidade de o processo que ficou conhecido com o “caso Oak Finance” ter um desfecho favorável e não venha a aumentar a fatura da resolução do BES para o Fundo de Resolução nacional.

Na ação colocada nos tribunais britânicos, estes investidores internacionais consideraram ilegal a decisão do Banco de Portugal de transferir este crédito do Novo Banco para o banco mau do BES.

Do lado do supervisor português, a decisão de transferir este financiamento para o BES mau baseou-se no facto de “haver razões sérias e fundadas para considerar que a Oak Finance atuara (…) por conta do Goldman Sachs International, e que esta entidade detivera uma participação superior a 2% do capital do BES”. O que, à luz das regras da resolução, obrigava à inclusão do financiamento do Goldman Sachs no banco mau.

O Goldman Sachs contestou este entendimento e argumentou que a lei só foi transposta em agosto de 2014, enquanto deixou de ter posição qualificada em julho, rejeitando que seja aplicada a retroatividade da lei.

 

Goldman Sachs diz que se conhecesse situação do BES não teria emprestado dinheiro

Quarta-feira, Abril 10th, 2019

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SIC com som

Responsáveis pela liquidação do BES querem recuperar valor dos juros e das comissões que o banco pagou à Goldman Sachs.

Os responsáveis pela liquidação do Banco Espírito Santo exigem 14 milhões de euros a antigos administradores do banco por terem cometido irregularidades antes da resolução. Acusam ainda a Goldman Sachs International, que emprestou dinheiro ao BES um mês antes da resolução, de ter ignorado a insolvência iminente do banco.

A Goldman Sachs International já reagiu, contesta e garante que se conhecesse a situação do banco não teria emprestado o dinheiro.

BES mau exige 90 milhões de euros ao Goldman Sachs

Sábado, Outubro 13th, 2018

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Negócios

A comissão liquidatária do BES quer que a Goldman Sachs International devolva os juros e as comissões pagas na montagem da Oak Finance, a dias da resolução. São 104 milhões de dólares (cerca de 90 milhões de euros). O banco presidido por Durão Barroso contesta.

A comissão liquidatária do Banco Espírito Santo está a exigir 100 milhões de dólares (cerca de 90 milhões de euros) à Goldman Sachs International, o braço do Reino Unido do grupo bancário americano. Os responsáveis por acompanhar os últimos dias do BES consideram que aquele montante tem de ser distribuído por todos os credores e não ficar apenas na entidade cujo “chairman” é o português Durão Barroso. A Goldman já contestou.

Foi a 4 de Julho que a comissão liquidatária do BES notificou a Goldman Sachs International (GSI) com uma declaração: considera extinta a obrigação de pagamento de juros e da comissão ao abrigo do acordo de financiamento celebrado entre o banco internacional e o BES, a 30 de Julho de 2014, que foi concretizado através do veículo designado Oak Finance.

Faltavam quatro dias para ser decretada a resolução da instituição financeira que, durante 20 anos, foi liderada por Ricardo Salgado, e o BES pagou, à cabeça, juros e comissões por um empréstimo montado pelo grupo de raiz americana.

A notificação

Nessa notificação, que consta do processo de liquidação a correr no Tribunal do Comércio de Lisboa, os liquidatários do BES (César Brito, Miguel Alçada e Joana Martins) instam a Goldman Sachs International a devolver 104 milhões de dólares (91 milhões de euros) ao BES mau, “correspondente à soma das parcelas” de 50 milhões de dólares (47 milhões de euros), “alegadamente devida a título de juros” pagos à Oak Finance, e de 54 milhões de dólares (44 milhões de euros), “alegadamente devida a título de comissões” pagos à GSI.

A defesa da comissão liquidatária prende-se com o facto de, na montagem do veículo Oak Finance, ter ficado acordado um financiamento ao BES de 835 milhões de dólares (727 milhões de euros), e de, antes de o dinheiro entrar nas suas contas, ter pago juros à cabeça (os tais 50 milhões de dólares), bem como a comissão pela estruturação da Oak Finance (os 54 milhões de dólares). Ou seja, na prática, o BES só recebeu 730 milhões de dólares.

