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Portas diz que só reconduziu governador do Bdp devido à venda do Novo Banco

Domingo, Março 13th, 2016

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SIC com som

Paulo Portas revelou, esta tarde, que só aceitou reconduzir o governador do Banco de Portugal por causa do processo de venda do Novo Banco. No discurso que fez no congresso, Portas disse ainda que a instituição continua a falhar nas funções de regulação bancária.

Portas: os conselhos, elogios e omissões na hora do adeus

Domingo, Março 13th, 2016

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Observador

No dia em que se despediu, Portas deixou conselhos eleitorais à nova geração, avisos sobre a banca, Angola e Europa. Elogios a Cristas, Marcelo e a si próprio. “E pronto, finito”. No final, lágrimas.

O discurso foi preparado com calma e vários dias de antecedência. Na hora do adeus, Paulo Portas quis deixar conselhos a Assunção Cristas e à geração que se segue, avisos sobre o sistema financeiro e a Europa, elogios a quem o acompanhou ao longo de 16 anos. Mas também houve algumas surpresas e omissões.

Os conselhos a Cristas

O presidente do CDS lembra que “os cargos não são vitalícios” e que o CDS deve “discutir o que deve fazer por Portugal” e não perder muito tempo a discutir lugares.

Agora, diz, também é tudo uma questão de matemática. Paulo Portas quis deixar uma mensagem aos “eleitores do centro-direita” que estão a assistir à sua intervenção em casa: acabou-se o voto útil e, a partir de agora, o voto no CDS vai contar tanto como o voto no PSD. Por isso, disse, “não precisam de mudar para a segunda escolha nos últimos dias da campanha para impedir o PS de ganhar”, podem ficar fiéis à “primeira escolha” e manter o voto no CDS. Isto porque, disse, desde que António Costa formou governo sem ganhar eleições, o “sistema partidário mudou para sempre” e a partir de agora todos os partidos contam – porque é a soma das partes que faz o todo.

“O sistema partidário mudou para sempre com esta experiência. Da era do voto útil no PSD para a era em que o voto no CDS conta, e muito, eis uma assinalável diferença”, disse. “O que conta não é o partido que fica em primeiro lugar, o que conta é quantos deputados formam os partidos que podem formar maioria. Os deputados que o CDS conseguir eleger são determinantes, por isso escolham à vontade a vossa primeira opção”, sublinhou, num claro apelo ao voto dos eleitores do centro-direita para que não fujam para o PSD. “Não tenham medo [de votar no CDS]”, disse.

Mas o discurso foi ainda o de líder partidário. Paulo Portas aproveitou para pressionar Carlos Costa à demissão. “O Banco de Portugal continua a falhar. A resolução é melhor para os contribuintes do que a nacionalização do Novo Banco. Aceitei a recondução do governador do Banco de Portugal apenas e só porque estávamos em pleno processo de venda do Novo Banco. Essa venda não aconteceu. É importante que cada um se pergunte a si próprio se faz parte do problema ou da solução”, declarou Portas. Cabe agora a Cristas seguir ou não a mesma linha.

No campo da banca, Portas alertou também para as necessidades financeiras das empresas portuguesas e lembrou que o CDS “fez bem em defender que a CGD se mantivesse como banco público”. “O problema não é ter capitalistas a mais, como pensa a geringonça, mas termos grupos económicos robustos para concorrer e vencer as privatizações relevantes”, avisou.

Portas, que já foi vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa e Negócios Estrangeiros, aproveitou, em matéria de relações internacionais, para apelar “a todos, aos órgãos de soberania” para “evitar a tendência para a judicialização da relação entre Portugal e Angola. Esse seria um caminho sem retorno”.

O centrista aconselhou a que se tente “por todas as vias o compromisso”, sublinhando as “afinidades entre Portugal e Angola” e apontando para o risco de uma rutura: “O lugar que Portugal deixar de ocupar em Angola vai ser ocupado por outros países, se calhar pelos que se empenham discretamente em prejudicar as relações entre Portugal e Angola”.

