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Cinco manifestações de interesses pelo Novo Banco: é muito, pouco ou quase nada…

Terça-feira, Dezembro 30th, 2014

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Cinco manifestações de interesses pelo Novo Banco: é muito, pouco ou quase nada...

Expresso

Os interessados em ficar com o Novo Banco têm até ao último dia do ano para darem a cara. Depois disso, e para quem estiver interessado, só se se associar a um dos que já deram o primeiro passo.

Quem não manifestar interesse pelo Novo Banco até às 17h00 desta quarta-feira não poderá liderar a compra do Novo Banco. Isso quer dizer que para entrar na corrida só mesmo se fizer parte de um consórcio com um destes interessados. São para já cinco as manifestações de interesse. São poucas? Face aos  anúncios na imprensa nacional e estrangeira e cartas convite enviadas pelo Banco de Portugal a potenciais interessados, não parecem muitos, mas pode haver surpresas até esta quarta-feira.

Depois dos bancos BPI e  Santander Totta e dos fundos de investimentos (o norte-americano Apollo e o chinês da Fosun), o Banco Popular junta-se aos quatro candidatos que querem olhar para o dossier do banco que saiu do BES. A hora da verdade chegou com o balanço do Novo Banco, mas o verdadeiro teste será apenas no próximo ano, quando as manifestações de interesse se transformarem em propostas ou não.

Para algumas fontes do sistema financeiro, cinco interessados “é pouco”, tendo em conta que podem não corresponder a propostas. É possível que até esta quarta-feira possam surgir outras manifestações de interesse, mas não é certo. “Seria desejável haver mais interessados, pois há sempre quem fique pelo caminho”, afirma ao Expresso uma fonte do sistema bancário. E recorda: “Muitos poderão não avançar com propostas e não seria a primeira vez que este tipo de operação ficaria às moscas. Já aconteceu na privatização do BPN uma coisa semelhante”.

Ainda assim, os candidatos perfilam-se e as expectativas face a estes são grandes. Ninguém fala de preço. Ainda é cedo, dizem. Mas o ideal seria que a venda igualasse o que foi injetado pelo Fundo de Resolução que dividiu o BES em dois. A capitalização do Novo Banco ascendeu a 4,9 mil milhões de euros – um valor próximo deste já seria bom. Já surgiu um montante para a compra do Novo Banco na casa dos 3,5 mil milhões, que hipoteticamente a Fosun (donos da Fidelidade) poderia dar, mas a avaliação terá sido “prematura” e fonte próxima deste processo não a assume verdadeiramente.

1. O que ganham os que já manifestaram interesse?

O Banco Popular, presente em Portugal desde 2002, pode aumentar a sua dimensão, o Santander Totta reforça a sua posição entre os primeiros  bancos do sistema, o BPI resolve um problema e dá um pulo no ranking dos maiores bancos e quanto aos fundos estrangeiros seria a oportunidade de ter um banco europeu, com uma carteira de clientes, em termos empresariais, interessante.

2. Fundos e bancos  querem ver melhor os números
Apesar de alguns dos candidatos já terem feito algumas compras em Portugal recentemente, como por exemplo o fundo norte-americano Apollo (que comprou a Tranquilidade, cuja venda foi agora suspensa por causa de um processo) ou os investidores chineses da Fosun (que compraram a Fidelidade e através desta a Espírito Santo Saúde, hoje rebatizada Luz Saúde), também os espanhóis Santander Totta e o Banco Popular manifestaram interesse, mas nem um nem outro se comprometem em apresentar uma proposta.

Para já, só garantem espreitar o dossier e olhar melhor para os números. O mesmo não se pode dizer do BPI. O banco presidido por Fernando Ulrich esteve desde a primeira hora de olhos postos no Novo Banco.  Fernando Ulrich foi sempre dizendo que esta é uma oportunidade interessante e que o BPI tem condições para reunir capital. E, agora, mais ainda. Porquê? Com as novas regras de exposição dos bancos europeus a países terceiros exigidas pelo Banco Central Europeu (BCE), onde se inclui Angola, o BPI precisa de aumentar os seus ativos para que o Banco de Fomento de Angola (onde detém 50,1%) pese menos no seu rácio.

É que a ponderação da dívida angolana vai passar a pesar 100% para efeitos de rácio de capital, quando pesava entre 0% a 20%. Uma penalização para quem, como o BPI, detém uma participação maioritária num banco em Angola. Por isso, o BPI tem várias alternativas: comprar o Novo Banco (para aumentar ativos e diluir peso desta medida do BCE), aumentar o capital para ajustar a contabilização em Angola, reduzir a posição no BFA, ou reduzir a exposição de dívida pública em Angola. Para isso, o BCE vai dar tempo, mas se conseguir comprar o Novo Banco, tudo poderá ser mais fácil. Resta saber no final do dia qual o preço a pagar pelo banco liderado por Eduardo Stock da Cunha.

