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O alegado envolvimento da Portugal Telecom na queda do Grupo Espírito Santo continua a ficar cada vez mais clara com o decorrer do processo de investigação do Ministério Público. Na edição impressa de hoje, o jornal SOL volta a levantar o véu sobre os pagamentos e transferências de verbas entre as várias empresas do GES, com o suposto ‘saco azul’ a assumir papel de destaque.
Nos acórdãos do processo, o juiz Carlos Alexandre revela que “foram descobertas contas no Banco Privée Espírito Santo abertas em nomes de entidades com a designação ES Enterprises, entidade sem consolidação no Grupo Espírito Santo”. Esta seria, alegadamente, a empresa utilizada como plataforma de rotação de verbas, tendo mesmo sido utilizada pela Portugal Telecom para financiar negócios no Brasil.
Além dos pagamentos suspeitos a vários membros da família e outras subsidiárias, o Ministério Público não ficou convencido com as explicações de Ricardo Salgado da ajuda à PT: “É exemplo a versão pouco compreensível apresentada quanto à constituição de um fundo, por via de operação fiduciária, para o sucesso de uma operação no Brasil, que alegadamente envolveria quadros qualificados da PT”.
“A Espírito Santo Enterprises não é um ‘saco azul’, senhores deputados”, garantiu Ricardo Salgado na Assembleia da República , durante a Comissão de Inquérito ao Caso BES. Uma declaração que para Carlos Alexandre “não é credível” e que parece contrariar o envolvimento da mesma empresa no processo Monte Branco, onde Ricardo Salgado é também acusado de várias ilegalidades.