Arquivo para a categoria ‘Marcelo Rebelo de Sousa’

Marcelo vai falar com Mário Centeno sobre lesados de Banif e BES

Quarta-feira, Junho 9th, 2021

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RTP

O Presidente da República afirmou hoje que vai falar com o governador do Banco de Portugal sobre os lesados de Banif e BES e adiantou que está a ser ponderada a criação de um grupo de trabalho.

Em resposta a questões dos jornalistas, no Funchal, a propósito de reuniões que teve na segunda-feira com representantes de lesados daqueles dois bancos, Marcelo Rebelo de Sousa relatou: “Falaram-me sobretudo numa ideia concreta que é a constituição de um grupo de trabalho”. No seu entender, “pode ser uma plataforma interessante para ambos os casos, que não são exatamente iguais, mas têm pontos comuns”.

“Ficaram de me enviar, e já recebi, ainda não li, um relatório de uma comissão de peritos independentes terminado no final de 2019, princípios de 2020, e que é importante ler. Disseram-me que aguardam um parecer do Banco de Portugal. Vou ter oportunidade de falar disso com o senhor governador do Banco de Portugal [Mário Centeno] oportunamente”, declarou, por outro lado.

O chefe de Estado, que prestava declarações aos jornalistas após um almoço com membros da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, no Palácio de São Lourenço, referiu que “já conhecia” a situação dos lesados do Banif e do Banco Espírito Santo (BES).

“Eu já tive encontros com lesados do BES talvez uma dezena ou uma dúzia. E mesmo emigrantes da Madeira e emigrantes em geral já tinha tido outras reuniões e, portanto, conheço os casos. Vamos ver se a hipótese do grupo de trabalho é possível”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa realçou que “há recomendações da Assembleia da República e das assembleias legislativas da Madeira, no caso dos lesados Banif, e dos Açores, nos dois casos, de haver realmente talvez essa hipótese a ponderar de um grupo de trabalho que cubra as duas realidades, que têm pontos em comum e outros diferentes”.

Marcelo Rebelo de Sousa recebeu lesados do Banif e do BES

Quarta-feira, Junho 9th, 2021

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Notícias ao Minuto

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve reunido com os representantes dos lesados do Banif e do BES, poucos dias antes da manifestação agendada pelas “vítimas da resolução” do banco do Funchal.

“Antes da partida para o Funchal, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa reuniu, no Palácio de Belém, com uma delegação de representantes da Associação de Lesados do Banif – Obrigacionistas e acionistas (ALBOA)”, lê-se numa nota divulgada no ‘site’ da Presidência da República.

Segundo o mesmo comunicado, já no Funchal, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu uma delegação de representantes da Associação de Lesados BES Emigrantes da Venezuela e África do Sul (ALEV).

Os Lesados do Banif marcaram uma manifestação para 10 de junho no Funchal, onde decorrem as cerimónias oficiais do Dia de Camões, para sensibilizar as mais altas entidades para a situação de que foram vítimas pela resolução daquele banco.

Num comunicado divulgado em 27 de maio, a ALBOA afirmou que “quer assim sensibilizar as mais altas entidades oficiais (incluindo Presidente da República e primeiro-ministro) para a situação das vítimas da forma como foi determinada a Resolução daquele banco, na altura detido pelo Estado”.

A associação precisou que a data e o local foram escolhidos para aproveitar as cerimónias oficiais do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas que decorrem este ano na Madeira.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou na segunda-feira à noite à Madeira, onde ficará até quinta-feira, 10 de junho para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

De acordo com a agenda divulgada à comunicação social o programa de Marcelo Rebelo de Sousa no Funchal começa hoje com um almoço com membros da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, no Palácio de São Lourenço, residência oficial do representante da República para esta região autónoma, Ireneu Cabral Barreto.

À tarde, o Presidente da República irá depositar uma coroa de flores no Monumento ao Emigrante Madeirense e assinalar o Dia Internacional dos Oceanos no concelho de Câmara de Lobos.

Marcelo Rebelo de Sousa estará ainda presente na entrega de um prémio literário juvenil alusivo ao Dia de Portugal, antes de jantar com membros do Governo Regional da Madeira chefiado por Miguel Albuquerque, no Palácio de São Lourenço.

