
O Banco Espírito Santo é agora um banco de ativos tóxicos. A 3 de agosto, o Banco de Portugal dividiu aquela instituição bancária em banco bom e banco mau –Novo Banco e BES, respetivamente.
Em declarações ao Jornal de Negócios, Joaquim de Almeida, reformado de 78 anos, questiona a credibilidade das instituições.
“Hoje em dia há que desconfiar de tudo e todos. Mesmo quando as entidades de supervisão dizem que está tudo bem”, começa por dizer, questionando: “Como é que podemos acreditar numa coisas dessas depois do que se passou?”.
Já Idalina Batista, operadora de produção de 43 anos, acusa o gestor de conta de a ter “pressionado”.
“Fui muito pressionada. O meu gestor ligava-me desde as oito da manhã a dizer que tinha uma proposta muito boa para mim, que me ia dar bastante dinheiro, a mim e a ele, que ganhávamos os dois”, começa por contar.
Idalina confessa que o seu grande arrependimento é o de ter assinado documentos cujo conteúdo não lhe era familiar, nem tão pouco percetível.
“Passado uma semana deu-me papel para assinar (era do aumento de capital) e eu confiei nele mais uma vez. Perguntei se era de risco e ele disse que não, que me ia dar muito dinheiro”, conta.
Mas a verdade é que só depois de a ‘bomba’ rebentar é que a cliente do BES descobriu que era também acionista há já alguns anos e que tinha subscrito novas ações no aumento de capital do banco, pouco tempo antes da falência.
“Eu achava que tinha uma conta normal. Só há pouco tempo é que soube que eram obrigações”, conclui Idalina que perdeu, só em ações, 12.300 euros.