Arquivo para a categoria ‘Testes de stres’

Banif. As respostas (possíveis) às cinco dúvidas de Marques Mendes

Segunda-feira, Dezembro 28th, 2015

Citamos

Observador

Luís Marques Mendes fez no domingo, na SIC, um conjunto de perguntas sobre alguns dos aspetos que faltam explicar sobre a resolução do Banif. Conheça algumas das respostas.

O comentador político da SIC Luís Marques Mendes (LMM) deixou, neste domingo, algumas questões sobre aquilo que falta explicar na operação do Banif. E “falta explicar muitíssimo”, disse. Elencámos, neste texto, as cinco dúvidas do antigo deputado do PSD e fomos à procura de algumas respostas. As possíveis.

LMM: “Como se entende que em 2013 o Governo [PSD/CDS] tenha metido 1,1 milhões de euros no Banif sem que tivesse um administrador executivo na administração? É o único caso em que o dono da empresa não manda!”

O Estado começou por ter ficar com uma participação de 99% no Banif, uma posição acionista que viria a cair para cerca de 60% após um aumento de capital. Além desses 700 milhões de euros em capital injetado em troca do qual o Estado recebeu ações – muitas ações – o Estado fez um empréstimo ao Banif de 400 milhões de euros (através da subscrição de instrumentos de capital contingente). Apesar de todo este dinheiro, LMM questiona se o Estado mandava no Banif.

Como explicou ao Observador fonte próxima do processo, a lei da recapitalização da banca apenas prevê a nomeação deadministradores não executivos por parte do Estado. E porque é que é assim? Em parte porque a troika, sobretudo o FMI na altura, não via com bons olhos a nomeação de administradores executivos cujo cargo tivesse um caráter permanente. Foi assim em todos os bancos que receberam empréstimos estatais naquela altura. É certo que o Banif foi um caso especial, por implicar também uma injeção de capital, mas foi nesse enquadramento geral que foram feitas todas as recapitalizações.

Para o Banif foram, então, nomeados dois administradores não executivos, um com assento na comissão executiva – António Varela e, depois, Miguel Artiaga Barbosa (que tinha estado no BPI) – e outro noconselho fiscal – Rogério Pereira Rodrigues, mais tarde substituído por Issuf Ahmad. O que acontece, normalmente, é que apesar da existência destes administradores, cabe à equipa executiva normal a aplicação dos planos de recapitalização que foram apresentados ao Banco de Portugal e que, pela mão do Banco de Portugal, foram apresentados ao Ministério das Finanças. A estes administradores não executivos cabe, sobretudo, fiscalizar e acompanhar o trabalho dos administradores executivos.

O que se sabe, contudo, no caso do Banif, é que a ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque fez várias tentativas de substituição do executivo liderado por Jorge Tomé, por razões que a ministra não explicou com clareza na correspondência que manteve com a Direção Geral da Concorrência (DGComp) ao longo dos meses. O que significa que mesmo que se argumente que o Estado “não mandava” no Banif, pelo menostentou mudar a liderança que, eventualmente, mandaria.

LMM: “Houve oito processos de reestruturação do banco entregues em Bruxelas e nenhum foi aprovado. Ninguém vem dar uma explicação?

Pouco depois da resolução do Banif, surgiu a notícia de que teria havidooito versões (outras fontes dizem seis) diferentes de planos de reestruturação propostos a Bruxelas, todos eles rejeitados. Ora, para uma fonte conhecedora do processo contactada pelo Observador, esta é um pouco uma “falsa questão”, até porque outros bancos também tiveram várias versões deste documento complexo e também não foram aceites à primeira.

“O facto de haver várias versões dos planos não significa que tenha havido rejeições dos mesmos”, diz essa fonte, salientando que é um processo normal e relacionado com a complexidade destes dossiês que, recorde-se, recebem sempre uma apreciação do Banco de Portugal e são, depois, formalmente apresentados a Bruxelas pelo Ministério das Finanças.

LMM indagou, na SIC, como é que é possível que, pelo menos uma segunda versão já não seja feita de acordo com o que foi apontado na rejeição de uma primeira. Mas estes planos resultam, normalmente, de um processo de diálogo e uma negociação com vários momentos. Houve rejeições informais de algumas secções (e aceitação de outras) o que é mais natural do que do que pode parecer. É claro que não se quer, com isto, dizer que o Banif não estava, realmente, a ser um caso particularmente bicudo. Precisamente por isso é que foi aberta ainvestigação aprofundada por parte de Bruxelas, e também pelo facto de o Banif não ter pago as CoCos em 2014, como era suposto.

