Arquivo para a categoria ‘Sérgio Monteiro’

Sérgio Monteiro recebeu €450 mil para apoiar venda do Novo Banco

Quarta-feira, Abril 14th, 2021

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Expresso

Banco de Portugal pagou quase meio milhão pelo apoio que antigo governante deu entre 2015 e 2017

Sérgio Monteiro, que foi secretário de Estado do Governo de Pedro Passos Coelho, auferiu uma remuneração global de 450 mil euros pelos 26 meses (entre 2015 e 2017) em que esteve a trabalhar com o Banco de Portugal na assessoria à venda do Novo Banco.

“O valor global é de 450 mil euros, o que dá, para os 26 meses, uma média de 17,5 mil euros brutos, multiplicado por 12 meses. Não era contrato de trabalho”, respondeu Sérgio Monteiro na audição desta terça-feira, 13 de abril, na comissão parlamentar de inquérito às perdas do Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

O montante agora revelado pelo antigo consultor do Banco de Portugal é inferior aos mais de 500 mil euros que constam dos contratos publicados no portal Base. “Houve alguns contratos que não foram executados, foram revistos em baixa”, justificou. O valor mensal que lhe foi pago era o equivalente à média que auferia enquanto diretor (e administrador) do banco de investimento da Caixa Geral de Depósitos, onde estava antes de, em 2011, ir para o Governo de Passos Coelho.

Sérgio Monteiro revelou ter sido procurado pela autoridade da banca para ter uma conversa com o então governador Carlos Costa e pelo administrador Hélder Rosalino, que tinha sido secretário de Estado dos Assuntos Fiscais no mesmo Governo que Monteiro integrou como secretário de Estado dos Transportes. A conversa aconteceu nos últimos meses de 2015, depois de o Banco de Portugal ter desistido da venda da participação de 100% do Fundo de Resolução no Novo Banco no processo que acabou com três ofertas (Anbang, Apollo e Fosun) que não satisfizeram o supervisor.

No fim de 2015 foi iniciado um novo processo de venda. “Pediram-me que pudesse fazer a coordenação operacional de uma equipa que já existia e levar a cabo o objetivo de vender, na modalidade que fosse decidida posteriormente”, disse Sérgio Monteiro aos deputados – numa audição em que, antes de responder aos deputados, quis evocar a memória dos políticos recentemente falecidos Almeida Henriques, seu colega no Governo de Passos Coelho, e Jorge Coelho.

O processo de alienação do Novo Banco que Sérgio Monteiro apoiou concluiu-se com a venda de 75% do capital à Lone Star em outubro de 2017, por zero euros, mas com o compromisso de injeção de mil milhões de euros no banco pelo grupo americano. Nessa altura, disse o antigo governante, “as necessidades de capital ficaram substancialmente cobertas aquando da venda”. Necessidades que, revelou, começaram logo a existir quando se inteirou do dossiê Novo Banco, em 2015.

Apesar dessa cobertura, a venda foi concretizada com a constituição do mecanismo de capital contingente, que abria a porta a que o Fundo de Resolução pudesse colocar até 3,89 mil milhões de euros para cobrir perdas de um determinado conjunto de ativos pelos quais a Lone Star não se quis responsabilizar na totalidade, e o efeito dessas perdas nos rácios de capital.

Neste processo, o Deutsche Bank foi contratado pelo Banco de Portugal como assessor financeiro, em que o contrato em causa tinha um valor de 3,5 milhões de euros – ainda assim, inferior aos 5 milhões pagos ao BNP Paribas pelo processo falhado.

Sérgio Monteiro: Expectativa era que NB usasse no máximo 1.500 milhões do mecanismo de capital

Quarta-feira, Abril 14th, 2021

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Negócios

Sérgio Monteiro, consultor do Banco de Portugal para a venda do Novo Banco, foi ouvido na comissão de inquérito ao banco liderado por António Ramalho.

Sérgio Monteiro, consultor do Banco de Portugal para a venda do Novo Banco, afirma que a “expectativa central” em 2017 era que o banco liderado por António Ramalho pedisse, no máximo, 1,5 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução, no âmbito do mecanismo de capital contingente de até 3,89 mil milhões de euros.