Os elogios. À família, a Cristas, a Marcelo e… a si próprio

No dia do adeus, Portas não quis esquecer-se de ninguém. Entre agradecimentos aos seus mais próximos, ex-governantes, funcionários do partido, assessores e motorista, foi quando falou da família – dos pais – que mais se emocionou. “Quero agradecer aos meus pais, e à minha família, que foram os mais prejudicados pela opção que fiz e da qual não me arrependo”, disse, já a secar as lágrimas.

Sem querer esquecer ninguém, mas admitindo que havia esse risco, Portas optou por não dizer nomes mas agradeceu aos “funcionários”, “secretárias”, “assessores”, ao seu “gabinete” – “mais pequeno do que qualquer outro”-, assim como à Juventude Popular, da qual nunca fez parte (era da JSD) mas sem a qual não teria chegado à liderança do CDS no congresso de 1998, onde derrubou Maria José Nogueira Pinto contra todas as previsões muito graças ao apoio que reuniu entre os jotas.

Num discurso longo, de quase uma hora, Portas não perdeu muito tempo a falar do passado e dos momentos duros da troika “com a casa a arder”, mas quis deixar um elogio sonante à “team” (equipa): os ministros do CDS que estiveram no Governo anterior. António Pires de Lima, Assunção Cristas e Luís Pedro Mota Soares, “é de governantes assim que o país precisa”. E pediu um aplauso de pé para o trio.

Sobre o passado do partido, nem uma palavra, a não ser para Luís Nobre Guedes(o único nome referido), com quem chegou ao poder do CDS em19 98 – “quando a aventura começou” – mas com quem entretanto se zangou e afastou. Um nome que Portas “não esquece” e, só por isso, mereceu breve referência elogiosa.

Certo é que o sentimento, ao longo de toda a intervenção, foi de “orgulho” e de “consciência de missão cumprida”. Talvez por isso tenha falado mais de si próprio do que dos outros. O auto-reconhecimento foi uma constante, com Portas a sublinhar o facto de ter criado uma geração competitiva e preparada dentro do partido, e de ter sabido sair na altura certa.

Dei responsabilidade a quem só precisava de uma oportunidade, fui portanto um líder ativamente proselitista, quis atrair para o CDS os melhores e cheguei a um ponto de nomear com naturalidade uma lista de potenciais sucessores, ciente de que o CDS tem a mais competitiva”, disse.

Numa breve passagem pelo dossiê “Presidente da República”, Portas deixou uma rara palavra elogiosa a Marcelo Rebelo de Sousa, com quem tem um longo historial de atrito. Na hora do adeus, contudo, elogiou-lhe a “independência”: “Chegou a Presidente sem depender da autorização dos partidos, e eu agradeço que o chefe de Estado em Portugal seja tão independente que só dependa da sua consciência”

Para Assunção Cristas, a líder que se segue, uma palavra: “A safe pair of hands”, disse assim mesmo, em inglês. “Assunção Cristas vai ser o par de mãos seguras que vai tratar bem de Portugal”, explicou melhor, desta vez em português. Tudo para dizer que, sem ele e com Cristas, o partido e o país estará seguro.

As omissões sobre o passado e o futuro emprego

O discurso de despedida passou em revistas muito dos 16 anos do partido, mas Paulo Portas deixou algumas referências mais concretas de parte.

Logo no início, o líder mais carismático do CDS prestou “rendida homenagem à geração de fundadores do CDS”. Não foi além disto, não nomeou sequer Adriano Moreira, referência que Portas tem preservado em algumas das suas intervenções. Surpresa menor foi não ter falado em Diogo Freitas do Amaral com quem rompeu relações depois do fundador do partido ter integrado um governo socialista, o primeiro de José Sócrates, como ministro dos Negócios Estrangeiros. Aliás, nessa altura, a direção de Portas chegou mesmo a enviar a fotografia de Freitas exposta à entrada da sede nacional do CDS para a sede do PS em Lisboa.