A GSI montou o veículo, que emprestou o dinheiro ao BES, com montantes arrecadados posteriormente junto de investidores. O Banco de Portugal sempre considerou que a Oak actuou por conta da GSI, que tinha tido uma participação no capital imputável superior a 2% do capital do BES, razão pela qual esta dívida ficou no banco mau e não foi transferida para o Novo Banco (entendimento que está a ser contestado judicialmente pela Goldman, que defende que nunca teve aquela participação – tinha acções em nome de clientes).

A argumentação

São vários os argumentos da comissão liquidatária para esta exigência, como o facto de não ser habitual pagamentos à cabeça nestes empréstimos em Portugal. “A GSI quis-se precaver no contrato do risco de incumprimento do BES”, defende, a que junta a ideia que também não assumiu directamente a exposição ao banco português. O seu entendimento é que a entidade bancária tinha “conhecimento da situação de insolvência iminente” do BES, dizendo que a comissão e os juros (de 12,5% no seu conjunto) correspondem a uma “contrapartida excessiva para o financiamento de um banco solvente”.

“É um imperativo de justiça, reclamando o princípio de igualdade dos credores, que a GSI não beneficie de um tratamento privilegiado em relação a todos os demais credores que concederam créditos ao BES antes da medida de resolução, não cobrando antecipadamente (à cabeça), as comissões e juros”, indicam os liquidatários.

A contestação

Na linguagem jurídica, trata-se de uma “resolução em benefício da massa insolvente”. A comissão liquidatária considera que essa importância deve vir a fazer parte da massa insolvente, para distribuição por todos os credores.

Os advogados da GSI pediram dados adicionais para estudarem o caso e já decidiu: a contestação deu entrada no Tribunal do Comércio de Lisboa no início de Outubro. O banco não devolveu os 104 milhões de dólares exigidos porque o pedido não cumpre os requisitos legais, considera.

O grande argumento da GSI é que o BES beneficiou com o veículo – financiou-se com juros a 6%, mas emprestou depois ao seu cliente final com uma taxa mais elevada, de 19%. E repartiu os ganhos com a GSI.

O banco defende ainda que não teria emprestado ao BES se tivesse a certeza da sua situação e reitera, como tem feito, que a Oak Finance é autónoma, e tão pouco que deteve directamente mais de 2% do banco português.

O CASO

O investimento polémico que está na justiça

A história envolve dinheiro. E perdas. Entram o BES, a Goldman, a Oak e o Banco de Portugal. A decisão final é da justiça.

O empréstimo
Um mês após a resolução do BES é noticiado que o grupo Goldman Sachs montou um veículo, a Oak, que emprestou 835 milhões de dólares ao BES, para que este pudesse financiar, segundo o Wall Street Journal, uma empresa chinesa para construir uma refinaria na Venezuela. A Oak emitiu títulos de dívida, que depois foram colocados nas mãos de outros investidores, como um fundo de pensões da Nova Zelândia.

A decisão do BdP
O Banco de Portugal decide, em Dezembro de 2014, que as responsabilidades perante a Oak e os detentores de dívida não passam para o Novo Banco e ficam no BES mau. O supervisor considera que a Goldman Sachs International (GSI) era accionista do banco e que a Oak actuou por sua conta.

O recurso da GSI
A GSI contestou o entendimento do Banco de Portugal e foi para os tribunais para anular a decisão – em Portugal e no Reino Unido. Defende que teve a indicação do BdP de que o veículo estava no Novo Banco. Diz que não tinha sido accionista do BES (estava na sua posse ao cuidado de clientes) e que a Oak era autónoma, não actuando por sua conta. Houve já uma decisão na justiça inglesa, dizendo que a competência para decidir uma eventual anulação da decisão do supervisor cabe aos tribunais nacionais.

A liquidação
Enquanto isso, a comissão liquidatária do BES considera que a GSI tem de devolver 104 milhões de dólares, por estar por detrás do veículo. Defende que aquele montante deve ser distribuído por todos os credores. A GSI já contestou.

Justiça inglesa decide a favor do Novo Banco contra a Goldman Sachs

Sábado, Novembro 5th, 2016

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Diário de Notícias

A ação em Londres foi colocada em 2015 por um grupo de investidores internacionais que ‘compraram’ dívida do BES

Os tribunais britânicos deram razão ao Novo Banco na disputa que o opõe ao Goldmam Sachs por um empréstimo de 850 milhões de dólares (cerca de 763 milhões de euros) concedido pouco antes do colapso do BES.

