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Depois das Ilhas Caimão e da Alemanha, Novo Banco “engole” sociedade na Irlanda

Segunda-feira, Novembro 18th, 2019

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Expresso

Ainda carrega o nome Espírito Santo, mas vai acabar. A empresa irlandesa do antigo BES, constituída em 1999, será integrada no Novo Banco em Portugal. É a terceira operação do género realizada pelo banco em poucos meses

Novo Banco vai deixar de ter uma empresa autónoma na Irlanda. A Espirito Santo Public Limited Company (ES PLC), até aqui uma sociedade independente, vai ser integrada na instituição liderada por António Ramalho. É uma nova operação de emagrecimento da estrutura depois de, no final de outubro, ter avançado para a extinção do banco autónomo das Ilhas Caimão e de, em maio, ter anunciado a eliminação da alemã BES Beteiligungs GmbH.

A Espírito Santo PLC foi constituída em 1999 e, desde esse ano, faz parte da estrutura do Banco Espírito Santo. Transitou para o Novo Banco na resolução, em 2014. Até este ano, segundo o projeto de fusão, publicado no portal de justiça.

O banco detém a totalidade da empresa, que não tem qualquer trabalhador, e todo o seu património passará a ser diretamente do Novo Banco. A empresa extingue-se. É a chamada fusão por incorporação. Segundo o balanço anexo ao projeto de fusão, os ativos ascendem a 86 milhões de euros, sendo que as responsabilidades (passivo) são bastante superiores: 215 milhões, a grande maioria de depósitos de outros bancos. Assim, o capital próprio é negativo em 129 milhões.

“A fusão das duas sociedades levará à simplificação organizacional e a corte nos custos, por exemplo através da redução do número de contas anuais a preparar e da eliminação de relações intra-grupo. Em particular, os custos com auditoria e com a submissão de documentos junto do registo comercial e das autoridades serão reduzidos com a fusão transfronteiriça”, justifica o banco liderado por António Ramalho no projeto de fusão.

Foram estas as explicações dadas para a fusão por incorporação anunciada em outubro, para a eliminação do Bank Espirito Santo (International) Limited, localizado nas Ilhas Caimão, bem como para a extinção da alemã BES Beteiligungs GmbH, em maio.

No que diz respeito ao banco das Ilhas Caimão, havia ainda a referência ao cumprimento de compromissos assumidos pelo Estado na Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, que impôs condições para que os contribuintes pudessem colocar dinheiro na instituição financeira.

Os custos operacionais do Novo Banco ascenderam a 362 milhões entre janeiro e setembro deste ano, caindo 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado, com os gastos gerais administrativos a recuarem 9% para 134 milhões. O Novo Banco apresentou, na passada, sexta-feira os resultados dos primeiros nove meses do ano, período em que reportou um prejuízo de 572 milhões de euros. Um número que sinaliza que o Fundo de Resolução terá de gastar parte dos quase 2 mil milhões de euros que pode ter de injetar no Novo Banco até 2026 por via do mecanismo de capital contingente acordado com Bruxelas.

CGD E BCP TAMBÉM FIZERAM OPERAÇÕES IDÊNTICAS

Estas fusões por incorporação não são um exclusivo do Novo Banco, já que todo o setor tem acelerado estas operações – ainda que as do banco detido na sua maioria pelos americanos da Lone Star sejam fusões de entidades no estrangeiro. Bruxelas obrigou-o a reduzir o seu peso internacional, limitando-o a um banco apenas com presença ibérica.

Em Portugal, Caixa Geral de Depósitos vai eliminar duas empresas, juntando-as a outras e reduzindo, assim, o peso burocrático e administrativo. São visadas a imobiliária Imocaixa, que passará para a Caixa Imobiliário, e a gestora de fundos de investimento imobiliário Fundger, que é integrada na Caixa Gestão de Ativos. Já no fecho de 2018 tinha feito o mesmo com seis participadas distintas, integrando o seu património dentro da casa-mãe.

O BCP também anunciou o fim do Banco de Investimento Imobiliário (BII), depois de ter também absorvido duas imobiliárias que tinham parar ao seu balanço por incumprimento.

Novo Banco quer vender o Moza Banco

Sábado, Maio 7th, 2016

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Económico

O banco em Moçambique detido em 49% pelo Novo Banco está à procura de comprador. Os restantes 51% pertencem à Moçambique Capitais.

O Novo Banco quer vender 49% do Moza Banco e procura comprador, soube o Económico. Isto é, se houver uma proposta o Novo Banco está disposto a vender, segundo fontes ligadas ao processo. Esta decisão é uma novidade face ao que estava previsto no fim do ano passado.