Na quarta-feira, o programa previsto inclui a habitual cerimónia militar do içar da bandeira nacional, na Praça do Município, e a participação do chefe de Estado na iniciativa das Forças Armadas “Alista-te por um dia” e no lançamento de um livro sobre a autonomia da Madeira, na Assembleia Legislativa Regional.

No 10 de Junho, terá lugar a Cerimónia Militar Comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, na Praça da Autonomia e na Avenida do Mar, no Funchal.

Marcelo espera que haja “bom senso” sobre os prémios a administradores do Novo Banco

Quinta-feira, Maio 6th, 2021

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Negócios

O Presidente da República mostrou-se agastado com os prémios atribuídos à gestão do Novo Banco e lembrou que deve existir um “bom senso universal” que os gestores privados devem ter em conta, sobretudo quando tomam decisões com repercussões nos cofres do Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa questiona o bom senso, ou a falta dele, na decisão que consistiu na atribuição de prémios de 1,86 milhões de euros à gestão do Novo Banco durante o exercício financeiro de 2020, ano em que os prejuízos superaram os mil milhões de euros.

O Presidente da República considera que há um “bom senso universal” que deve conduzir a conduta no espaço público, mesmo no caso de gestores de empresas privadas e mais ainda quanto estes tomem decisões com impacto direto nos cofres públicos.

À margem de um evento no Porto, e em declarações aos jornalistas reproduzidas pelas televisões, Marcelo defendeu que “quem direta ou indiretamente tem alguma coisa a ver com garantias públicas, que é uma forma, ainda que remota, de compromisso por parte do Estado, dos cidadãos, deve ter presente isso nas suas decisões”.

Em causa está o prémio atribuído à equipa chefiada por António Ramalho num ano em que as perdas registadas levaram o Novo Banco a requerer nova injeção ao Fundo de Resolução (FdR), desta feita num valor de 598 milhões de euros. As injeções feitas via FdR somam ao défice.

“Os portugueses, todos os cidadãos portugueses, estão naturalmente atentos àquilo que implicam essas decisões públicas”, atirou o chefe do Estado.

Tal como já sucedera no ano passado, o Ministério das Finanças volta agora a colocar reservas à atribuição destes prémios de gestão e a questionar a necessidade desta remuneração variável. Também o FdR mostrou dúvidas quanto a esta decisão.

Lesados do BES em França pedem que próximo presidente seja mais “ativo”

Terça-feira, Janeiro 26th, 2021

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Notícias ao Minuto

O grupo de Emigrantes Lesados Unidos (ELU) manifestou-se hoje junto ao Consulado Geral de Portugal em Paris, pedindo ao próximo Presidente da República um papel mais “ativo” na devolução dos fundos de quem investiu no BES.

Gostava que o próximo Presidente da República fosse mais ativo em respeito ao nosso caso porque toda a classe política portuguesa sabe da nossa situação, mas resolver o problema é outro caso”, disse Carlos Costa, organizador do movimentoEmigrantes Lesados Unidos, em declarações à Agência Lusa.

O protesto juntou esta manhã cerca de 30 pessoas noConsulado Geral de Portugal em Paris onde decorria o primeiro dia de votação para as eleições presidenciais.

“O nosso voto quer dizer que somos portugueses. E não somos nem de primeira, nem de segunda, somos portugueses como todos. Ajudamos o nosso país e enviamos para lá dinheiro”, defendeu Carlos Costa.

O principal motivo dos protestos deste sábado tem a ver como reembolso dos produtos de poupança como o EURO AFORRO 10 que ficaram fora do acordo com os emigrantes lesados.

Rodrigo Lourenço, emigrante em França, investiu 150 mil euros neste tipo de produtos e, até agora, só lhe foi reembolsado 13% desse valor, sem resposta para o resto do capital.

“Não há solução. Perguntei se era bom continuar com os advogados e processos, já gastei imenso dinheiro, e disseram que não valia a pena. Agora só espero que seja o Governo a tomar conta”, indicou Rodrigo Lourenço, que tem partilhado a sua história nas redes sociais.

