Arquivo para a categoria ‘Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE)’

Horta e Costa arguido no “caso mensalão”na sequência do envolvimento do BES e Portugal Telecom no apoio ao PT brasileiro de Lula da Silva

Sexta-feira, Janeiro 9th, 2015

20150109

Miguel Horta e Costa foi constituído arguido num processo que investiga corrupção no comércio internacional, noticia o “DN”, citado pelo Expresso.

Citando

Segundo este jornal, o antigo presidente da Portugal Telecom esteve esta sexta-feira no  Departamento Central de Investigação e Ação Penal para responder às perguntas do Ministério Público brasileiro, que chegaram a Lisboa em carta rogatória.

O DN informa que tentou, sem sucesso, contactar Paulo Sá e Cunha, advogado que representa Miguel Horta e Costa.

Recorda ainda o jornal que esta investigação começou em 2012, depois do publicitário brasileiro Marcos Valério, condenado como o executor do “mensalão”, ter afirmado num depoimento que a Portugal Telecom financiou o Partido dos Trabalhadores (PT) com 2,6 milhões de euros, durante o Governo de Lula da Silva.

Segundo Marcos Valério, esse dinheiro foi negociado diretamente entre o ex-presidente do Brasil e o então presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta e Costa, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Artigo relacionado (Diário de Notícias)

Horta e Costa afirma ter confiança na justiça no caso Mensalão (

 

Auditoria ao investimento da PT na Rioforte. Salgado foi o único que não respondeu

Sexta-feira, Janeiro 9th, 2015

20150109

Citando

A auditora PwC ouviu Granadeiro, Bava, Mora, Morais Pires e Joaquim Goes, entre outros sobre o financiamento que a PT fez à Rioforte, a holding não financeira do grupo GES/BES. Só não conseguiu entrevistar Salgado. o ex-líder do BES omitiu informação sobre a Rioforte quando pediu à PT para investir.

Ricardo Salgado diz que a única coisa que não previu foi o efeito da queda do grupo na PT

A PricewaterhouseCoopers (PwC) entrevistou vários ex-gestores da Portugal Telecom e do Banco Espírito Santo (BES) para apurar todas as circunstâncias que rodearam os investimentos realizados em empresas detidas pelo Grupo Espírito Santo (GES), que através do BES era o maior acionista da operadora.

Entre as 15 pessoas ouvidas estão Henrique Granadeiro e Luiz Pacheco de Melo, os dois responsáveis da PT que se demitiram na sequência do investimento de 897 milhões de euros na Rioforte, mas também Zeinal Bava, João Mello Franco (atual presidente da PT SGPS e antigo membro da comissão de auditoria), Rafael Mora, administrador da PT e da Ongoing, Amílcar Morais Pires e Joaquim Goes, dois ex-administradores do BES que estavam representados no conselho de administração da operadora de telecomunicações. Só não conseguiu chegar à fala com o homem que terá dado indicação expressa à PT para investir na Rioforte, apesar de não exercer qualquer cargo na empresa.

“Não foi possível, apesar dos contactos estabelecidos, entrevistar o Dr. Ricardo Salgado”, revelam as conclusões da auditoria divulgadas pela empresa na quinta-feira à noite. O documento sugere que o ex-presidente do BES omitiu informação sobre a situação financeira da Rioforte na reunião em que apresentou a nova holding do GES ao administrador financeiro da PT no início de 2014.

Neste encontro com Luíz Pacheco de Melo, o então presidente do BES detalhou o plano de reestruturação do Grupo Espírito Santo, indicando que os investimentos realizados até então na Espírito Santo International, e que à data ascendiam a 750 milhões de euros, deveriam ser desviados para a Rioforte. A apresentação era omissa sobre a situação financeira da Rioforte, que se degradou substancialmente depois das operações concluídas uma semana antes por via da compra da participação da ESI na Espírito Santo Financial Group (ESFG). De acordo com a PwC, o preço desta transação foi fixado muito acima do valor de mercado, representando 4,34 vezes a capitalização bolsista da ESFG, tendo a Rioforte passado de credora da ESI para devedora de 1,4 mil milhões de euros.

O nome de Ricardo Salgado é ainda invocado numa reunião realizada no BES a 26 de março entre o chief finance officer da PT, o diretor financeiro Carlos Cruz, e Amílcar Morais Pires, administrador financeiro do BES que serviu para analisar a continuação do investimento da PT na Rioforte. Neste encontro, Morais Pires diz que o presidente do BES lhe terá transmitido que a renovação da aplicação já teria sido combinada com Granadeiro e Zeinal Bava, envolvendo aqui o então presidente da Oi. Pacheco de Mello invoca orientações de Henrique Granadeiro, à data presidente executivo da PT.

