Credor do Novo Banco: “investir em Portugal é uma confusão”

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Credor do Novo Banco: “investir em Portugal é uma confusão”

 

Fundo alemão investiu 100 milhões no Novo Banco e diz que o sucesso da operação de troca de dívida por dinheiro vai depender dos juros – “o bombom” – que a instituição oferecer nos depósitos.

O fundo alemão Xaia Investment está à espera de conhecer as condições finais da oferta de compra de obrigações do Novo Banco para decidir que rumo dar à posição de cerca de 100 milhões de euros que tem em dívida da instituição. Isto porque o sucesso da operação “dependerá das condições finais dos depósitos” que o Novo Banco vai disponibilizar aos credores, disse o ECO o diretor Jochen Felsenheimer.

Este fundo alemão detém uma posição em obrigações do BES/Novo Banco perto de 100 milhões de euros, mas não está autorizado a divulgar a posição exata. Ao ECO, Jochen Felsenheimer adiantou que já tentou entrar em contacto com o departamento de Relações para o Mercado do Novo Banco, mas sem sucesso. “Eu entendo. Talvez seja demasiado cedo e não queiram dar informação privada”, nota o responsável.

É nesta opção que Felsenheimer acredita que pode estar a chave do sucesso da operação que visa reforçar o capital do Novo Banco em pelo menos 500 milhões de euros.

“O meu entendimento neste momento até agora é que o ‘bombom’ da transação poderá vir da possibilidade de aceitar a oferta dos depósitos, dependendo dos termos finais da oferta”, notou o diretor do Xaia. “Depois de ter estado em contacto com alguns investidores, a minha impressão pessoal é que o nível da oferta em dinheiro é muito desapontante e, por isso, a probabilidade de ter todo o negócio feito dependerá das condições finais dos depósitos“, sublinhou.

“O meu entendimento neste momento até agora é que o ‘bombom’ da transação poderá vir da possibilidade de aceitar a oferta dos depósitos, dependendo dos termos finais da oferta.”

Jochen Felsenheimer

Xaia Investment

Da informação que foi revelada ao mercado até ao momento, sabe-se que cada depósito a prazo disponibilizado renderá juros a uma taxa fixa por um período determinado de tempo que irá variar de três a cinco anos, condições a aplicar em função da série de obrigações.

“No caso de termos uma taxa de juro, que te compensa ao longo do tempo pelo desconto da oferta e finalmente tu tens o ‘par’ (isto é, a soma da oferta mais todos os juros recebidos nos depósitos) ao fim de alguns anos, economicamente, não é nada mais do que uma extensão da maturidade(juntamente com um haircut)”, explica Felsenheimer.

Desapontado com as perdas que pode vir a assumir com o investimento em obrigações do Novo Banco, Felsenheimer tenta desdramatizar esse cenário: “Eu gosto de Portugal, gosto muito das pessoas e até gosto da cerveja Sagres… mas investir em Portugal é às vezes uma verdadeira confusão”.

“Eu gosto de Portugal, gosto muito das pessoas e até gosto da cerveja Sagres… mas investir em Portugal é às vezes uma verdadeira confusão.”

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