Dos cerca de 4.000 emigrantes em França lesados pelo BES, metade aceitou o acordo que previa a devolução mais rápida de 75% do que tinham investido – tendo havido outro acordo de quase 100% de devolução, mas com uma data mais longínqua.

Desde 2016 que este grupo de lesados do BES se manifesta em diferentes ocasiões, defendendo os direitos dos portugueses que vivem no estrangeiro.

Crescem dúvidas sobre capacidade de auditoria do Tribunal de Contas ao Novo Banco

Domingo, Dezembro 20th, 2020

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Expresso

Presidente da República considera que há limites no Tribunal de Contas para auditar Novo Banco. Entidade em silêncio

Está nas mãos do Tribunal de Contas (TdC), com José Tavares na presidência, a auditoria ao Novo Banco pela qual Partido Social Democrata e Bloco de Esquerda esperam para decidir se, no próximo ano, permitem ao Fundo de Resolução colocar mais dinheiro naquela institui­ção financeira. Porém, há dúvidas, dentro no sector financeiro, de que aquela entidade de fiscalização consiga ter recursos para lidar com a complexidade do tema. O próprio Presidente da República admitiu que há “limites” dentro do TdC. Para já, o tribunal não fala.

Em entrevista à SIC na semana passada, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que, “obviamente”, “o Tribunal de Contas (TdC) tem limites, com o devido respeito, relativamente a uma matéria tão sofisticada”. O Presidente lembrou até que não lhe foi pedida opinião sobre esse requerimento do Parlamento ao tribunal, e ressalvou que sempre deu atenção à auditoria que havia sido solicitada à Deloitte. A auditora realizou uma inspeção referente a 2019, a obrigatória por lei quando há injeções de dinheiros públicos em bancos e que olhou também para a gestão do BES desde 2000, e está agora novamente a fazer outro trabalho por conta da ajuda recebida pelo Novo Banco em 2020.

Novo Banco: Marcelo quer “esclarecimento cabal” e “por todos os meios”

Quinta-feira, Julho 30th, 2020

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TSF

Chefe de Estado quer que fique claro o que se passou “num passado recente”.

OPresidente da República quer um “esclarecimento cabal” e “por todos os meios” sobre o que se passou no Novo Banco “num passado recente” e aguarda o resultado da auditoria adiado para este mês.

Marcelo Rebelo de Sousa assumiu estas posições em declarações aos jornalistas, à saída de uma visita à Sociedade Histórica da Independência de Portugal, em Lisboa, sem se querer pronunciar sobre se deve ou não haver uma investigação judicial sobre a gestão do Novo Banco.

“Isso aí entendo que é uma iniciativa própria das autoridades judiciais, nas quais o Presidente da República não se imiscui. O que eu digo é que é importante que haja o esclarecimento cabal, por todos os meios – seja jurisdicional, não seja jurisdicional, o que for entendido pelas autoridades competentes -, daquilo que se passou, nomeadamente num passado recente, nos anos mais próximos, que envolve, direta ou indiretamente, dinheiro dos portugueses”, afirmou.

Questionado se tem alguma informação sobre a conclusão da auditoria ao Novo Banco que cobre o período de 2000 até 2018, o chefe de Estado respondeu: “Não tenho informação nenhuma. Limito-me a verificar que estamos no dia 28 de julho e ela estava adiada para julho”.

Interrogado sobre a notícia hoje divulgada pelo jornal Público segundo a qual o Novo Banco “vendeu 13 mil imóveis a preço de saldo a fundo nas ilhas Caimão” e “emprestou o dinheiro a quem comprou”, cuja identidade se desconhece, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que tem vindo a insistir na “importância de uma auditoria a essa instituição financeira”.

O Presidente da República disse que tem repetido essa mensagem há “talvez dois anos, mais mês, menos mês”, focando-se não apenas no período da “transição e arranque do Novo Banco”, mas também no período “mais recente”.

“Eu continuo a entender que é fundamental o esclarecimento daquilo que veio a lume agora, mas de muitas outras interrogações importantes para o sistema financeiro, mas sobretudo, para o Estado democrático e para os portugueses”, acrescentou.

