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PwC contratada para avaliar injeção de 112 milhões no Novo Banco

Segunda-feira, Julho 5th, 2021

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Económico

O Fundo de Resolução contratou uma entidade externa para avaliar os 112 milhões de euros da injeção do CCA que ficaram retidos por decisão do Ministério das Finanças. A avaliação está a cargo da PwC.

A PwC Portugal é a entidade externa a quem o Fundo de Resolução pediu para averiguar a opção da administração do Novo Banco, relativa a uma cobertura do risco de taxa de juro em 2019 que fez subir necessidades de capital em 2020, e que foi levantada no relatório da auditoria da Deloitte.

Em causa está um montante de 112 milhões de euros que levantou dúvidas ao Ministério das Finanças. João Leão justificou assim a decisão do Governo de travar uma parte da injeção pelo Fundo de Resolução de 429 milhões de euros, no âmbito do acordo de capitaliação contingente (CCA), que foi autorizada pelo Conselho de Ministros.

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NB. PwC diz que não teve responsabilidades na definição do capital

Sábado, Abril 10th, 2021

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Notícias ao Minuto

José Manuel Bernardo, da PwC, recusou hoje quaisquer responsabilidades da auditora na definição do capital inicial do Novo Banco, explicando que o seu trabalho “foi de validação dos ativos e passivos que foram transferidos” para o banco de transição.

A audição conjunta de dois responsáveis da PwC na comissão de inquérito ao Novo Banco começou hoje porta fechada devido a questões de segredo profissional, mas o banco autorizou-os a falar publicamente e esta passou a ser aberta.

O deputado do PCP Duarte Alves recordou as declarações, nesta mesma comissão de inquérito, do antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES) e do Novo Banco Vítor Bento, que referiu que o capital inicial do banco de transição que nasceu do colapso do BES, 4,9 mil milhões de euros, “estava demasiado à pele” em termos do cumprimento dos rácios prudenciais.

Assim, o deputado comunista perguntou a José Manuel Bernardo se “esta exigência de mais capital por parte de Vitor Bento contradiz aquilo que são as conclusões da PwC que foram publicadas posteriormente”, referindo-se à avaliação feita pela consultora aos ativos do Novo Banco, publicada em dezembro de 2014.

“Não, não contradiz e estamos a falar de duas coisas totalmente distintas. O nosso trabalho foi de validação dos ativos e passivos que foram transferidos para o Novo Banco”, começou por responder.

O sócio da PwC explicou que este foi um trabalho feito com recurso “aos procedimentos de auditoria habituais, que apenas não teve resultado na emissão de uma certificação legal de contas” por não terem sido analisadas todas componentes todas do balanço e por não serem “umas contas completas”.

“O nosso trabalho é um trabalho de análise factual daquela valorização que nada diz se o capital é suficiente ou se é insuficiente”, assegurou.

Mais à frente, questionado pelo deputado do PS Miguel Matos sobre a questão das imparidades, José Manuel Bernardo “clarificou que as contas, em primeira instância, são preparadas pelas administrações das instituições”, sendo “sujeitas a um processo de aprovação, quer pelos órgãos de fiscalização, quer pelos seus acionistas”.

“Numa linguagem mais corriqueira, se me permite, parece haver uma ideia de que os auditores são uns polícias. Os auditores não são polícias”, defendeu.

Os auditores, na perspetiva do responsável da PwC, “têm um mandato muito concreto” que é “emitir uma certificação legal de contas, com base num conjunto de normas profissionais que têm que seguir e que foram seguidas” no caso do Novo Banco.

“As imparidades são o que são, estão espelhadas nos relatórios e contas, os relatórios e contas são públicos. Basta agarrar os relatórios e contas até hoje e verificar quais foram as imparidades registadas em cada um dos exercícios para se extraírem estas conclusões que, de facto, até 2017, a conclusão do nosso mandato, as imparidades que foram feitas não foram inferiores às imparidades que foram feitas nos exercícios de 2018 e 2019 agregadas”, assegurou.