“Os cenário de previsão de utilização do mecanismo de capital contingente iam de zero até ao extremo”, começou por dizer Sérgio Monteiro aos deputados, na comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco, esta terça-feira, 13 de abril.

De acordo com o responsável, “era sempre possível admitir, mesmo com probabilidade baixa, que todo o mecanismo de capital contingente fosse utilizado”, notando que a “expectativa central naquela altura era que as perdas dos ativos que faziam parte do mecanismo fossem um pouco superiores a 1.500 milhões de euros”.

“Se tudo corresse mal do ponto de vista de capital, essa era a utilização máxima pois mesmo que houvesse muitas necessidades de capital, se não houvesse perdas do mecanismo de capital contingente, nunca poderia ser chamado mais do que esse valor. Mas não era expectável que, mesmo com perdas de mais de 1.500 milhões de euros, que a totalidade fosse utilizada porque se esperava que o requisito de capital baixasse por parte do BCE. Portanto, desse ponto de vista, a utilização máxima estava limitada a 1.500 milhões”, referiu Sérgio Monteiro, que esteve à frente do processo de venda do Novo Banco, em 2017, recebendo 450 mil euros por este trabalho.

Esta expectativa acabou por não ser cumprida. O Novo Banco já pediu, até agora, perto de 2,9 mil milhões de euros no âmbito do mecanismo de capital contingente. E já afirmou que irá pedir mais perto de 600 milhões, com base nas contas de 2020.

Bruxelas travou poder de decisão do FdR 
O Novo Banco foi vendido ao fundo Lone Star em 2017, que ficou com uma participação de 75% na instituição finaneira. Já a restante posição, de 25%, ficou do lado do Fundo de Resolução.

No entanto, o fundo liderado por Máximo dos Santos acabou por não ter poder de decisão na gestão do banco. Bruxelas travou esta possibilidade.

A nomeação de gestores pelo Fundo de Resolução esteve em cima da mesa por haver “o risco de ser adotado um conjunto de decisões que eram contrárias ao interesse” do fundo. Para isso, “procurámos acautelar essa situação com a nomeação de administradores”, disse Sérgio Monteiro, no Parlamento,

“Esta nomeação não aconteceu por decisão/requisito da Comissão Europeia”, afirmou. Depois acabou por ser criada uma comissão de acompanhamento para representar o fundo no Novo Banco. “Foi um remendo, uma solução subótima.”

Segundo Sérgio Monteiro, a Direção Geral da Concorrência europeia opôs-se a isto porque considerou que os gestores “exerceriam uma magistratura de influência para que as perdas não fossem reconhecidas no sentido de minimizar a probabilidade de utilizar o mecanismo de capital contingente”.

Novo Banco não foi para a bolsa porque tinha contas com reservas

Quarta-feira, Maio 24th, 2017

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Negócios

O Banco de Portugal descartou a possibilidade de dispersar o capital do Novo Banco em bolsa porque a instituição tinha contas com reservas. Regras dos Estados Unidos desvalorizavam o activo. Restantes propostas nunca foram firmes.

A possibilidade de dispersar o capital do Novo Banco em bolsa foi afastada pelo Banco de Portugal devido à existência de reservas nas contas da instituição, revelou Sérgio Monteiro no Parlamento.

“Havia uma dificuldade. Havia reservas às contas do Novo Banco relacionada com a dificuldade de garantir a recuperação de DTA [activos por impostos diferidos]. Esta reserva impedia que a oferta fosse feita nos Estados Unidos, a não ser que os DTA saíssem do Banco, o que abriria necessidades de capital na instituição “, revelou um dos três coordenadores do processo de venda.

Segundo Sérgio Monteiro, ainda foram feitas diligências para que o auditor, a PwC retirasse essa reserva, pedido que a empresa de auditoria recusou. Este problema só foi superado nas contas do Novo Banco relativas ao final de 2016.

Relativamente às restantes propostas de compra que ficaram para trás, face à vitória da Lone Star, Sérgio Monteiro garante que não houve outras ofertas firmes.

A proposta do consórcio Apollo/Centerbridge para a compra do Novo Banco não chegou a ser vinculativa. “Houve um candidato que pediu sempre mais tempo para tornar firme a sua proposta”, revelou Sérgio Monteiro, coordenador do processo de alienação na comissão parlamentar de Orçamento Finanças e modernização Administrativa.