A informação sobre a sentença desta semana do britânico Court of Appeal foi confirmada pela Lusa junto do Novo Banco, depois de a notícia ter sido avançada pelo jornal online Eco, citando também um comunicado dos advogados do Novo Banco à agência de informação financeira Bloomberg.

Com esta vitória na Justiça inglesa, o Novo Banco consegue as suas pretensões, de que o caso seja julgado em Portugal e de que não é considerado responsável pelo pagamento da dívida concedida ao Banco Espírito Santo (BES) pela sociedade Oak Finance Luxembourg, um veículo de investimento do banco de investimento Goldman Sachs.

A decisão dos tribunais ingleses reconhece ainda os poderes do Banco de Portugal no processo de resolução do BES, segundo a informação a que a Lusa teve acesso.

De acordo com a decisão do Banco de Portugal, tomada no âmbito da resolução do BES de 03 de agosto de 2014, o empréstimo da Oak Finance Luxembourg é responsabilidade do ‘banco mau’ BES, que já está em liquidação e cuja probabilidade de pagar a todos os seus credores é muito baixa.

Esta decisão revoga a sentença da primeira instância, de agosto de 2015, que então não deu razão Novo Banco.

A ação em Londres foi colocada em 2015 por um grupo de investidores internacionais que ‘compraram’ dívida do BES em junho de 2014 através da sociedade veículo do Goldman Sachs, a Oak Finance, sendo que um dos investidores é o fundo de pensões da Nova Zelândia.

O processo aberto no Reino Unido, já que, segundo os advogados do Goldman Sachs, o empréstimo da Oak Finance ao BES está na órbita da lei inglesa e na jurisdição dos tribunais ingleses.

O Novo Banco foi criado a 03 de agosto de 2014 como banco de transição criado para ficar com ativos e passivos do ex-BES, no âmbito da resolução deste.

Caso do financiamento do Goldman ao BES deve ser julgado em Portugal

Sábado, Novembro 5th, 2016

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Negócios

Um tribunal londrino decidiu que o caso relacionado com o empréstimo estruturado de 835 milhões de dólares ao BES através da Oak Finance será julgado em Portugal. Em causa está o facto de este empréstimo montado pelo Goldman Sachs ter transitado do Novo Banco para o banco “mau” por decisão do BdP.

O tribunal de recurso de Londres decidiu que a contenda judicial entre o Novo Banco e o banco norte-americano Goldman Sachs terá de ser julgada em Portugal e não nos tribunais britânicos. Esta decisão vem dar provimento à posição defendida pela instituiçãoactualmente liderada por António Ramalho, que considera que a competência para julgar o processo em causa cabe às autoridades judiciárias portuguesas.

Um comunicado dos advogados do Novo Banco, citado pela agência Bloomberg, refere que o tribunal londrino diz que “concordou que as decisões do Banco de Portugal devem ser observadas pela lei portuguesa e que o lugar correcto para contestar essas decisões é em Portugal”. O caso fica agora sob incumbência do Tribunal Administrativo de Lisboa.

De acordo com a informação recolhida pelo Negócios, esta foi uma decisão unânime dos três juízes deste tribunal superior londrino, que assim revogou uma decisão de primeira instância que, em Agosto do ano passado, determinava que o empréstimo montado pelo Goldman Sachs ao antigo Banco Espírito Santo (BES), dois meses antes do colapso da instituição lusa, teria de ser julgado em Londres.

Em causa está um empréstimo de cerca de 850 milhões de dólares (cerca de 765,7 milhões de euros) concedido em Junho de 2014 ao banco então liderado por Ricardo Salgado através da Oak Finance, um veículo criado pelo Goldman Sachs. Contudo, depois de a resolução do BES, anunciada pelo Banco de Portugal no início de Agosto de 2014, integrar esta dívida sénior no passivo do Novo Banco, uma posterior decisão, em Dezembro do mesmo ano, da autoridade liderada por Carlos Costa fez com que essa dívida passasse para o chamado banco “mau”, que ficou com os activos considerados tóxicos do antigo BES.

