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Banco de Portugal recomenda fundo norte-americano, mas diz que vai continuar a aprofundar negociações com os restantes interessados. A oferta, admite o regulador, tem impacto nas contas públicas.
O Banco de Portugal (BdP) acaba de divulgar a sua avaliação às ofertas de compra do Novo Banco e recomenda, como já era esperado, que o Governo equacione a venda da instituição ao fundo norte-americano Lone Star. Mas refere que vai continuar a aprofundar negociações com os restantes interessados. O regulador assume que a oferta do fundo norte-americano tem impacto nas contas públicas.
Na sua nota, em tom cauteloso, o supervisor refere “que, no cumprimento do seu mandato relativamente ao processo de venda do Novo Banco, concluiu, com base nos elementos disponíveis nesta data, que o potencial investidor Lone Star é a entidade mais bem colocada” para comprar a instituição liderada por António Ramalho. E com condições para “finalizar com sucesso o processo negocial”, pelo que “decidiu convidá-lo para um aprofundamento das negociações”.
Apesar da sua recomendação ao Governo, Carlos Costa admite que, embora a oferta escolhida (Lone Star) seja “a que mais assegura os objectivos” de estabilidade do sistema financeiro e de reforço da confiança no banco, “apresenta condicionantes, nomeadamente um potencial impacto nas contas públicas.” Dificuldades que o BdP afirma que vai agora “procurar minimizar ou remover no aprofundamento” na próxima ronda de conversações.
O Governo já veio afirmar que recusará soluções que impliquem a concessão de garantias públicas — como as que exige o Lone Star e a Apollo —, ou seja, que ponham em risco dinheiro dos contribuintes. E que, caso considere que as propostas não são credíveis, pode decidir manter o Novo Banco no perímetro público. Mas esta será sempre uma solução de última linha.