O responsável revelou que este candidato pediu seis a oito semanas além de 24 de Fevereiro para apresentar uma oferta vinculativa, o que significava que só em Abril a proposta seria firme. Neste contexto, a 17 de Fevereiro o Banco de Portugal decidiu negociar em exclusivo com a Lone Star, já que “não era crível que mais tempo assegurasse uma melhor proposta”, sublinhou Sérgio Monteiro.

Por seu turno, a oferta da China Minsheng era “melhor do ponto de vista de valor, mas nunca chegou a ser transaccionável, pela falta de documentos confirmativos que permitissem a comprovação da existência de fundos para assegurar injecção de capital no Novo Banco”.

Quanto à tentativa da Aethel entrar no processo, Sérgio monteiro revelou que este investidor “fez a primeira interacção connosco em Janeiro”, recebendo como resposta que “só juntando-se a um dos candidatos” poderia entrar no concurso.

O coordenador do processo admitiu ainda disponibilizar ao Parlamento a “troca de correspondência com a Aethel”, para a COFMA poder avaliar os pormenores desta indicativa, desde que o investidor aceite está partilha.

Novo Banco: Saída de Sérgio Monteiro deixa venda nas mãos do Governo

Segunda-feira, Março 13th, 2017

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Público

Responsáveis do Lone Star estiveram em Portugal no início da semana, já com Sérgio Monteiro apenas como consultor externo do Banco de Portugal. Operação está próxima do fim.

O afastamento de Sérgio Monteiro da linha da frente das negociações para a venda do Novo Banco ao fundo de investimento Lone Star está a ser interpretado como um sinal de que se avizinha o anúncio de um desfecho positivo. Mas também como forma de o Governo se apropriar politicamente do dossiê, no qual o custos para os contribuintes podem vir a agravar-se para além de 3,9 mil milhões de euros.

 

 

Sérgio Monteiro passa a consultor do BdP na venda do Novo Banco

Quinta-feira, Março 9th, 2017

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Negócios

Sérgio Monteiro deixou de liderar o processo de venda do Novo Banco e passou a ser consultor externo do projecto. O ex-secretário de Estado dos Transportes vai acompanhar o dossiê até ao fecho da operação de venda, mas com um salário mais baixo do que os anteriores 25 mil euros.

Sérgio Monteiro já não está a liderar o processo de venda do Novo Banco em representação do Banco de Portugal, tendo passado a desempenhar funções de consultor externo da instituição neste dossiê, confirmou o Negócios, depois de o Eco ter avançado a alteração de funções do antigo secretário de Estado dos Transportes de Pedro Passos Coelho.

 

A alteração de funções foi efectivada no final de Fevereiro e vai implicar uma redução significativa da remuneração que o Banco de Portugal paga a Sérgio Monteiro. Até aqui, o líder operacional da venda do Novo Banco tinha uma remuneração mensal bruta de 25,4 mil euros, pago no âmbito de um contrato de prestação de serviços. Para já, ainda não foi possível confirmar qual o valor da nova avença.

 

De acordo com as condições agora estabelecidas, Sérgio Monteiro compromete-se a manter-se consultor externo do processo de venda do Novo Banco até que a transacção esteja concluída. A expectativa do Governo aponta para que este dossiê fique concluído nas “próximas semanas”, como adiantou o ministro das Finanças esta terça-feira.

O Banco de Portugal e Sérgio Monteiro actualizaram o contrato de prestação de serviços relacionado com o Novo Banco depois de a estrutura base da venda da instituição ter sido acordada com a Lone Star e de o dossiê ter passado para as mãos do Governo. O Executivo assumiu o dossiê uma vez que está previsto que o Estado, através do Fundo de Resolução ou de outra entidade pública, fique com 25% da instituição, o que implica a renegociação dos compromissos assumidos pelo Governo junto de Bruxelas.

 

Sérgio Monteiro foi contratado para liderar o processo de venda do Novo Banco em Novembro de 2015, dois meses antes do lançamento da segunda tentativa da venda da instituição, com direito a uma remuneração bruta mensal de 25,4 mil euros. O primeiro contrato terminava no final de Outubro, mas foi prolongado por mais três meses, com a possibilidade de haver renovações mensais até ao final de Abril. Dada a alteração de funções, desde o início de Março que o acordo passou a dizer respeito a serviços de consultoria externa, com consequente alteração das condições de remuneração.