LMM: “O Governo [PSD/CDS] fez um concurso em cima da hora, em estado de necessidade, para vender o banco. Por que razão não o fez em fevereiro ou março, a tempo e horas? Dá a sensação que quis adiar isto para depois das eleições

Esta é, eventualmente, a questão de resposta mais difícil – porque é mais subjetiva e porque é um tema que surge associado ao Novo Banco. Mas, quando falamos do Novo Banco, deve salientar-se que o calendário de uma venda de um banco de resolução é, por inerência, umaresponsabilidade do Banco de Portugal – apesar das autorizações por ajudas de Estado que têm existido no BES e no Banif por haver dinheiros públicos envolvidos.

No que diz respeito ao Banif (que não era, na altura, um banco de resolução), Luís Marques Mendes tem a interpretação de que caberia ao governo (ao Estado, enquanto acionista maioritário) acelerar ou abrandar no processo de venda. A correspondência trocada entre Maria Luís Albuquerque e Margrethe Vestager, a comissária europeia para a Concorrência, ajuda a perceber o nível de urgência que existia no Ministério das Finanças para a venda da posição do Estado.

O que é facto é que quem acompanhou o tema do Banif nos últimos anos foi recebendo sucessivas indicações de investidores que estariam interessados e, muitas vezes, vistos como estando na iminência de fazer propostas. O ex-presidente, Jorge Tomé, reconheceu várias vezes, publicamente, a necessidade de “acelerar” a procura de um investidor para o banco, mas pelo menos nos moldes em que a instituição se apresentava ao mercado (com todos os seus ativos e passivos), isso nunca chegou a acontecer.

LMM: “Este governo excluiu do concurso de venda quatro fundos por não terem licença bancária. Se foram admitidos a concorrer, como é que são excluídos depois disso? Um deles foi a Apollo, que concorreu à compra do Novo Banco. Isto é tudo pouco ortodoxo

Na ata da reunião de sábado, 19 de dezembro, no Banco de Portugal pode ler-se que, perante o fracasso das negociações entre o Banif e os vários interessados (que tinham apresentado propostas que passavam pelo recurso a – mais – fundos públicos), estava fora de questão que o Banco de Portugal iniciasse “um processo de convite a um número alargado de potenciais adquirentes para apresentarem propostas de aquisição”.

A negociação da venda [após resolução] deve, portanto, ser conduzida com instituições que participaram nas negociações tendentes a conseguir a venda voluntária”, acrescenta a ata.

A diferença entre o BES/Novo Banco e o Banif é que ao Novo Banco foi atribuída uma licença bancária imediatamente, logo após a sua formação. Isso fez com que qualquer investidor – fosse banco, fundo privado ou outro – poderia comprar a instituição, sem que o comprador tivesse à partida licença bancária para operar na zona euro.

O mesmo não se passou com o Banif – a licença bancária, aqui, estava em causa, pois não estava em causa a venda do capital social ou de uma participação num banco, mas antes a venda de ativos e passivos do Banif, em particular carteiras de crédito e depósitos, para cuja detenção se exige uma autorização bancária. E o Banco de Portugal explica que apenas oSantander Totta e o Banco Popular correspondiam aos “requisitos da Carta de Compromissos do Estado Português, quanto ao perfil da instituição adquirente” – eram “duas instituições de maior dimensão e capacidade financeira” do que os fundos internacionais que terão feito propostas.

O que é mais curioso, nesta intervenção de LMM, é que, segundo o comentador político, o Banco Popular terá desistido a certa altura. Uma informação que não foi confirmada oficialmente e que contraria o que tem sido escrito na imprensa. Assim, a confirmar-se, fica a dúvida sobre como é que o Banco de Portugal pode dizer que “a condução do presente processo com estas duas instituições permite compatibilizar atensão competitiva do processo com o cumprimento do calendário exigente de aplicação da referida medida de resolução”.

LMM: “Na resolução do BES os encargos foram suportados pelos bancos e não pelos contribuintes. Agora, já não é o sistema financeiro que suporta os riscos mas os contribuintes. Duas resoluções, dois bancos, dois critérios opostos. Esta questão tem que ser esclarecida

Se a questão número 3 era a mais de difícil resposta por ter maior grau de subjetividade, esta última questão colocada por LMM é a mais difícil por ainda haver alguma falta de transparência sobre a decisão tomada e osvários intervenientes, desde o governo e o Banco de Portugal até à Direção-Geral da Concorrência europeia.

A diferença é que na resolução do BCE, houve uma injeção de capital financiada diretamente pelo Fundo de Resolução da banca. A injeção somou 4.900 milhões de euros pagos pelo Fundo, embora este tenha tido de pedir emprestados 3.900 milhões ao Estado. Mas aresponsabilidade última de reembolsar este dinheiro é do Fundo de Resolução, ou seja, dos bancos.

Mas porque é que se no BES todo o esforço recaiu sobre os stakeholdersdo banco e sobre os outros bancos, no Banif haverá uma injeção estatal de 2.225 milhões, dos quais 1.766 milhões são aplicados pelo Tesouro e o Fundo de Resolução apenas responde por 489 milhões?