A acção inicial foi interposta no Verão de 2015 por um grupo de investidores internacionais que contraiu dívida do BES através da referida Oak Finance, que inclui entre outros investidores o fundo de pensões neozelandês  (New Zealand Superannuation).

Este processo foi instaurado depois de o Novo Banco (que ficou com os activos bons do BES) não ter procedido ao pagamento da primeira prestação do empréstimo em causa, com o banco então presidido por Eduardo Stock da Cunha a considerar estar liberto dessa responsabilidade, que o Banco de Portugal passou para o BES “mau”.

Para o Novo Banco esta decisão das autoridades londrinas mostra que a instituição financeira lusa não é parte do empréstimo concedido ao BES pela Oak Finance. A Oak Finance interpôs um total de quatro acções contra o Novo Banco, três delas junto do Tribunal Administrativo lisboeta e a já referida, na capital inglesa.

Caso Novo Banco com Goldman Sachs será julgado em Portugal Alberto Teixeira

Sábado, Novembro 5th, 2016

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Eco

Em causa está um processo do banco norte-americano sobre um empréstimo de 752,5 milhões que concedeu ao BES semanas antes do colapso. Tribunal de Londres diz agora que caso será julgado em Portugal.

O Novo Banco tem razão: o caso que opõe o Goldman Sachs ao banco liderado por António Ramalho vai mesmo ser julgado em Portugal. A decisão foi unânime e os três juízes do tribunal superior revogaram a decisão de primeira instância, tomada em agosto de 2015, que foi amplamente noticiada na altura.

 

Goldman de Barroso contra Carlos Costa

Segunda-feira, Julho 11th, 2016

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Correio da Manhã

Banco de Portugal enfrenta processo por ter transferido dívida para o BES.

O ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, entra para a Goldman Sachs numa altura em que a instituição tem um processo em tribunal contra o Banco de Portugal por causa de um empréstimo de 835 milhões de dólares (755 milhões de euros) concedido ao BES, através da Oak Finance.

Segundo o ‘Wall Street Journal’, na operação, concluída a dois meses da resolução do BES, terão estado envolvidos o consultor José Luís Arnaut e o então ‘partner’ António Esteves, que saiu este ano. O negócio foi ruinoso, mas o Banco de Portugal, liderado por Carlos Costa, diz que a Oak Finance que “atuara por conta da Goldman Sachs”, é um acionista qualificado do BES, razão pela qual não ficou no Novo Banco, mas no banco mau. Barroso é o novo ‘chairman’ da Goldman Sachs, o banco que fez consultadoria à Parpública – gestora da carteira de títulos do Estado e património – nas privatizações da Galp e da EDP, entre fevereiro de 2004 e abril de 2005.

O ex-governante foi primeiro-ministro até junho de 2004. Mas a influência da Goldman Sachs vai mais além. Chegou a assessorar o processo do TGV e integrou o sindicato de bancos na emissão de 4 mil milhões de euros de obrigações do Tesouro em janeiro de 2016.

Litigância tira 25 investidores à lista de candidatos ao Novo Banco

Sexta-feira, Abril 8th, 2016

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Negócios

Goldman Sachs, Pimco e BlackRock são três dos 25 investidores excluídos do “roadshow” do Novo Banco por contestarem resolução do BES. Dossiê sobre instituição é disponibilizado este mês.

Os processos judiciais contra a resolução do BES e que contestam outras decisões do Banco de Portugal relacionadas com a intervenção deixaram cerca de 25 grandes investidores institucionais de fora das entidades que …

Gigantes financeiros processam Banco de Portugal

Terça-feira, Março 15th, 2016

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Jornal I

Elliott Associates e Goldman Sachs puseram novas ações em tribunal.

Resolução do BES e transferência de divida do Novo Banco são contestadas

JOÃO MADEIRA

Três dos maiores fundos e bancos de investimento a nível mundial puseram ações contra o Banco de Portugal (BdP) nas últimas semanas. A Pimco, a Elliott Associates e o Goldman Sachs entraram com processos no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa. Ao que o i apurou, dizem respeito à resolução do BES em 2014 e à transferência de obrigações do Novo Banco decidida no final do ano passado.

