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Banco de Portugal acusa ex-gestores do Montepio de irregularidades graves em ajudas ao GES

Terça-feira, Março 21st, 2017

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Expresso

Tomás Correia e mais oito ex-responsáveis da Caixa Económica Montepio Geral são acusados pelo Banco de Portugal de várias contra-ordenações graves e arriscam-se a pagar coimas que podem chegar a quatro milhões de euros

Tomás Correia e mais oito ex-responsáveis da Caixa Económica Montepio Geral estão a ser acusados num novo processo movido pelo Banco de Portugal. A entidade liderada por Carlos Costa acusa-os de terem concedido financiamento ao Grupo Espírito Santo (GES), numa altura em que universo liderado por Ricardo Salgado já enfrentava notórias dificuldades financeiras, avança o “Jornal de Negócios” esta segunda-feira.

Segundo o matutino, os nove elementos são acusados pelo BdP de várias contra-ordenações especialmente graves e arriscam-se a pagar coimas que podem chegar a quatro milhões de euros.

De acordo com a investigação do Banco de Portugal, a administração liderada por Tomás Correia não cumpriu as boas regras de análise de risco de crédito, nem as respectivas normas internas no financiamento a empresas do Grupo Espírito Santo, feito através de várias operações decididas durante o primeiro semestre de 2014 – a resolução do BES aconteceria logo no segundo semestre do mesmo ano.

Apesar dos sinais de alarme que o BdP já tinha emitido nos primeiros meses de 2014, a gestão da caixa económica, então liderada por Tomás Correia, aprovou pelo menos duas operações de financiamento ao GES. Estes financiamentos obrigaram a caixa económica a registar imparidades extraordinárias nas contas desse ano, um total de 140 milhões de euros – no mesmo ano, a Caixa Económica Montepio Geral teve prejuízos de 187 milhões.

Para além da violação das regras de concessão de crédito e de irregularidades a nível de controlo interno, o processo resulta ainda da infração a normas e limites no financiamento a partes relacionadas: a Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) terá financiado Paulo Jorge Guilherme através do Finibanco Angola, crédito que o filho do construtor José Guilherme usou para adquirir unidades de participação do Fundo de Participação da CEMG.

Supervisor do BdP chamado a tribunal

Sexta-feira, Janeiro 29th, 2016

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Correio da Manhã

Cliente reclama 27 milhões. Governador é testemunha.

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, está na lista das testemunhas de um julgamento que começa esta sexta-feira, no Palácio da Justiça, em Lisboa, e envolve o Montepio. Em causa está uma providência cautelar de arresto interposta contra o banco para assegurar a garantia, em dinheiro, de mais de 27,5 milhões de euros.

O valor é reclamado por um cliente, empresário ligado à agricultura e agropecuária, que exige, desde 2003, o pagamento de 455 cautelas de penhor – títulos representativos de um crédito e da constituição de penhor – por parte do Montepio. Há 13 anos que este caso se arrasta nos tribunais.

E ao que o CM apurou, o caso deste cliente não é único. Entre 2002 e 2003, o banco terá recusado pagar cerca de duas mil cautelas de penhor. De acordo com a providência cautelar, a que o CM teve acesso, das 455 cautelas, o banco terá vendido, em leilões em 2003 e 2005, 115 desses lotes.

O valor das joias e de outros objetos alienados pelo banco – que faziam parte da garantia – terá ascendido a um montante aproximado de 15 milhões, tendo em consideração o valor do ouro e dos brilhantes que os compõem, tudo nos termos da descrição dos objetos constantes das cautelas de penhor. Segundo fonte ligada ao processo, a providência cautelar avançou devido às notícias que dão conta de problemas financeiros do Montepio, e o governador do Banco de Portugal foi chamado como testemunha para confirmar se o banco está ou não solvente.