Na audição na comissão parlamentar de inquérito, Ricardo Salgado lamentou o que aconteceu à PT, acrescentando que foi a única consequência que não previu quando alertou o Banco de Portugal para os efeitos sistémicos da queda do grupo e do banco. “Foi uma tristeza o que aconteceu na PT. Foi o único elemento que não previ”, afirmou o antigo presidente do BES.

O investimento na Rioforte de 897 milhões de euros foi renovado a 15 e 17 de Abril por três meses, quando já tinha sido aprovado o relatório e contas de 2013 da holding não financeira em que o auditor alertava para o excesso de passivos sobre os ativos correntes na sequência da compra da ESFG, que foi financiada com dívida de curto prazo (foi uma parte desta dívida que a PT refinanciou), avisando, ainda, para a incerteza quanto ao processo em curso de extensão da maturidade dos empréstimos.

Segundo testemunhou na comissão de inquérito ao BES o ex-presidente executivo da Rioforte, este relatório estava disponível quando a PT renovou a aplicação. João Pena Rodrigues garante que a operadora nunca contactou a administração da empresa onde investiu 897 milhões de euros.

Mais do que renovar a operação, o que a auditoria revela é que a PT teve de ir ao mercado levantar dinheiro, aumentando a dívida, para poder cumprir os seus compromissos no aumento de capital da Oi, devido à aplicação feita na Rioforte. Não foi, aliás, a primeira vez. Já em maio de 2013, a empresa, então liderada por Zeinal Bava (que só assumiu a presidência da Oi no mês seguinte), emitiu obrigações no valor de mil milhões de euros, dos quais metade foi usada para subscrever títulos da Espírito Santo International (ESI).

Decisões informais sem evidência de quem as tomou

A PwC assinala as várias restrições e limitações a que foi sujeito o seu trabalho, designadamente ao nível do acesso a documentos e análises que poderão estar na posse de pessoas que já não estão na empresa. Refere informações contraditórias prestadas pelos entrevistados e decisões tomadas de forma informal e sem ser deixada evidência sobre quem tomou determinada decisão ou sobre quem aprovou determinada transação.

Levanta ainda a questão: em que medida é que os dois administradores da PT que também eram do BES, Joaquim Goes e Amílcar Morais Pires, deveriam ter alertado para o risco de solvabilidade da ESI e Rioforte, mas conclui que não foi possível apurar que tivessem conhecimento das dificuldades financeiras dessas entidades.

O que disseram os ex-gestores do BES na comissão de inquérito sobre o investimento da PT na Rioforte

Ricardo Salgado “Foi uma tristeza o que aconteceu na PT. Foi o único elemento que não previ. O BES sempre esteve ao lado da PT para financiar todas as empresas que a PT comprou.”

Amílcar Morais Pires “Nunca tomei uma iniciativa para sugerir investimentos na Rioforte ou na ESI. Do lado do banco, só podia ter sido Ricardo Salgado a dar indicação para a PT realizar o investimento.”

Joaquim Goes “Nunca tive conhecimento direto do investimento da PT no Grupo Espírito Santo. Nunca tive intervenção e o caso nunca foi discutido no conselho de administração.”

(Fim de citação)

Manuel Pinho exige reforma de 7.8 milhões ao Novo Banco

Sexta-feira, Janeiro 9th, 2015

20150109

Depois de sair do Governo, Manuel Pinho foi para administrador do BES África, a holding que controlava o BESA em Angola.

O ex-ministro socialista pôs o Novo Banco em tribunal para receber a reforma milionária que combinara com Ricardo Salgado, isenta de impostos e cortes aplicados às pensões nos últimos anos.

Segundo e edição desta sexta-feira do semanário Sol, Manuel Pinho já avançou com uma ação judicial no mês passado contra o Novo Banco e o Fundo de Pensões do BES, depois de se ter queixado ao Banco de Portugal, à CMVM e ao Instituto de Seguros de Portugal. O ex-ministro da Economia do governo Sócrates exige o pagamento de 7.8 milhões de euros, correspondentes a 10 anos de reforma antecipada a que diz ter direito entre os 55 e os 65 anos.