Mário Centeno, ministro das Finanças, explicou após um Conselho de Ministros o seguinte:

No contexto da legislação atual, que hoje se aplica em Portugal, [o Fundo de Resolução só pode financiar uma resolução de um banco] num montante que não seja superior a 5% do passivo e fundos próprios, o que coloca um limite à intervenção do Fundo de Resolução que, à data da intervenção no Banif, representava 489 milhões de euros. Este é um limite que decorre da norma, que não existia à data da intervenção no BES”.

Há um ponto, aqui, que deve salientar-se. É que a legislação que fala do limite dos 5% refere-se a um cenário em que existe um bail in, ou seja, uma imposição de perdas a obrigacionistas e depositantes com mais de 100 mil euros – o que vai passar a ser regra já a 1 de janeiro. Ou seja, o governo invocou uma parte da legislação sem que essa decisão tenha sido tomada no âmbito geral das regras para a qual foi criada – as da diminuição dos encargos para os contribuintes prevista nas regras do bail in.

Contactados alguns juristas, existem dúvidas sobre o esquema
de resolução desenhado pelo Banco de Portugal. “O esquema parece extremamente frágil: não me parece possível aplicar o limite dos 5% do Fundo de Resolução sem aplicar bail in – coisa que não foi feita, provavelmente para proteger credores séniores. Percebo esta preocupação, que esteve presente na resolução do BES, mas entretanto as regras mudaram e a vigência das regras de bail in foram antecipadas na ordem jurídica portuguesa – quando na realidade apenas são obrigatórias a partir de 2016″, explica um jurista.

Eis o link para a legislação em causa.

Nota final, porém, para o facto de a esta regra dos 5% estar associada a criação do tal veículo – o Naviget – que recebeu um grande conjunto de ativos do Banif, com desconto de 66%, entre os quais a participação na seguradora Açoreana. Este é um veículo cujas eventuais receitas capitalizarão o Fundo de Resolução, como notou também Jorge Tomé em entrevista recente.

Os sete desafios que a banca terá de enfrentar em 2016

Sábado, Dezembro 19th, 2015

Citamos

Dinheiro Vivo

A capacidade de gerar mais negócio e aumentar o nível de rentabilidade lideram as preocupações da banca para o próximo ano

São vários os desafios que o sector financeiro português terá de enfrentar no próximo ano, quer em termos operacionais quer em temas tão importantes como a confiança e a supervisão. Mas os especialistas contactados pelo Dinheiro Vivo são unânimes: a principal missão é aumentar os níveis de rentabilidade das instituições. O financiamento à economia e o papel da supervisão são outros dos temas que vão dominar o sector em 2016.

1 Rentabilidade “O maior problema da banca é a rentabilidade.” O alerta é dado por António de Sousa. Em declarações ao Dinheiro Vivo, o economista justifica o aviso com “o impacto na margem dos bancos das baixas taxas de juro, um ambiente que baixa a rentabilidade, torna o negócio menos atrativo e cria prejuízos”. Também António Tomás Correia aponta a dificuldade de as instituições gerarem proveitos alinhados com as necessidades de capital. “Depois da redução de balanços, o negócio continua a ser escasso. Mais negócio permitirá mais rendibilidade e, consequentemente, mais capital”, explica o presidente do Montepio. Ainda assim, a banca registou lucros até setembro e viu a margem financeira crescer.

2 Confiança e estabilidade Os casos do BPN, BPP, BES e agora Banif têm assustado os depositantes nos últimos sete anos. Garantir a confiança no sistema bancário e assegurar a plena proteção dos depositantes, mitigando os riscos para a estabilidade financeira estarão no topo das prioridades do sector em 2016. Os banqueiros, os supervisores e o governo, incluindo o próprio Presidente da República, têm sido os protagonistas das sucessivas mensagens de apelo à confiança na banca.

3 Financiamento As últimas estatísticas mostram que a concessão de crédito à economia – empresas e particulares – aumentou ligeiramente. Ainda assim, e apesar da melhoria residual na perceção de risco da situação económica, as instituições vão manter a restritividade nos termos e condições de empréstimos a empresas e particulares. A banca antecipa uma estabilização da procura no segmento das grandes empresas e um ligeiro aumento nos particulares e PME.

4 Angola O divórcio entre a banca e o mercado angolano é inevitável. A queda do petróleo continua a ameaçar as contas públicas em Angola, onde 45% do PIB advém do ouro negro. Os bancos têm em curso estratégias definidas para reduzir a exposição a África. O desinvestimento em Angola é também uma resposta às exigências do Banco Central Europeu. O BPI, liderado por Fernando Ulrich, vai criar uma holding para agregar todas as participações africanas. Já o BCP vai fundir o Millennium Bank Angola com o BPA.