Sérgio Monteiro: Força nas canelas

Domingo, Janeiro 22nd, 2017

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Correio da Manhã

Faz 43 anos para o mês que vem, o gestor que se farta de pedalar. Aquele que já foi de Mangualde à Serra da Estrela, das PPP à TAP, corre agora o risco de derrapar agarrado ao Novo Banco
O amigo conterrâneo precipitou-se. O Opus Dei, afinal, não recrutou Sérgio da Silva Monteiro. Na adolescência, foi acólito, o padrinho é sacerdote, a falecida mãe, professora primária, era devota, a irmã assessorou um antigo presidente da Câmara de Mangualde, que é supranumerário.

Coincidências. Sérgio Paulo Lopes da Silva Monteiro diz pela sua própria voz que nunca pertenceu à Prelatura pessoal da Igreja Católica. Casado e com descendentes, três raparigas e um rapaz, é fácil encontrá-lo, aos fins-de-semana , a passear os herdeiros de bicicleta, no Parque das Nações, em Lisboa, onde reside. No passado, pedalou desde a sua terra natal, Mangualde, até ao infinito da Serra da Estrela. Agora, os pedais têm tempo limite: Abril próximo.

A milionária prestação de serviço ao Banco de Portugal justifica-se numa alínea: encontrar comprador para o ‘banco bom’ após o naufrágio de Ricardo Salgado. Bem posicionado para ficar com o Novo Banco é o Lone Star Funds, comandado por John Grayken, tido como um oportunista que fez fortuna a partir dos erros alheios.

Próximo de Maria Luís

O governador Carlos Costa entusiasmou-se com a biografia do homem nascido em 19 de Fevereiro de 1974, sobretudo no que respeita a processos de privatização, sucedidos em 2013, e colocou-o à frente do projecto de um negócio que já viu as águas de bacalhau. Não é a estreia de Sérgio Monteiro na ribalta.

Antes de ser secretário de Estado das Infra-estruturas e Transportes de Passos Coelho, administrou a Caixa Banco de Investimento da CGD, onde às suas costas caíam as Parcerias Público-Privadas (PPP). Dialogante, conciso e combativo. Travou batalhas. Na TAP negociou com sindicatos de pilotos. No Metro retirou aos funcionários a regalia dos óculos escuros. Privatizou a ANA, resolveu a CP Carga, vendeu os CTT em Bolsa à finança internacional.

Almas vivas do PSD não querem saber do CV de Monteiro: “Ainda para mais não é militante.” É apenas adepto do Benfica. No consulado de Passos Coelho, diz-se que o pós-graduado em Ciências Empresariais fez papel de ministro da Economia e que teve proximidade com Maria Luís Albuquerque.

Há militantes do PSD que não digerem o facto de, em Janeiro de 2011, ter integrado o Grupo de Trabalho para a reavaliação das PPP e Concessões, por indicação de Governo socrático: “Sérgio Monteiro começa com os socialistas e a seguir vai para governo de coligação PSD/PP. E depois, continua no seu melhor?!” A ironia refere-se ao salário atual – 25, 4 mil € -, que teve direito a um prolongamento. A explicação do balúrdio veio em comunicado. Monteiro, filho de um bancário da CGD, recebe uma remuneração igual à que auferia no CaixaBI. Este detalhe provoca riso a fonte adjacente. O lugar de Monteiro terá sido preenchido e é improvável que volte a reunir tantos euros num só mês.

Sérgio Monteiro tem novo contrato de até 6 meses por 25 mil euros por mês

Segunda-feira, Janeiro 2nd, 2017

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Negócios

Tal como o Negócios noticiou, Sérgio Monteiro ganhou em Novembro mais três meses para vender o Novo Banco. Mas o contrato pode ir até Abril. O antigo governante continua a receber 25,4 mil euros por mês.

O novo contrato de Sérgio Monteiro para vender o Novo Banco estende-se até ao final deste mês. Contudo, as cláusulas contratuais prevêem que possa ir até Abril. As condições financeiras mantêm-se: uma remuneração de 25,4 mil euros por mês.

