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Plano de capital será entregue hoje, mas medidas de reestruturação ainda não estão fechadas.
A administração do Novo Banco vai entregar hoje ao BCE o plano de capital onde estarão incluídas as medidas previstas para cobrir as necessidades identificadas nos testes de ‘stress’ europeus. A equipa liderada por Stock da Cunha está também a trabalhar no plano de reestruturação, que vai elencar as medidas de redução de pessoal e cortes de custos, prevendo-se que esteja concluído até 15 de Dezembro, apurou o Diário Económico.
A primeira etapa deste processo será composta pela elaboração do plano de capital, que é um “capítulo” do plano, mais vasto, de reestruturação da instituição, que vai incluir medidas como redução de pessoal e fecho de balcões. O plano de capital será entregue hoje ao Banco de Portugal (BdP) e ao BCE, após receber o aval do novo ministro das Finanças, Mário Centeno. Já o plano de reestruturação, que será entregue à Direcção Geral da Concorrência da União Europeia, só estará concluído durante a primeira quinzena de Dezembro. A equipa de Stock da Cunha está a trabalhar a todo o vapor, para que o plano fique fechado antes da entrada em vigor, em Janeiro, das novas regras europeias para o sector bancário.
Os testes de ‘stress’ identificaram necessidades de capital na ordem dos 1,4 mil milhões de euros. E tal como o Diário Económico noticiou, uma parte significativa destas necessidades será assegurada com a venda de activos não-estratégicos.
Os primeiros activos a serem vendidos serão a seguradora GNB Vida e o Banque Espírito Santo et de la Vénétie, com os quais o Novo Banco poderá obter um valor na ordem dos 500 milhões de euros (dos quais 400 milhões relativos à GNB Vida). Segundo noticiou recentemente o “Negócios”, a GNB Vida poderá ser vendida ao próprio Fundo de Resolução, veículo público financiado com as contribuições da banca, que controla o Novo Banco desde a resolução do BES, em Agosto de 2014. A venda ao Fundo permitiria antecipar o encaixe da venda da seguradora.
Em todo o caso, o Banco de Portugal e o Novo Banco consideram que a GNB Vida é um activo que deverá atrair o interesse de vários investidores, à semelhança do que sucedeu em operações idênticas realizadas pela CGD e pelo BCP.
Na lista de activos para venda está também a participação do Novo Banco na concessionária rodoviária Ascendi (40%), que atraiu, até à data, vários fundos internacionais e que deverá estar fechado em breve.
No que toca às medidas de reforço da eficiência e de redução de custos, o plano de capital e o plano de reestruturação deverão conter medidas como a redução de pessoal e o encerramento de balcões. O banco poderá reduzir cerca de mil postos de trabalho, mas este número não está ainda fechado. Na sexta-feira, a gestão do banco não tinha ainda marcado a reunião com os sindicatos para discutir os cortes de pessoal.
Após a apresentação dos dois planos, o BdP dará início ao processo de venda do próprio Novo Banco, em moldes que serão diferentes dos adoptados na primeira tentativa de venda, mas que não estão ainda definidos. Tal como o Económico noticiou, o objectivo é vender uma participação no Novo Banco, se possível maioritária. O processo será conduzido por Sérgio Monteiro.