5 Imparidades O registo de imparidades desacelerou este ano e, possivelmente, deverá manter esta tendência no próximo ano. Tendo em conta a antecipação de riscos, as exigências europeias e a evolução da economia nacional, é expectável uma melhoria da evolução das imparidades.

6 Reestruturação No último ano, os cinco maiores bancos nacionais despediram mais de 1620 trabalhadores e encerraram 200 agências. Mas os números vão aumentar. Isto porque falta saber a redução de funcionários e agências que o Novo Banco e Banif terão de concretizar, além do processo de reformas antecipadas que a CGD iniciou este ano e ainda não concluiu.

7 Supervisão O cumprimento das regras de supervisão continuarão a fazer parte dos desafios, sobretudo tendo em conta as novas regras europeias de resolução bancária que entram em vigor em janeiro. Entre outras medidas, a nova diretiva coloca os acionistas no topo da hierarquia das contribuições de uma possível resolução, assim como a participação de depósitos acima de 100 mil euros.

 

Plano de reestruturação do Novo Banco pronto até 15 de Dezembro

Segunda-feira, Novembro 30th, 2015

Citamos

Económico

Plano de capital será entregue hoje, mas medidas de reestruturação ainda não estão fechadas.

A administração do Novo Banco vai entregar hoje ao BCE o plano de capital onde estarão incluídas as medidas previstas para cobrir as necessidades identificadas nos testes de ‘stress’ europeus. A equipa liderada por Stock da Cunha está também a trabalhar no plano de reestruturação, que vai elencar as medidas de redução de pessoal e cortes de custos, prevendo-se que esteja concluído até 15 de Dezembro, apurou o Diário Económico.

A primeira etapa deste processo será composta pela elaboração do plano de capital, que é um “capítulo” do plano, mais vasto, de reestruturação da instituição, que vai incluir medidas como redução de pessoal e fecho de balcões. O plano de capital será entregue hoje ao Banco de Portugal (BdP) e ao BCE, após receber o aval do novo ministro das Finanças, Mário Centeno. Já o plano de reestruturação, que será entregue à Direcção Geral da Concorrência da União Europeia, só estará concluído durante a primeira quinzena de Dezembro. A equipa de Stock da Cunha está a trabalhar a todo o vapor, para que o plano fique fechado antes da entrada em vigor, em Janeiro, das novas regras europeias para o sector bancário.

Os testes de ‘stress’ identificaram necessidades de capital na ordem dos 1,4 mil milhões de euros. E tal como o Diário Económico noticiou, uma parte significativa destas necessidades será assegurada com a venda de activos não-estratégicos.

Os primeiros activos a serem vendidos serão a seguradora GNB Vida e o Banque Espírito Santo et de la Vénétie, com os quais o Novo Banco poderá obter um valor na ordem dos 500 milhões de euros (dos quais 400 milhões relativos à GNB Vida). Segundo noticiou recentemente o “Negócios”, a GNB Vida poderá ser vendida ao próprio Fundo de Resolução, veículo público financiado com as contribuições da banca, que controla o Novo Banco desde a resolução do BES, em Agosto de 2014. A venda ao Fundo permitiria antecipar o encaixe da venda da seguradora.

Em todo o caso, o Banco de Portugal e o Novo Banco consideram que a GNB Vida é um activo que deverá atrair o interesse de vários investidores, à semelhança do que sucedeu em operações idênticas realizadas pela CGD e pelo BCP.

Na lista de activos para venda está também a participação do Novo Banco na concessionária rodoviária Ascendi (40%), que atraiu, até à data, vários fundos internacionais e que deverá estar fechado em breve.

No que toca às medidas de reforço da eficiência e de redução de custos, o plano de capital e o plano de reestruturação deverão conter medidas como a redução de pessoal e o encerramento de balcões. O banco poderá reduzir cerca de mil postos de trabalho, mas este número não está ainda fechado. Na sexta-feira, a gestão do banco não tinha ainda marcado a reunião com os sindicatos para discutir os cortes de pessoal.

Após a apresentação dos dois planos, o BdP dará início ao processo de venda do próprio Novo Banco, em moldes que serão diferentes dos adoptados na primeira tentativa de venda, mas que não estão ainda definidos. Tal como o Económico noticiou, o objectivo é vender uma participação no Novo Banco, se possível maioritária. O processo será conduzido por Sérgio Monteiro.

Novo Banco: Plano de cortes quase fechado em corrida contra o tempo

Domingo, Novembro 29th, 2015

Citamos

Notícias ao Minuto

Testes levados a cabo estipularam que banco precisa de reforço de capital.

É já no próximo dia 4 de dezembro que o plano de reestruturação do Novo Banco será entregue na Direção-Geral de Concorrência da União Europeia.