Pinho reclama o valor bruto da pensão e quer que sejam as duas entidades alvo da ação a suportar a retenção de IRS, a sobretaxa deste imposto e o valor cortado pela Contribuição Extraordinária de Solidariedade aos pensionistas desde 2011.

Pinho reclama o valor bruto da pensão e quer que sejam as duas entidades alvo da ação a suportar a retenção de IRS, a sobretaxa deste imposto e o valor cortado pela Contribuição Extraordinária de Solidariedade aos pensionistas desde 2011.

Antigo quadro do BES, Manuel Pinho pertenceu à administração de empresas do grupo entre 1994 e 2005, altura em que entrou no governo. Quatro anos depois, saiu da política após um episódio inédito em pleno parlamento, com o ministro a fazer “corninhos” com as mãos para os deputados da oposição num debate parlamentar. Regressou ao BES em 2010, tendo ocupado o cargo de administrador do BES África, a holding que controlava o BES Angola (BESA), onde passou a receber 39 mil euros por mês.

Quando o naufrágio do Grupo Espírito Santo estava já anunciado, Manuel Pinho aproveitou o seu 50º aniversário para requerer o direito à reforma antecipada e diz ter até negociado com Ricardo Salgado o pagamento dos 10 anos de salários de uma só vez. Mas o banco recusou esse pedido em janeiro de 2014. A nova gestão do banco cortou-lhe entretanto o salário para 2 mil euros mensais e Pinho apresentou a demissão, recorrendo depois à via judicial para reclamar a sua pré-reforma milionária.

(Fim de citação)

Presidente da comissão de inquérito ao BES diz que contabilista respondeu a “todas as perguntas”

Sexta-feira, Janeiro 9th, 2015

20150109

Contabilista do GES Francisco Machado da Cruz [Lusa]

Uma sessão à porta fechada. Foi assim que Machado da Cruz foi ouvido no inquérito parlamentar ao BES. Mas houve respostas, segundo Fernando Negrão.

TVI24 (c/ Lusa)

O presidente da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES disse hoje que o ex-contabilista da Espírito Santo International (ESI) respondeu a “todas as perguntas” na audição hoje tida à porta fechada.

“Todas as perguntas foram respondidas”, disse Fernando Negrão (PSD) aos jornalistas no final da audição de Francisco Machado da Cruz. Uma posição completamente diferente da que teve no dia anterior, depois da audição ao tesoureiro do GES, José Castella, que se recusou a falar sobre temas sob segredo de justiça.

O ex-contabilista da ESI foi ouvido pelos deputados durante cerca de nove horas, tendo começado a ser escutado cerca das 16:00 de quinta-feira e prolongado a sua presença em sede de comissão até às 01:00 de sexta-feira.

“Foi uma sessão com muitas horas, mas foi uma sessão profícua, com declarações com interesse, obviamente, para a descoberta dos factos”, declarou Fernando Negrão no final da sessão.

Sobre a importância da presença do ex-contabilista da ESI no parlamento, o presidente da comissão realçou que a audição de Machado da Cruz “foi importante como as outras”.

No que refere a uma eventual divulgação pública do conteúdo – ou de partes do mesmo – da reunião, Negrão disse que cabe ao contabilista considerar ou não essa possibilidade.

Já quando questionado sobre se num eventual regresso de nomes como Ricardo Salgado, José Maria Ricciardi ou Carlos Costa ao parlamento seriam utilizados temas hoje referidos, Fernando Negrão lembrou que já houve audições com partes abertas aos órgãos de comunicação social e outras fechadas.

Quando Sikander Sittar, presidente da KPMG Portugal, esteve na comissão parlamentar à gestão do BES e do GES, deu-se esse caso, recorde-se.

“Essa pode ser uma solução” a ser repetida num eventual cenário futuro, reconheceu o presidente da comissão.

Machado da Cruz esteve a ser ouvido numa sessão à porta fechada com o contabilista a alegar segredo de justiça em virtude de processos em curso no Luxemburgo.

De todo o modo, algumas informações sobre a audição foram saindo da sala das comissões parlamentares onde as personalidades requisitadas têm sido ouvidas.

(Fim de citação)

Morais Pires e Joaquim Goes visados na auditoria à PT

Sexta-feira, Janeiro 9th, 2015

20150109

Morais Pires, na primeira inquirição pela CPI sobre o BES em dezembro de 2014.

