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Custo com Fundo de Resolução já “ultrapassa o razoável”

Sábado, Julho 29th, 2017

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Economia ao minuto

O presidente do BCP, Nuno Amado, recusou hoje que haja favorecimento aos bancos, considerando que o custo com os mecanismos de resoluções bancárias é desproporcionado, e rejeitou qualquer agravamento.

Ocusto que hoje temos já ultrapassa o que é razoável e é muito superior a qualquer outro banco europeu em termos relativos”, disse Nuno Amado na apresentação dos resultados do banco referentes ao primeiro semestre, período em que lucrou 89,9 milhões de euros (que compara com os prejuízos de 197,1 milhões de euros do mesmo período de 2016).

O presidente do BCP disse que, apenas até junho, o banco pagou cerca de 90 milhões de euros para financiar os mecanismos de resolução de bancos, e que apenas em Portugal desembolsou mais de 30 milhões de euros só para o Fundo de Resolução, que financiou as intervenções no BES e no Banif.

“Quando falam que os bancos têm tido favorecimento não é verdade. O BCP tem sido um contribuinte para o sistema de resolução e de garantias, incluindo para o Novo Banco e o Banif”, afirmou.

Amado considerou que os bancos portugueses e nomeadamente o BCP (até pela sua dimensão) têm tido um custo com as contribuições para o fundo de resolução nacional mas também europeu “que é desproporcional ao que têm os concorrentes europeus”, considerando que penaliza a concorrência num mercado bancário europeu que se quer único e integrado.

Questionado sobre a proposta do PSD que recomendou ao Governo que renegoceie as condições dos dois empréstimos do Estado ao Fundo de Resolução, pagos pelos bancos, depois de a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) ter considerado que a revisão desses empréstimos (alongou as maturidades para 30 anos e alterou as taxas de juro) piorou as condições para o Estado, Nuno Amado afirmou que não é possível pagar mais.

“Margem de manobra não há”, disse, e recordou que a deliberação da resolução bancária do BES tinha uma cláusula que referia que “não podia pôr em causa a estabilidade do sistema financeiro”.

Já quanto ao encargo extra que ainda pode pender sobre o Fundo de Resolução, uma vez que o acordo para a venda do Novo Banco à Lone Star implica que ainda possa a vir recapitalizar o Novo Banco com até 3,89 mil milhões de euros, o presidente do BCP afirmou apenas que é fundamental que a prestação que os bancos já pagam não aumente.

“Pois? Logicamente é uma decisão complexa, difícil, de valor incerto, vamos ver… A prestação não deve aumentar”, disse.

Já anteriormente, questionado sobre o Novo Banco, Nuno Amado tinha dito que o que o preocupa são “os efeitos colaterais que solução para novo banco tenha” no BCP.

O responsável disse ainda que o BCP não tem obrigações do Novo Banco, tal como o BPI afirmou também esta semana, pelo que não terá de decidir se participa ou não na recompra de dívida própria proposta pelo Novo Banco com vista a poupar 500 milhões de euros.

O líder do maior banco privado português mostrou-se confiante na operação de recompra de dívida, até porque é essencial para que o Novo Banco seja vendido à Lone Star.

O Fundo de Resolução tem uma dívida de cerca de 4.000 milhões de euros ao Estado do dinheiro pedido para pagar as intervenções no BES/Novo Banco, sobretudo, mas também no Banif.

Apesar de o Fundo de Resolução ser gerido pelo Banco de Portugal e consolidar nas contas públicas, o seu financiamento e pagamento das dívidas cabe aos bancos, que têm contribuições anuais regulares para este mecanismo.

A Caixa Geral de Depósitos e o BCP são os principais contribuintes tendo em conta que são os maiores bancos a operar em Portugal.

Amado quer entidades ligadas ao BES a assumir custos com Novo Banco

Quinta-feira, Abril 20th, 2017

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Negócios

“E a do Novo Banco é uma realidade muito particular, muito especial, que não se pode expandir para o resto do sector”, frisou o líder do BCP.