Também nem uma palavra sobre o outrora parceiro de partido e, nos últimos tempos de convívio, arqui-inimigo, Manuel Monteiro. Foi o líder que o antecedeu na primeira vez que Portas chegou à liderança, em 1998. A verdade é que nem Monteiro, nem nenhum dos outros ex-líderes do partido mereceram nomeação direta.

Também resumiu a uma curtíssima frase as crises da coligação que protagonizou, ao lado de Pedro Passos Coelho, ignorando o episódio que colocou o país à beira de uma grave crise política. O mea culpa foi feito noutro fórum, porque nesta intervenção o momento era de saída limpa, não era tempo de recordar o famoso irrevogável que ficou reduzido à recordação: “Tivemos vários problemas na coligação, porque somos pessoas muito diferentes. Quem não os tem?”.

Também nada se ouviu sobre as suas hesitações históricas no posicionamento do partido em relação à Europa. E a questão europeia teve espaço no seu discurso, quando atacou o “calculismo tático interno” do PCP e BE: “Admitir a saída do euro é dificilmente compatível com o apoio que eles dão a um governo que se diz pró-europeu”. Para trás ficou definitivamente o momento em que o próprio Portas, ainda como jornalista, se diz eurocético, passando mais tarde a “eurocalmo”, já no CDS.

Por último, mas não menos importante: ficou por explicar qual será o futuro de Paulo Portas depois de sair da liderança do CDS e do parlamento. Ficou por explicar o que fará no curto prazo, mas também os desafios que espera vir a ter a longo prazo. Não diz qual será a atividade a que se dedicará: “Fiz muitas coisas na vida e farei muitas mais com um traço em comum: farei o que sei fazer, o que vos pedi muitas vezes para fazer o que acredito que a maioria do portugueses querem fazer: trabalhar, trabalhar, trabalhar”. E também não fala em ambições futuras, ou seja, as presidenciais de 2026: “Qualquer especulação superior a seis meses é no mínimo um atrevimento”, disse sobre o que se passa na política.

Mendes critica Portas: saída do governador é “solução errada para causa justa”

Domingo, Março 13th, 2016

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Sábado

O comentador da SIC, Luís Marques Mendes, criticou este domingo, 13 de Março, os apelos de Paulo Portas à saída de Carlos Costa da liderança do Banco de Portugal feitos pelo antigo vice-primeiro-ministro no discurso de despedida como presidente do CDS-PP.

“Paulo Portas tem uma causa justa e uma solução errada”, resumiu o também conselheiro de Estado do Presidente da República. Para Marques Mendes, a posição do antigo líder centrista deve-se à sua preocupação de “combater uma certa espanholização da banca” portuguesa, por achar que “há uma orientação do Banco Central Europeu (BCE)” nesse sentido.

O comentador considera que Portas “até pode ter alguma razão”. Segundo o Expresso, o próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pretende travar o crescente peso dos bancos espanhóis em Portugal. No entanto, Marques Mendes considera que não é com a ideia do “tira-se o governador” que se resolve o problema, porque “a ideia da espanholização da banca não é do Banco de Portugal mas do BCE”.

Para o conselheiro de Estado, o apelo à demissão até pode ser a forma “mais ‘sexy'” de colocar a questão. No entanto, na sua opinião, “o correcto é os órgãos de soberania – o Presidente da República, a Assembleia da República e o Governo –, articulados com Banco de Portugal, combaterem esse ideia, se é que ela existe” da espanholização da banca portuguesa promovida pelo BCE.
Marques Mendes aponta ainda alguns problemas políticos às afirmações de Paulo Portas. Por um lado, considera que representam “uma certa deselegância” para com a sua sucessora na liderança do CDS, Assunção Cristas. Isto porque “o tema mais forte do congresso” de eleição da nova presidente foi “lançado pelo líder que sai e não pelo que entra”. Daí que Cristas tenha respondido demarcando-se do antecessor, “dizendo que não é um problema de pessoas mas da forma de nomear o governador”.

