Arquivo para a categoria ‘Resultados’

Novo Banco lucra 184,5 milhões em 2021 e pede 209,2 milhões ao Fundo de Resolução – como aconteceu

Sexta-feira, Março 25th, 2022

Citamos

Observador

https://observador.pt/liveblogs/novo-banco-lucra-1845-milhoes-em-2021/?utm_campaign=immediate&utm_content=article&utm_medium=email&utm_source=observador_alerts#liveblog-entry-563675

O Novo Banco apresentou lucros de 184,5 milhões de euros em 2021, anunciou a instituição liderada por António Ramalho.

Mais dinheiro para o Novo Banco? Estado pagou o que lhe cabia pagar, diz António Ramalho

Novo Banco pede nova injeção de 209 milhões, mais perto de esgotar o “plafond” total. Ramalho diz que aquilo que Estado pagou não está longe da participação que Fundo de Resolução tem na instituição.

Fundo de Resolução diz que “não é devido qualquer pagamento” pelas contas de 2021 ao Novo Banco

O Fundo de Resolução mantém o entendimento que não deve injetar qualquer dinheiro em função das contas de 2021 do Novo Banco, que anunciou um pedido de 209 milhões de euros.

Em resposta ao Observador, fonte oficial do Fundo de Resolução garante que “apesar da insuficiência de capital apurada pelo Novo Banco, os dados disponíveis confirmam o entendimento do Fundo de Resolução de que, em cumprimento do Acordo de Capitalização Contingente, não é devido qualquer pagamento relativamente às contas do exercício de 2021”.

Novo Banco diz estar a gerir com “serenidade” a crise Rússia-Ucrânia

Sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, António Ramalho repete que a exposição do banco é “imaterial” e está a ser gerida com “serenidade”. Mas não dá mais detalhes sobre a exposição concreta a empresas russas do que aqueles que foram noticiados.

António Ramalho termina dizendo que “nos próximos trimestres haverá mais resultados positivos”.

Ramalho diz que não houve quaisquer prémios pagos até agora

Sobre a polémica dos prémios, Ramalho começa por dizer que “é um assunto perfeitamente perdido, não vale a pena tentar explicar isto”. Mas “seguimos um processo muito claro, transparente”.

“Nós teremos a avaliação que será feita pela comissão de remunerações, que fará essa avaliação no momento certo. Enquanto o período de reestruturação se mantiver, há um compromisso dos administradores de não receberem os seus prémios. E não é porque não podem. Todos os administradores, exceto o presidente, podiam receber prémios – mas prescindiram dos prémios”, diz António Ramalho.

Irá o Fundo de Resolução pagar? “É normal que haja divergências”

António Ramalho diz que o banco irá cumprir o rácio de capital de 12% qualquer que seja a decisão do Fundo de Resolução de pagar ou não pagar.

“É normal que haja divergências” num contrato tão grande como este, diz Ramalho, avisando que “caso o capital não seja preenchido pelos seus acionistas, a administração do banco irá fazer o que estiver ao alcance para fazer valer a sua leitura sobre as necessidades de capital que lhe são devidas.

Rússia. Exposição indireta preocupa mais do que a exposição direta, que é “imaterial”

Sobre a exposição à Rússia, Ramalho diz que a exposição direta é “imaterial” mas os efeitos indiretos podem ser importantes para o Novo Banco como para todos os bancos e a economia, devido à subida da inflação, preços das matérias-primas etc.

“Não há fotografias minhas com Luís Filipe Vieira”, diz Ramalho (que não responde a Marcelo)

Perguntas e respostas. “O banco cria capital” e por isso Ramalho, não excluindo novas chamadas de capital, diz-se confiante de que o banco está a gerar capital para cumprir esses 12%. Aliás, indica, se tivessem sido pagos os valores pedidos no ano passado (IFRS9) e se não fosse a questão do IMI poderia já nem haver chamada de capital este ano.

Questionado sobre uma relação de proximidade com o ex-presidente do Benfica, Ramalho diz que “não há fotografias minhas com LF Vieira, acho que toda a gente já percebeu que relação nunca existiu”. Deve ser, aliás, a única pessoa que não tem fotos com LF Vieira, ironiza o presidente do Novo Banco, notando que já colaborou internamente com o banco no esclarecimento – um trabalho que já terá sido concluído.

Remetendo-se ao silêncio sobre o processo que poderá levar a uma avaliação da idoneidade pelo BCE, Ramalho diz: “Estou comprometido totalmente com o sucesso do banco até 2024. Até 2024 o meu compromisso é total – é assumido assim, e assim será”.

Sobre o valor da chamada de capital, Ramalho diz que “houve sempre uma previsão de que um montante como este”, tal como foi dito na audição parlamentar de inquérito.

Por “educação e constitucionalismo”, Ramalho não comenta as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a comparação com “obras de Santa Engrácia”. “Mas isto podia ter sido resolvido em 2021”, diz António Ramalho.

Ramalho. Fundo de Resolução pagou só 30% das perdas (e tem 25% do capital)

Ramalho recusa a ideia de que o CCA admite pagamentos de despesas correntes além das perdas com os ativos do Novo Banco. E diz que “incomoda” o facto de se dizer que o CCA introduziu um elemento de fraco incentivo para a recuperação.