PwC queria ser ouvida em segredo sobre Novo Banco mas descobriu-se que tinha autorização para falar

Sábado, Abril 10th, 2021

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Expresso

Responsáveis da auditora invocaram segredo profissional para que audição na comissão de inquérito não fosse transmitida. Durante a audição, deputados perceberam que Novo Banco dera autorização para levantamento do segredo e a sessão passou a ser transmitida

Os responsáveis da PwC (Pricewaterhouse Coopers), a auditora que certificou a constituição do Novo Banco em 2014, não queriam dar explicações públicas sobre a ligação ao banco. A audição na comissão parlamentar de inquérito, agendada para esta sexta-feira, 9 de abril, ocorreu à porta fechada, o que quer dizer, em tempos de pandemia, sem transmissão no canal Parlamento. Mas só por cerca de uma hora. Isto porque, a meio da audição, os deputados perceberam que o Novo Banco tinha dado autorização para o levantamento do segredo invocado.

Inicialmente, ninguém fora da sala 6 do Parlamento, onde se realizam as sessões da comissão parlamentar de inquérito às perdas do Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, iria ter certezas sobre o que disseram José Bernardo, sócio da PwC em Portugal, e António Brochado Correio, responsável senior da empresa em Portugal.

O pedido de não publicidade da audição foi feito pelos próprios, para poderem falar abertamente sobre situações em segredo profissional. A realização de audições à porta fechada já aconteceu noutras ocasiões, mas, por exemplo, em relação à KPMG, no inquérito parlamentar ao BES, o seu presidente teve de responder a algumas perguntas em sessão pública, deixando apenas os assuntos mais sensíveis para um momento posterior sem publicidade. Desta vez, desde o início da sessão, pelas 9h30, que nada foi transmitido no canal Parlamento.

Porém, pelas 10h30, a audição começou a passar no canal Parlamento. Isto porque, pelo meio, os deputados descobriram que os responsáveis da PwC não disseram que, afinal, o Novo Banco dera autorização para o levantamento do segredo profissional para as respostas perante os deputados. E, assim, a sessão passou a ser aberta.

Além de ter tido um papel central na descoberta da dívida oculta na empresa de topo do Grupo Espírito Santo aquando de um exercício de auditoria solicitado pelo Banco de Portugal, a PwC foi posteriormente contratada pelo Novo Banco já sob a liderança de Vítor Bento. Tornou-se a auditora do banco, tendo sido a responsável por validar o balanço de abertura do banco, o que aconteceu no final de 2014. Os deputados têm questionado o facto de a PwC ter certificado um balanço sem grandes alterações face aos números que existiam em agosto desse mesmo ano, aquando da sua constituição. O balanço inicial do Novo Banco tem sido bastante questionado nas audições, com a administração de Vítor Bento a defender que a capitalização de 4,9 mil milhões de euros era insuficiente logo à partida.

A PwC é também a auditora protagonista de uma dança de cadeiras que tem sido falada no inquérito parlamentar. Os responsáveis pelo departamento de supervisão prudencial do supervisor à data da resolução do BES e criação do Novo Banco, Luís Costa Ferreira e Pedro Machado, foram contratados no final de 2014 para a PwC, tendo regressado anos depois ao Banco de Portugal.

A PwC foi auditora do Novo Banco até 2017 – e há deputados a questionar se houve uma política diferente de provisionamento de créditos quando a EY a substituiu na certificação legal de contas. Em 2017 foi o ano da venda do Novo Banco à Lone Star, quando foi criado o mecanismo de capital contingente.

Auditoria que o Governo quer no Novo Banco já foi feita em 2014

Terça-feira, Março 19th, 2019

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Eco

Auditoria que o Governo quer no Novo Banco já foi feita em 2014

O Governo quer uma auditoria que incida sobre a fase anterior à resolução do BES, decidida em agosto de 2014. Mas o Banco de Portugal já tinha pedido na altura à PwC uma avaliação igual.