Mas para o comentador da SIC, a posição de Portas apresenta ainda um “problema de coerência”, já que, “há menos de um ano, aprovou a recondução” de Carlos Costa como governador do Banco de Portugal, quando era número dois do primeiro-ministro Passos Coelho.

O antigo presidente do CDS-PP aproveitou o seu discurso de despedida da liderança, no congresso do partido que decorreu este fim-de-semana em Gondomar, para sugerir a Carlos Costa que se demita.

“Aceitei a recondução do actual governador apenas e só porque estávamos em plena venda do Novo Banco”. Falhado este processo, “é importante que cada um saiba perguntar-se a si próprio se é parte da solução ou parte do problema”, defendeu Portas no sábado, 12 de Março.

No dia seguinte, no primeiro discurso como líder do CDS-PP, Assunção Cristas não subscreveu o apelo do seu antecessor. Mas defendeu a necessidade de “mudar o sistema de designação do governador”, uma vez que “o modelo tem mostrado deficiências. Todos estamos cansados de ver bancos a cair e a regulação a lamentar de não ter conseguido evitar”.

Lesados do BES protestam durante discurso de Passos e Portas

Domingo, Setembro 27th, 2015

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Jornal de Notícias

Passos Coelho e Paulo Portas discursaram perante apoiantes numa praça em Marco de Canaveses, ao mesmo tempo que ao fundo decorria um protesto de dezenas de lesados do BES, abafado pelo ruído de campanha da coligação PSD/CDS-PP.

“Queridas amigas, meus queridos amigos, bom dia Marco de Canaveses! Muito obrigado. Quero apenas dirigir uma palavra a todos aqueles que estão aqui a apoiar-nos para lhes dizer que temos tido a cada dia que passa uma onda cada vez mais forte “, declarou o presidente do PSD, Passos Coelho, falando ao microfone, em cima de um banco de cimento, com o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, ao seu lado.

O discurso do presidente do PSD, difundido por colunas espalhadas pela praça, mais as palavras de apoio à coligação Portugal à Frente e os Bombos de São Lourenço, dispostos mesmo em frente ao lugar onde se concentrava a maioria dos chamados lesados do BES, abafavam o seu protesto. Mas estes eram facilmente visíveis e identificáveis pelas camisolas e bandeiras negras. À sua frente, estavam alguns agentes da GNR.

Os apoiantes da coligação PSD/CDS-PP, contudo, superavam claramente o número de manifestantes. Erguendo bandeiras azuis e cor de laranja, aglomeraram-se em redor de Passos Coelho e Paulo Portas.

Neste cenário, Passos Coelho lamentou “que haja ao fim de 41 anos de democracia em Portugal quem ainda não tenha aprendido a lição democrática e considere que a campanha eleitoral não é o momento para unir os portugueses, mas para os dividir”, e pediu a quem acompanha esta campanha eleitoral a partir de casa que condene esses comportamentos.

Por sua vez, Paulo Portas afirmou que “a democracia é o respeito pela opinião de todos” e falou num futuro com “uma carga fiscal mais moderada para haver mais emprego e mais investimento”, dirigindo-se para os apoiantes da coligação PSD/CDS-PP: “Precisamos da vossa força, precisamos da vossa mobilização. Respeitamos todos, mas não nos desviamos da nossa direção. Viva Marco de Canaveses, viva o Norte!”.

Antes de regressar ao carro, o presidente do PSD agradeceu também aos apoiantes: “Obrigado pelo apoio extraordinário que nos estão a dar, obrigado pela imagem serena, tranquila, confiante que estamos a transmitir ao país, e continuem connosco”.

Já com o presidente do PSD dentro do carro, um ou dois manifestantes tentaram bater na viatura.

Este protesto de pessoas que se consideram lesadas pelo BES contou com “cerca de 60 pessoas que vieram do Porto de camioneta, e alguns em carro particular”, de propósito para confrontar a coligação PSD/CDS-PP, disse à Lusa um dos manifestantes, Manuel, de 66 anos, natural de Espinho.