Havia 9,2 mil milhões (ativos líquidos) e agora há 1,9 mil milhões em créditos cobertos pelo CCA. “Se nós olharmos para aquilo que foram os recebimentos por parte do banco, que teve de gerir a resolução deste portfolio, o banco em vendas recebeu 1,7 mil milhões, em pagamentos e recuperação recebeu 2,3 mil milhões”, diz António Ramalho. São quatro mil milhões recuperados pelo banco, diz o CEO.

Isso faz com que haja uma taxa de sucesso na recuperação de crédito, do pior crédito herdado do BES, de 65% – só se perdeu 35%, diz Ramalho.

Como o Fundo de Resolução pagou 3.400 milhões, isso é 30% de todo o valor “tóxico” que o banco recuperou. E o Fundo de Resolução tem aproximadamente 25% do capital, recorda António Ramalho, ou seja, não é muito mais.

IMI: “Só se o Estado cobrar esse imposto é que tem de dar esse dinheiro”

“Chegou o momento de fazer uma avaliação serena do funcionamento do CCA, que não estará fechada”, diz Ramalho, sobre o mecanismo de capital contingente que já entregou 3.405 milhões de euros ao banco.

No caso da questão do IMI, Ramalho diz que “é de um lado o Estado e do outro lado o Estado”. “Só se o Estado cobrar esse imposto é que tem de dar esse dinheiro”, afirma António Ramalho. “Não afeta o Orçamento do Estado”.

“A contingência das contingências”. Medida fiscal custa 116 milhões

António Ramalho nem espera pela parte de perguntas e respostas para dar os seus esclarecimentos sobre a necessidade de uma chamada de capital, para uma “análise criteriosa” desse pedido.

Apurou-se um gap de capital que tem “duas origens, antes de mais numa contingência fiscal”, que é a questão das taxas agravadas nos imóveis que tivessem “determinadas características”. Só se aplica ao Novo Banco, entre os grandes bancos, diz Ramalho.

São 116 milhões de euros, em termos de impacto bruto.

“Parece-nos uma medida suscetível de discussão. Já fizemos um pedido de informação vinculativa à Autoridade Tributária, mas ainda não chegou”, diz Ramalho, chamando a este fator “a contingência das contingências”.

O restante impacto está relacionado, como já foi escrito pelo Observador, com a disputa com Fundo de Resolução sobre a aplicação das normas contabilísticas IFRS 9. Isso vale 53 milhões, em termos brutos.

Depois há cerca de 40 milhões de “outras necessidades”.

Margem financeira sobe 3%, comissões aumentam 4% e custos baixam 5%

A margem financeira cresceu 3% em 2021, sendo este um indicador muito importante para os bancos já que reflete, em termos simples, a diferença entre aquilo que o banco paga para se financiar (depósitos, BCE, etc) e os juros que cobra.

Os custos operacionais baixaram em 5% (saíram 389 trabalhadores do banco) e as comissões subiram 3,9%.

Moratórias terminaram com “acréscimo de risco reduzido”

Moratórias bancárias terminaram “com sucesso” e com “acréscimo de risco reduzido” para o banco, diz António Ramalho.

Foram concedidas moratórias no valor de mais de 4,7 mil milhões de euros só nas empresas, ao que acresceu 1,1 mil milhões de euros em linhas de crédito Covid-19 (garantias) aprovadas.

Ramalho confirma rácio de capital de 11,1%. FdR deve elevar para 12%

António Ramalho confirma que o rácio de capital subiu para 11,1%, como o Observador já tinha noticiado na terça-feira — mas isso é uma percentagem que fica abaixo dos 12% mínimos que têm de ser assegurados nos termos da venda do banco ao Lone Star.

No fundo, o Novo Banco pede ao Fundo de Resolução que, nos termos do contrato, eleve o capital do banco para 12%. É por isso que surge o pedido de chamada de capital.

  • ro trimestres de resultados positivos, depois de “longo período” de prejuízos

    António Ramalho confirma que é a última vez que se apresentam resultados anuais neste edifício.

    “Este é o primeiro ano de resultados positivos, sendo que o banco atingiu em 2021 184,5 milhões de euros de resultado líquido, confirmando a conclusão do processo de reestruturação e refletindo uma rendibilidade promissora”, diz António Ramalho.

    António Ramalho responde sobre análise do BCE

    Outro tema em destaque é o processo de avaliação que está a ser feito pelo supervisor BCE, depois de terem saído notícias sobre uma investigação conduzida pela inspeção tributária cujas escutas vieram a público.

    Paralelamente a esse processo, estará em curso uma averiguação interna por parte do banco – Ramalho confirmou em meados de janeiro que enviou uma carta ao departamento de “compliance” da instituição, que tem a obrigação estatutária de garantir o cumprimento de todas as regras regulatórias e legais a que o banco está sujeito.

    Partidos já reagiram à chamada de capital

    O pedido de injeção por parte do Novo Banco, mesmo com lucros, deverá ser polémico – desde logo porque o ministro das Finanças, João Leão, já veio manifestar a sua “forte convicção” de que não seria necessária qualquer injeção.

