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Grandes credores do Novo Banco já avançaram para Tribunal

Terça-feira, Abril 11th, 2017

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Eco

Grandes credores do Novo Banco já avançaram para Tribunal

 

 

A primeira ação dos grandes credores para travar a venda do Novo Banco deu entrada ontem no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa.

O grupo de grandes investidores que tinha ameaçado Portugal com um processo para travar a venda do Novo Banco já avançou para tribunal. A primeira ação destes investidores, liderados pelas gigantes BlackRock e Pimco, deu ontem entrada no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, sabe o ECO.

Em causa está a transferência de cinco linhas de dívida do Novo Banco para a massa falida do BES, ou o chamado “banco mau”. Este grupo de grandes investidores tinha investido 2,2 mil milhões de euros em obrigações seniores do Novo Banco. No final de 2015, o Banco de Portugal decidiu transferir essa parte do crédito do Novo Banco para a esfera dos ativos do BES, medida que resultou em perdas de 1,5 mil milhões de euros para os clientes destas gestoras de ativos.

Foi no dia 22 de março que este grupo anunciou que ia “intentar procedimentos legais contra o Banco de Portugal, numa tentativa de recuperar as perdas dos seus clientes”. Esta foi a justificação apresentada: “A 29 de dezembro de 2015, o Banco de Portugal levou a cabo um ato ilegal e discriminatório ao transferir cinco séries de títulos no total de 2,2 mil milhões de euros do Novo Banco para a massa falida do Banco Espírito Santo”.

Numa nota da Pimco e da BlackRock enviada à imprensa, lia-se ainda que “outras 38 séries de títulos classificadas simultaneamente com os títulos transferidos foram deixadas intactas no Novo Banco”. Esta medida “arbitrária e injustificada provocou perdas em torno de 1,5 mil milhões de euros para os investidores de retalho e pensionistas que confiaram as suas poupanças a instituições que investiram, em seu nome, em títulos que o Banco de Portugal escolheu de forma desigual”, referem os investidores.

Já na semana passada, a 3 de abril, os investidores anunciaram que iriam avançar com um processo para travar a venda do Novo Banco. Nesse dia, a BlackRock encorajou “fortemente” as autoridades portuguesas a procurarem “uma conclusão construtiva e atempada para esta questão”. Ou seja, aconselha Portugal a chegar a acordo. E o Governo está, de facto, a tentar chegar a um acordo amigável com estes credores, já que, tradicionalmente, também são grandes investidores em dívida pública e a sua ausência do mercado pode afetar negativamente os juros e o spread as obrigações do Tesouro.

Foi isso mesmo que reconheceu o primeiro-ministro António Costa no dia em que anunciou a venda do Novo Banco aos norte-americanos da Lone Star: “Acho que é manifesto hoje que se há algo que penaliza os custos da República, os custos do sistema financeiro, é o facto de os investidores internacionais terem recebido particularmente mal a decisão do Banco de Portugal de, unilateralmente e de uma forma discricionária, ter imposto sacrifícios a certos obrigacionistas em dezembro de 2015”.

As palavras foram bem recebidas por este grupo de credores. “A nossa posição é legal e não misturamos a política. No entanto, a posição do primeiro-ministro agrada-nos. Revela que, tal como sempre pensámos, as autoridades portuguesas seguem estritamente as regras internacionais e que podemos contar com elas para que se corrijam erros cometidos em momentos e por entidades que, numa situação de stress, não avaliaram corretamente o impacto das suas decisões”, disse ao ECO um responsável que representa esse grupo de investidores.

Uma “posição legal” cujo primeiro efeito foi a ação que deu entrada este domingo no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa.

Apesar dos esforços do Governo, a primeira proposta apresentada não está a convencer os investidores. O acordo em cima da mesa prevê uma compensação de 600 milhões de euros aos grandes investidores, valor que estes já disseram que “nunca aceitarão”. Os investidores argumentam que os 600 milhões correspondem apenas ao valor que lhes é legalmente devido, mas não chega.