Governo pretende que seja feita uma auditoria que incida sobre a fase anterior à resolução do BES, decidida pelo Banco de Portugal em agosto de 2014, mas já existe uma avaliação semelhante que foi pedida pelo supervisor logo na sequência da resolução que deu origem ao Novo Banco. Foi executada pela auditora PwC, que em três meses procedeu à análise fina aos 250 maiores créditos do banco, à carteira de títulos e a todos os ativos e passivos que foram transferidos do BES para o Novo Banco e que determinou a primeira injeção de capital no valor de 4.900 milhões de euros.

 

Inicialmente, foi o Ministério das Finanças a solicitar uma auditoria aos créditos do Novo Banco que estavam abrangidos pelo mecanismo de capital contingente de 3,89 mil milhões, muito semelhante ao que havia solicitado em relação à Caixa Geral de Depósitos, isto depois de António Ramalho ter anunciado no dia 1 de março que o banco vai pedir uma compensação financeira no valor de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução ao abrigo daquela “garantia pública”.

A auditoria como a que querem António Costa e Mário Centeno já existe. Logo na data da resolução ao BES, anunciada no dia 3 de agosto de 2014, o conselho de administração do Banco de Portugal designou a PwC para proceder a uma “avaliação independente dos ativos, passivos, elementos extrapatrimoniais e ativos sob gestão transferidos para o Novo Banco“, num trabalho a ser concretizado no espaço temporal de 120 dias.

De acordo com o supervisor bancário, o trabalho desenvolvido pela auditora foi extenso: envolveu mais de 200 auditores da PwC em vários países, desde Espanha até às Ilhas Caimão, “representando um esforço total de cerca de 30.000 horas de trabalho”. Foram também solicitados sete avaliadores especializados para avaliar imóveis, nomeadamente a Cushman & Wakefield, a Jones Lang LaSalle, a J. Curvelo, a Prime Yield a CBRE, a Worx e a Value Thinking.

Novo Banco pediu 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução.Paula Nunes / ECO

Embora as conclusões dessa avaliação independente não sejam conhecidas do público em geral, conhece-se a abrangência do trabalho realizado pela PwC. O ECO questionou o Ministério das Finanças se tem conhecimento deste relatório e das conclusões. E perguntou ainda ao ministério de Mário Centeno se a auditoria que pede tem um âmbito diferente da avaliação independente realizada há cinco anos. Não foi possível obter uma resposta até à publicação deste artigo.

Mais concretamente, a PwC analisou várias amostras abrangentes, “cuja seleção foi orientada por critérios de significância e de risco”.

No que respeita à análise individual da carteira de crédito a clientes, a PwC teve em conta os maiores 250 devedores e foram integradas na amostra todas as entidades que integram o grupo económico daqueles devedores. “No total, foram revistos 2.933 devedores, os quais representam, no seu conjunto, cerca de 51% do valor nominal do crédito total (cerca de 64% se forem excluídos os segmentos de crédito hipotecário, crédito ao consumo e cartões de crédito)”, explica o Banco de Portugal.

Adicionalmente, o trabalho da auditora também inclui a carteira de títulos, a carteira de derivados e os ativos imobiliários transferidos do BES para o Novo Banco em 2014.

No final, a PwC apresentou a fatura: evidenciou-se “necessidades de ajustamento em termos consolidados no valor agregado de 4.937 milhões de euros, por comparação com o valor pelo qual o património que integra o Grupo Novo Banco se encontra mensurado pelo BES na data da aplicação da medida de resolução”. Eram estes os ajustamentos na altura:

 

PWC banida na Índia por não detetar fraude

Quarta-feira, Fevereiro 14th, 2018

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Sol

Em Portugal, a PwC é auditora, por ajuste direto, do Banco de Portugal e foi também do Novo Banco até este ser vendido ao fundo americano Lone Star. Tem ainda em carteira o BPI, Santander Totta e Bankinter.