“Era para ser no Porto, mas à última da hora foi desviado para aqui. Estava organizado com mais ou menos 150 pessoas, que fazem aqui a parte Norte, por assim dizer. Simplesmente, alguns ainda estão no Porto, porque isto era para ser no Porto”, explicou.

Referindo-se ao presidente do PSD e primeiro-ministro, o mesmo homem disse que estavam a protestar “para ele ter consciência daquilo que disse, do que diz e do que pode fazer, porque é ele que tem influência sobre o Banco de Portugal”.

E referiu que muitos manifestantes até são do PSD: “Não queremos nada com o partido, que nós a maioria até somos do partido, por isso está a ver. Todos não digo, mas a maioria. O problema é estarmos sem 5 milhões de euros, no global”.

Costa chama BES à campanha, João Galamba critica Portas

Quinta-feira, Setembro 24th, 2015

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Sic com som

O PS chamou o BES à campanha eleitoral. Ainda em resposta à subscrição pública, sugerida por Passos Coelho, para ajudar os lesados do banco, António Costa ironizou que o líder do PSD pode promover também vendas de rifas ou “uma quermessezinha” para oferecer um jantar de Natal aos mais pobres. A figura da noite do comício socialista em Viseu foi João Galamba, que acusou Paulo Portas de fazer afirmações falsas sobre o programa eleitoral do PS.

Gritos de “gatunos” receberam Passos e Portas no Cadaval

Segunda-feira, Setembro 21st, 2015

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Diário de Notícias

Os líderes da coligação reuniram-se com quatro dos lesados e pediram para não aparecerem na campanha.

Assim que abriram as portas dos carros, à sua chegada ao Cadaval, onde reuniram com agricultores da zona, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas ouviram os insultos: “Gatunos, andam aí à nossa custa! Ladrões!”.

Cerca de uma dezena de lesados do BES aguardavam a comitiva e não perderam a oportunidade mediática para chamar atenção para o drama das suas vidas. Mas Passos e Portas apressaram-se a entrar no auditório, onde os esperavam largas dezenas de agricultores e dirigentes associavos do setor da região do Oeste. Deixou a chorar duas mulheres, que garantiam que lhes tinham prometido que o primeiro-ministro falaria com elas.

Essa reunião aconteceu mais tarde mas, como afirmou Ana Clara ao DN, “foi o mais do mesmo”. Outro dos lesados que participou nesse encontro corroborou, acrescentando que lhes tinha sido “pedido para que não aparecessem nas campanha, pois estavam a prejudicar”. Segundo este lesado, Passos insistiu que “não podia fazer nada e que já tinha pressionado os reguladores para encontrarem uma solução”.

Quanto a Portas, perguntou-lhes se o Governo lhes “tinha roubado alguma coisa”. Encolhendo os ombros, garantiu que os “lesados não vão desisistir” do seu protesto e que tinham considerado “ofensiva” a proposta de Passos Coelho em lançar uma subscrição pública para financiar o pagamento dos advogados, para que recorressem aos tribunais”.

Portas: “Se o PS fosse governo o BES tinha sido nacionalizado”

Quarta-feira, Setembro 16th, 2015

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Observador

Portas assinaria, se necessário, a subscrição pelos lesados do BES. Mas aponta o dedo ao PS, que teria “nacionalizado” o banco. Sobre o irrevogável, reafirma: “Portugueses vão-me julgar por isso”.

Paulo, como Pedro, também assinará uma eventual subscrição pública para ajudar os lesados do BES. “Se vier a ser necessário, sim, com certeza”, respondeu Paulo Portas esta segunda-feira, em entrevista à RTP, questionado sobre se iria atrás da ideia sugerida este fim de semana por Pedro Passos Coelho. Sobre o envolvimento, ou não, do Governo no fundo de resolução do BES e nos prejuízos que possam advir da venda do Novo Banco, Portas lavou daí as mãos do governo PSD/CDS e sujou as de um eventual governo PS: “Nós tomámos as opções certas, se o PS fosse governo o BES tinha sido nacionalizado”, disse.