As ações têm todas o mesmo objetivo: intimar o BdP a ceder documentação ou a passar certidões das decisões que tomou. A iniciativa legal mais recente é da Pimco, uma das maiores gestoras mundiais de obrigações, com sede nos Estados Unidos. No dia 4 de março, entregou no tribunal um processo em conjunto com a Master Bond, outra gestora de ativos norteamericana, a solicitar documentos ao regulador português. A Pimco foi das empresas financeiras internacionais mais penalizadas com a decisão de transferir obrigações seniores do Novo Banco para o BES, tomada pelo BdP no final do ano passado. Teria cerca de 230 milhões de euros naquelas aplicações, na altura.

Ao passar os títulos de dívida para o “banco mau” que ficou com os ativos problemáticos do grupo de Salgado, que está em liquidação, o BdP impôs perdas aos detentores de dívida sénior porque é um banco em liquidação, sem meios para pagar toda a dívida: está a vender ativos para pagar aos credores, por ordem de senioridade.

O i questionou a multinacional sobre a ação iniciada em Portugal contra o BdP, mas não obteve comentários. Um advogado envolvido noutros processos contra o regulador admitiu que as diligências a requerer documentação servem muitas vezes de base para a contestação legal de medidas do BdP, pelo que a iniciativa da Pimco em tribunal confirma que irá contestar a transferência de obrigações para o BES, algo que a empresa já tinha assumido que iria fazer, ao “Expresso”. Como estão a prestes a terminar os 90 dias que a lei dá para contestar a transferência de obrigações para o Novo Banco, é natural que os processos aumentem na reta final.

A VENEZUELA DA EUROPA Os CUStos de litigância do Novo Banco serão pagos pelo Fundo de Resolução – que é financiado pelos bancos do sistema.

O diretor-geral da Pimco, Philippe Bodereau, foi uma das vozes mais ativas contra a decisão do BdP na dívida sénior. Num artigo do “Financial Times”, disse que Portugal estava a recorrer a um “confisco de bens” e “expedientes populistas” como na Venezuela e na Argentina . Este responsável da Pimco considerou que a decisão do BdP abria “um precedente preocupante”, já que “o confisco arbitrário e injusto de ativos de investidores é uma solução aceitável para os desafios que se colocam aos bancos frágeis da periferia da Zona Euro”.

Outro gigante financeiro que entrou com uma ação contra o regulador foi o banco de investimento Goldman Sachs. O cariz do processo, que deu entrada no tribunal a 11 de fevereiro, é semelhante: os norte-americanos querem que o BdP faculte documentação legal. Neste caso, o i apurou que o âmbito não é a transferência de obrigações para o BES, mas a resolução do banco propriamente dita.

GUERRA JURÍDICA O banco mantém desde agosto de 2014 um diferendo com o regulador português, devido a um empréstimo de 835 milhões que fez ao BES, através de uma sociedade chamada Oak Finance. O BdP considerou que esse empréstimo era um compromisso do BES e não do Novo Banco, e o Goldman Sachs está a contestar essa decisão nos tribunais ingleses. O processo administrativo agora iniciado será para ter acesso a documentação para fundamentar a contestação da resolução, ao que o i apurou. A ação da Elliott Associates no Tribunal Administrativo de Lisboa, igualmente de 11 de fevereiro, também deverá estar relacionada com a resolução do BES. A Elliott é um dos investidores institucionais da Oak Finance e faz parte do grupo de entidades que avançaram para tribunal a contestar a decisão do BdP. Esta firma financeira é uma das mais conhecidas a nível internacional por ser um dos fundos “abutres” que levaram a cabo uma batalha judicial contra a Argentina, pela dívida que o país da América Latina reestruturou. O í confrontou o BdP sobre os processos em tribunal. O regulador bancário optou por não comentar.

Os 90 dias que a lei dá para contestar a transferência de dívida para o BES estão a terminar

Número de processos contra o Banco de Portugal deve engrossar nos próximos 15 dias

Que empresas estão a contestar

Pimco

É uma das maiores gestoras de ativos do mundo, com sede nos EUA. Foi das empresas financeiras mais penalizadas com a transferência de obrigações do Novo Banco para o BES.

Goldman Sachs

Banco de investimento norte-americano tem em curso um diferendo com o BdR devido a um empréstimo ao BES feito pela Oak Finance, uma sociedade detida pelo grupo. O BdP considerou que o empréstimo tinha de ser pago pelo BES e não pelo Novo Banco.