O chefe de Estado realçou que os portugueses, “direta ou indiretamente, através do Fundo de Resolução e da garantia ou garantias dadas pelo Estado, são chamados a participar naquilo que é um compromisso dentro do sistema financeiro” e defendeu que por isso “têm todo o direito a saber” do destino “dos seus contributos financeiros”.

Em março do ano passado, Marcelo Rebelo de Sousa concordou o pedido de auditoria então anunciado pelo Governo às contas do Novo Banco e considerou que deveria abranger não só o período até à resolução o antigo Banco Espírito Santo (BES), em 2014, mas também no período pós-resolução.

Confrontado com o facto de o primeiro-ministro, António Costa, ter nessa altura excluído uma auditoria ao período após a resolução do BES com o argumento de que “não cabe ao Governo supervisionar o Banco de Portugal”, o chefe de Estado declarou: “A mim o que me perguntam é a minha opinião. A minha opinião mantém-se”.

O Novo Banco, que ficou com parte da atividade bancária do BES na sequência da resolução de 2014, foi vendido em 2017 ao fundo norte-americano Lone Star, que detém 75% do seu capital, sendo os restantes 25% propriedade do Fundo de Resolução bancário, entidade gerida pelo Banco de Portugal.

Caso BES. Presidente da República diz que “estamos a viver um bom período para a justiça portuguesa”

Quinta-feira, Julho 16th, 2020

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Observador

Caso BES. Presidente da República diz que “estamos a viver um bom período para a justiça portuguesa”

Presidente da República enumerou os processos da Operação Marquês, do BES e de Tancos para se dizer “muito feliz” com o momento que a Justiça portuguesa vive.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que o momento atual da justiça portuguesa permite aos “portugueses acreditarem mais na justiça” e, consequentemente, “acreditarem mais na democracia”. O Presidente da República enumerou os processos da Operação Marquês, do BES e de Tancos e o facto de terem sido tomadas decisões importantes em cada um deles “nos últimos meses” para se dizer “muito feliz” com o momento que a Justiça portuguesa vive.

“Passavam-se muitos anos, uma legislatura, um mandato, dois mandatos, o que é facto é que tivemos boas notícias nos últimos tempos. O caso Tancos já foi para julgamento, uma boa notícia, a Operação Marquês está para despacho sobre a instrução que determina ou não o envio para julgamento, a concretização desse despacho é uma boa notícia”, disse o Presidente da República acrescentando que também a “apresentação da acusação do caso BES é uma boa notícia”.

“É uma boa notícia continuar investigações mesmo sobre magistrados para, precisamente, mostrar que quem não deve não teme e que não há ninguém titular de órgão de soberania acima da Constituição e da Lei”, apontou o Chefe de Estado que disse ainda que “mais vale tarde que nunca”, algo que, nota, se aponta à demora na acusação do caso BES e “ao que se espera que seja a decisão de um eventual julgamento” na Operação Marquês.

“Já aconteceu com o caso Tancos e deve acontecer com todos os casos e não apenas os mais falados e que sensibilizam mais os portugueses. É muito importante a justiça criminal, civil, fiscal, administrativa sejam uma realidade na qual os portugueses possam acreditar. Neste caso [BES] os portugueses puderam acreditar dos passos dados pela justiça portuguesa”, disse ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo “estupefacto” com necessidade de maior injeção no Novo Banco

Terça-feira, Junho 16th, 2020

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Eco

Marcelo “estupefacto” com necessidade de maior injeção no Novo Banco

Presidente da República diz que ficou “estupefacto” quando viu a notícia de que o Novo Banco vai necessitar de mais dinheiro do Fundo de Resolução do que inicialmente estimado por causa da pandemia.

Marcelo Rebelo de Sousa diz estar “estupefacto” com a notícia de que o Novo Banco vai necessitar de mais dinheiro do Fundo de Resolução do que estimado inicialmente por causa do impacto económico da pandemia do novo coronavírus.

“Vi a notícia. Fiquei estupefacto, mas não comento esse tipo de notícia para não entrar em questões concretas das instituições financeiras”, referiu esta segunda-feira o Presidente da República em declarações aos jornalistas depois da aula que lecionou na Telescola.