O presidente do BCP considerou hoje não fazer sentido que accionistas de outros bancos suportem custos do Novo Banco, sem que entidades ligadas ao BES o façam, quando questionado sobre a actual negociação com obrigacionistas do banco.

“Não tenho informação sobre o processo do Novo Banco, mas não faz sentido os accionistas dos outros bancos suportarem custos sem que as entidades que estavam à volta do BES tenham também algum suporte”, disse Nuno Amado, quando questionado sobre a negociação que está em curso com os obrigacionistas do Novo Banco para a transformação da dívida e sobre a possibilidade desta situação por em causa a confiança de investidores.

Nuno Amado disse ainda que “cada instituição é uma instituição” e que “não há um sistema financeiro, há diversos bancos com diversas realidades”.

“E a do Novo Banco é uma realidade muito particular, muito especial, que não se pode expandir para o resto do sector”, frisou, sustentando ainda que nos últimos meses a situação teve uma evolução positiva, dando como exemplos a recapitalização do próprio BCP, a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e a evolução do BPI.

O negócio de venda do Novo Banco à Lone Star prevê a alienação de 75% do banco ao fundo norte-americano, ficando o Fundo de Resolução com 25% (posição que poderá alienar a qualquer momento a um privado).

Contudo, a concretização do negócio ainda está a sujeita a três condições.

Uma delas passa por uma troca de obrigações com vista a melhorar o capital do Novo Banco em 500 milhões de euros, o que implicará penalizações para os seus detentores.

É esperado que seja brevemente apresentada a oferta de troca de obrigações aos seus detentores – sejam clientes institucionais ou de retalho -, desconhecendo-se ainda pormenores da operação.

Por exemplo, poderá ser proposto um corte de juros ou aumento de maturidades dos títulos ou até uma solução que implique as duas modalidades. Também poderá ser proposto uma alteração no preço da obrigação.

Os obrigacionistas serão confrontados com o dilema de, caso não aceitem a solução proposta, o Novo Banco poder ser liquidado, com implicações também para os seus investimentos.

Para já, com o contrato de promessa de compra e venda que foi assinado foi conseguido que desaparecesse o prazo de 2 de Agosto de 2017 para o banco ser vendido ou liquidado, existindo o prazo indicativo da venda ser concretizada até ao final do ano, que pode ser dilatado.

Marques Mendes: “O BCP está mesmo determinado a concorrer ao Novo Banco”

Segunda-feira, Maio 23rd, 2016

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Negócios

Luís Marques Mendes revelou que Nuno Amado tem realizado inúmeros contactos e que “as coisas parecem estar a correr bem”. O comentador afirmou ainda que já há “abertura de Bruxelas para que o aumento de capital da CGD seja feito apenas com dinheiros públicos”.

“O BCP está mesmo determinado a concorrer ao Novo Banco.” A garantia foi deixada esta noite por Luís Marques Mendes no habitual espaço de comentário semanal na SIC. Segundo o comentador, o presidente executivo do banco, Nuno Amado “tem-se multiplicado em contactos e as coisas parecem estar a correr bem”.

No início deste mês, na apresentação das contas trimestrais, Nuno Amado tinha já afirmado que o banco a que preside quer analisar o processo de compra do Novo Banco.

A decisão final sobre a participação do BCP na alienação do Novo Banco está, porém, nas mãos de Bruxelas. “Temos uma proibição de [fazer] aquisições que pode ser levantada em circunstâncias excepcionais. Depende de uma negociação entre o Estado e a Direcção-geral da Concorrência da Comissão Europeia”, avisou, na altura, Nuno Amado.

Luís Marques Mendes falou ainda da Caixa Geral de Depósitos para afirmar que já existe abertura de Bruxelas para que o aumento de capital do banco público seja feito apenas com dinheiros públicos.

O semanário Expresso noticiou este sábado que o Governo concordou com a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos num montante que pode ir até aos 4 mil milhões de euros. Segundo o semanário, o reforço foi uma condição de António Domingues – que substituirá em breve José de Matos no cargo – para aceitar o convite para liderar o banco público.