“O contrato inicia-se a 1 de Novembro de 2016 e mantém-se em vigor pelo prazo de três meses, considerando-se automaticamente renovado por períodos sucessivos de um mês, até um máximo de três meses, se nenhuma das partes não o denunciar, sem prejuízo das obrigações acessórias que devam perdurar para além da sua cessação”, assinala o contrato publicado a 5 de Dezembro no portal Base. O primeiro contrato foi de Novembro de 2015 até ao mesmo mês do ano seguinte, pelo que este lhe dá continuidade.

O Negócios tinha já noticiado, no final de Outubro, a extensão da ligação entre Sérgio Monteiro e o Banco de Portugal por três meses, isto é, até Janeiro, mas o documento publicado no Base menciona a possibilidade de o contrato prolongar-se até Abril. O antigo secretário de Estado dos Transportes está a gerir o processo de venda do Novo Banco desde o final de 2015 e a intenção inicial era fechar o dossiê no ano passado, o que não aconteceu.

As condições contratuais mantêm-se idênticas no segundo contrato: Sérgio Monteiro aufere uma remuneração bruta de 25,4 mil euros por mês, acrescidos de IVA. O primeiro contrato, de 12 meses, custou ao regulador da banca 304,8 mil euros enquanto este último tem um custo de 152,4 mil. A ambos os valores acresce o do imposto. Mensalmente, são os 25,4 mil euros, a que se soma o IVA. Com uma taxa de 23%, o valor bruto recebido supera os 30 mil euros.

Aquando do primeiro contrato, o Banco de Portugal quis assegurar dois aspectos: Sérgio Monteiro tem uma remuneração igual à que recebia no CaixaBI antes de ir para o Governo de Passos Coelho; e presta serviços ao Fundo de Resolução, a entidade que será responsável por pagar as assessorias para a venda do banco de que é accionista, o Novo Banco.

A consultoria, contratada pelo Banco de Portugal por “ausência de recursos próprios”, entra em 2017 numa fase crucial.

A venda da instituição financeira poderá dar um novo passo esta semana, já que um dos candidatos, a americana Lone Star, mantém a data-limite de 4 de Janeiro para permanecer na corrida pelo banco presidido por António Ramalho. O conselheiro de Estado Marques Mendes assegurou, no seu habitual comentário semanal na SIC, que a Lone Star é a melhor posicionada no processo de alienação depois dos problemas dos chineses do Minsheng Financial Group, com a melhor oferta financeira, para apresentar as garantias bancárias.

Além dos americanos da Lone Star e dos chineses do Minsheng, estão na corrida o consórcio Apollo/Centerbridge e os bancos BCP e BPI.

Último relatório sobre Novo Banco ainda não recomenda comprador

Sexta-feira, Dezembro 30th, 2016

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Público

Processo não estará concluído antes do final do ano. E antes de ir ao Governo a proposta de Sérgio Monteiro terá de ser aprovada pelo Banco de Portugal.

O Banco de Portugal, a autoridade de resolução do Novo Banco, enviou esta semana novo documento ao Ministério das Finanças a fazer o ponto da situação, mas de modo mais detalhado do que as anteriores comunicações. Isto, depois de uma semana de conversas intensas com o Minscheng e o Lone Star, que ontem, ao início da noite, continuavam activos nas negociações para ficar como banco.

Qualquer decisão que venha a ser sinalizada pelo Banco de Portugal (BdP) terá de ser acompanhada das vantagens e desvantagens associadas, e das outras alternativas para permitir que o Governo delibere com o quadro completo em cima da mesa.

Em entrevista ao PÚBLICO, a 3 de Outubro, António Costa declinou comentar o tema Novo Banco, mas clarificou: “ O senhor governador do Banco de Portugal [Carlos Costa] já anunciou que brevemente apresentará ao Governo o quadro de soluções que tem a propor relativamente a esse processo que tem sido conduzido directamente pelo Banco de Portugal. Portanto, não vou antecipar-me.”

As negociações são conduzidas por Sérgio Monteiro, que  Carlos Costa encarregou em 2015 de tentar, pela segunda vez, colocar no mercado o banco que herdou activos do ex-BES. E são complexas. Desde logo, pelo potencial impacto no sector bancário e nos contribuintes, riscos que o BdP e a tutela terão de acautelar.