Em causa estão as declarações do presidente do Novo Banco em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1 e na qual afirmou que a “deterioração da situação económica” por causa da pandemia de Covid-19 vai levar “a necessidades de capital ligeiramente suplementares” às que estavam estimadas inicialmente.

Até hoje, o banco liderado por António Ramalho já recebeu do Fundo de Resolução quase 3.000 milhões de euros ao abrigo do mecanismo de capital contingente, faltando cerca de 900 milhões para se esgotar o limite máximo previsto nessa garantia pública.

Em comunicado divulgado este domingo, o Novo Banco esclareceu que “qualquer eventual nova chamada de capital referente a necessidades de 2020, de acordo com o atual modelo, será feita em 2021, após aprovação das contas auditadas, após parecer da Comissão de Acompanhamento e verificadas com agente independente”. Ou seja, o pedido de capital referido não acontecerá este ano, mas no primeiro trimestre de 2021.

Ao Jornal de Negócios e à Antena 1, António Ramalho garante também que gostaria de “gastar o menos possível”, mas adianta que será usado “aquilo que for necessário para deixar o banco limpo no final de 2020”. A propósito, apesar da crise provocada pelo surto de Covid-19, o CEO do Novo Banco mantém a intenção de ter um balanço limpo ainda este ano e regressar aos lucros em 2021. Ramalho diz ainda que quer o malparado nos 5%.

Marcelo diz que Estado só pode injetar no Novo Banco valor previsto no OE

Terça-feira, Março 3rd, 2020

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Notícias ao Minuto

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou hoje que o montante que o Estado pode injetar no Novo Banco em 2020 está definido no Orçamento para o próximo ano e que o valor “não pode ser mais”.

O Orçamento que, aliás, há de chegar às minhas mãos qualquer dia prevê um ‘x’ de entrada do Estado, e é aquele, não é mais nem é menos, não pode ser mais”, afirmou o Presidente da República.

O Presidente da República visitou hoje o Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB), em Lisboa, e fez questão de tirar uma fotografia junto ao expositor do Novo Banco, com a equipa que lá se encontrava, tendo sido questionado de seguida pelos jornalistas sobre aquele banco.

“Não pode ser mais e se houver qualquer dúvida sobre isso, o parlamento, como sabe, já decidiu que vai apreciando permanentemente as injeções do Estado, ou melhor, neste caso, as garantias do Estado às entradas do Fundo de Resolução no Novo Banco”, argumentou.

Marcelo Rebelo de Sousa reiterou igualmente “o que o Orçamento prevê é um determinado montante, não poderá ser mais”.

Na mesma altura, o Presidente destacou que uma coisa “é aquilo que o Orçamento permite que o Estado entre, outra parte é dos bancos a entrarem através do Fundo de Resolução”.

Aos jornalistas, o Presidente adiantou também o que disse ao grupo do Novo Banco quando tiraram a fotografia junto ao expositor: “Eu disse, fiquem cá, há que aguentar, há que apoiar estes produtores, há que apoiar estes exportadores porque isso é fundamental para a economia portuguesa”.

Em 2017, no âmbito da venda de 75% do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star (o Fundo de Resolução tem os restantes 25%), o Estado fez um acordo de capital contingente que prevê a recapitalização do banco pelo Fundo de Resolução (entidade da esfera do Estado gerido pelo Banco de Portugal) para cobrir falhas no capital geradas pelos ativos tóxicos com que o Novo Banco ficou do BES (crédito malparado ou imóveis).

No total, segundo esse acordo, o Fundo de Resolução bancário pode injetar 3,89 mil milhões de euros no Novo Banco até 2026.

Referentes a 2017 e 2018, o Novo Banco já recebeu 1.941 milhões de euros.

No Orçamento do Estado para 2020, está prevista a recapitalização do Novo Banco em 600 milhões de euros este ano, mas o montante autorizado de empréstimos do Tesouro ao Fundo de Resolução ascende aos 850 milhões de euros.

Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou ainda para enaltecer a presença das instituições bancárias em feiras como a SISAB.