Citando 

A PwC recomenda que PT SGPS efectue uma análise jurídica ao comportamento dos antigos administradores executivos do BES, por estes se sentarem também no conselho de administração da PT.

O documento divulgado pela PT SGPS com as conclusões da auditoria da PwC às relações com o BES sugere que, por estarem sentados nos dois órgãos de administração, Morais Pires e Joaquim Goes possam ter responsabilidade nos investimentos em papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo. E recomenda que a PT SGPS faça uma análise jurídica.

A PwC começa por dizer que, embora nomeados em nome individual, é do seu entendimento que a inclusão dos seus nomes na lista de administradores aprovada em assembleia-geral resultará da posição aciconista que o BES detém na PT SGPS. E refere que “o BES desempenhou as funções de intermediário entre o Grupo PT SGPS e o GES (ESI e Rioforte) por forma a que o Grupo PT SGPS subscrevesse títulos no GES (parte relacionada do BES)”.

A auditora começa por notar que “considerando as funções desempenhadas pelos dois administradores referidos em ambos os conselhos de administração, importa aferir sobre eventuais conflitos de interesse existentes, designadamente no que diz respeito à subscrição de títulos do GES pela PT SGPS”.

Em seguida recomenda que o conselho de administração da PT SGPS efectue uma análise jurídica de modo a aferir se Morais Pires e Joaquim Goes, enquanto administradores da PT “com o conhecimento adquirido na qualidade de membros da Comissão Executiva do BES, deveriam ou não ter tido um comportamento mais proactivo no conselho de administração da PT SGPS, designadamente no sentido de tornar claro e transparente o papel do BES na subscrição de títulos”.

E ainda aferir “em que medida é que os mesmos administradores deveriam ou não ter alertado o conselho de administração e a comissão executiva da PT SGPS para o risco de solvabilidade da ESI / Rioforte, caso tivessem tomado conhecimento das dificuldades financeiras destas entidades (o  que não foi possível à PwC apurar)”.

Na Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso BES, Morais Pires afirmou que nunca tomou a iniciativa de sugerir à PT o investimento na Rioforte ou ESI. Joaquim Goes disse que não sabia, nem teve intervenção nos empréstimos ao GES.

(Fim de citação)

PCP quer ouvir quem estava autorizado a mexer em off-shores do GES

Quinta-feira, Janeiro 8th, 2015

20150109

Há um “conjunto de pessoas que estavam a realizar transferências em off-shores” do GES que os comunistas consideram essencial ouvir, revela hoje a edição eletrónica do Jornal de Negócios.

Citando

Já há mais de 20 audições no inquérito parlamentar ao BES e ao GES mas ainda continua a aumentar o número de personalidades a serem ouvidas. Depois de PSD e CDS solicitarem a presença de nomes ligados à Eurofin, o PCP veio agora convocar pessoas ligadas a “off-shores” do universo Espírito Santo.

“[O PCP quer chamar] um conjunto de pessoas que estavam autorizadas a realizar transferências em off-shores, nomeadamente Jean-Luc Schneider”, indicou o deputado comunista Miguel Tiago, durante uma pausa na audição feita ao contabilista da Espírito Santo International, nesta quinta-feira, 8 de Janeiro.

Schneider entrou para o Espírito Santo Financial Group em 1990 e, segundo o PCP, estava próximo de movimentos relacionados com “off-shores” do GES, onde era transferido dinheiro entre o grupo. Há dúvidas sobre o funcionamento destes veículos que tiveram impacto no financiamento envolvendo todo o grupo. Aliás, José Castella e Francisco Machado da Cruz, que eram administradores de várias sociedades do género, já disseram não saber como as mesmas funcionavam.

Há mais uma audição pedida pelos comunistas: a de Inês Viegas, que pertence à KPMG, entidade que, em Portugal, auditou o BES e, em Angola, o BES Angola.

À KPMG, Miguel Tiago também irá solicitar as fontes da Espírito Santo International que forneceram dados sobre as contas daquela empresa de topo, onde foram detectadas irregularidades nas contas e que acabaram por levar à derrocada do grupo.

A ES Services também terá feito reportes trimestrais sobre a ESI – e é por isso que o PCP quer pedir às autoridades suíças estes documentos.

E Ricardo Salgado, será chamado novamente? O PCP diz que, da sua parte, “já tinham adquirido essa audição como necessária”. Mas primeiro é necessário ouvir mais pessoas para confrontar as várias opiniões.