 

Vieira Monteiro pede mais esclarecimentos sobre venda do Novo Banco

Quinta-feira, Novembro 3rd, 2016

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Negócios

Em 2014, foi lançado um concurso para a venda do Novo Banco com um caderno de encargos. O Santander participou mas o processo falhou. A venda foi retomada mas não se sabe se os princípios são iguais aos do primeiro concurso.

António Vieira Monteiro tem uma dúvida sobre o actual processo de venda do Novo Banco porque não sabe se o caderno de encargos é o mesmo que existiu no primeiro concurso internacional, cancelado em Setembro de 2015.

“Se [o novo processo] obedecer a princípios diferentes [do primeiro], obriga a um novo caderno de encargos e a uma nova abertura do processo”, indicou Vieira Monteiro na conferência de imprensa de apresentação de resultados dos primeiros nove meses do ano.

O Novo Banco está, neste momento, a ser vendido. O antigo secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, lidera o processo de alienação da instituição financeira, por contratação do Banco de Portugal, tendo iniciado procedimentos em paralelo que podem conduzir a um de dois fins: ou uma venda directa a um investidor estratégico ou a dispersão do capital por vários investidores.

Esta sexta-feira têm de ser entregues as ofertas vinculativas para quem quer mesmo participar no processo. 

Não foi divulgado publicamente um caderno de encargos neste processo, iniciado em Janeiro, ao contrário do que aconteceu no primeiro concurso internacional, lançado em Dezembro passado e cancelado em Setembro. O Santander participou neste concurso mas acabou por não ser um dos finalistas.

Neste momento, o Santander Totta assume-se como estando concentrado no crescimento orgânico mas não descarta aquisições. É a posição do banco há vários anos, incluindo antes da aquisição do Banif no âmbito da resolução.

Certo é que, nos procedimentos actualmente em curso para o Novo Banco, o Santander Totta não está presente. Nem na venda directa (sabe-se que são apenas quatro e não inclui o b

BCP e Santander defendem a existência de um banco público, pelo menos para já

Terça-feira, Maio 17th, 2016

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TVI

CGD está em mudança de equipa de gestão, devendo ser realizada em breve a assembleia-geral em que será nomeado António Domingues – atual administrador do BPI – como sucessor de José de Matos

Os presidentes do BCP e do Santander Totta defenderam que é importante existir um banco público forte como a CGD em Portugal, pelo menos para já, depois de nos últimos anos ter existido um movimento favorável à privatização.

As declarações foram feitas durante a conferência “O presente e o futuro do setor bancário”, num hotel em Lisboa esta terça-feira, durante o painel de debate que juntou alguns dos principais presidentes de bancos a operar em Portugal.

O presidente do Santander Totta, Vieira Monteiro, recordou a sua passagem de 12 anos pela Caixa Geral de depósitos (CGD) para considerar que este banco é fundamental no apoio ao desenvolvimento da economia portuguesa.

Durante muito tempo, achei que [a CGD] podia ser privatizada. Hoje, atendendo ao momento, a manutenção como entidade pública é importante”, afirmou o responsável pelo banco detido pelo espanhol Santander.

Uma posição semelhante foi partilhada pelo presidente do BCP, Nuno Amado, referindo contudo que a manutenção da CGD como entidade totalmente pública é importante “num período transitório”.

Temos de ter um sistema bancário com alguma diversificação. Tem de ter uma componente privada forte, tem de ter neste período transitório uma componente pública importante e uma componente cooperativa”, defendeu hoje o presidente do BCP, Nuno Amado.

No passado, quando ainda era presidente do Santander Totta, Nuno Amado defendeu que a CGD devia ser privatizada passado o período de crise, devido à distorção de concorrência que considera que um banco público implica no setor bancário.

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos, José de Matos, não participou no debate que juntou os principais responsáveis pelos bancos em Portugal.

Veja também: Todos querem o banco mau, menos os próprios banqueiros

O banco público está em mudança de equipa de gestão, devendo ser realizada em breve a assembleia-geral em que será nomeado António Domingues – atual administrador do BPI – como sucessor de José de Matos.

A privatização da CGD nunca avançou mas foi muito falada durante o anterior Governo, liderado por Passos Coelho. O anterior primeiro-ministro nunca assumiu publicamente, contudo, a intenção de avançar com uma alienação parcial do banco a investidores privados.