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Risco da dívida do Novo Banco dispara após alerta da Moody’s
Risco nas obrigações seniores do Novo Banco disparou com troca voluntária de dívida acordada entre Banco de Portugal e Lone Star. Para a Moody’s, há sérios riscos de default parcial nestes títulos.
A taxa das obrigações seniores do Novo Banco disparam esta quarta-feira para máximos de quase dois meses, depois de a agência Moody’s ter baixado o rating destes títulos para um nível de quase incumprimento. Para a agência, os obrigacionistas seniores do banco arriscam seriamente a perder dinheiro perante as dúvidas em relação à proposta de troca de dívida que o Banco de Portugal anunciou na passada sexta-feira para fechar o negócio com o fundo Lone Star.
Para a agência de notação financeira, que classifica as obrigações seniores do Novo Banco em Caa2, com elevado risco de crédito, esta oferta de troca é “problemática” perante a ameaça de perdas que a operação de troca de dívida representa para os investidores.
Juros disparam com desconfiança do mercado em relação à troca de dívida

“O downgrade do rating da dívida sénior sob revisão de mais agravamentos reflete a expectativa de perdas que os obrigacionistas seniores do Novo Banco deverão enfrentar como parte” da troca de obrigações que o Banco de Portugal anunciou na sexta-feira para fechar a venda da instituição ao fundo Lone Star, justifica a Moody’s no comunicado divulgado esta quarta-feira. “A agência de rating considera esta oferta como uma troca problemática que será realizada como forma de evitar a liquidação do Novo Banco e conclusão do processo de venda”, acrescenta.
“O downgrade do rating da dívida sénior sob revisão de mais agravamentos reflete a expectativa de perdas que os obrigacionistas seniores do Novo Banco deverão enfrentar como parte da troca de obrigações seniores.”
Uma das condições para o Lone Star injetar mil milhões de euros no Novo Banco passa pela troca “voluntária” de obrigações seniores por outros títulos de dívida que permitam ao banco reforçar a sua posição de capital em 500 milhões de euros.
Na conferência de anúncio de venda do Novo Banco, o governador Carlos Costa sublinhou que “a solução desenhada não envolve uma ação não voluntária” e “não afetará o capital” dos obrigacionistas. No entanto, caso não haja investidores que aceitem trocar os títulos, o negócio com o Lone Star será inviabilizado. A alternativa será a nacionalização ou a mesmo a liquidação do banco.