    As reações políticas não se fizeram esperar. “Grave lesão do interesse público”, “obviamente inaceitável” e “mais um subterfúgio” para absorver recursos públicos, disseram alguns dos partidos ouvidos pelo Observador na terça-feira.

    Última apresentação de resultados na Avenida da Liberdade

    Esta apresentação de resultados anuais acontece na histórica sede do Banco Espírito Santo, no Marquês de Pombal (Avenida da Liberdade), em Lisboa. Será, provavelmente, a última vez que acontece, dado que o Novo Banco já indicou que irá transferir a sede das suas operações para as instalações que já ocupa no Tagus Park, em Oeiras.

    Essa transferência da sede irá acontecer neste ano de 2022, “de forma faseada”, como foi noticiado no ano passado.

    “Esta mudança permite-nos iniciar um novo capítulo da nossa história, numa nova morada liberta dos elos que ainda nos ligam ao passado e que irá promover uma nova filosofia de trabalho assente na colaboração, flexibilidade e sustentabilidade”, disse o presidente executivo do banco, António Ramalho, numa mensagem difundida em julho de 2021 na intranet do banco.

    Novo Banco vai pedir 209,2 milhões de euros ao Fundo de Resolução

    O Novo Banco confirma o pedido para mais de 200 milhões de euros ao Fundo de Resolução. Segundo o comunicado, “o montante de compensação a solicitar com referência a 2021, no montante de 209,2 milhões de euros”.

    O pedido de injeção por parte do Fundo de Resolução, um organismo público sob a gestão do Banco de Portugal, é, em grande medida, consequência da aplicação de uma lei fiscal aprovada no parlamento em final de 2020 depois de proposta pelo Partido Ecologista Os Verdes (PEV), como noticiou na terça-feira o Observador.

    Novo Banco lucra 184,5 milhões em 2021

    O Novo Banco apresentou lucros, em 2021, de 184,5 milhões de euros, anunciou a instituição.

Novobanco tem capital pressionado. Vai pedir €2 mil milhões em dívida a investidores até 2026

Terça-feira, Novembro 2nd, 2021

Citamos

Expresso

O presidente do Novo Banco fez uma apresentação aos investidores em que garantiu que o chumbo do OE não atrasa o desfecho das divergências com o Fundo de Resolução, reiterou que não espera usar a rede de segurança criada pelo Estado e definiu novas metas para o Novobanco

O Novobanco (a nova marca junta as duas palavras numa só) tem estado a operar abaixo do rácio de capital mais alargado que lhe é exigido pelo Banco Central Europeu. Não é propriamente uma falha porque o supervisor europeu deu margem para isso por conta dos efeitos da Covid-19. Só que o alívio é temporário e a exigência vai voltar ao normal. A gestão desdramatiza, defende que o banco já dá lucros e, por isso, gera ele próprio dinheiro e, além disso, lembra que há capital que pode receber do Fundo de Resolução, num total de 600 milhões de euros.

Novobanco sobe lucros até setembro quando todos descem

Terça-feira, Novembro 2nd, 2021

Citamos

Económico

O BCP e o Santander Totta viram os lucros caírem nos primeiros nove meses. Mas o novobanco está numa trajetória de subida

O novobanco apresentou as contas do acumulado dos nove meses (até setembro) e é o único banco, dos três que apresentaram contas até agora, que revela uma subida dos resultados líquidos. Há um ano a realidade do banco liderado por António Ramalho era bem diferente e o banco estava a apresentar um prejuízo de 853,1 milhões em setembro de 2020. Um ano e mil milhões de euros depois e o novobanco regista um lucro de 154,1 milhões.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor

Novo Banco passa de prejuízos a lucros de 137,7 milhões de euros no 1.º semestre

Quinta-feira, Agosto 5th, 2021

Citamos

TSF

É a primeira vez que o Novo Banco apresenta resultados semestrais positivos, o que segundo a apresentação de resultados “demonstra a capacidade do negócio em gerar capital”.

O Novo Banco teve lucros de 137,7 milhões de euros no primeiro semestre, que compara com os prejuízos de 555,3 milhões de euros do mesmo período de 2020, divulgou esta segunda-feira o banco.

Esta é a primeira vez que o Novo Banco apresenta resultados semestrais positivos (já tinha apresentado lucros no primeiro trimestre), o que segundo a apresentação de resultados “demonstra a capacidade do negócio em gerar capital”.

O Novo Banco nasceu em 03 de agosto de 2014 (completa esta terça-feira sete anos) na resolução do Banco Espírito Santo (BES).

Em 2017, o Estado português acordou a venda de 75% do banco ao fundo de investimento norte-americano Lone Star. Então, foi criado um mecanismo de capitalização contingente pelo qual o Fundo de Resolução se comprometeu a, até 2026, cobrir perdas com ativos ‘tóxicos’ com que o Novo Banco ficou do BES até 3890 milhões de euros.

O Novo Banco já consumiu até ao momento 3293 milhões de euros de dinheiro público ao abrigo deste mecanismo de capitalização, estando ainda 112 milhões de euros pendentes de uma averiguação complementar pelo Fundo de Resolução.