“Eu dei força a todas as instituições bancárias por uma razão muito simples, porque este certame, o SISAB, é muito importante. Quando isto arrancou, há 25 anos, não havia a internet que há hoje, não havia as compras eletrónicas mas há uma parte pessoal que é insubstituível”, sublinhou.

Referindo ter encontrado pessoas do Egito, da Jordânia, da Argélia, de vários países africanos, latino-americanos, asiáticos e americanos” o Presidente da República destacou que “essas pessoas vêm comprar na base da confiança pessoal” porque querem “conhecer os fornecedores, querem ver os produtos, querem conhecer os produtos”.

“A feira não pode morrer e a presença aqui das instituições financeiras é uma garantia de que esta 25ª edição é para continuar para o ano, e para melhor. Para o ano não haverá vírus [Covid-19], haverá mais gente a vir do que porventura este ano, e é muito importante para a venda dos produtos nacionais porque a confiança passa por feiras destas e o SISAB continua a ser importante para a economia portuguesa”, vincou o chefe de Estado.

Injeção de 18 mil milhões na banca “não foi uma boa solução”. Mas não havia alternativa, diz Marcelo Rebelo de Sousa

Terça-feira, Dezembro 24th, 2019

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Eco

Injeção de 18 mil milhões na banca “não foi uma boa solução”. Mas não havia alternativa, diz Marcelo Rebelo de Sousa

 

Injeção de 18 mil milhões na banca “não foi uma boa solução”. Mas não havia alternativa, diz Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República reconheceu esta sexta-feira que as ajudas do Estado à banca, que somaram 18 mil milhões de euros entre 2008 e 2018de acordo com o Tribunal de Contas, não foram uma boa solução. No entanto, reconhece que não havia alternativa sob pena de toda a economia paralisar.

“Não foi uma boa solução. Todos teríamos preferido que essa situação, que corresponde praticamente a uma década, não tivesse acontecido”, explicou Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas transmitidas pelas televisões.

Marcelo frisou que a crise financeira “teve consequências dramáticas para muitas empresas”. “Houve momentos em que várias instituições financeiras sofreram essa crise, pondo em risco os compromissos assumidos, se não fossem tomadas algumas medidas, como a capitalização com recurso a outros bancos e também ao Estado”, sublinhou o Chefe de Estado, numa referência ao recurso ao fundo de resolução utilizado para capitalizar o Novo Banco e os mecanismos de capital contingente (CoCos) usados pelos BPI, BCP e CGD.

“Mas o que interessa agora é olhar para o futuro e retirar as lições e saber que mais vale prevenir do que remediar. Mas como não se pôde prevenir, e se apanhou em cheio com a crise internacional também bancária e com problemas internos, a alternativa era a economia toda paralisar. Isso obrigou a que se tivesse de fazer a injeção de meios financeiros muito grande, mas se a determinado momento tivesse havido mesmo uma paragem e um colapso no sistema financeiro era o colapso da economia e da sociedade“, explicou Marcelo.

As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa surgem na sequência do relatório do Tribunal de Contas conhecido esta sexta-feira que estima que o encargo para o Estado de apoiar o sistema financeiro entre 2008 e 2018 ascendeu a 18.292 milhões de euros.

As despesas, entre 2008 e 2018, foram de 25.485 milhões de euros e as receitas de 7.193 milhões de euros (as principais receitas decorrentes dos juros que bancos pagaram ao Estado pelas obrigações de capital contingente, as chamadas CoCos), o que resulta no valor líquido de 18.292 milhões de euros, revela o parecer à Conta Geral do Estado de 2018.

Este valor, que corresponde a uma média de 1.663 milhões de euros por ano, tem que ver com a aquisição pelo Estado de participações em bancos, concessão de empréstimos, prestação de garantias, entre outras formas de apoio, relacionando-se com a intervenção pública em casos como BPN, BES/Novo Banco (incluindo o apoio aos lesados do BES) e Banif.

Apenas em 2018, o esforço financeiro do Estado foi de 1.538 milhões de euros, em termos líquidos, o que inclui a injeção de capital no Novo Banco pelo Fundo de Resolução (entidade da esfera do Estado) e o processo de nacionalização e reprivatização do BPN, compensados por reembolsos de 174 milhões de euros (sobretudo de recuperação da garantia dada ao BPP).