Ontem, o Minsheng ainda não tinha depositado no BdP a prova de que dispõe dos capitais para pagar o investimento, uma condição para assumir o controlo (51%) do Novo Banco por aumento de capital. O Haitong Bank, um pilar na estrutura de financiamento do Minsheng (à volta de 750 milhões), terá reequacionado as disponibilidades para dar um empréstimo-ponte naquele valor. Os chineses têm justificado as dificuldades em entregar uma garantia bancária pelas restrições levantadas pelo governo central à saída de capitais. O Minsheng já solicitou à tutela a possibilidade de apresentar o aval em duas fases, algo que está a ser analisado.  O China Minsheng tem a seu favor o facto de não exigir ao Estado uma protecção para eventuais contingências que possam surgir no futuro.

Já o Lone Star não falhou a apresentação a prova de que dispõe de fundos para comprar o banco português, e até paga mais à cabeça do que o Minsheng. Mas continua a fazer depender a sua oferta da concessão pelo Estado de uma contra-garantia sobre cerca de 2000 a 2500 milhões de euros de activos. Ou seja, quer segurar-se  contra a eventual desvalorização (em torno dos 25%) da carteira de activos para alienação e que foi  avaliada à volta de 8000 milhões.

Só com esta protecção, o fundo norte-americano admite adquirir 100% do Novo Banco e injectar os capitais necessários [cerca de 1500 milhões, cerca de 500 milhões com venda de activos, ou seja, com o pelo do cão]. Se o pedido for aceite, o Governo terá de o repercutir no défice, o que politicamente não é fácil de gerir para António Costa.

Novo Banco simplifica organização interna antes da venda

Sexta-feira, Dezembro 2nd, 2016

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Negócios

O Novo Banco vai eliminar dez estruturas centrais, no âmbito do processo de simplificação da organização dos directores de primeira linha. Um processo que acontece numa altura em que a instituição liderada por António Ramalho está a ser vendida.

Numa altura em que faltam poucas semanas para se saber quem vai comprar o Novo Banco, a instituição liderada por António Ramalho acaba de concluir “a primeira fase do projecto de transformação, simplificando a estrutura da organização ao nível dos gestores de primeira linha”, revela o banco numa nota enviada ao Negócios.

Esta simplificação, que entra em vigor a 1 de Janeiro, traduz-se na redução de “dez estruturas centrais, e respectivos directores coordenadores, passando das actuais 39 para 29, o que representa uma redução de 25,6% nas estruturas de topo do banco”, adianta a instituição. O processo abrange “várias áreas do banco, designadamente, nas áreas de marketing, comerciais e recuperação de crédito”.

O Novo Banco não especificou se esta reorganização contribuirá para o esforço de redução de custos em marcha. Mas, a prazo, este é o objectivo final da simplificação agora decidida, uma vez que alguns directores coordenadores deixarem de exercer esta função. Nos primeiros nove meses do ano, os gastos operacionais totalizaram 449,9 milhões de euros, evidenciando uma redução de 24,3% face ao período homólogo do ano anterior”, sublinha a instituição.

Quando esta simplificação entrar em vigor, a 1 de Janeiro, o Banco de Portugal já deverá ter anunciado quem vai comprar o Novo Banco, decisão que a instituição liderada por Carlos Costa quer tomar até ao final do ano.

Neste momento, a equipa responsável pelo processo de alienação, liderada por Sérgio Monteiro, mantém discussões com os cinco candidatos à compra do Novo Banco: BPI, BCP, Apollo/Centerbridge, Lone Star e China Minsheng.

Os quatro primeiros interessados posicionaram-se para a venda directa, enquanto o grupo chinês se candidatou à alienação em mercado, que prevê a dispersão da maioria do capital a um ou mais investidores. Tal como o Negócios avançou a 7 de Novembro, as propostas finais apresentadas pelos cinco candidatos admitem, entre outros cenários, a fusão de diferentes ofertas numa só.

Novo Banco mais perto de ficar em mãos estrangeiras

Quarta-feira, Novembro 23rd, 2016

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Dinheiro Vivo

Nem o BCP nem o BPI apresentaram propostas firmes para a compra do Novo Banco, o que deixa o ex-BES mais próximo de outros interessados

O BPI e o BCP, únicas entidades bancárias presentes em Portugal que se apresentaram à corrida pelo Novo Banco, não avançaram com propostas firmes para a aquisição da instituição, encontrando-se por isso na cauda da lista dos interessados. Este facto abre a porta à entrega do Novo Banco aos fundos presentes na corrida ou ao grupo chinês Minsheng, que corre pela dispersão em bolsa.

