Comunicado de 8 de agosto de 2015
O CDIBES tomou conhecimento do comunicado do Banco Espírito Santo S.A., datado de 7 de agosto, publicado no sítio da CMVM, que dá conta de um pseudo-balanço relativamente a 4 de agosto de 2014, que merece os seguintes comentários:
- O balanço apresentado não tem a mínima consistência , tomando e consideração o que foi publicado por referência a 30 de junho de 2014.
- As contas do BES relativamente a 2014 foram eliminadas do sítio do Banco Espírito Santo, controlado pelo Banco de Portugal.
- Tomamos em consideração as contas relativas ao primeiro semestre de 2014, publicadas a 30 de julho de 2014 pela CMVM.
- Segundo essas contas, os prejuízos do exercício relativos ao primeiro semestre de 2014 eram de 3.732.423 milhares de euros.
- Havia, assim, uma diferença muito grande entre o capital próprio (mais de 6.500 milhões) e os prejuízos, que colocava o BES completamente fora de um quadro falimentar, pelo que a resolução só podia entender-se como uma medida política.
- O balanço agora publicado, relativamente ao primeiro dia da resolução – 4 de agosto de 2014 – é uma falsificação, porque não tem qualquer consistência com o balanço em que o Banco de Portugal assentou a própria medida de resolução..
- Anota-se que só num dia – de 3 para 4 de agosto – os homens de palha do Banco de Portugal, que nem sequer detinham a administração nessa data, conseguiram aumentar os prejuízos de 3.732.423 € para 8.947.833 €.
- Isto chama-se falsificação de escrita mercantil e é punido pela lei penal.
- Nem sequer o capital social do Banco é reportado pelos valores corretos, em conformidade com o que consta da certidão da Conservatória do Registo Comercial.
- Os membros dos órgãos sociais do Banco Espírito Santo que estavam em funções no dia 3 de agosto de 2014 têm as mesmas responsabilidades dos que foram nomeados pelo Banco de Portugal.
- É certo que o relatório agora publicado se refere, em termos ininteligíveis, à adoção de normas especiais de contabilidade, impostas pelo Banco de Portugal, as NCA, normas de contabilidade ajustadas.
- Parece que, até em matéria de contabilidade, vivemos em estado de sítio, tendo deixado de ser respeitadas as normas internacionais de contabilidade…
- Estamos, inequivocamente, perante documentos contabilísticos que não merecem nenhum crédito e que foram fabricados, exclusivamente, para prejudicar os acionistas e os credores.
- Curiosamente, não estão registados quaisquer créditos relativos aos ativos do Banco Espírito Santo desviados para o Novo Bancopor ordem do Banco de Portugal.
- Vamos impugnar judicialmente estas contas, que, de qualquer modo, não revelam a realidade, pois continuam a ser secretas as contas relativas a 2014.
Lisboa, 8 de agosto de 2015
CDIBES