A Comissão de Valores Mobiliários da Índia (SEBI, na sigla em inglês) apertou o cerco à PricewaterhouseCoopers (PwC) por não ter detetado um esquema de fraude em torno de um gigante de software indiano. Como consequência, além de não poder auditar durante dois anos as empresas cotadas nesse país, os administradores estão a ser alvo de um processo criminal e correm o risco de serem condenados a prisão efetiva. Esta inibição começa a ser a aplicada a partir de 31 março deste ano, mas a auditora já anunciou que vai recorrer da decisão.

O caso remonta a 2009 e envolveu a quarta maior empresa de software indiana. O presidente da gigante Satyam Computer Services, Ramalinga Raju, passou anos a falsificar as contas da empresa. Um caso de fraude contabilística no valor de 2.250 milhões de dólares (cerca de 2 mil milhões de euros), que escapou à ‘vigilância’ da PwC, que não detetou o esquema.

De acordo com Raju, 94% do dinheiro que constava nas contas da empresa foi inventado.

O caso chocou o mercado, já que a Satyam era vista como uma das mais importantes empresas de tecnologia do país e o seu presidente e fundador como um grande empreendedor. Também o facto da PwC, a auditora da empresa, não ter detetado este esquema fraudulento não tranquilizou o mercado.

A verdade é que estamos a assistir a uma estreia em termos de inibição imposta a uma auditora por não se ter dado conta do que se estava a passar. Já no mercado português, nos casos de má gestão, sobretudo na banca, auditoras como a PwC ou a KPMG não têm assumido qualquer responsabilidade.

Mercado nacional 

A PwC é a auditora, desde 2014 por ajuste direto, do Banco de Portugal (BdP), o supervisor do sistema financeiro nacional. Ou seja, a mesma auditora que foi agora banida na Índia por não ter detetado a fraude da gigante informática é responsável por acautelar o rigor nas contas do banco central.

Também o Novo Banco, quando detido pelo acionista Fundo de Resolução (gerido pelo BdP), escolheu à época a PwC como auditora. A mudança de auditor só ocorreu depois de a instituição financeira ter sido vendida ao fundo norte-americano Lone Star, que passou a deter 75% do banco. A escolha recaiu na EY, que já presta serviços à Lone Star noutros mercados. A EY ficou, assim, com dois grandes bancos em carteira: o Novo Banco e a Caixa Geral de Depósitos – este último contrato está avaliado em 5,5 milhões de euros anuais.

Embora tenha perdido o herdeiro do BES, a PwC ganhou a conta do BPI e tem ainda em carteira o Santander Totta e o Bankinter. Feitas as contas, estamos a falar de um auditor com acesso a informação privilegiada de uma fatia importante da banca. A isto há que somar ainda possíveis conflitos de interesses e as danças de cadeiras de que o auditor tem sido alvo.

Em causa esteve a nomeação de Luís Costa Ferreira, ex-consultor da PwC, para chefiar a Direção de Supervisão Prudencial do Banco de Portugal, que levou o Bloco de Esquerda a pedir esclarecimento urgente ao órgão liderado por Carlos Costa.

Entre julho de 2013 e outubro de 2014, Costa Ferreira foi diretor do Departamento de Supervisão Prudencial do Banco de Portugal. Em janeiro de 2015 abandonou o órgão regulador para assumir as funções de liderança na área de Serviços Financeiros na PwC, regressando agora novamente ao BdP. Por coincidência – ou não – a PwC audita atualmente o próprio Banco de Portugal, ocupando o lugar deixado vago por Carlos Albuquerque, que seguiu para a administração da Caixa.

«A existência de conflitos de interesse é óbvia e inaceitável. Luís Costa Ferreira passa de regulador a partner de uma empresa que presta consultoria a regulados, voltando depois a ser regulador», chegaram a alertar os bloquistas.