Conta o semanário Expresso que Eduardo Stock da Cunha já tem o plano praticamente fechado e objetivo passa não apenas por apresentá-lo o quanto antes, mas também começar o mais cedo possível a aplicá-lo, numa autêntica corrida contra o tempo.

Numa altura em que se sabe que o Novo Banco precisa de 1,4 mil milhões de euros extra de apoio, o banco que nasceu das ‘cinzas’ do antigo BES enfrenta dificuldades que quer ver diminuídas o quanto antes.

O objetivo passa por implementar a redução de custos, que dará mais fôlego no imediato às contas do banco, algo que favorecerá também o objetivo de vender o Novo Banco.

Saliente-se que Stock da Cunha, cujo lugar à frente do Novo Banco chegou a ser assunto, já fez saber que está disponível para aplicar o plano de reestruturação que está a ser finalizado, mesmo após a venda do banco.

Mário Centeno, que acaba de ser empossado ministro das Finanças, irá também ter acesso ao plano de reestruturação, mas também a um outro plano, de capitalização, que será entregue ao Banco Central Europeu.

Quanto custou afinal a resolução do BES?

Sexta-feira, Novembro 20th, 2015

Citamos

Público opinião Ricardo Cabral

O BES, no final de 2013, era um banco com activos de 80,6 mil milhões de euros, 7 mil milhões de euros de capitais próprios e dívida subordinada de cerca de mil milhões de euros. A 11 de Junho de 2014, realizou um aumento de capital de cerca de mil milhões de euros.

Depois de perdas de 3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2014, anunciadas no final de Julho, o Conselho de Administração do Banco de Portugal determina a aplicação de uma resolução bancária a 3 de Agosto de 2014.

A resolução bancária impôs perdas totais aos accionistas, a credores subordinados e a alguns outros credores do BES (e.g., depósitos de administradores do BES).[1] Em Dezembro, mas retroactivamente a 3 de Agosto de 2014, como se sabe, o Banco de Portugal passou do Novo Banco para o BES, uma dívida de 834 milhões de euros a uma sociedade da Goldman Sachs. Além disso, o Fundo de Resolução injectou 4,9 mil milhões de euros no Novo Banco que, contabilizando os itens acima descritos, foi criado com cerca de 72,3 mil milhões de euros de activos.

Note-se que cerca de 2,8 mil milhões de euros desses activos eram (e são) créditos fiscais concedidos pelo erário público, por conta dos prejuízos registados pelo BES. E que aparentemente em resultado dos prejuízos registados em 2014 pelo BES, o Novo Banco pôde contabilizar mais 1,8 mil milhões de euros de activos por impostos diferidos, quando comparado com o que o BES detinha no balanço no final de 2013.

Ou seja, num banco com 80,6 mil milhões de euros de activos a 31 de Dezembro de 2013, estima-se que a reestruturação do passivo do BES, os créditos fiscais e a injecção de capital no Novo Banco somem cerca de 17 mil milhões de euros.[2]

Não será essa a dimensão das perdas contabilísticas registadas por privados, erário público e Fundo de Resolução no processo que culminou com a resolução do BES. Mas é possível estimar as perdas a partir desse valor: se, por exemplo,  o Novo Banco tivesse sido “vendido” por 3 mil milhões de euros — como pretendia o Banco de Portugal e, note-se, não foi possível privatizar o Novo Banco a esse preço -, as perdas contabilísticas desses agentes económicos teriam sido de cerca de 14 mil milhões de euros (=17–3).

Desde Agosto de 2014, o Novo Banco tem vindo a reduzir a dimensão do seu balanço, nomeadamente vendendo activos, perdoando créditos (aceitando reestruturar a dívida de clientes) e ainda reduzindo as suas disponibilidades líquidas. Os activos do Novo Banco diminuem 10,5 mil milhões de euros entre Agosto de 2014 e Junho de 2015. Mas desse montante, cerca de 6,8 mil milhões de euros explicam-se por um perdão de dívida ao BES Angola de perto de 3 mil milhões de euros e o restante por redução do dinheiro em caixa, esta última expectável dada a normalização da situação do Novo Banco.

E agora, apenas 15 meses passados sobre a data da resolução, um teste de stress do Banco Central Europeu indica que o Novo Banco não tem capital suficiente e que têm de ser injectados mais 1,4 mil milhões de euros de capital nesse banco.

Como é que se pode compreender que após a realização, a 3 de Agosto de 2014, da resolução bancária especial no BES, que culminou numa reestruturação (redução) dos passivos do BES e em perdas globais que provavelmente estarão em torno dos 14 mil milhões de euros, seja agora necessária nova injecção de capital no Novo Banco de cerca de 1,4 mil milhões de euros?

Um erro de 10% nas contas?