O banco foi para tribunal. Elliott Associates

• Sociedade dos EUA era também um dos investidores da Oak Finance. É conhecido como um dos fundos “abutre” que levou a Argentina aos tribunais.

Ex-treinador do Sevilha e do Real Madrid põe regulador no banco dos réus

Juande Ramos quer reaver três milhões de euros em ação que interpôs contra o Banco de Portugal

Não são apenas poderosos investidores internacionais a contestar em tribunal decisões do Banco de Portugal (BdP). O processo mais recente contra o regulador é de um nome que os mais conhecedores de futebol recordarão: Juande Ramos. O espanhol que treinou vários clubes da liga do país vizinho, entre os quais o Sevilha e o Real Madrid, entrou com uma ação no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa. O nome completo do treinador – Juan de La Cruz Ramos Cano – aparece como autor da ação. O réu apontado é o BdP.

O valor da ação é superior a três milhões de euros, mas não foi possível verificar qual a decisão específica do BdP que gerou perdas nos investimentos do treinador. O i questionou Juande Ramos por email, mas não obteve resposta até ao fecho da edição.

A lista de investidores que contestam o BdP em processos recentes inclui ainda outros nomes conhecidos. A Rentipãr, dos herdeiros de Horácio Roque, exigiu em tribunal que o BdP facultasse documentação sobre a resolução do Banif. E a gestora de ativos Fund Box, do professor universitário Rui Alpalhão, pôs o regulador em tribunal. Questionado pelo i, o docente indicou apenas que o BdP “tem poderes relativamente a uma série de questões fundamentais” nas sociedades financeiras. Para quem “não se conforma com uma dessas decisões, resta-lhe apresentar as suas razões perante o titular de um órgão de soberania, no caso o juiz de um tribunal administrativo, e aguardar serenamente”. J. M.

Comunicado do Banco de Portugal sobre crédito da Oak Finance Luxembourg SA sobre o BES

Sexta-feira, Janeiro 15th, 2016

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Comunicado do Banco de Portugal sobre a Oak

O Banco de Portugal determinou, a 22 de dezembro de 2014, não ter sido transferida para o Novo Banco, em nenhum momento, a responsabilidade do BES correspondente ao empréstimo concedido pela Oak Finance Luxembourg em 30 de junho de 2014.

Aquela responsabilidade não foi transferida para o Novo Banco por haver razões sérias e fundadas para considerar que a Oak Finance atuara, na concessão do empréstimo, por conta da Goldman Sachs International, e que esta entidade detivera uma participação superior a 2% do capital do BES.

Nos termos da lei, os créditos nestas condições não podem ser transferidos para um banco de transição. Trata-se, portanto, de matéria relativamente à qual o Banco de Portugal não pode abrir exceções aos imperativos legais.

A Goldman Sachs International apresentou ao Banco de Portugal uma reclamação escrita contra a decisão de 22 de dezembro de 2014.

O Banco de Portugal procedeu a uma análise cuidada da reclamação, com o apoio de um consultor externo independente.

Os elementos apresentados pela Goldman Sachs International não permitiram afastar as razões de dúvida, de facto e de direito, que fundamentaram a decisão de 22 de dezembro.

A reclamação da Goldman Sachs International não permitiu demonstrar, nomeadamente que tenha havido um erro na comunicação oficial ao mercado realizada pela Goldman Sachs em julho de 2014, que aliás não foi na altura própria corrigido.

Por outro lado, também não demonstrou que a Oak Finance não estivesse a atuar por conta da Goldman Sachs International, na concessão do empréstimo que a própria Goldman Sachs International organizou, estruturou e financiou, mediante a tomada firme dos títulos emitidos pela Oak Finance para o efeito.

Assim, o Banco de Portugal deliberou confirmar e manter a sua decisão de 22 de dezembro de 2014. Quaisquer dúvidas remanescentes só poderão ser esclarecidas em tribunal, pois o Banco de Portugal não pode, em caso de dúvida, permitir uma transferência, que se tornaria na prática irreversível, com risco grave de causar um dano irreparável para o interesse público.

Lisboa, 17 de fevereiro de 2015