Também esta questão levou o CDS a sugerir que o recrutamento de diretores para o Banco de Portugal fosse feito através de concurso público e que fosse a CMVM a entidade responsável por verificar eventuais conflitos de interesses entre o exercício de auditoria a entidades de interesse público e a prestação de serviços de consultadoria. «Não nos parece que faça sentido que alguém possa ser auditor de uma entidade e avalie o crédito mal parado e depois seja consultor de quem quer comprar esse crédito», explicou, na altura.

Ainda na banca, o BCP tem a Deloitte como sua auditora, posto que era ocupado num passado recente pela KPMG. Uma auditora que também tem vivido dias longe de serem pacíficos, já que foi alvo de processos de averiguação contraordenacional à auditora pelo Banco de Portugal e CMVM devido à supervisão no BES Angola, que esteve a seu cargo durante 10 anos.

No relatório enviado pelo BdP ao Conselho Nacional de Supervisão de Auditoria (CNSA), foram mesmo apontadas indícios de violação das normas de auditoria e ocultação de informação da KPMG Portugal e da KPMG Angola relativamente ao BESA.

«Nunca foram transmitidos pela KPMG quaisquer indícios sobre potenciais perdas associadas às irregularidades identificadas na carteira de crédito do BESA», revelou o relatório da participação à CNSA. Só no primeiro trimestre de 2014 é que a KPMG reconhece um valor significativo de imparidades.

A KPMG foi também supervisora das contas do Banco Espírito Santo (BES) desde 2002, assim como todo o universo do grupo: a Espírito Santo Financial Group, a Espírito Santo Irmãos, a Espírito Santo Financial.

Já em 2015 foi condenada pela CMVM por violação das normas de auditoria no caso BCP, seis anos após o início do processo. Em causa estava a utilização de veículos offshore para investir em ações do próprio banco. Jorge Jardim Gonçalves e Filipe Pinhal estiveram entre os condenados nesta operação. A auditora foi condenada por uma infração muito grave, mais ainda assim com pena suspensa. O banco só em 2016 mudou de auditor, 30 anos depois, trocando a KPMG – que continua a auditar as contas do Montepio – pela Deloitte.

Carlos Costa fala nos poderes limitados do Banco de Portugal

Quinta-feira, Fevereiro 8th, 2018

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SIC Notícias com som

Carlos Costa foi esta terça-feira diretamente confrontado pela SIC sobre a destruição silenciosa da Rioforte, mas o governador do Banco de Portugal não respondeu às perguntas. No discurso da conferência do setor bancário, o governador optou por introduzir uma resposta indireta às dúvidas colocadas pela reportagem da SIC, dizendo que o supervisor tem poderes limitados.

Banco de Portugal terá escondido falência da Rioforte

Quinta-feira, Fevereiro 8th, 2018

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Sábado

O BdP terá encoberto um buraco de 954 milhões de euros da Rio Forte, revelado por um relatório da auditora PwC.

A falência da Rio forte, sociedade do universo do Grupo Espírito Santo (GES), não terá sido divulgada pelo Banco de Portugal (BdP).

Segundo a reportagem da SIC “O buraco oculto da Rioforte”, o BdP terá escondido um buraco de 954 milhões de euros da Rio Forte, revelado por um relatório da auditora PwC. O supervisor terá encoberto os dados e garantiu à banca e aos investidores, com base no primeiro estudo que indicava um capital positivo de 930 milhões, que a Rioforte era uma empresa viável.

A decisão afectou os accionistas ligados ao GES, à banca e à PT. Após esta decisão, o Banif centrou toda a dívida que tinha na Rioforte. A SIC não conseguiu apurar o motivo que originou o alegado silêncio do BdP neste caso.