Se no caso do BCP já era conhecida a falta de substância da proposta apresentada pelo banco, algo que a própria administração assumiu publicamente, agora, e segundo o Dinheiro Vivo apurou, também a oferta que o BPI efetivamente apresentou deve ser colocada no mesmo cesto. As ofertas nacionais estão, assim, e na melhor das hipóteses, degraus abaixo daquelas que chegaram por parte dos fundos e do grupo chinês igualmente interessado no Novo Banco.

A ausência de propostas firmes por parte de BCP e BPI pelo capital do Novo Banco deverá provavelmente deixá-los de fora da corrida por este banco. A segunda tentativa de venda do ex-BES está a cargo de Sérgio Monteiro, ex-secretário de Estado dos Transportes, contratado pelo Banco de Portugal (BdP) para liderar o processo. Será também à conta da falta de substância das propostas apresentadas que nem BCP nem BPI avançaram entretanto com qualquer esclarecimento ao mercado sobre a participação neste processo de venda.

De facto, e quando decorrem negociações de compra ou similares envolvendo empresas cotadas em bolsa, e na existência de uma proposta sólida, o mercado deve ser informado das mesmas. As empresas até podem pedir uma exceção a esta obrigação porém, assim que o seu nome chega aos jornais – como ocorreu com BCP e BPI, cuja participação nesta segunda tentativa de venda do Novo Banco foi amplamente noticiada -, tal exceção já não é possível. Ou seja, e do ponto de vista formal, caso BPI e BCP tivessem apresentado propostas firmes, estas já deveriam ter sido comunicadas. Ainda quanto ao caso específico do BPI, também não é demais relembrar que, estando este banco a ser alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA), a sua administração está com os poderes de gestão limitados.

Desta forma, e para que Fernando Ulrich e a sua equipa avançassem com uma proposta firme pelo Novo Banco, a mesma teria que ser primeiro sufragada por acionistas – o que não ocorreu. O Banco de Portugal comunicou a 4 de novembro ter recebido cinco propostas no âmbito dos dois procedimentos de venda do Novo Banco que tem em curso. Sem avançar com nomes dos concorrentes, tanto o DN/DV, como outros meios, confirmaram no próprio dia que na corrida estavam o BCP e o BPI, além do fundo Lone Star e o consórcio entre os fundos Apollo/Centerbridge. Este conjunto de interessados apresentou-se para a compra de 100% do banco de transição. Já o grupo Minsheng é o quinto interessado, ainda que correndo pela venda de parte do banco através do mercado.

Sobre a participação no processo de venda, Nuno Amado, CEO do BCP, assumiu desde logo que o banco se tinha limitado a apresentar “uma carta de interesse”, sem avançar sequer com valores. Já o BPI remeteu-se ao silêncio. Venda: fase de esclarecimento Apesar das propostas de BCP e do BPI não serem firmes, os cinco interessados no Novo Banco continuam a ser ouvidos pelos responsáveis pela venda da instituição, soube o Dinheiro Vivo. O objetivo desta fase é obter mais esclarecimentos sobre as propostas mas também apurar a “firmeza” das propostas de BPI e BCP, ou se todos cumprem os requisitos. Mas apesar de todos estarem a ser ouvidos, do lado vendedor também já é assumido que os bancos portugueses estão abaixo das propostas dos fundos e do grupo Minsheng.

Sérgio Monteiro e a equipa responsável pelo segundo processo de venda do Novo Banco, além dos diálogos com os os cinco interessados para esclarecer aspetos das ofertas, encontra-se igualmente em contactos constantes com a Comissão Europeia e o governo português, de forma a manter estas autoridades a par dos avanços . O BdP mantém a esperança de fechar o processo até ao final do ano, sendo certo que a venda de ativos do Novo Banco aos bocados está riscada. O segundo processo de venda do Novo Banco foi aberto em janeiro deste ano depois da primeira tentativa ter sido suspensa em setembro do ano passado, por falta de “qualidade” das propostas.