3. Calendário da venda
Será o BPN Paribas que vai assessorar o Banco de Portugal na operação de venda. Depois desta fase de manifestações de interesse, em fevereiro os potenciais interessados deverão enviar as propostas de compra não-vinculativas (non-binding offer) e entre março e abril irá decorrer a análise preliminar das contas do Novo Banco (due dillegence), fase a que se segue a apresentação das ofertas vinculativas (entre maio e junho).

Se tudo correr bem e nenhum prazo derrapar e as ofertas chegarem a bom porto, o negócio poderá estar fechado em julho. Fora da corrida ficam os acionistas do Novo Banco que nos dois anos anteriores à resolução do BES tiveram posições qualificadas (iguais ou superiores a 2%). Este é um dos pré-requisitos para a aceitação das propostas de compra, que deixa de fora o Crédit Agricole, a Goldman Sachs, o brasileiro Bradesco e o fundo Blackrock, entre outros.

(Fim de citação)

 

Novo Banco Has Four Potential Buyers

Segunda-feira, Dezembro 29th, 2014

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But Sale Price Unlikely to Cover Bailout Costs

Wall Street Journal

Novo Banco, the Portuguese bank created out of failed lender Banco Espírito Santo SA in August, has received at least four expressions of interest from potential buyers before a Dec. 31 deadline, a person familiar with the matter said Monday.

Novo Banco, under Chief Executive Eduardo Stock da Cunha, is seeking to finalize a sale by the middle of 2015. Interested parties include Portugal’s Banco BPI SA, Spain’s Banco Santander SA, China’s Fosun International Ltd. and U.S. private-equity firm Apollo Global Management LLC, according to a person close to the sale process.

Santander and BPI this month confirmed that they would submit expressions of interest, while Fosun had previously said it would consider purchasing the bank. No one was immediately available at Apollo to comment.

While Novo Banco wants to fully pay back the €4.9 billion ($6.01 billion) capital injection it received from a bailout fund, analysts consider it unlikely the bank will fetch that much.

A teaser document prepared by BNP Paribas this month said the sale represents “a unique opportunity to acquire the control of a leading financial institution in Portugal with international operations.” Novo Banco, with €72.5 billion in assets, has around an 18% share of Portugal’s banking market, according to the bank, and a presence in nearly two dozen countries globally.

Novo Banco started life on Aug. 3 when the Bank of Portugal used a Portuguese resolution fund to inject €4.9 billion and save the best parts of Banco Espírito Santo. Novo Banco kept the bulk of BES’s branches, deposits and loans, while shedding shareholders’ and junior bondholders’ claims on the bank and its problematic subsidiaries in the U.S., Libya and Angola.

Junior bondholders are now trying to contest the bank split in Portuguese and European Union courts, but the sale of Novo Banco is moving ahead. A €379 million purchase of Novo Banco’s investment bank, Banco Espírito Santo de Investimento SA was agreed by China’s Haitong Securities earlier this month.

Banco Espírito Santo collapsed in August amid a record first-half loss triggered by its exposure to its troubled family-controlled parent company. The company, Espirito Santo International SA, filed for bankruptcy in July after an audit ordered by the Bank of Portugal found irregularities in its accounts. Banco Espírito Santo didn’t only provide loans to Espirito Santo International and its units, but also sold their debt to customers of the bank. Some of that debt was sold to clients through a complex funding scheme that the Bank of Portugal has called fraudulent. The Bank of Portugal and the Portuguese prosecutor’s office are currently conducting separate investigations into the matter.

In addition to the core Portuguese business, the future owner of Novo Banco will take over a set of European units and global operations in countries including Cape Verde, the Cayman Islands, Venezuela and Mozambique. It will also get 9.9% of Angolan lender Banco Economico. However, a New York branch with around $443 million in assets is in the process of being closed, according to the BNP Paribas presentation.

Novo Banco’s main attraction, however, continues to be its domestic businesses. The bank has reported deposits of €25 billion in August, and since then the figure has risen €2 billion following some successful marketing campaigns. Banks with operations in Portugal, including BPI and Santander, would see their client base widen sharply. They would also inherit a credit portfolio of close to €44 billion, of which loans to companies comprise 72%.

While Portugal has been hit hard by the sovereign debt crisis that forced it into a bailout in 2011, its economy is recovering. Nonetheless, the jobless rate remains above 13%, bringing potential credit risks. Novo Banco reported credit at risk of default at close to 14% from the total portfolio.

Meanwhile, the “bad bank” that kept the Banco Espírito Santo name is separately in the process of selling Espirito Santo Bank in Miami, a small business and mortgage lender which also holds the group’s U.S. securities license. Other parts of the Espirito Santo group are also being sold, as many parts of the businesses make their way through court-managed liquidations.

Write to Patricia Kowsmann at patricia.kowsmann@wsj.com and Margot Patrick at margot.patrick@wsj.com

(Fim de citação)