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A revista The Banker já divulgou o seu “top” para os 1.000 maiores bancos mundiais. Há seis instituições nacionais nesta lista, incluindo o Novo Banco. A instituição é, porém, destacada também por ter registado um dos maiores prejuízos antes de impostos em 2020.
O Novo Banco está agora no caminho dos lucros. Mas, antes deste ano, foram muitos os milhões em prejuízos. Resultados que levaram a revista do setor financeiro The Banker a pôr o banco no “top” 10 das perdas entre os bancos mundiais. A instituição é também uma das maiores do mundo, em conjunto com outros cinco bancos nacionais.
As conclusões foram divulgadas no “Top 1000 World Banks de 2021” da revista do grupo do Financial Times, uma lista que inclui os maiores bancos no mundo em termos do capital Tier 1. Os dados usados são referentes ao final do ano passado.
De acordo com a publicação, o banco que resultou da resolução do BES registou um prejuízo antes de impostos que rondou os 1,65 mil milhões de dólares (cerca de 1,3 mil milhões de euros, convertidos em dólares pela revista para comparação de todos os bancos), ficando em sexto lugar no “ranking” das maiores perdas a nível mundial.
O Novo Banco inclui-se, assim, na lista de 38 bancos que tiveram resultados negativos no final do ano passado. Destes, 18 situam-se na Europa e as seis entidades com maiores perdas são todas europeias, indica a publicação.
O espanhol BFA Tenedora de Acciones, do Bankia, está em primeiro lugar no “ranking”, com 6,5 mil milhões de dólares, seguindo-se o alemão Commerzbank, com 3,2 mil milhões de dólares, e o italiano UniCredit, com 3 mil milhões. Estes três bancos estão, atualmente, a passar por mudanças profundas. O Bankia está num processo de fusão com o CaixaBank. No Commerzbank está em curso um plano de reestruturação de grandes dimensões. No Unicredit, a grande alteração aconteceu no topo, com a mudança do CEO. Já o Novo Banco concluiu o plano de reestruturação imposto por Bruxelas. Aguarda agora pela aprovação no final de 2021.
Seis entre os grandes
O banco liderado por António Ramalho não se destaca apenas pelas perdas, mas também porque é um dos seis bancos portugueses incluídos no “top” dos maiores do mundo. Está em 347.º lugar, baixando em relação ao ano passado, quando ficou na posição 287.º. Ainda assim, ocupa o terceiro lugar entre as instituições nacionais financeiras que surgem nesta lista.
6.º
A CGD está em primeiro. “A Caixa manteve a sua posição de liderança em Portugal, subindo, em apenas um ano e a nível mundial, cinco posições, assegurando agora o 174.º lugar”, referiu o banco num comunicado em julho. Logo a seguir surge o BCP, em 203.º – quando, antes, estava em 211.º. Já o Crédito Agrícola está em quarto lugar, ocupando a 495.º posição, uma melhoria de 38 lugares no “ranking”. Os dois últimos bancos portugueses que aparecem são o Montepio, em 667.º, e o Finantia, em 974.º. Enquanto o primeiro desceu 54 patamares, o segundo não apareceu na edição anterior. A lista não inclui filiais que pertencem a bancos de grande dimensão, como é o caso do BPI e do Santander Portugal.
Portugal em primeiro nas imparidades
O setor nacional destaca-se também pelo montante de imparidades constituídas em percentagem do resultado operacional. Portugal está em primeiro lugar.
“Em termos agregados, os bancos belgas registaram um aumento dos custos com imparidades de 1.603%, seguidos pela Noruega nos 392% e pela Dinamarca nos 334%” em termos homólogos, refere a revista. “Embora estes países tenham registado os aumentos mais acentuados, não são os mais atingidos. Portugal, onde as imparidades agregadas representam 49,9% do resultado operacional, é sem dúvida o país mais penalizado”, acrescenta-se.
Os principais bancos nacionais constituíram perto de três mil milhões de euros em imparidades e provisões ao longo de 2020.