Novo Banco regista prejuízos de 1.329 milhões de euros em 2020

Domingo, Março 28th, 2021

Citamos Eco

Novo Banco regista prejuízos de 1.329 milhões de euros em 2020

Banco liderado por António Ramalho anunciou esta sexta-feira que teve um resultado líquido negativo de 1.329,3 milhões de euros no ano passado. A pandemia pesou, mas não só.

ONovo Banco fechou 2020 com prejuízos de 1.329,3 milhões de euros, anunciou o banco esta sexta-feira. O resultado compara negativamente com a perda de 1.059 milhões de euros registada em 2019.

As contas eram aguardadas com expectativa sobretudo por causa do pedido (que poderá ser o último) que o banco vai fazer ao Fundo de Resolução: apresentou uma fatura de 598,3 milhões, acima do que o Governo esperava. Ainda assim, há dúvidas sobre 160 milhões desse pedido por causa da venda da operação em Espanha.

A instituição liderada por António Ramalho explica o agravamento dos resultados no ano passado com três fatores:

  • um impacto negativo de 300,2 milhões resultado de avaliações independentes aos fundos de reestruturação;
  • 1.191,5 milhões de euros de imparidades e provisões, em resultado da descontinuação do negócio em Espanha e do agravamento do nível de incumprimento de alguns clientes (crédito a clientes, garantias e instituições de crédito), sendo 268,8 milhões de euros de imparidade adicional para riscos de crédito decorrentes da pandemia Covid-19; e
  • 123,9 milhões de euros de reforço da provisão para reestruturação.

No que diz respeito ao negócio, a margem financeira subiu 8,3% para 555,1 milhões de euros, com os rendimentos com serviços de clientes (comissões) a caírem 12,9% para 271,9 milhões.

produto bancário praticamente duplicou dos 300 milhões para os 617 milhões, uma subida que se deve sobretudo a um desagravamento da rubrica “Outros Resultados de Exploração”, que passaram de -326,8 milhões para -136,6 milhões, com António Ramalho a explicar esta evolução com a redução do legado do BES.

Do produto bancário há que subtrair os custos operacionais de 431,8 milhões (-1,6%) para se chegar ao resultado operacional positivo de 186,1 milhões de euros.

Ao contrário dos outros bancos, o Novo Banco viu a carteira de crédito emagrecer ligeiramente para 25,2 mil milhões de euros. Já os depósitos de clientes subiram (acompanhando a tendência do setor) para 26,1 mil milhões de euros.

Ao nível da qualidade do crédito, o rácio NPL baixou consideravelmente de 12% para 8,9% no final do ano passado, uma evolução que reflete, em boa parte, a venda de carteiras de malparado por parte do banco.

Enquanto isso, os rácios de solvabilidade baixaram de 13,5% para 11,3% (CET1 e Tier1) e 15,1% para 13,3% no caso do rácio de fundos próprios.

“Moratórias são para resolver já”

O Novo Banco tem 6,9 mil milhões de euros de crédito em moratória, representando cerca de 27% da carteira de créditos a clientes. António Ramalho está ciente do desafio que o setor tem pela frente quando as moratórias expirarem depois de setembro. E defende que as soluções devem ser pensadas sem mais demoras.

As moratórias são assunto para resolver já e não para resolver em setembro. Costumo dizer e volto a repetir: não deixemos em setembro o que podemos fazer em março. Não deixemos para 2022 o que podemos fazer em 2021″, disse António Ramalho. “Adiar problemas não resolve nada em banca”.

(Notícia atualizada às 19h14)

Novo Banco agrava prejuízos para 853,1 milhões de euros

Segunda-feira, Novembro 16th, 2020

Citamos

Eco

Novo Banco agrava prejuízos para 853,1 milhões de euros

Banco liderado por António Ramalho terminou os primeiros nove meses do ano com um resultado negativo de 853,1 milhões de euros.

ONovo Banco registou prejuízos de 853,1 milhões de euros até setembro. Depois dos resultados negativos de 555 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, o verão agravou ainda mais as contas da instituição liderada por António Ramalho, num período marcado pelo incremento das imparidades provocadas pela venda de ativos. E a pandemia também pesou.

O banco explica o agravamento das contas com três fatores, sendo as imparidades e as provisões responsáveis pela maior “fatia” dos prejuízos registados nestes primeiros nove meses, que comparam com os 572 milhões de euros negativos no período homólogo.

Estes são os três impactos:

  • 727,7 milhões de euros de imparidades e provisões, em resultado da descontinuação do negócio em Espanha, e do agravamento do nível de incumprimento de alguns clientes (crédito a clientes, garantias e instituições de crédito), sendo 187,2 milhões de euros de imparidade adicional para riscos de crédito decorrentes da pandemia Covid-19;
  • 260,6 milhões de euros em “resultado da avaliação independente aos fundos de reestruturação. O Grupo continuará a monitorizar esta área à medida que o impacto da pandemia na economia portuguesa de torne mais claro”;
  • 26,9 milhões de euros de reforço da provisão para reestruturação.

Apesar destes resultados negativos, o banco destaca que “os resultados da atividade apresentam melhorias quando comparados com os do período homólogo”, nomeadamente o aumento de 2,9% no resultado operacional core (produto bancário comercial – custos operativos) em resultado do aumento da margem financeira (+5,3%) e da redução de custos operativos (-3,8%), e o aumento do resultado operacional que se situou em 188,7 milhões”.