Juros de obrigações do Novo Banco afundam após testes de stress

Quarta-feira, Novembro 18th, 2015

Citamos

Negócios

As necessidades de capital de 1,4 mil milhões de euros ficaram aquém do estimado pelos analistas, o que está a justificar o comportamento positivo do preço das obrigações e respectiva descida das “yields”.

Os juros das obrigações do Novo Banco estão a recuar em força, reflectindo uma subida do preço das obrigações emitidas pela instituição financeira. É a resposta dos investidores ao facto de as necessidades de capital de 1,4 mil milhões de euros, reveladas pelos testes de stress no sábado, terem ficado abaixo do estimado pelos analistas.

As “yields” das obrigações do Novo Banco, com maturidade em 2019, estão a recuar 210 pontos base para 6,523%. O preço, por sua vez, sobe de 87,579 euros, na sexta-feira, para 92,951 euros, esta segunda-feira, segundo dados divulgados pela Bloomberg.

Também as obrigações com prazo de vencimento em 2017 estão a ganhar valor, reflectindo uma descida da taxa de rendibilidade exigida pelos investidores. As taxas de juro implícitas tendem a cair quando há uma maior confiança no emitente, o que faz com que o preço evolua positivamente.

O desempenho positivo das obrigações ocorre depois de reveladas necessidades de capital de 1.398 milhões de euros nos testes de stress do Banco Central Europeu (BCE), abaixo das previsões dos analistas, que ascendiam a 2 mil milhões de euros.

O banco vai vender activos, como a seguradora (a antiga BES-Vida), para colmatar parte do capital que precisa para atingir os rácios mínimos. Também foi prometido o relançamento, no “imediato”, do processo de venda do Novo Banco de forma a possibilitar uma venda da maioria do capital que cubra a necessidade revelada.

“Vemos este resultado como positivo face à expectativa (de necessidades de capital) na região dos 2 mil milhões de euros ou mais, e vamos alterar a recomendação para os ‘Credit Default Swaps’ de ‘Market Perform’ para ‘Outperform'”, segundo John Raymond e Puja Poojara, analistas da Creditsights, à Reuters. “O Banco de Portugal reiterou que tais perdas não serão impostas ao resto do sector financeiro de forma destabilizadora”, acrescentam ainda.

 

O Banco de Portugal já declarou que não deverá ser necessário pedir mais dinheiro aos bancos, o que também tem permitido asvalorizações das acções da banca.

Citamos

 

 

Recapitalização do Novo Banco traz pressão ao sistema financeiro

Quarta-feira, Novembro 18th, 2015

Citamos

Observador

A necessidade de mais 1,4 mil milhões de euros no Novo Banco, decorrente dos testes de ‘stress’ realizados pelo BCE, poderá ter um impacto nos bancos que participam no Fundo de Resolução, apesar de o Banco de Portugal considerar “remota” essa possibilidade.

A necessidade de mais 1,4 mil milhões de euros no Novo Banco, decorrente dos testes de ‘stress’ realizados pelo BCE, poderá ter um impacto nos bancos que participam no Fundo de Resolução, apesar de o Banco de Portugal considerar “remota” essa possibilidade.

Os analistas contactados pela agência Lusa são unânimes em considerar que existe um risco de os bancos que participam no Fundo de Resolução, acionista do Novo Banco, terem de assumir novas responsabilidades, não através de um possível aumento de capital para suprir os 1,4 mil milhões de euros, mas através de uma maior diferença entre os 4,9 mil milhões de euros colocados pelo fundo no banco liderado por Stock da Cunha e o valor de uma futura venda.

João Pereira Leite, diretor de investimentos do Banco Carregosa, refere que esta situação “traz alguma pressão para o sistema financeiro português” e “não é uma boa notícia”.

Apesar de “a contribuição dos bancos para o Fundo de Resolução ser constante e que não vai aumentar em função das necessidades do Novo Banco”, João Pereira Leite está preocupado com o que resultará da venda.

“O Banco de Portugal vai querer comportar as necessidades de capital com a entrada de um novo acionista, alterando as condições anteriores, uma vez que o novo ou novos acionistas não terão de comprar 100% do banco”, mas, por outro lado, os compradores interessados vão descontar o esforço financeiro para dar solidez ao Novo Banco.

Pedro Santos, da XTB, reforça que será “o novo dono a responsabilizar-se [pela recapitalização] e isso terá também impactos na banca porque o valor de venda será mais baixo”, o que a acontecer “terá impacto nos rácios dos bancos que participam no Fundo de Resolução porque terão de assumir imparidades da venda do Novo Banco”.

Um outro analista que não quis ser identificado frisa que a venda da instituição “dependerá das condições de mercado ou da cotação de outros bancos portugueses e europeus”, sublinhando que “a incerteza sobre o montante de capital foi uma das principais razões para que a venda anterior não tivesse avançado”.