Não se trata de lavar as mãos, nós tomámos as opções certas. Se o PS fosse Governo o BES tinha sido nacionalizado, ou a Caixa Geral de Depósitos tinha entrado, como já aconteceu no passado, a apoiar uns grupos privados contra outros grupos privados”, disse.

E voltou, mais à frente, a reforçar a ideia. Ao afirmar que o modelo de resolução “não é perfeito, mas é o melhor”, Portas voltou a defender que em caso de prejuízos, quem é chamado a pagar é, primeiro, o accionista e, depois, o sistema financeiro – o que, na sua opinião, “protege muito mais o contribuinte”. Em oposição, “se o PS fosse governo nacionalizava o Novo Banco como fez com o BPN. Nós temos outra visão”, voltou a dizer, adivinhando uma posição do PS sobre o tema. Apesar das críticas ao modelo, o PS nunca chegou a dizer claramente o que faria num cenário hipotético de governação – nem sobre o que faria em relação aos lesados do papel comercial do BES.

 

Sobre os lesados, e sobre a sugestão de Passos Coelho de os ajudar a serem indemnizados através de uma subscrição pública, Portas saiu em defesa do parceiro de coligação dizendo que “ele não colocou a questão bem assim, disse que assinaria se fosse necessário”. E lembrou que já várias pessoas entraram na justiça para reaverem o seu dinheiro. De resto, Portas voltou a criticar a falta de colaboração entre Banco de Portugal e CMVM na tentativa de solucionar o problema.

Portas defende Passos. “Se vier a ser necessário” apoia subscrição pública para os lesados do BES

Terça-feira, Setembro 15th, 2015

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Expresso

Em entrevista, o vice-primeiro-ministro acusa ainda António Costa de não ter honrado a palavra dada ao não ter ficado à frente da autarquia de Lisboa

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou esta segunda-feira que “se vier a ser necessário” apoiará uma subscrição pública para os lesados do BES recorrerem à justiça, sublinhando a diferença entre investimento de risco e fraude e reiterando críticas aos reguladores.

Em entrevista à RTP, o também vice-primeiro-ministro pediu ainda que os políticos não sejam moralistas, acusando o secretário-geral do PS, António Costa, de não ter honrado a palavra dada ao não ter ficado à frente da autarquia da capital.

Questionado sobre se apoiaria uma subscrição pública para que os lesados do BES recorram à justiça, como admitiu o presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, Portas respondeu: “Se vier a ser necessário, com certeza”.

Sobre se o acesso à justiça deve depender de subscrições públicas, Paulo Portas saiu em defesa de Passos Coelho: “Ele não colocou a questão assim, sugeriu que se viesse a ser necessário isso podia suceder”.

“Tanto quanto sei, há mais de 700 pessoas que já entraram na justiça”, referiu, sublinhando uma distinção entre investimento de risco e matérias como “fraude, manipulação e engano”.

Portas considerou haver “evidência de casos em que isso possa ter sucedido, mas é uma questão de opinião”.

O líder centrista quis chamar “a atenção para a circunstância de não terem sido os responsáveis políticos a vender papel comercial a ninguém”.

“Eu tenho sido daqueles que sempre ouvi os lesados do BES quando me pediram para os ouvir, que fui crítico publicamente da pouca colaboração entre reguladores para procurar resolver o problema de muita gente cujo problema em acho que é sério, distinguindo o que são investimentos de risco – que evidentemente quando se ganha, ganha-se, quando se perde, perde-se – do que possam ser fraude, manipulação, levar alguém ao engano”, disse.

Neste último caso, disse, há que “provar e dar prova” de que Portugal é um “Estado de direito e que é possível fazer justiça”.
Na parte final da entrevista, Paulo Portas foi questionado sobre ter voltado atrás na decisão que qualificou de “irrevogável” de se demitir do Governo em 2013 e respondeu com um ataque a António Costa.

“Eu tomei uma decisão de demissão, que qualifiquei como irrevogável, revoguei-a, pago um preço por isso. Outro dia ouvi o doutor António Costa dizer com um ar moralista que palavra dada é palavra honrada. Lembra-se da palavra que ele deu aos cidadãos de Lisboa, que ficava até ao final do mandato?”, disse.