“O produto bancário comercial ascendeu a 597,6 milhões, valor em linha com o período homólogo. A evolução positiva da margem financeira (+5,3 %) foi absorvida pelo decréscimo nos serviços a clientes (-11,3%), em resultado do atual contexto pandémico”, diz o Novo Banco.

Ao nível dos custos, a redução é explicada pela “simplificação e otimização dos processos, com redução no número de colaboradores”, diz o banco em comunicado enviado à CMVM.

Banco “bom” lucra quase 100 milhões

Maior parte das perdas registadas pelo Grupo Novo Banco refletem as contas do Novo Banco Legacy, que ficou com os ativos maus do banco que resultou a resolução do BES. No “Novo Banco Legacy o resultado foi negativo em 835,2 milhões de euros”, refere a entidade liderada por António Ramalho.

Este desempenho do Legacy contrasta com o resultado positivo do Novo Banco Recorrente, o banco “bom”. “Nos primeiros nove meses de 2020, o Novo Banco Recorrente registou um resultado positivo de 98,2 milhões de euros”, adianta o banco.

Este resultado do banco “bom” é reflexo do “aumento do produto bancário comercial, com o desempenho positivo da margem financeira (+31,8 milhões de euros; +9,3%) a compensar o decréscimo no comissionamento (-23,9 milhões).

Rácios em queda. Nova injeção a caminho

Perante estes resultados, os rácios de capital do Novo Banco degradaram-se. “Em 30 de setembro de 2020, o rácio CET 1 foi de 12,0% e o rácio de solvabilidade total situa-se em 13,9% (valores provisórios), valores esses que representam uma redução face aos apurados no final do exercício de 2019 devido à alteração do nível de proteção do Mecanismo de Capital Contingente, dos 13,5% Tier 1 verificados no final do ano passado para os atuais 12,0% CET 1″, explica o banco.

Está assim no limite para que seja necessária uma injeção de capital que mantenha os rácios acima do patamar definido. E essa injeção será feita recorrendo ao Mecanismo de Capitalização Contingente, através de fundos do Fundo de Resolução.

“O montante de compensação a solicitar com referência a 2020, terá em conta as perdas incorridas nos ativos cobertos pelo Mecanismo de Capitalização Contingente bem como as condições mínimas de capital aplicáveis no final de 2020 ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente”, diz o banco, sem avançar com uma estimativa. No final do primeiro semestre apontava para um valor de 176 milhões de euros.

Recorde-se que, este ano, o Governo não inscreveu qualquer valor para o Novo Banco no Orçamento do Estado, tendo de ser os bancos a financiarem-se nos mercados para concederem as verbas necessárias ao Fundo de Resolução.

Fundos do BES agravam prejuízos do Novo Banco

Terça-feira, Agosto 4th, 2020

Citamos

Negócios

O Novo Banco registou perdas provisórias de 260 milhões de euros, que resultam de uma avaliação independente aos investimentos em fundos de reestruturação – feitos ainda pelo BES –, que concluiu que o valor de mercado está abaixo do registado.

Os resultados do Novo Banco (NB) voltaram a deteriorar-se. Tal como aconteceu com os restantes bancos, a pandemia fez antever o aumento do malparado e veio obrigar ao reforço das imparidades para cobrir potenciais perdas. Mas, no caso do NB, há um fator adicional que teve ainda mais peso: as perdas com fundos de reestruturação, num valor superior a 260 milhões de euros. Os ativos incluídos nestes fundos estão cobertos em 80% pelo Fundo de Resolução (FdR).

No primeiro semestre deste ano, os prejuízos do NB totalizaram 555,3 milhões de euros. A instituição justifica o resultado com os efeitos da pandemia, mas a verdade é que a maior fatia destes prejuízos não resulta das imparidades constituídas para responder ao impacto do novo coronavírus sobre a economia.

O NB aponta quatro parcelas para explicar os prejuízos: um reforço de 138,3 milhões de euros das imparidades para cobrir os riscos adicionais de crédito; outros 78,7 milhões relacionados com a cobertura de risco de taxa de juro de títulos de dívida pública portuguesa; 26,9 milhões de “reforço da provisão para reestruturação”; e a maior, de 260,6 milhões de euros, que resulta das perdas com fundos de reestruturação.

São poucos os detalhes fornecidos sobre estas perdas. O NB tem, na sua carteira de títulos, investimentos em fundos de reestruturação. Em 2018, o Banco Central Europeu (BCE) determinou que a instituição deveria reavaliar o valor dos investimentos em causa. Foi só em outubro de 2019 que o NB acabou por pedir à Alvarez & Marsal uma avaliação independente a estes ativos.

É o resultado desta análise que agora é conhecido. A avaliação concluiu que estes investimentos têm hoje um valor de mercado de 557,2 milhões de euros, um montante que, presumivelmente (já que não é explicitado qual o investimento inicial), fica abaixo daquele que tinha sido investido originalmente. Assim, o NB regista perdas provisórias de 260,6 milhões de euros.