O analista da XTB indica ainda que “a celeridade é importante porque quanto mais tempo estiver à venda menor será o seu valor” e João Pereira Leite acrescenta que tem de haver rapidez também na venda de ativos, como a seguradora GNB, que “é relativamente fácil de vender”.

No entanto, o responsável do Banco Carregosa alerta que o Novo Banco tem de se concentrar em vender ativos que consomem capital: “Por exemplo, um banco que tem 1000 milhões de euros de capital e se tem 1000 milhões investidos em obrigações do tesouro português não consome capital, mas se esse mesmo banco tiver 1000 milhões em crédito para PME sem ‘rating’, tal já consome capital porque não pode recorrer ao Banco Central Europeu (BCE) para mais empréstimos dando contravalor esses ativos”.

Para o analista não identificado, o Novo Banco “continua a ser interessante para os compradores, até porque no cenário mínimo superou o teste” e, mesmo no pior cenário, “existem factos que já estão ultrapassados”, como a questão de o teste de ‘stress’ indicar no pior cenário que a economia portuguesa faria uma contração de 2% em 2015 quando todos sabemos que chegaremos ao fim do ano com um crescimento entre os 1,5 e 1,8% do PIB”.

Os bancos que participam no Fundo de Resolução com maior exposição ao Novo Banco são a Caixa Geral de Depósitos, com 1,2 mil milhões de euros, seguido do BCP, com 1,1 mil milhões de euros, enquanto o BPI e o Santander Totta assumem um risco inferior a 500 milhões de euros.

No sábado, data de divulgação dos testes de ‘stress’, o Novo Banco disse em comunicado que espera concluir “nas próximas semanas” o plano de reestruturação das suas atividades e que este plano venha a estar concluído nas próximas semanas.

Já o Banco de Portugal disse que iria iniciar “de imediato” uma nova fase na venda do Novo Banco.

As dúvidas quanto às necessidades de recapitalização do Novo Banco foram um dos obstáculos à venda da instituição financeira, que em setembro foi interrompida depois de terem falhado as negociações entre o Banco de Portugal e os três candidatos que chegaram à fase final.

O Novo Banco ‘chumbou’ nos testes de ‘stress’ do BCE no cenário mais adverso, ao apresentar um rácio de capital CET1 [Common Equity Tier 1] de apenas 2,4%, abaixo do mínimo de 5,5%, mas passou no cenário base com um rácio de 8,2% contra os 8% pedidos pelo BCE.

Neste cenário, foi detetada uma insuficiência de capital de 1398 milhões de euros, que terá de ser colmatada no prazo de nove meses, até ao verão do próximo ano.

Novo Banco chumba teste e precisa de 1,4 mil milhões

Sábado, Novembro 14th, 2015

Citamos

Dinheiro Vivo

A instituição liderada por Stock da Cunha passou no cenário base mas falhou rácio mínimo no cenário mais adverso, necessitando de 1,39 mil milhões para cumprir

O Banco Central Europeu (BCE) divulgou hoje os resultados da avaliação completa realizada a um conjunto de nove bancos da área do euro, entre os quais o Novo Banco. A instituição liderada por Stock da Cunha passou nas provas de resiliência no cenário base, ao conseguir superar o rácio mínimo exigido. No entanto, no cenário mais adverso, foi apurada uma insuficiência de fundos próprios no montante de 1.398 milhões, em linha com as expectativas.

De acordo com os resultados hoje divulgados, o Novo Banco superou o teste de esforço conduzido pelo BCE no cenário mais provável, ao alcançar um rácio Common Equity Tier 1 de 8,24%, acima do limiar de 8,0%.

Contudo, no cenário mais adverso, o banco alcançou um rácio de 2,43%, quando o limiar mínimo era de 5,5%, o que corresponde a um desvio de 3,07 pontos percentuais equivalentes a 1.398 milhões projetado para o final de 2017.

Nos testes de stress realizados no ano passado, o BCP foi a única instituição portuguesa a não passar nas provas de resistência do BCE – no cenário mais adverso -, enquanto o BPI e a Caixa Geral de Depósitos passaram com notas positivas. Devido à medida de resolução aplicada em agosto, o Novo Banco acabou por ficar de fora.

Além da instituição de Stock da Cunha, a autoridade monetária presidida por Mario Draghi revelou igualmente os resultados dos testes de stress feitos a mais oito instituições financeiras europeias.

Segundo o BCE, nenhum banco apresentou uma descida para um nível inferior ao limiar de 8% do rácio no cenário base, enquanto que no cenário mais adverso, a autoridade revela que cinco bancos ficaram com níveis abaixo do limiar de 5.5%.

“Em termos agregados, o défice de fundos próprios destes cinco bancos é de 1.74 mil milhões de euros, o qual será, em parte, colmatado pelos aumentos de capital recentes, realizados desde janeiro de 2015, e por outras medidas elegíveis”, acrescenta.