No projecto de reestruturação que o presidente, Eduardo Stock da Cunha, apresentou ao Fundo de Resolução e depois à Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia que traçou um plano de reestruturação a discutir com o Ministério das Finanças, estava previsto o Novo Banco vender as operações internacionais de Cabo Verde, França, Macau e os escritórios em Londres, deixando de fora Espanha e Moçambique.

Em Moçambique a decisão de não vender a operação prendia-se com a impossibilidade de alienação por um valor considerado justo.

Uma notícia na agência noticiosa moçambicana Zitamar News associa a nova decisão de venda do Moza, conhecido por Moza Banco antes da alteração para Moza em 2015, às novas fragilidades do Novo Banco que teve prejuízos de mais de 900 milhões em 2015. “Entrou recentemente em problemas adicionais o que poderá ter precipitado a decisão de venda dos 49% do Moza”, dizia a notícia.

A manifestação da decisão da venda surge em resposta à questão sobre uma notícia da agência moçambicana Zitamar News, que noticiou que o Atlas Mara, do ex-CEO do Barclays Bob Diamond, aguarda uma aprovação oficial do Banco de Moçambique para poder incorporar o banco BancABC – que a sociedade financeira Atlas Mara adquiriu em 2014 – no quarto maior banco de Moçambique: o Moza Banco.

Diz a agência que o acordo passará pela sociedade financeira pan-africana Atlas Mara comprar os 49% do Moza ao “complicado banco português Novo Banco”.

A notícia faz assim referência ao facto de existirem direitos de preferência definidos num acordo entre os dois accionistas que tornam a venda dos 49% complicada sem o acordo dos accionistas maioritários, a Moçambique Capitais. Esta sociedade de accionistas moçambicanos começou por considerar que a passagem automática da participação do BES África (49% do capital) para as mãos do Novo Banco, aquando da Resolução do BES, violou o acordo de preferência entre accionistas do Moza Banco.

A sociedade que controla 51% do Moza considerou na altura que esta substituição era uma violação do contrato, já que não tinha sido dada preferência à Moçambique Capitais. Mas a administração do Novo Banco na altura argumentou que não se tratava de uma real mudança accionista mas sim de uma cisão, imposta pelo Banco de Portugal, do anterior accionista.

O interesse da sociedade de Bob Diamond no Moza Banco começou por ser notícia na Bloomberg, em 2015, mas na altura o processo de venda do Novo Banco com o respectivo perímetro já definido, não permitiu que a operação evoluísse. O processo de venda do Novo Banco foi adiado, e está previsto para Julho deste ano. Mas desta vez já não há nenhum compromisso para que faça parte do perímetro de venda.

Após a aprovação do acordo, o Moza vai assumir a operação do BancABC em Moçambique, mas a Atlas Mara será a accionista maioritária no banco maior (pós fusão) diz a Zitamar. Não está claro se uma nova injecção de capital será necessária para Atlas Mara garantir uma participação maioritária numa joint-venture.

O acordo para unir o Moza com o BancABC é a reminiscência de um acordo que o Atlas Mara fez no Ruanda em 2015, quando comprou uma posição minoritária no Banque Populaire du Rwanda e o fundiu com um banco pequeno que já tinha comprado, resultando na maioria de uma sociedade dona de um banco maior.

O problema com o Moza, é que o maior accionista, a Moçambique Capitais não quer vender, essa era pelo menos a posição antes da actual crise de dívida soberana que assola o país.

A Zitamar News revela na sua notícia que negociações de última hora tiveram lugar na semana passada entre a gestão do Atlas Mara e Paulo Ratilal, Presidente executivo do Moza e filho do seu maior accionista, o governador Prakash Ratilal entende negociações de última hora estavam ocorrendo na semana passada entre a gestão da Atlas Mara.

A fusão irá cimentar a posição do Moza como quarto maior banco de Moçambique, afastando-o do  5º que é o  Barclays e aproximando-o do terceiro, o Standard Bank. Os dois maiores bancos são  o Millennium Bim e o BCI.

O Moza, que tem sede na capital Maputo, é a quarta maior instituição financeira de Moçambique com uma quota de mercado de 5,4% e 54 agências, de acordo com seu website. Tem activos de cerca de 62 milhões de dólares (57 milhões de euros), de acordo com seu relatório anual mais recente.

O BancABC também opera na Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

A holding de investimento em instituições bancárias em África, Atlas Mara, anunciou, num comunicado publicado a 20 de Outubro de 2015 pela agência Reuters, a sua intenção de fazer três novas aquisições naquele continente.

 

Novo Banco ainda tem que limpar 3.000 milhões de euros

Quarta-feira, Abril 13th, 2016

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Negócios com som

Neste e no próximo ano, o banco acumulará perdas de 650 milhões. Nos três anos seguintes, o lucro total será de 834 milhões, prevê o plano.