Fundo de Resolução aprova contas do Novo Banco

Sexta-feira, Junho 2nd, 2017

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Negócios

O accionista único do Novo Banco acaba de aprovar as contas relativas ao ano passado, em que os prejuízos caíram para 788,3 milhões. Relatório é o primeiro desde 2014 que não apresenta reservas do auditor.

O Fundo de Resolução acaba de aprovar as contas do Novo Banco relativas ao ano passado, em assembleia-geral realizada esta terça-feira, 30 de Maio, adiantou fonte oficial da instituição ao Negócios. Em causa estão os primeiros resultados que não suscitaram qualquer reserva por parte dos auditores da instituição, a PwC, desde a criação do banco em 2014.

Em 2016, o Novo Banco registou prejuízos de 788,3 milhões de euros, o que representa uma redução de 15,2% face às perdas contabilizadas no exercício anterior. Nas contas de 2015, a PwC levantou uma reserva às contas, relacionada com a incapacidade de avaliar devidamente a exposição da instituição ao Banco Económico, a entidade angolana que sucedeu ao BES Angola. Outro dos alertas estava relacionado com a capacidade de recuperação dos activos por impostos diferidos.

Como revelou Sérgio Monteiro, consultor do Banco de Portugal para o processo de venda do Novo Banco, foi o facto de as contas da instituição apresentarem reservas que fez com que a entidade de supervisão deixasse cair a dispersão em bolsa como cenário alternativo à venda directa do banco. Isto porque as regras dos Estados Unidos impedem a realização de uma oferta inicial de venda (IPO, na sigla inglesa) quando as contas das empresas suscitem reservas aos auditores.

Dança de cadeiras polémica no Banco de Portugal

Domingo, Fevereiro 5th, 2017

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Expresso

Carlos Albuquerque veio do BCP para o BdP e agora vai para a Caixa. Luís Costa Ferreira regressa ao supervisor vindo da PwC

O Pingue-pongue entre o supervisor, a banca e as auditoras. Aparentemente não há impedimento, mas a saída de Carlos Albuquerque da direção de supervisão do Banco de Portugal (BdP) para a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) causou desconforto no Banco Central Europeu (BCE). E levou mesmo o diretor do banco central a escrever uma carta para Frankfurt a perguntar quanto tempo duraria o período de nojo. Admite-se que o BCE determine uma paragem de, pelo menos, meio ano. É um tema sensível. No meio financeiro a crítica é forte, uma vez que um diretor da área de supervisão prudencial do BdP sabe em pormenor o que se passa dentro de cada instituição e da concorrência. Andou inclusive a avaliar a idoneidade de alguns que serão agora seus pares e vai ocupar um cargo executivo na Caixa. Terá sido convidado por Paulo Macedo em dezembro. O argumento é a necessidade de dar mais atenção à supervisão.

Antes de entrar no BdP para a direção de supervisão, Carlos Albuquerque trabalhava no BCP, onde era diretor com a área de compras, e se ocupou da redução de custos. É amigo de Paulo Macedo, com quem trabalhou no banco fundado por Jorge Jardim Gonçalves. Cruzou-se também no BCP com José João Guilherme, um dos novos administradores-executivos do banco público, que passou pelo Novo Banco. Albuquerque esteve na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) entre 1990 e 1995.

SAI E VOLTA A ENTRAR

Há uma surpreendente dança de cadeiras no Banco de Portugal, que se tornou conhecida esta semana. Se Carlos Albuquerque salta do BdP para a Caixa, Luís Costa Ferreira vem da PricewaterhouseCoopers (PwC) para o supervisor, onde irá assumir um cargo que abandonou em novembro de 2014. Poucos meses antes, em setembro, Pedro Duarte Neves, então vice-governador responsável pela área de supervisão, era afastado deste pelouro pelo governador Carlos Costa, uma decisão que, na altura, foi entendida como uma forma de encontrar um ‘bode expiatório’. O Banco de Portugal estava debaixo de fogo por causa da intervenção, em agosto de 2014, no antigo BES, e Costa precisava de baixar a tensão. A área de supervisão prudencial passa assim de Duarte Neves para António Varela, que vem então do Banif. A nomeação de Varela foi lida à data como um cartão vermelho da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque ao desempenho do Banco de Portugal no caso BES.