(Fim de citação)

 

 

Contabilista diz que Salgado ordenou a ocultação de contas da ESI desde 2008

Quinta-feira, Janeiro 8th, 2015

20150108

“Estou muito arrependido”, disse Francisco Machado da Cruz aos deputados. O “commissaire aux comptes” admitiu ter escondido passivo na ESI e afirma que a ideia de ocultação do passivo foi de Ricardo Salgado, refere a versão eletrónica da edição de hoje do Jornal de Negócios.

Citação

Jornal de Negócios

O “commissaire aux comptes” da Espírito Santo International acusa Ricardo Salgado de saber da ocultação de passivo naquela empresa de topo do Grupo Espírito Santo. Esta é uma das informações que o contabilista passou aos deputados na audição da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

Francisco Machado da Cruz (na foto) confirmou que houve acumulação e ocultação de passivo entre 2008 e 2012. Mas diz que sempre as apresentou a Ricardo Salgado, segundo informações recolhidas pelo Negócios.

A primeira ocultação de passivo, relatou, ocorreu em 2008, com uma dívida escondida de 180 milhões de euros. O objectivo era fazê-lo apenas naquele ano. Acabou por ocorrer nos anos seguintes, até 2013. Machado da Cruz acusou ainda Salgado de ter tido a ideia, logo em 2008.

“O que eu fiz é algo de que não me orgulho nada. Estou muito arrependido.”

Francisco Machado da Cruz

Machado da Cruz diz ter aceite esconder dívida e criar irregularidades nas contas da ESI para bem do grupo e não em seu próprio. benefício.  “Fiz por lealdade ao grupo, ao Ricardo Salgado.” E foi aqui que o contabilista acusou o ex-banqueiro de saber destes factos desde 2008. Salgado havia dito que não tinha conhecimento desta ocultação e que “nunca” deu qualquer indicação nesse sentido.

“O que eu fiz é algo de que não me orgulho nada. Estou muito arrependido”, disse aos deputados Francisco Machado da Cruz, segundo apurou o Negócios. A audição do contabilista decorreu no Parlamento esta quinta-feira sem a presença de jornalistas.

(Fim de citação)

 

PSD e CDS querem ouvir mais responsáveis da Eurofin

Quinta-feira, Janeiro 8th, 2015

20150108

Citado pelo Jornal de Negócios  online, o presidente da CPI sobre o caso BES, o deputado do PSD, Fernando Negrão, disse que a Eurofin é um veículo central nas operações que causaram perdas ao BES no primeiro semestre de 2014.

Os partidos da maioria querem chamar à comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES mais nomes ligados à Eurofin, o veículo suíço com estreita ligação ao grupo.

Michel Creton, administrador, Valérie Cholvy, directora, e Nicolo di San Germano, accionista maioritário, são os nomes ligados à Eurofin que os deputados sociais-democratas e centristas pediram para serem ouvidos, segundo um requerimento datado de 8 de Janeiro.

A Eurofin é um veículo financeiro criado por um ex-colaborador do Grupo Espírito Santo e que esteve envolvido em várias operações em torno do universo Espírito Santo. A Eurofin esteve, aliás, ligada ao esquema de financiamento que envolveu perdas ao Banco Espírito Santo, já que teve um papel de recompra de obrigações com prejuízos para o banco.

Alexandre Cadosch era o presidente da Eurofin, que deu uma entrevista ao Público defendendo que não tinha acesso a toda a arquitectura das operações, pelo que não sabia para que é que o dinheiro que por aí passava era utilizado. Este era o nome ligado à sociedade suíça que já tinha sido chamado à comissão, neste caso, pelo Partido Socialista.

Ainda não há datas para chamar nenhuma destas personalidades. Da lista inicial de mais de 100 nomes da comissão de inquérito, já foram ouvidos mais de 20 envolvidos no caso do BES/GES.

(Fim de citação)

Banco de Portugal contrata director de recursos humanos do Novo Banco

Quarta-feira, Janeiro 7th, 2015

20150107

O director de recursos humanos do Novo Banco vai passar para o Banco de Portugal. Pedro Raposo, que estava há 14 anos no BES, assumirá funções na entidade de supervisão a 1 de Março próximo. O Novo Banco já tem substituto para o lugar.

Pedro Raposo, que nos últimos 14 anos foi director de recursos humanos do BES e, desde Agosto, assumiu idênticas funções no Novo Banco, vai passar para o Banco de Portugal, segundo noticiou a TVI.