Neste ano e no próximo, o Novo Banco ainda vai acumular prejuízos de 650 milhões de euros. Depois das perdas de 980,6 milhões registadas no ano passado, a instituição deverá ter prejuízos de 455 …

Banco de Portugal apoia despedimento de 500 pessoas no Novo Banco

Sexta-feira, Fevereiro 26th, 2016

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Diário de Notícias

Regulador elogia Stock da Cunha e “reitera apoio” ao plano de reestruturação que envolve a saída de 500 trabalhadores

O Banco de Portugal manifestou hoje o seu apoio ao plano de reestruturação do Novo Banco, que implica a saída de 500 trabalhadores, deixando elogios à equipa de gestão liderada por Eduardo Stock da Cunha e aos colaboradores.

“O Banco de Portugal reitera o seu apoio à implementação, pela equipa de gestão, do plano de reestruturação oportunamente apresentado e aprovado pelas autoridades europeias”, lê-se num comunicado do regulador bancário.

A Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT) do Novo Banco denunciou hoje que, de acordo com “o plano de reestruturação imposto pela União Europeia e que já se encontra em curso, o banco terá que reduzir em 2016 cerca de 500 trabalhadores “através do recurso a um despedimento coletivo”.

Os membros da CNT estiveram hoje reunidos com o Conselho de Administração do Novo Banco, num encontro que contou com a presença do presidente da instituição, Stock da Cunha, tendo-lhes sido passada esta informação, com a qual discordam.

Esta reunião teve lugar no dia seguinte à apresentação das contas do Novo Banco de 2015, marcadas pelo prejuízo de 980,6 milhões de euros.

Na ocasião, o presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha, revelou que, do prejuízo total, quase 600 milhões de euros foram “herdados” do antigo BES, mais de metade do valor total. E destacou a importância de a entidade ter obtido um resultado operacional (antes de impostos, imparidades e provisões) de 125 milhões de euros positivos em 2015. Este desempenho “demonstra que o banco já é capaz de gerar resultados positivos”, realçou Stock da Cunha, dizendo que isso é um sinal do regresso do banco à normalidade.

No comunicado de hoje, o Banco de Portugal sublinhou “a capacidade da equipa de gestão e dos colaboradores do Novo Banco em garantir o retorno do banco à normal atividade bancária e em preservar a confiança dos depositantes e clientes da instituição”.

Novo Banco avança com despedimento coletivo de 500 trabalhadores

Sexta-feira, Fevereiro 26th, 2016

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Observador

Conselho de Administração esteve reunido esta quinta-feira com comissão de trabalhadores. Plano de reestruturação implica extinção de mil postos de trabalho e despedimento coletivo de 500 pessoas.

O Novo Banco vai avançar com um plano de reestruturação que implica a redução, já em 2016, de cerca de mil postos de trabalho, 500 dos quais através de despedimento coletivo. A informação foi transmitida esta quinta-feira pelo presidente Eduardo Stock da Cunha durante uma reunião do Conselho de Administração com a comissão nacional de trabalhadores do Novo Banco.

Num comunicado divulgado esta quinta-feira após a reunião, a comissão de trabalhadores afirma que foi informada por Stock da Cunha de que, “no seguimento do plano de reestruturação imposto pela União Europeia e que já se encontra em curso, o banco terá que reduzir em 2016, cerca de 1000 postos de trabalho, sendo suposto que 500 sejam através do recurso a um despedimento coletivo“.

Segundo se lê no mesmo comunicado, a comissão de trabalhadores ainda não foi informada dos critérios que serão utilizados para a extinção dos postos de trabalho nem quais as estruturas do banco que poderão vir a encerrar. Certo é que o organismo que representa os trabalhadores está contra a decisão e vai “lutar até ao limite das forças pela manutenção de todos os postos de trabalho e manutenção dos direitos adquiridos”.

Informámos [a administração] que não aceitamos nem pactuamos, de forma alguma, com despedimentos coletivos no nosso banco”, lê-se no comunicado, onde se acrescenta que os trabalhadores “não têm qualquer responsabilidade sobre o que se passou com o BES em agosto de 2014”.

Para reverter a decisão, o organismo que representa os trabalhadores afirma que vai pedir novas audiências às mais diversas entidades: ao primeiro-ministro, ao ministro das Finanças, ao ministro do Trabalho, ao governador do Banco de Portugal, assim como aos grupos parlamentares.

A nacionalização do Novo Banco é o caminho a seguir, dizem os trabalhadores, sublinhando que já defenderam esta opção junto do Ministério das Finanças e dos grupos parlamentares.

“Não faz sentido, qualquer plano de reestruturação, sem uma definição clara do que se pretende para o Novo Banco. Vamos lutar por outra forma de solução e pela suspensão desta medida”, lê-se.