Novo Banco regista prejuízos de 1.329 milhões de euros em 2020

Citamos Eco

Novo Banco regista prejuízos de 1.329 milhões de euros em 2020

Banco liderado por António Ramalho anunciou esta sexta-feira que teve um resultado líquido negativo de 1.329,3 milhões de euros no ano passado. A pandemia pesou, mas não só.

ONovo Banco fechou 2020 com prejuízos de 1.329,3 milhões de euros, anunciou o banco esta sexta-feira. O resultado compara negativamente com a perda de 1.059 milhões de euros registada em 2019.

As contas eram aguardadas com expectativa sobretudo por causa do pedido (que poderá ser o último) que o banco vai fazer ao Fundo de Resolução: apresentou uma fatura de 598,3 milhões, acima do que o Governo esperava. Ainda assim, há dúvidas sobre 160 milhões desse pedido por causa da venda da operação em Espanha.

A instituição liderada por António Ramalho explica o agravamento dos resultados no ano passado com três fatores:

  • um impacto negativo de 300,2 milhões resultado de avaliações independentes aos fundos de reestruturação;
  • 1.191,5 milhões de euros de imparidades e provisões, em resultado da descontinuação do negócio em Espanha e do agravamento do nível de incumprimento de alguns clientes (crédito a clientes, garantias e instituições de crédito), sendo 268,8 milhões de euros de imparidade adicional para riscos de crédito decorrentes da pandemia Covid-19; e
  • 123,9 milhões de euros de reforço da provisão para reestruturação.

No que diz respeito ao negócio, a margem financeira subiu 8,3% para 555,1 milhões de euros, com os rendimentos com serviços de clientes (comissões) a caírem 12,9% para 271,9 milhões.

produto bancário praticamente duplicou dos 300 milhões para os 617 milhões, uma subida que se deve sobretudo a um desagravamento da rubrica “Outros Resultados de Exploração”, que passaram de -326,8 milhões para -136,6 milhões, com António Ramalho a explicar esta evolução com a redução do legado do BES.

Do produto bancário há que subtrair os custos operacionais de 431,8 milhões (-1,6%) para se chegar ao resultado operacional positivo de 186,1 milhões de euros.

Ao contrário dos outros bancos, o Novo Banco viu a carteira de crédito emagrecer ligeiramente para 25,2 mil milhões de euros. Já os depósitos de clientes subiram (acompanhando a tendência do setor) para 26,1 mil milhões de euros.

Ao nível da qualidade do crédito, o rácio NPL baixou consideravelmente de 12% para 8,9% no final do ano passado, uma evolução que reflete, em boa parte, a venda de carteiras de malparado por parte do banco.

Enquanto isso, os rácios de solvabilidade baixaram de 13,5% para 11,3% (CET1 e Tier1) e 15,1% para 13,3% no caso do rácio de fundos próprios.

“Moratórias são para resolver já”

O Novo Banco tem 6,9 mil milhões de euros de crédito em moratória, representando cerca de 27% da carteira de créditos a clientes. António Ramalho está ciente do desafio que o setor tem pela frente quando as moratórias expirarem depois de setembro. E defende que as soluções devem ser pensadas sem mais demoras.

As moratórias são assunto para resolver já e não para resolver em setembro. Costumo dizer e volto a repetir: não deixemos em setembro o que podemos fazer em março. Não deixemos para 2022 o que podemos fazer em 2021″, disse António Ramalho. “Adiar problemas não resolve nada em banca”.

(Notícia atualizada às 19h14)

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