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Novo Banco estima que Estado pode ficar com 10% do seu capital
Segundo o Novo Banco, o Estado poderá ficar com uma participação superior a 10% no capital do banco, devido aos direitos de conversão dos ativos por impostos diferidos.
O Novo Banco estima que o Estado possa ficar com até 10% do seu capital social, devido aos direitos de conversão dos ativos por impostos diferidos, segundo o relatório e contas do primeiro semestre.
O Novo Banco tem pedido ao Estado créditos tributários referentes a ativos por impostos diferidos, pelos anos em que apresenta prejuízo, ao abrigo do regime que vigorou entre 2014 e 2016, que permitia aos bancos transformar em créditos fiscais os ativos por impostos diferidos acumulados (resultantes da diferença entre os custos contabilísticos com imparidades ou provisões e os reconhecidos para efeitos fiscais).
O recurso ao regime de ativos por impostos diferidos implica a constituição de um depósito e favor do Estado, em 110% do crédito tributário, que o Estado pode converter em ações, tornando-se acionista dos bancos que recorram a esse regime, diluindo assim a posição dos restantes acionistas.
O Novo Banco é atualmente detido em 75% pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star e em 25% pelo Fundo de Resolução bancário (entidade financiada pelos bancos, que está na esfera do Estado e consolida nas contas públicas).
Caso o Estado decida passar a ser acionista do Novo Banco, ao abrigo do regime de impostos diferidos, significa que fica diretamente a deter 10% do banco, o que pela lei dilui a posição dos restantes acionistas, ainda que estes tenham o direito de adquirir os direitos de conversão ao Estado.
Já segundo o Jornal Económico, no acordo de venda ao Lone Star, ficou acordado que será o Fundo de Resolução a diluir a sua participação caso haja a entrada do Estado como acionista.
Em fevereiro passado, o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, disse em conferência de imprensa sobre os créditos fiscais de ativos por impostos diferidos que “o Estado não exerceu o direito de conversão e pode não exercer”.