Novo Banco tem de vender seguradora “no curto prazo”

Sábado, Novembro 14th, 2015

Citamos

Dinheiro Vivo

Após os testes de stress hoje revelados e face às necessidades de capital identificadas, o Novo Banco terá de vender a participação que detém na Companhia de Seguros.

O Novo Banco vai ter de vender a participação que detém na companhia de seguros e alienar outras participações consideradas não estratégicas para a sua atividade. Estas são duas medidas que a instituição liderada por Stock da Cunha terá de implementar para reforçar os rácios de capital, depois de ter chumbado no cenário mais adverso dos testes de stress, que ditaram necessidades de capital de 1,4 mil milhões de euros.

“De entre as principais iniciativas de execução no curto prazo, destacam-se as seguintes, que serão implementadas em estreita coordenação e com o apoio do Banco de Portugal e do Fundo de Resolução: alienação da participação do Novo Banco na GNB Vida – Companhia de Seguros, S.A e alienação de outras participações consideradas como não estratégicas para a atividade do grupo Novo Banco”, revela o Banco de Portugal em comunicado.

Estas duas medidas inserem-se no plano de reforço de fundos próprios e de reorganização estratégica do Novo Banco e que servirão para mitigar as necessidades de capital divulgadas hoje pelo Banco Central Europeu nos testes de stress.

Segundo o Banco de Portugal, as medidas “implementarão o reforço de fundos próprios que decorrerá do processo de venda da participação acionista detida pelo Fundo de Resolução no Novo Banco”, que de acordo com o supervisor liderado por Carlos Costa será retomado “de imediato”.

Também em comunicado, o Novo Banco garante que “as medidas se integrarão, com plena normalidade e sem perturbações, no relacionamento com os diversos stakeholders do Novo Banco, nomeadamente Depositantes e demais Clientes”.

A somar a isto, o Novo Banco acrescenta que “já iniciou os trabalhos inerentes à elaboração do plano de reorganização estratégica, que deverá ser debatido no âmbito da articulação existente com o BCE e com a Comissão Europeia”.

“Estima-se que este plano venha a estar concluído nas próximas semanas, materializando-se os respetivos resultados, de forma progressiva, a partir de 2016”, conclui.

 

 

Venda do Novo Banco vai reiniciar-se “de imediato”

Sábado, Novembro 14th, 2015

Citamos

Dinheiro Vivo

O Banco de Portugal vai iniciar “de imediato” uma nova fase na venda do Novo Banco, agora que são conhecidos os resultados dos testes de ‘stress’ do Banco central Europeu (BCE)

O Banco de Portugal vai iniciar “de imediato” uma nova fase na venda do Novo Banco, agora que são conhecidos os resultados dos testes de ‘stress’ do Banco central Europeu (BCE) e as necessidades de capital da instituição, que ascendem a 1,4 mil milhões de euros.

“A preparação da nova etapa do processo de venda será iniciada de imediato, agora que está afastado um dos principais fatores de incerteza que condicionou o procedimento anterior”, diz o comunicado divulgado hoje pelo Banco de Portugal.

O supervisor liderado por Carlos Costa salienta que “na qualidade de autoridade de resolução que detém o controlo sobre o Novo Banco, e o Fundo de Resolução, na qualidade de ainda acionista único do Novo Banco, mantêm-se empenhados em garantir, em estreita colaboração com o Novo Banco, as condições para o aprofundamento dos progressos já conseguidos e para a venda da participação detida pelo Fundo de Resolução, no quadro de manutenção da solidez do Novo Banco”.

O Banco Central Europeu (BCE) divulgou hoje os resultados da avaliação completa realizada a um conjunto de nove bancos da área do euro, entre os quais o Novo Banco. A instituição liderada por Stock da Cunha passou nas provas de resiliência no cenário base, ao conseguir superar o rácio mínimo exigido. No entanto, no cenário mais adverso, foi apurada uma insuficiência de fundos próprios no montante de 1.398 milhões, em linha com as expectativas.

De acordo com os resultados hoje divulgados, o Novo Banco superou o teste de esforço conduzido pelo BCE no cenário mais provável, ao alcançar um rácio Common Equity Tier 1 de 8,24%, acima do limiar de 8,0%.

Contudo, no cenário mais adverso, o banco alcançou um rácio de 2,43%, quando o limiar mínimo era de 5,5%, o que corresponde a um desvio de 3,07 pontos percentuais equivalentes a 1.398 milhões projetado para o final de 2017.

As dúvidas quanto às necessidades de recapitalização do Novo Banco foram um dos obstáculos à venda da instituição financeira, que em setembro foi interrompida depois de terem falhado as negociações entre o Banco de Portugal e os três candidatos que chegaram à fase final: Fosun, Apollo e Anbang.