Vários detalhes ficam por esclarecer. Desde logo, não são divulgados quais os fundos de reestruturação em causa, nem quais os montantes iniciais investidos ou quando é que estes investimentos foram feitos. Também não é conhecido que tipo de ativos estão incluídos nestes fundos.

Mas o último relatório e contas do NB detalha os fundos de reestruturação em que o banco tinha investimentos a 31 de dezembro de 2019: Fundo Recuperação Turismo, FLIT SICAV, Discovery, Vallis, Fundo Recuperação, Fundo Reestruturação Empresarial e Aquarius.

Estas foram operações realizadas na anterior crise financeira, ainda pelo Banco Espírito Santo (BES), recorda-se no relatório e contas. “No âmbito do processo de reestruturação do setor imobiliário português, foram lançadas várias iniciativas no sentido de serem criadas condições financeiras, operacionais e de gestão que pudessem revitalizar aquele setor. Nesse sentido, o Governo, em estreita ligação com as empresas e o setor financeiro, incluindo o anterior BES, encorajou a criação de sociedades e de fundos especializados que, através de operações de concentração, agregação, fusão e gestão integradas, permitissem a obtenção das sinergias necessárias à recuperação das empresas”, explica o relatório.

Assim, “foram constituídas sociedades (empresas-mãe) com participação minoritária do banco originário [o BES], com o objetivo de adquirirem certos créditos bancários imobiliários”. Assim, o BES, tal como outros bancos, cedeu ativos a estes fundos, que passaram a ser responsáveis pela gestão dos mesmos.

A exposição total a estas operações de cedência de crédito ascendia a 839,9 milhões de euros no final de 2019. No relatório e contas, o NB já reconhecia que havia “um diferencial” entre a avaliação atual destes ativos e o valor inicial investido.

O Negócios sabe que o objetivo é vender estes ativos. Foi ainda possível apurar que os mesmos estão protegidos em 80% pelo mecanismo de capitalização contingente – que já obrigou o FdR a injetar 2,9 mil milhões no NB.

Significa isto que o FdR deverá voltar a ser chamado a recapitalizar o NB. O banco antecipa já pedir mais 176 milhões, para fazer face às perdas do primeiro semestre.

Resultado operacional cresceApesar dos prejuízos, o Novo Banco salienta que os resultados da atividade, no primeiro semestre, apresentaram melhorias, com uma subida de 3,2% da margem financeira, para os 270,8 milhões de euros, e uma redução de 5,4% dos custos operativos, que se fixaram em 230 milhões. O resultado operacional cresceu, assim, mais de 10%, fixando-se em 87 milhões. Ao mesmo tempo, o banco aumentou a carteira de crédito, que passou a totalizar 27.436 milhões de euros, uma subida de 1,4% que fica a dever-se ao segmento empresarial. Já os recursos totais de clientes subiram 1,7% para os 35.041 milhões.
176

CAPITALIZAÇÃO
O Novo Banco estima pedir 176 milhões de euros ao Fundo de Resolução, no âmbito do mecanismo de capitalização contingente.

Novo Banco com prejuízo de 555 milhões sinaliza nova injecção de 176 milhões

Sábado, Agosto 1st, 2020

Citamos

Público

O banco liderado por António Ramalho fechou o primeiro semestre com um prejuízo de 555 milhões, penalizado ainda pelo legado do BES e já pelos efeitos da pandemia de covid-19.

Entre Janeiro e Junho, o Novo Banco perdeu mais 555 milhões de euros. Um resultado negativo penalizado novamente pelo legado do BES e que irá justificar, segundo o comunicado divulgado esta sexta-feira, uma nova chamada de capital de, pelo menos, mais 176 milhões de euros.

O prejuízo registado no primeiro semestre representa um agravamento de 38% face às perdas de 400 milhões observadas no mesmo período do ano passado. Para além do peso que a gestão de carteiras de crédito problemático continua a ter na actividade da instituição – coberta pela mecanismo de capital contingente -, a instituição começou já a sentir os danos que a pandemia de covid-19 está a ter na qualidade do restante crédito.

Assim, a equipa de António Ramalho decidiu registar uma imparidade adicional de 138,3 milhões de euros “para riscos de crédito decorrentes da pandemia covid-19”, num contexto marcado pelo “abrandamento da actividade bancária e volatilidade dos mercados [que] levou ao agravamento do custo do risco”. Sobre esta questão, o banco não deixa margem para grandes dúvidas: “É esperado que o nível de provisionamento se mantenha elevado nos próximos trimestres” na sequência da crise económica.

A pesar nas contas esteve também não só uma perda de 78,7 milhões de euros “relacionados com a cobertura de risco de taxa de juro de títulos de dívida pública portuguesa”, mas também 26,9 milhões de “reforço da provisão para reestruturação”, incluído no âmbito da actividade do legado do BES.

Precisamente, no que diz respeito ao polémico legado do BES – que já justificou injecções do Fundo de Resolução de perto de três mil milhões de euros, dos quais mais de dois mil milhões com empréstimos do Estado –, o Novo Banco registou perdas de 493,7 milhões de euros, “que reflectem a prossecução do processo de deleverage [desalavancagem] de créditos, imóveis e outras exposições legacy [legado] que estavam no balanço do banco em 2016”. Se por um lado, este resultado explica-se pelo efeito da venda de carteiras de crédito problemático a preços baixos, desta vez surge uma novidade: uma perda de 260,6 milhões de euros em resultado “da avaliação independente aos fundos de reestruturação”.

