Citamos
Que imóveis são estes que passaram de mãos para um fundo americano, com perdas a suportar pelo Fundo de Resolução? Há aqui muita coisa por explicar.
1. O Novo Banco vendeu no ano passado, através do Projecto Viriato, uma enorme carteira de imóveis, com 8726 propriedades e um valor contabilístico de 717 milhões de euros, por 389 milhões de euros. Afirmei no Parlamento que se tratou de uma venda ao desbarato e com grandes perdas. O NB reagiu de imediato, garantindo que “não vende, nem pretende vir a vender, quaisquer imóveis a preços desajustados de valores de mercado”. Que houve perdas ninguém nega, senão não havia necessidade de recorrer ao Fundo de Resolução. Mas terão sido mesmo valores de mercado?
3. Segundo o INE, o valor médio de venda para habitação tem vindo a subir sistematicamente nos últimos anos. Em 2016, o preço médio dos imóveis urbanos vendidos em Portugal era de cerca de 115.000 euros. Como é que se pode dizer que valores actuais 30% ou 40% abaixo dos valores de 2016 são “valores de mercado”? Que imóveis são estes que passaram de mãos para um fundo americano, com perdas a suportar pelo Fundo de Resolução? Há aqui muita coisa por explicar.
4. Também João Paulo Correia, da direcção do Grupo Parlamentar do PS, se apressou a contrariar-me: “Os activos do Novo Banco estão a ser vendidos no mercado. Dizer-se que estão a ser vendidos a muito baixo valor é errado.” O mercado tem as costas largas, digo eu. E dêem-se as voltas que se derem, os valores de mercado actuais são muito superiores aos que esta venda em massa atingiu.
This entry was posted on Terça-feira, Março 19th, 2019 at 09:17 and is filed under Ativos, Comissão de Acompanhamento, Contribuintes, Fundo de Resolução, Novo Banco, Opinião, Venda de ativos. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. Both comments and pings are currently closed.