Luís Costa Ferreira fez carreira no BdP, onde entrou em 1994. Quando saiu para a PwC esta empresa era auditora externa do Novo Banco. Sai para a PwC com Pedro Machado, que era diretor-adjunto do departamento de supervisão. Trabalhavam ambos com Pedro Duarte Neves. Em 2013, a PwC tinha sido contratada pelo Banco de Portugal para fazer uma auditoria aos principais devedores dos bancos portugueses (o ETRICC2), operação que acabou por pôr a nu a dependência entre o BES e o GES e o risco de contágio. Informações que estavam na posse da supervisão quando o BES avançou para o aumento de capital em junho de 2014.

O regresso de Costa Ferreira também não é visto com bons olhos, já que nos dois anos que passou pela PwC esteve ligado à consultoria de instituições financeiras. O fantasma de eventuais conflitos de interesse paira sobre o regresso de Costa Ferreira. O seu nome terá sido, sabe o Expresso, sugerido por Elisa Ferreira, administradora do BdP com o pelouro da supervisão. Costa Ferreira foi assessor do Ministério do Planeamento, quando Elisa Ferreira era ministra. Saltar de um banco diretamente para a supervisão e depois regressar à banca e sair da supervisão para uma consultora e regressar ao ponto de partida são questões que merecem mais debate.

Luís Costa Ferreira regressa ao Banco de Portugal depois da polémica saída para a PwC

Sexta-feira, Fevereiro 3rd, 2017

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Eco

Carlos Albuquerque sai da direção de supervisão para integrar a equipa de gestão da Caixa. Para o seu lugar entra Luís Costa Ferreira, que regressa ao Banco de Portugal após saída no final de 2014.

Luís Costa Ferreira está de regresso ao cargo de diretor do Departamento de Supervisão Prudencial do Banco de Portugal, depois da polémica saída no início de 2015 para a PwC, que na altura estava a conduzir uma auditoria ao recém-criado Novo Banco após intervenção do supervisor nacional.

Segundo o comunicado divulgado esta quarta-feira pelo Banco de Portugal, Costa Ferreira vem substituir Carlos Albuquerque, que solicitou ao governador a cessação de funções “tendo em vista o exercício futuro de funções no setor financeiro”. “O pedido foi aceite, com produção de efeitos a 31 de janeiro de 2017”, informa o supervisor. Já Luís Costa Ferreira inicia as novas funções a 15 fevereiro.

Carlos Albuquerque foi contratado ao BCP — onde era diretor — para vir ocupar o lugar deixado vago na liderança da área de supervisão prudencial por Costa Ferreira em janeiro de 2015.

O Banco de Portugal indica que impôs a Albuquerque um período de transição durante o qual não poderá assumir qualquer cargo em instituições financeiras sob a sua supervisão e do Mecanismo Único de Supervisão. Adiantou ainda que aquele responsável vai desempenhar funções, “em regime de destacamento, num projeto externo de solidariedade social, ligado ao tema do sobre-endividamento”.

De acordo com o Jornal de Negócios (acesso gratuito), Carlos Albuquerque deveráintegrar a equipa de Paulo Macedo na Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas só depois de cumprido este período de nojo.

Em relação ao novo diretor do Departamento de Supervisão Prudencial, Luís Costa Ferreira havia abandonado esse cargo no final de 2014 para trabalhar na PwC, a entidade que na altura estava a conduzir uma auditoria ao Novo Banco, estando a ajudar a construir o balanço da instituição recentemente criada depois da medida de resolução imposta ao BES pelo Banco de Portugal.

Costa Ferreira foi então para aquela consultora acompanhado por Pedro Machado, então diretor adjunto do mesmo departamento no banco central.