O banco explica, a este propósito, que “tem na sua carteira de títulos investimentos em fundos de reestruturação, que estão maioritariamente protegidos pelo Mecanismo de Capitalização Contingente”. Assim, “dando resposta a orientações do Banco Central Europeu, o banco obteve uma avaliação independente relativamente à sua exposição a estes fundos (…) em articulação com conceituadas empresas de consultoria imobiliária”. “Deste trabalho resultou um valor de mercado de 557,2 milhões de euros para a totalidade do investimento detido nestes activos, o que levou ao registo da referida perda de 260,6 milhões”.

O Novo Banco acrescenta que “continuará a monitorizar esta área à medida que o impacto da pandemia na economia portuguesa se tornar mais claro”, deixando em aberto novo impacto desta actividade nas necessidades de capital cobertas pelo mecanismo de capital contingente.

Nesta área que está a ser avaliada pela Deloitte, numa auditoria cujos resultados voltaram a ser adiados para Agosto, o activo composto por créditos problemáticos e outras exposições deficitárias decresceu em 782 milhões de euros face a Dezembro de 2019, com a redução na carteira de crédito líquida em cerca de 158 milhões, em imóveis de 129 milhões e nos referidos fundos de reestruturação em 495 milhões.

Assim, em resultado destas perdas, “o Novo Banco estima, a esta data e para este período de seis meses, um montante a receber de 176 milhões de euros ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente”.

Solidez protegida

No que diz respeito à solidez do banco, esta está protegida “em níveis predeterminados até aos montantes das perdas já verificadas nos activos protegidos pelo Mecanismo de Capitalização Contingente”. Quer isto dizer que as injecções do Fundo de Resolução visam, precisamente, manter o Novo Banco à superfície face às exigências impostas pelas autoridades europeias.

Isso mesmo recorda o banco, em comunicado, sublinhando que “o montante de compensação a solicitar com referência a 2020 terá em conta as perdas incorridas nos activos cobertos pelo Mecanismo de Capitalização Contingente, bem como as condições mínimas de capital aplicáveis no final de 2020 ao abrigo” do mesmo instrumento.

“O Novo Banco continua com o seu rácio CET1 [o mais importante] protegido, tendo este nível de protecção sido fixado em 12% a partir de Janeiro de 2020”, conclui, acrescentando que “em 30 Junho de 2020, o rácio provisório CET1 foi de 12,0% e o rácio provisório de solvabilidade total de 13,5%, valores que representam uma redução face aos apurados no final de 2019”. Uma descida explicada pela “diminuição dos capitais próprios impactados no período pelos efeitos decorrentes da pandemia covid-19”.

Isto, apesar “de o Banco Central Europeu (BCE) ter divulgado em 12 Março de 2020 diversas medidas que permitem aos Bancos operar temporariamente abaixo do nível de capital exigido”, como destaca o próprio banco no comunicado dos resultados. “Estas medidas visam impedir a suspensão do financiamento à economia pelos Bancos num contexto económico adverso”, justifica.

Sobre o negócio, neste primeiro semestre atípico, o Novo Banco refere que os resultados da actividade “apresentam melhorias quando comparados com os do período homólogo – aumento do resultado operacional estratégico (+3,1%) em resultado do aumento da margem financeira (+3,2%) e da redução de custos operativos (-5,4%), e aumento do resultado operacional (+10,5%)”. Sem legado do BES, o banco lucrou 34 milhões de euros, tendo o crédito concedido aumentado ligeiramente (+2,6%) em cerca de 600 milhões de euros.

Novo Banco regista prejuízos de 180 milhões no primeiro trimestre

Terça-feira, Junho 9th, 2020

Citamos

Eco

Novo Banco regista prejuízos de 180 milhões no primeiro trimestre

O Novo Banco duplicou os prejuízos para 179,1 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. A crise do coronavírus obrigou o banco a constituir provisões de 70 milhões.

O Novo Banco registou um resultado líquido negativo de 179,1 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, praticamente o dobro dos prejuízos que tinha registado há um ano. A crise do coronavírus obrigou o banco a constituir provisões de 70 milhões de euros. Isso ajuda a explicar o mau desempenho no arranque de 2020.

 

O banco liderado por António Ramalho explica que a pandemia levou a um abrandamento do negócio bancário e a maior volatilidade nos mercados.

Como consequência disso, o Novo Banco viu o custo do risco agravar, tendo reforçado as imparidades para o malparado em 69,7 milhões de euros. “É esperado que o nível de provisionamento se mantenha elevado nos próximos trimestres”, alerta a instituição financeira em comunicado.

O reforço das provisões não é caso único no Novo Banco. Os outros grandes bancos portugueses também já registaram provisões de mais de 200 milhões por causa da crise do Covid-19.

“O processo de reestruturação que temos estado a realizar de forma decidida e com sucesso, ainda que não esteja terminado, permitiu que o Novo Banco nesta crise tenha provado ser um instrumento decisivo e único no apoio às empresas e famílias portuguesas e à economia nacional”, considera António Ramalho.