Este será um valor por alto, permitindo manter uma almofada de conforto para assegurar as exigências futuras de capital por parte do supervisor bancário (1% do capital, acima de 600 milhões de euros), escreve a publicação.

A entrada de verbas permitirá também ao banco público começar a devolver o empréstimo de 900 milhões de euros feito via subscrição de obrigações convertíveis em capital (as chamadas CoCos).

BCP e Santander defendem a existência de um banco público, pelo menos para já

Terça-feira, Maio 17th, 2016

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TVI

CGD está em mudança de equipa de gestão, devendo ser realizada em breve a assembleia-geral em que será nomeado António Domingues – atual administrador do BPI – como sucessor de José de Matos

Os presidentes do BCP e do Santander Totta defenderam que é importante existir um banco público forte como a CGD em Portugal, pelo menos para já, depois de nos últimos anos ter existido um movimento favorável à privatização.

As declarações foram feitas durante a conferência “O presente e o futuro do setor bancário”, num hotel em Lisboa esta terça-feira, durante o painel de debate que juntou alguns dos principais presidentes de bancos a operar em Portugal.

O presidente do Santander Totta, Vieira Monteiro, recordou a sua passagem de 12 anos pela Caixa Geral de depósitos (CGD) para considerar que este banco é fundamental no apoio ao desenvolvimento da economia portuguesa.

Durante muito tempo, achei que [a CGD] podia ser privatizada. Hoje, atendendo ao momento, a manutenção como entidade pública é importante”, afirmou o responsável pelo banco detido pelo espanhol Santander.

Uma posição semelhante foi partilhada pelo presidente do BCP, Nuno Amado, referindo contudo que a manutenção da CGD como entidade totalmente pública é importante “num período transitório”.

Temos de ter um sistema bancário com alguma diversificação. Tem de ter uma componente privada forte, tem de ter neste período transitório uma componente pública importante e uma componente cooperativa”, defendeu hoje o presidente do BCP, Nuno Amado.

No passado, quando ainda era presidente do Santander Totta, Nuno Amado defendeu que a CGD devia ser privatizada passado o período de crise, devido à distorção de concorrência que considera que um banco público implica no setor bancário.

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos, José de Matos, não participou no debate que juntou os principais responsáveis pelos bancos em Portugal.

Veja também: Todos querem o banco mau, menos os próprios banqueiros

O banco público está em mudança de equipa de gestão, devendo ser realizada em breve a assembleia-geral em que será nomeado António Domingues – atual administrador do BPI – como sucessor de José de Matos.

A privatização da CGD nunca avançou mas foi muito falada durante o anterior Governo, liderado por Passos Coelho. O anterior primeiro-ministro nunca assumiu publicamente, contudo, a intenção de avançar com uma alienação parcial do banco a investidores privados.

Nuno Amado: “O ideal” para NB era ser comprado por banco em Portugal

Segunda-feira, Fevereiro 1st, 2016

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“Neste momento”, o BCP não pode ir à corrida do Novo Banco. Mas acredita que o melhor seria uma instituição financeira presente em Portugal oferecer o melhor preço.

Para o presidente do Banco Comercial Português, a melhor solução para o Novo Banco era ser comprado por uma instituição financeira já presente em Portugal.

“O ideal seria o melhor preço dado por um banco que possa consolidar”, declarou Nuno Amado na conferência de imprensa de apresentação de resultados de 2015, período em que o banco registou um lucro de 235,3 milhões de euros.

Questionado sobre a venda do Novo Banco, Nuno Amado defendeu que se for um banco já no território nacional a oferecer o melhor preço “seria um dois-em-um”. E se o “ideal” é um banco em Portugal ganhar a corrida, é “fundamental” que a alienação seja ao melhor preço.

O processo de alienação do Novo Banco voltou ao terreno em Janeiro de 2016, depois de falhado o primeiro concurso internacional.

“Neste momento, não está nos nossos planos” concorrer à compra do banco, disse Nuno Amado. Uma restrição temporal que existe dado que o banco ainda não devolveu toda a ajuda estatal recebida em 2012.