Crédit Suisse desbloqueia contas de emigrantes do Novo Banco

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Está dado um passo para que os emigrantes clientes do Novo Banco sejam ressarcidos pelos cerca de 800 milhões colocados em veículos do BES. Não se sabe quanto tempo demorará o desbloqueio das poupanças.

O Crédit Suisse já está a trabalhar no sentido de desbloquear as poupanças que os clientes emigrantes colocaram no antigo Banco Espírito Santo, apurou o Negócios. Está dado um passo para concretizar a solução proposta pelo Novo Banco e já aceite, em Março, pelo Banco de Portugal.
Há cerca de duas semanas, o Crédit Suisse aceitou o mandato para proceder aos trabalhos que permitirão implodir os veículos por si constituídos. Em causa estão os produtos Poupança Plus, Top Renda e EuroAforro que contêm obrigações seniores do antigo BES, cujas responsabilidades de reembolso foram transferidas para o Novo Banco. O trabalho passa pelo contacto com as várias entidades que controlam os veículos, com sede na Ilha de Jersey, e com os respectivos bancos depositários.
Não há calendário para que o trabalho de desmontagem dos veículos fique concluído. Mas este é um passo essencial para colocar em marcha a solução proposta pelo banco liderado por Eduardo Stock da Cunha e já aceite pelo Banco de Portugal. Desde aí que se anuncia uma solução que não chegou ainda aos investidores com aplicações de cerca de 800 milhões de euros em acções preferenciais destes veículos.
Só depois de os veículos com aplicações a obrigações seniores do BES serem desmontados é que se poderá fazer a equivalência entre estes investimentos e as acções preferenciais emitidas por estas sociedades e que estão nas mãos dos clientes não residentes do Novo Banco. Na prática, a titularidade das obrigações será transferida dos veículos para os accionistas destas entidades, ou seja, os emigrantes. As obrigações têm, depois, valor de mercado negociável.
O Novo Banco não quis comentar esta informação. Também a instituição suíça não respondeu.
O novo passo no reembolso das poupanças dos emigrantes ocorre depois de, ainda em 2014, o Novo Banco ter já criado soluções para as aplicações em dívida do BES feitas através das chamadas séries comerciais e da gestão discricionária de carteiras. Em falta continuam os investimentos em papel comercial de sociedades do Grupo Espírito Santo feitos aos balcões do BES.
Neste momento, mantêm-se os protestos dos clientes que continuam sem uma solução nas suas mãos. Um grupo de emigrantes que se diz lesado pelos seus investimentos marcou uma manifestação para o próximo sábado, 27 de Junho, em frente à sucursal do Novo Banco em Paris. “Há quase um ano que nos andam a enganar, dizendo que o problema está a ser resolvido, mas é a nossa convicção de que pretendem vender o Novo Banco com o nosso dinheiro”, indica o comunicado do grupo.

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