Bem capitalizado e com liquidez

Apesar dos prejuízos, o banco assegura que “está bem capitalizado e apresenta sólidos níveis de liquidez, estando bem posicionado para dar suporte aos clientes de retalho e empresas” na crise.

Ao nível operacional, o banco também sentiu o impacto do vírus. Apesar do aumento da margem financeira em 10% para 137,4 milhões de euros, o produto bancário caiu para metade, totalizando os 116 milhões de euros devido às perdas já citadas com a dívida pública.

Perante os custos de operação de 115,8 milhões, o resultado operacional caiu 99% para apenas 600 mil euros.

Crédito desce, depósitos aumentam

Do lado do balanço, o crédito a clientes desceu 0,5% para 25,1 mil milhões de euros, devido à redução de créditos tóxicos na ordem dos 150 milhões de euros.

Aliás, o Novo Banco viu o rácio de malparado cair ligeiramente dos 11,8% no final de 2019 para 11,1% no final de março. Tem agora 3,3 mil milhões de euros em NPL (créditos problemáticos), sendo que o rácio de cobertura é de 59%.

Quando aos recursos de clientes (depósitos), eles cresceram 1,6% para para 28,8 mil milhões de euros, isto quando comparado com o final do ano passado.

Os prejuízos de 180 milhões de euros no arranque do ano seguem-se às perdas de 1.058,8 milhões de euros em 2019, e que levou o Novo Banco a pedir ao Fundo de Resolução uma injeção de 1.035 milhões de euros ao abrigo do mecanismo de capital contingente. Esta garantia pública vale 3,89 mil milhões de euros, sendo que quase 3 mil milhões já foram consumidos pelo banco.

 

Novo Banco com prejuízos de 1.058,8 milhões de euros em 2019

Sábado, Fevereiro 29th, 2020

Citamos

Negócios

Com base nos resultados relativos ao ano passado, o banco liderado por António Ramalho vai pedir mais 1.037 milhões de euros ao Fundo de Resolução.

O Novo Banco registou um prejuízo de 1.058,8 milhões de euros no ano passado, o que representa uma melhoria de 25% face ao resultado negativo de 1.412 milhões de euros no ano anterior. Com base nas contas de 2019, a entidade liderada por António Ramalho vai pedir 1.037 milhões de euros ao Fundo de Resolução para reforçar os rácios de capital.

“O grupo Novo Banco apresentou em 2019 um resultado negativo de -1.058,8 milhões de euros, decorrente da combinação de uma perda de 1 236,4 milhões de euros na atividade legacy e de um ganho de +177,6 milhões de euros na atividade recorrente”, de acordo com os resultados divulgados esta sexta-feira.

Neste período, adianta a entidade, o banco “registou perdas relacionadas com o processo de restruturação e desalavancagem de ativos não produtivos, designadamente os projetos Sertorius, Albatros e NATA II, e o processo de venda da GNB Vida”.

“O Novo Banco fechou o ano com um resultado recorrente muito positivo e um crescimento do negócio acima dos 5%. Foi um feito. Mas também foi um feito fazê-lo em simultâneo com uma redução de 3,3 mil milhões de euros de NPL e uma redução acima de 50% do seu balanço legado”, afirmou António Ramalho, CEO do Novo Banco, no comunicado dos resultados.

O produto bancário comercial ascendeu a 864,1 milhões de euros, o que representa um aumento de 12,5% em termos homólogos, “influenciado pelo crescimento na margem financeira (+19,0%) bem como nos serviços a clientes (+3,1%)”, nota o banco.

Já os resultados de operações financeiras foram negativos em -196,8 milhões de euros, “reflexo das perdas decorrentes da atividade legacy (-269,0 milhões de euros). Em oposição a estes resultados, as reservas de justo valor relacionadas com a carteira de títulos apresentaram um expressivo aumento”

Os custos operativos apresentam uma redução de 1,8%, mostra a instituição financeira, situando-se em 478,5 milhões, “um reflexo das melhorias concretizadas ao nível da simplificação dos processos e da otimização de estruturas com a consequente redução no número de balcões e de colaboradores, tendo os custos da atividade legacy apresentado uma redução significativa”.

Quanto às provisões, o valor fixou-se nos 935,4 milhões, desdobrando-se em 627,5 milhões de euros para crédito e 308,1 milhões de euros para outros ativos e contingências, dos quais 47,3 milhões respeitam a provisões para restruturação e 177,8 milhões estão relacionadas com os processos de venda de ativos não produtivos (NATA II, Sertorius e Albatros) e da GNB Vida.

Menos crédito, mais recursos
O crédito a clientes (bruto) registou uma quebra de -1.658 milhões de euros face a dezembro de 2018. “A redução observada no crédito a empresas no exercício de 2019 teve especial incidência no crédito não produtivo da atividadelegacy, que decresceu -2.841 milhões de euros”, refere o Novo Banco.

Na atividade recorrente, o volume de crédito cresceu 5,6%, registando-se aumentos nas carteiras de particulares e empresas.

Já os recursos totais de clientes totalizaram 34,4 mil milhões, o que representa uma subida de 0,8% no valor em análise.