Ainda sobre o BES, mas já sobre a solução dada pelo Governo, Portas defendeu que o Governo não lavou as mãos da questão, mas antes “tomou opções certas”: “Se fosse o PS, o BES tinha sido nacionalizado ou a Caixa Geral de Depósitos tinha entrado a apoiar uns grupos privados contra outros grupos privados”.

“A resolução não é sistema perfeito mas é francamente melhor que a nacionalização”, insistiu, sublinhando que é melhor para o contribuinte, que “pagou a fatura” do BPN.

Passos promete subscrição pública para apoio jurídico a lesados BES

Sábado, Setembro 12th, 2015

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SIC Notícias

Passos Coelho e Paulo Portas foram recebidos esta manhã com protestos e insultos no mercado municipal de Braga. Na primeira ação de campanha da coligação, estavam presentes os lesados do BES, mas também professores e outros cidadãos, que quiseram queixar-se das políticas do Governo. Por várias vezes, Passos Coelho parou para responder. Num desses momentos, comprometeu-se com uma subscrição pública para os lesados do BES conseguirem apoio jurídico.

Lesados do BES obrigam polícia a escoltar Paulo Portas

Domingo, Setembro 6th, 2015

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Negócios

Um grupo de lesados do Banco Espírito Santo esteve esta manhã à porta do hotel onde decorreu a rentrée política do CDS-PP, tendo chegado a perseguir a viatura onde seguia Paulo Portas entre fortes e ruidosos protestos.

Um grupo de manifestantes e lesados do Banco Espírito Santo protestou esta manhã de domingo, 6 de Setembro, junto ao hotel onde decorre a Escola de Quadros do CDS-PP, com a presença do presidente do partido e vice-primeiro-ministro,Paulo Portas.

Após a chegada de Paulo Portas, que escolheu desde 2014 o encerramento da Escola de Quadros como a ocasião para a chamada rentrée do CDS-PP, manifestantes e lesados do Banco Espírito Santo (BES) atravessaram a estrada e concentraram-se mais perto da porta principal do hotel, para onde convergiram agentes da GNR.

No final da cerimónia, a saída do líder centrista foi feita debaixo de insultos, obrigando os agentes de autoridade presentes a travar os manifestantes, que, num protesto ruidoso com cartazes onde se lia “Novo Banco, Vergonha”, “Somos todos lesados” ou “mentirosos, demissão, desistir nunca”, perseguiram durante alguns metros a viatura onde seguia Paulo Portas.

Já na última terça-feira, 1 de Setembro, centenas de clientes emigrantes com produtos financeiros do BES decidiram numa reunião levar os seus casos a tribunal, requerendo a nulidade das aplicações feitas sem a sua autorização. No mesmo dia, a Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) classificou o fim da negociação com a Anbang para a venda do Novo Banco como “a primeira medida sensata” do Banco de Portugal desde a resolução do BES.

Num comunicado publicado pela CMVM na quinta-feira, 3 de Setembro, pode ler-se que emigrantes clientes do Novo Banco podem reverter a decisão inicialmente tomada sobre a solução apresentada pela instituição financeira para as aplicações que subscreveram no antigo Banco Espírito Santo até 18 de Setembro.

Também na quinta-feira e durante uma entrevista à TVI, Paulo Portas garantiu que o processo de resolução em prática iria salvaguardar o interesse dos contribuintes.

O Novo Banco começou a apresentar em Julho uma solução comercial para os clientes que subscreveram séries comerciais sobre acções preferenciais comercializadas pelo BES para o reembolso faseado do capital investido.

O Banco Espírito Santo chegou ao fim a 3 de Agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros. O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os activos e passivos de qualidade num ‘banco bom’, denominado Novo Banco, e os passivos e activos tóxicos, no BES, o ‘banco mau’ (‘bad bank’), que ficou sem licença bancária.

O Negócios elaborou um guia de venda para o ajudar a perceber o processo da venda do Novo Banco.