TVI24

O banco liderado por Eduardo Stock da Cunha já escolheu um responsável para ocupar o lugar deixado vago. Em causa está “uma solução interna”, confirmou fonte oficial do Novo Banco ao Negócios.

O economista, que é também professor na Universidade Católica, vai ocupar o lugar de director de recursos humanos do Banco de Portugal a partir de 1 de Março próximo, apurou o Negócios. A transferência vai ocorrer mais de dois meses depois do momento da contratação, uma vez que o calendário da mudança foi negociada de forma a minimizar o impacto na equipa de colaboradores do Novo Banco, instituição que ficou com os activos saudáveis e com o quadro de pessoal do Banco Espírito Santo.

Segundo informação disponibilizada pelo Banco de Portugal à TVI, Pedro Raposo foi seleccionado através de um processo de recrutamento liderado por uma empresa de “executive search”, “que envolveu a avaliação de um número alargado de candidatos, que preenchiam os requisitos de perfil profissional e académico previamente definidos pelo banco”. A escolha do próximo director de recursos humanos do supervisor liderado por Carlos Costa acabou por ser feita por um júri composto por elementos internos e externos ao Banco de Portugal.

Antes de trabalhar no BES, para onde entrou em Novembro de 2000, Pedro Raposo foi director de recursos humanos da Jerónimo Martins, onde esteve 12 anos.

 

(Fim de citação)

BE quer mais esclarecimentos de encontro de Salgado com políticos, incluindo Cavaco

Quarta-feira, Janeiro 7th, 2015

20150107

Mariana Mortágua, BE, CPI sobre BES

Jornal de Negócios

Que respostas foram dadas por Cavaco Silva, Durão Barroso, Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque quando contactados por Ricardo Salgado no ano passado?, questiona o Bloco de Esquerda, citado hoje pelo Jornal de Negócios.

O Bloco de Esquerda quer mais pormenores sobre as reuniões que Ricardo Salgado teve com vários políticos em 2014, onde terá transmitido informações sobre a delicada situação que o Grupo Espírito Santo passava.

“Qual o momento, forma, e teor de todas as diligências tomadas pelo presidente da Comissão Executiva do Banco Espírito Santo junto do Presidente da República, Primeiro-Ministro, ex-Presidente da Comissão Europeia e/ou outros membros do governo?”, questiona um requerimento assinado pela deputada Mariana Mortágua, a única representante bloquista na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

Numa carta enviada ao inquérito parlamentar, Ricardo Salgado, que já havia dado conta de encontros com representantes políticos na sua audição de 17 de Dezembro, especificou reuniões com Aníbal Cavaco Silva, Passos Coelho, Durão Barroso e Maria Luís Albuquerque.

“[Entregou] à Senhora Ministra de Estado e das Finanças e, ainda, aos Senhores Presidente da República, Primeiro-Ministro e ex-Presidente da Comissão Europeia um ‘memo’ informal sobre a situação do GES e do Banco Espirito Santo e as medidas de recuperação perspectivadas, nessa data. Este ‘memo’ informal foi, naturalmente, contextualizado e complementado por informações prestadas verbalmente em reuniões com estes destinatários”, indica a referida resposta do ex-presidente do BES.

“Qual foi a resposta – e envolvimento posterior, se disso foi o caso – dessas mesmas entidades?”, quer também saber o Bloco de Esquerda, que acredita que há a necessidade “de esclarecimentos adicionais sobre o teor destes contactos, que se desconheciam”. Ou seja, o Bloco de Esquerda lança novas questões a Salgado na sequência da carta por si enviada.

Salgado havia dito que se tinha encontrado com Maria Luís Albuquerque para que fosse cedido um empréstimo ao grupo, de forma a impedir um efeito sistémico sobre toda a economia portuguesa com a sua derrocada. O Governo rejeitou. Essa indicação de perigo sistémico foi transmitida também a Durão Barroso que, na altura, era presidente da Comissão Europeia.

Com Cavaco Silva, o ex-banqueiro confirmou, na audição, ter-se encontrado para falar sobre a garantia estatal dada ao BES Angola, mas não sobre a situação do grupo.

Maria Luís Albuquerque já esteve presente na comissão parlamentar de inquérito ao BES e GES. Confirmou ter recusado a ajuda ao GES. Durão Barroso irá responder por escrito. Pedro Passos Coelho e Cavaco Silva não foram convocados para prestar esclarecimentos.

(Fim de citação)